Agora, em outubro, chegou a edição nº 68, referente ao trimestre julho a setembro de 2021. Ela é a Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, com setenta anos de publicação. Surgiu quando a Academia tinha quinze anos, em 1951, sendo o Presidente Paulo Viveiros e o Diretor da Revista Nestor Lima. De lá para cá, a Revista passou por várias batalhas, venceu todas e desde a edição nº 38 ( janeiro a março de 2014) que ela passou a ser trimestral.
Não há no Brasil nenhuma Academia de Letras que tenha uma revista com essa periodicidade. Voltada para literatura do Rio Grande do Norte, tendo à frente o Diretor Acadêmico Manoel Onofre Jr e o Editor Thiago Gonzaga, a Revista da ANRL é o que há de mais belo na história da instituição, que desde 8 de novembro de 1984 vem sendo presidida pelo Acadêmico Diógenes da Cunha Lima.Sou leitor e colecionador da Revista. Tenho praticamente todas as edições. Quando eu leio os textos sinto-me como participante de um bom banquete. Alimento-me ali e aprendo muito sobre os escritores locais, sejam eles imortais ou não, bem como conheço a produção literária. Com eles é possível ter um cardápio de boas opções distribuídas nos gêneros de artigos/ ensaios, contos/crônicas, poesia, discursos, etc. É bem verdade que há alguns Acadêmicos que contribuem de forma gota a gota, mas também existem os que são mais constantes. E assim, que seja como filete ou rio, a Revista da ANRL vem mantendo seu curso perene. Inegavelmente, a história da literatura potiguar tem importantes registros nas páginas dessa Revista.
No ano de 2018, no mês de dezembro, organizei "Autores e Assuntos na Revista da ANRL - 1951 - 2018". Um livro publicado com o selo da Carolina Cartonera, sendo a arte da capa feita pelo Acadêmico Iaperi Soares de Araújo. A tiragem foi apenas de 100 exemplares e recebi apoio da instituição. Nessa pesquisa eu trago os nomes de todas as pessoas que escreveram na revista, bem como o título do artigo, o gênero, a edição na qual foi publicada e a página. Um material que segundo tenho ouvido de Thiago Gonzaga , Manoel Onofre Jr, Vicente Serejo e outros, é uma fonte de consulta muito importante.
É hora de lançar a 2a edição revista e atualizada, desta feita vindo até a próxima tiragem 69 que vai abarcar o período de 1951 a 2021. Estou trabalhando nisso. A edição nº 68 tem trinta e um textos, dos quais vinte são de autoria dos Acadêmicos. Que bom! A participação deles ultrapassou 64%.
Como sempre, a Revista está encantadora. Nesse número tem muitos textos bons. Quero ressaltar os que tratam sobre Câmara Cascudo, os que fazem referencias aos centenários de nascimento dos acadêmicos já falecidos: Aluízio Alves e Veríssimo de Melo, o canto de louvor que escreveu Clauder Arcanjo ao seu amigo Paulo de Tarso, o artigo de Leide Câmara sobre o sambista Raymundo Olavo de Souza, natural de Maracajaú-RN, etc. A arte da capa é de Assis Marinho.
É uma revista para ser lida de maneira silenciosa e se possível com um bom vinho verde à altura da mão.
25 de outubro 2021
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