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quinta-feira, 26 de maio de 2022
PEDRO COELHO - OLHAR MINERAL
LER CONTINUA SENDO A MELHOR ARMA PARA PROTEGER E CONSTRUIR CIDADANIA
Carinho, reconhecimento, alegria, entusiasmo, dedicação, foram coisas que estiveram presentes na manhã de ontem, por ocasião da Sorvetada Literária - tão bem organizada pela Escola Municipal Maria de Jesus, no bairro Nova Esperança, em Parnamirim-RN. A Professora Mediadora de Leitura, Rozélia Alves da Silva trabalhou algumas obras do escritor Francisco Martins com os alunos e esses fizeram apresentações sobre as mesmas.
Rozélia e Francisco Martins |
terça-feira, 24 de maio de 2022
sábado, 21 de maio de 2022
UMA MANHÃ DE COR E ALEGRIA NA ESCOLA ANTÔNIO BASÍLIO
quinta-feira, 19 de maio de 2022
quarta-feira, 18 de maio de 2022
UM DOS PRECURSORES DO CORDEL BRASILEIRO É CEARÁ-MIRINENSE.
Provavelmente você nunca ouviu falar no poeta João Santana, mais conhecido por Santaninha. Ele viveu durante a época do Império. O véu que pairava sobre Santaninha foi retirado pelos pesquisadores Arievaldo Vianna e Stélio Torquato, dois cearenses que fizeram um excelente trabalho de pesquisa e cujo fruto foi o livro abaixo:
É um livro que deve fazer parte das estantes que guardam o bom acervo sobre a história da Literatura do Cordel Brasileiro. Esse livro foi lançado em 2017. Cinco anos depois, o poeta e pesquisador Mané Beradeiro, traz à lume um texto inédito, de Rômulo Wanderley, que não chegou a ser conhecido pelos pesquisadores Arievaldo Vianna e Stélio Torquato.
A importância do texto abaixo é porque faz justiça a imprensa potiguar, no tocante ao que afirmam os pesquisadores acima citados.
Na página 7 escrevem: " Não há também sequer uma nota nos jornais norte-rio-grandenses consultados na hemeroteca da Biblioteca Nacional no período de 1870 a 1890, à respeito das atividades de Santaninha.."
Se realmente há um período de silêncio na imprensa local sobre o poeta Santaninha, é chegada a hora de anunciar que no Jornal "A República", edição do dia 31 de dezembro de 1939, o jornalista escreveu a crônica:
MORREU, QUANDO IA RECEBER A COROA DE POETA ...
"João Santana era um poeta negro, que não cantava, como outro qualquer e teria feito, os extensos canaviais da sua terra - o Ceará-Mirim. Moço ainda viajou para o Sul, ambicioso de um céu mais amplo, onde sua imaginação pudesse voar mais alto. Porém, versejou mesmo quase terra-a-terra, como lhe permitia a cultura rasteira. O espaço tinha latitudes e alturas imensuráveis, mas as asas de pássaro não passaram de Remígio. Defeito, talvez dele próprio.
Nas letras potiguares parece que João Santana é um desconhecido. Não porque tenha sido pequeno ou simplesmente um poeta popular. Os rimadores do povo e para o povo viveram em todas as épocas e chegaram até nós. Mesmo na sua rima barbara possuem um quê de encantador, de mavioso, de original. Aí tivemos o Fabião das Queimadas, conhecido de todos os de ontem e citado por alguns de hoje. É verdade que o vate de que agora falo está num plano inferior ao nosso amigo Fabião. Mas se de fato existiu, devia não ser esquecido. Quem é vivo também aparece, diz o provérbio. E quem é morto também é lembrado.
Sebastiana da Quixabeirinha é quem me dá notícias de João Santana. Diz-me que foi um rapaz nascido em Pau Ferro, no município de Ceará-Mirim, na segunda metade do século passado. Viajou para o Sul, como escrevi acima, e, vaidoso de ser poeta, veio rever a família. Porém, quando embarcou de novo para a Côrte, - asseverava-me a velha, com uma convicção da qual eu procurava não duvidar - morreu assassinado em caminho.
- Por que? perguntei admirado.
E Sebastiana cada vez mais séria.
- Por inveja. Ele ia receber a coroa de poeta.
Um livro de versos chegou ele a publicar, livro que andou de mão em mão versos que ficaram na memória dos seus contemporâneos. Muitas sexagenárias de hoje ainda se recordam de algumas estrofes do medo de Pau Ferro. Naqueles tempos sisudos em que o Carnaval já deixava saudade na mocinha de longas tranças e vestido balão. João Santana não perdia o motivo, embora perdesse a rima:
- Se fores para a cidade e vir meu jovem por lá...
- Sinhazinha não conheço...
- Na face tem um sinal que eu fiz com um limão nas festas do Carnaval.
As Sinhazinhas, que no século XIX mal apareciam a janela, bendiziam a chegada de Momo, dias bons em que ninguém tem o direito de ser puritano. Jogavam limão nos namorados, limão de cheiro nos namorados, limão de cheiro. Os ingênuos percursores das lança-perfumes.
Uma das poesias mais interessantes do livro de João Santana é aquela em que ele conta um escândalo de certa fidalga da Côrte, que por um descuido desses naturais a todos os que amam, viu nascer um garoto da "Cor de azeviche", como diria mais tarde o sambista brasileiro. E, na hora suprema, apelou para a sage-femme a ver se esta encontrava, pelas ruas escuras do Rio de 1880, um menino branco que assumisse, no berço rico, o lugar que o preto iria desonrar. Inicialmente explica o nosso satirista:
Quem mais faz menos alcança.
Deu-se três casos na Côrte
Que o povo traz na lembrança:
E arremata ironizando a fidalguia:
"- Pegue este conto de réis.
Vigie se um branco me alcança.
Faça a troca, mas não diga
Quem é o pai da criança.
Foi a parteira com tudo.
Ficou a mãe na esperança .
Nem parteira, nem dinheiro.
Nem o pai, nem a criança."
O plano da mulher criminosa (naquele tempo julgaram-na criminosa!) foi malogrado pela cobiça da assistente, que desejou apoderar-se do conto de réis. E a viagem de João Santana também malogrou-se. Os seus rivais mataram-no segundo acredita Sebastiana para impedir que ele colocasse a cabeça encarapitada a coroa gloriosa que Camões só mereceu depois de morto."
***
No texto de Rômulo Wanderley, ele identifica o berço do poeta o lugar por nome de Pau Ferro, município de Ceará-Mirim-RN. Por outro lado, Vianna e Torquato dizem ter ele nascido em Touros, também no Rio Grande do Norte, no distante ano de 1827. Mas em qual município nasceu o poeta? Vejamos:
Pau Ferro é a denominação toponímia da atual cidade de Pureza. Touros no ano do nascimento de Santaninha fazia parte do município de Ceará-Mirim. O mesmo só foi desmembrado em 11 de abril de 1833.
Mané Beradeiro
18 de maio de 2022
terça-feira, 17 de maio de 2022
UM RARO LIVRO DE CASCUDO EM MINHA CASA
Na minha modesta e pequena biblioteca particular eu tenho alguns escritores que são especiais. Entre eles está Câmara Cascudo, o maior do Rio Grande do Norte e um dos melhores do Brasil. Qual não foi minha alegria quando esta semana eu consegui um livro raríssimo dele, trata-se de "30 Estórias Brasileiras".
Esse livro é muito especial para mim, principalmente pelo registro das estórias populares que nele há. Na capa, a foto de Luísa Freire, Dona Bibi. Cascudo escreve: "Luísa Freire chegou em nossa casa no mês de São João de 1915. Era maior de quarenta anos, viúva e avó. Nascera na povoação de Contendas, perto da Barra de Inácio de Góis. Mocinha, passou para Estivas, Guarapes e daí a Natal no Rio Grande do Norte...Era mulher branca, de olhos castanhos, cabelo fino, conversando fluentemente".Essa Bibi foi a contadora das histórias que estão nesse livro.
Francisco Martins
17 maio de 2022
segunda-feira, 16 de maio de 2022
BRASIL PERDEU ARTISTA INTERNACIONAL
quinta-feira, 12 de maio de 2022
OS QUADROS CARTONEROS DE FRANCISCO MARTINS
Uma caixa de sapato já usada e que tinha como destino certo o saco do lixo, torna-se nas mãos do cartonero* um material básico para construção de arte. Com ela, o artista vai anexando outros objetos ( sobras de tecidos, barbantes, palitos de churrascos, tampas de garrafas, e.v.a, etc) e de repente, com as cores das tintas, surge um quadro que ele chama de cartonero. Tudo começou em março desse ano de 2022, quando Francisco Martins teve a ideia de fazer alguns quadros. Ciente de que não é nenhum artista plástico, mas apenas um curioso, ele pôs as mãos no processo de criação e eis que vão chegando os quadros.
O primeiro e o quarto foram ornamentar as paredes da Residência Terapêutica, em Barro Vermelho, Natal-RN.O segundo, para a Biblioteca Pública Municipal Rômulo Wanderley, em Parnamirim-RN, o terceiro está muito bem protegido na casa de Ana Bethania Rodrigues, em Santa-Cruz-RN.
O quinto é este abaixo. O autor dos quadros pretende fazer no final do ano uma exposição.
*Cartonero: palavra usada para classificar a pessoa que faz objetos, principalmente livros, a partir de material reciclado, e que usa o papelão, na construção das capas, quadros e outros objetos.
O RIO GRANDE DO NORTE VAI ACOLHER OS RESTOS MORTAIS DE AUGUSTO SEVERO
Os restos mortais de AUGUSTO SEVERO serão transladados para o Rio Grande do Norte. O Diário Oficial de Estado do RN publicou na edição de hoje, os nomes das pessoas que formam o grupo de trabalho responsável por essa missão.
São 17 titulares. O grupo começa com o Vice Governador Antenor Roberto Soares de Medeiros, e se estende com a presença de . José Marcelo Ferreira Costa (PGE), Harryson Dantas Magalhães (FJA), Fernando Dantas de Resende Filho (ALRN); Francisco Anderson Tavares de Lyra Silva (Prefeitura de Macaíba); Daniel Américo de Carvalho (Prefeitura de Parnamirim); Armando Roberto Holanda Leite ( representante da Família); Leide Câmara (ANRL); Antonio Sérgio Fernandes (BANT); João Ferreira Leal (3º Distrito Naval); Isaura Amélia de Sousa Rosado Maia (CEC); Luiz Antonio Bezerra Lacerda (FECOMÉRCIO); Joventina Simões de Oliveira (IHGRN); Pedro George de Brito (OAB/RN); Ângela Maria Paiva Cruz (UFRN); Cleber Pinheiro Costa (Grupo SEMPRE/Macaiba) e Luiz Augusto Maranhão Vale (Grupo Amigos da RAMPA). É preciso que se diga que esse grupo não receberá nenhuma remuneração por parte do estado.
terça-feira, 3 de maio de 2022
VANDALISMO NA ESTÁTUA DO MEMORIAL CÂMARA CASCUDO, EM NATAL
A estátua do Memorial Câmara Cascudo foi vítima de ação de vândalos, que picharam as mãos do homenageado na cor vermelha. Uma atitude inaceitável para com aquele que tanto fez pela nossa cultura brasileira e é o que temos de melhor no Rio Grande do Norte, quando se trata de folclore e seus campos correlatos e outras áreas.
Foto de Adriano Abreu - site da Tribuna do Norte |
Várias instituições culturais emitiram nota de repúdio, entre elas o Instituto Ludovicus, o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.
QUANDO UM ARTISTA ENCONTRA UM MURO
A arte é uma expressão divina. Ela comunica beleza, harmonia, sentimentos, vida. A arte transforma e tem a capacidade de fazer o mundo melhor. Quando um artista plástico encontra um muro e a ele são dadas condições para criar, então acontece algo maravilhoso. Comprovem vocês mesmo o que fez um grupo de artistas da cidade de Parnamirim-RN, que integram o Projeto das Artes, que tem como objetivo fomentar a economia, cultura e lazer, revitalizando os espaços públicos. No projeto não há fins lucrativos, tampouco político. Os comerciantes do bairro e os moradores contribuem conforme suas possibilidades. Tudo começou em 2018, com uma ação na Praça Aluízio Alves, conjunto Jardim Aeroporto, no Parque Industrial.
Jefferson Coquinho, Alexandre Fernandes, Mônica Rocha e Thompson Costa foram os artistas plásticos que pintaram o lindo painel no muro da Escola Municipal Manoel Machado, no Jardim Aeroporto, com o tema "Encanto Nordestino, no qual foram homenageados dois poetas cordelistas: Antonio Francisco (Mossoró-RN) e Mané Beradeiro, o Francisco Martins, que reside naquele bairro.Continua valendo a frase de Leonardo da Vinci: "A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível".