Hoje eu me lembrei de uma história que compadre Crispiniano me contou, lá no alpendre de casa, sob a luz da lamparina, depois de uma janta regada com cuscuz e carne assada na brasa. Crispiniano se lembrou que conheceu em São José do Egito um homem que tinha uma espingarda muito boa. sair para a caça com ela, era certeza de trazer alimento para uma semana inteira.
Aquela espingarda chamou a atenção de muita gente em São José do Egito, até que um dia, um bodegueiro fez uma proposta para comprar a famosa lazarina. O proprietário disse que sua arma não estava à venda. O comerciante duplicou o preço, e não conseguiu comprá-la. Como queria mesmo aquela espingarda triplicou a oferta, e irredutível permaneceu o dono da mesma.
Passados alguns dias, quando estava caçando, a espingarda pela primeira vez errou o alvo. Não pensou duas vezes em se desfazer dela. Procurou o bodegueiro e a vendeu.
Feliz por ter adquirido a arma, o comerciante saiu para testar a arma no primeiro fim de semana que pode. No mato, ele vislumbra um preá, faz pontaria e atira. O preá não morre, dá um pinote e grita, correndo em disparada.
Na cidade, procurou o antigo dono e relatou que a espingarda estava com algum problema.
-Mas o que foi mesmo que aconteceu?
-Eu mirei em um preá, puxei o gatilho e o bicho não morreu. Deu um pulo, gritou e saiu correndo. O que você me diz disso?
-Ora amigo, ele gritou porque dói!
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