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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

ASSIM DISSERAM ELES...

 


"Se queremos encontrar os segredos do Universo, pensemos em termos de energia, frequência e vibração."

Nikola Tesla

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

HISTÓRIAS DE FRANCISCO MARTINS NUMA CASA DE HISTÓRIAS



Nesta sexta-feira próxima, Francisco Martins estará se apresentando na Escola Municipal Edmo Pinheiro, em Parnamirim-RN.  A escola vai celebrar 7 anos da inauguração da Biblioteca que tem como patrono o escritor e ilustrador André Neves.

1⁰ SEMINÁRIO PICS -SUS TEVE PARTICIPAÇÃO DE MANÉ BERADEIRO

 O cordelista Mané Beradeiro e o seu   ajudante de ordem, o jumento Ananias, alegraram na manhã de ontem, o 1⁰ Seminário PICS-SUS - Práticas Integrativas Complementares na Saúde, que aconteceu no auditório da unidade FACEX, na avenida Deodoro, em Natal. 

Mané e Ananias foram mestres do cerimonial, apresentando os palestrantes, com estrofes poéticas, em cordel.




BALA PERDIDA

Não existe bala perdida,
Todas atingem algo:
Uma árvore, uma ave, uma alma, a vida.
O que existe é bala ardida que fere na ida
Deixando quem fica com a dor maldita
Da perda querida.
Quisera que em meus poemas a bala perdida
Fosse aquela que cai da boca da criança.

FRANCISCO MARTINS.



"UM CADERNO PARA PAPAI"

 

  Ela preparou com muito carinho, um caderno literário para presentear o seu pai. O presente começou a receber os textos em 1 de abril de 1970, tendo como solo a cidade de Ceará-Mirim-RN. Na dedicatória que ela escreveu em 2 de agosto de 1970 ( 55 anos passados) ela diz

  "...Mas tarde na sua velhice, passando as humildes folhas deste caderno lembrarás da sua filha que lhe estima"



Não são textos da sua autoria, mas sim dos livros que ela lia e sabia que o seu pai também gostaria de ler. Assim, a menina-moça, com 15 anos,  foi transcrevendo poemas de Olegário Mariano, Padre Antonio Tomaz, Manuel  Bandeira, Renato Caldas, Irene Meloneves, Heraldo Lisboa, Abílio de Almeida, Álvaro Faria, Carlos de Queiroz, Nilo Bruzzi, Ana Amélia, Beatriz de Carvalho, Felix Aires, Antonio Sá Barreto, totalizando 48 poemas e trovas.

O trabalho de copiar esse material terminou em 31 de julho de 1970, e organizadora assim escreveu:

"Papai: com esta poesia fica encerrado este caderno, o qual dedico-lhe todas as afeições filiais, é como uma recordação nunca esquecida, para quando no futuro folhea-lhes este, lembrarás sempre da sua filha que muito lhe quer;

Maria do Socorro Fernandes"

 

Este presente, hoje tão raro de ser dado a um pai, faz parte do acervo da minha biblioteca particular. A organizadora é minha irmã, a mais provecta da família, porém, é a que tem o espírito mais jovial de todos nós, os seus irmãos e irmãs.


 Francisco Martins, 2 de agosto de 2025

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

GRACINDA FREIRE, CEM ANOS DEPOIS: O SILÊNCIO ELOQUENTE DA GRANDE ATRIZ ESQUECIDA



Num país de memória frágil e cultura tantas vezes relegada a segundo plano, não surpreende que o centenário de nascimento de Gracinda Freire passe quase despercebido pelo grande público. E, no entanto, trata-se de uma das figuras mais expressivas do teatro brasileiro do século XX — uma artista completa, de formação sólida, que transitou com naturalidade entre palcos, estúdios de rádio e produções televisivas em uma era em que ser atriz exigia, antes de tudo, coragem.

Nascida em 31 de julho de 1925, Gracinda construiu uma carreira à margem do estrelato fácil, mas no centro da criação artística. Foi dessas intérpretes que jamais se renderam ao lugar-comum ou à superficialidade. Seu nome pode não habitar o panteão popular onde brilham ícones da TV ou do cinema nacional, mas entre artistas, diretores e estudiosos da dramaturgia, Gracinda é uma referência de entrega, ética e excelência.

Ela integrou o ciclo virtuoso dos anos 1950 e 60, quando o teatro brasileiro buscava sua própria identidade entre as influências europeias e os dramas sociais do país. Atuou com vigor em montagens memoráveis e foi pioneira nos teleteatros das TVs Tupi e Cultura, onde ajudou a moldar a linguagem dramática televisiva brasileira. Mais do que uma atriz, era uma militante da arte. Acreditava que o teatro era, antes de tudo, um ato político e poético.

Sua morte precoce, em 1995, encerrou uma jornada sem alardes, mas profunda. Ainda assim, a ausência de homenagens institucionais ou reedições de seus trabalhos denuncia algo maior: o quanto o Brasil se permite esquecer seus melhores intérpretes quando eles não se encaixam nas vitrines do mercado ou nas lógicas do espetáculo.

Celebrar Gracinda Freire, portanto, não é apenas um gesto de justiça histórica. É também uma forma de reafirmar que o talento, a integridade e a vocação não podem ser medidos por número de seguidores, capas de revistas ou reprises de novela. Ela representa uma geração de artistas que formaram a base da nossa linguagem cênica, muitas vezes sem os holofotes que mereciam.

No centenário de Gracinda, é urgente lembrar: o teatro brasileiro tem uma dívida com seus pilares. E são nomes como o dela que sustentam, em silêncio, a grandeza de nossa cultura. Que sua “viagem” não tenha sido em vão — e que saibamos, ainda que tardiamente, reverenciar quem nos ensinou a arte de representar com a alma.

Alex Medeiros


terça-feira, 29 de julho de 2025

CENTELHA DE CORDEL

 

Lourival Batista, o Louro do Pajeú (1915 -1992), um dos maiores poetas populares do Brasil, é o autor da sextilha abaixo:

 

Já fui duro como aço
Mas tô mole como lama
Já não posso consolar
Helena em cima da cama
O que ela gosta tá mole
Como cordão de pijama
 


VENHA FAZER PARTE DO IHGRN

 

Saiba quem são os 21 patronos das cadeiras vacantes no IHGRN; lista inclui Maria do Céu Fernandes e Café Filho
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) está com inscrições abertas para preenchimento de 21 cadeiras vacantes em seu quadro de sócios efetivos. Cada cadeira é vinculada a um patrono, figura histórica de relevância para o estado, cuja memória é preservada por meio da ocupação simbólica no Instituto.
Entre os patronos das cadeiras atualmente disponíveis, estão nomes como Maria do Céu Fernandes, Café Filho, Izabel Gondim, Oswaldo Lamartine, Januário Cicco, Onofre Lopes, Clóvis Sarinho e Oriano de Almeida, entre outros nomes de destaque da vida política, educacional, cultural e científica do Rio Grande do Norte.
Confira a lista completa dos 21 patronos:
- Maria do Céu Fernandes
- Izabel Gondim
- Café Filho
- Francisco Carlos Pinheiro da Câmara
- Tobias Flaviano do Rêgo Monteiro
- Felipe Néri de Brito Guerra
- João Dionysio Filgueira
- Luís Tavares de Lyra
- Dioclécio Dantas Duarte
- Francisca Nolasco Fernandes de Oliveira
- Gumercindo Saraiva de Moura
- Hypérides Lamartine de Faria
- Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira
- Grácio Guerreiro Barbalho
- Hélio Dantas
- Francisco de Assis Pereira
- Oswaldo Lamartine
- Oriano de Almeida
- Januário Cicco
- Onofre Lopes
- Clóvis Sarinho
As inscrições seguem abertas até o dia 7 de agosto. Podem se candidatar pessoas com atuação reconhecida nas áreas de interesse do Instituto, mediante envio de carta de intenção, currículo, indicação de pelo menos três sócios efetivos, obras publicadas e demais documentos especificados no edital.
As inscrições podem ser feitas presencialmente na Secretaria do Instituto ou por meio do formulário online: https://forms.gle/sW1ttwd6Qv6iSVUb7. O edital foi publicado na edição de 9 de julho do Diário Oficial do Estado.
O resultado será divulgado em novembro, nas redes sociais do IHGRN. A posse dos novos associados acontecerá em sessão pública e solene, durante a celebração do aniversário da instituição.


Texto: Octávio Santiago
Imagem: Maria Simões

quarta-feira, 23 de julho de 2025

CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA APROVA TOMBAMENTO DA RESIDÊNCIA DO DESEMBARGADOR THOMAZ SALUSTINO, EM CURRAIS NOVOS


Imóvel de estilo eclético, símbolo da história política e arquitetônica do Seridó potiguar, será incluído no rol de bens protegidos do Rio Grande do Norte.

O Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte (CEC/RN), por unanimidade, opinou pelo tombamento da residência que pertenceu ao Desembargador Thomaz Salustino Gomes de Melo, localizada à Praça Desembargador Thomaz Salustino, nº 134, no centro histórico da cidade de Currais Novos. A decisão foi tomada em sessões consecutivas da Câmara Técnica do Patrimônio Cultural Material, e do Pleno do Conselho, realizadas nos dias 21 e 22 de julho de 2025, respectivamente.
 A proposta de tombamento foi apresentada pela Fundação José Augusto, com base em provocação de Inácio José Salustino Soares, e contou com parecer técnico da arquiteta Aramires França, que atestou a relevância histórica, arquitetônica e cultural do imóvel. Edificada no início do século XX, a casa representa um exemplar significativo do estilo eclético, com elementos ornamentais e simbólicos típicos da arquitetura historicista, além de compor o conjunto urbano tradicional de Currais Novos.

Para o Conselheiro Antonio Gentil, relator da matéria da Câmara Técnica, o prédio é detentor de valor histórico e “possui relevância cultural e beleza arquitetônica”, o que justifica o tombamento.

Segundo o voto-vista do Conselheiro Ivan Lira de Carvalho, relator do processo no Pleno do CEC, o imóvel “é dotado de dignidade suficiente para merecer proteção pública, por encarnar valores históricos, estéticos e identitários da cidade e da região”. Destaca ainda a originalidade do projeto arquitetônico, com composição simétrica, elementos decorativos clássicos e simbologia vinculada à trajetória do proprietário — magistrado, industrial e político de destaque no Rio Grande do Norte do século XX.

Thomaz Salustino foi Deputado Estadual, Juiz de Direito, Desembargador e Vice-Governador do Estado, além de figura relevante na indústria mineral brasileira, como fundador da Mina Brejuí, maior produtora nacional de scheelita por décadas. Seu papel como articulador político e benemérito do Seridó reforça a importância da preservação de sua residência, que também se insere no núcleo urbano tradicional de Currais Novos, próximo à Matriz de Sant’Ana e a edificações centenárias.

A decisão do Conselho também prevê o encaminhamento de ofício ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, solicitando a apuração de eventual responsabilidade por alterações recentes no imóvel que possam ter comprometido sua integridade arquitetônica, em atenção ao disposto nos artigos 62 e 63 da Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais).

Com essa medida, o Conselho Estadual de Cultura reafirma seu compromisso com a valorização do patrimônio cultural do Rio Grande do Norte, fortalecendo a identidade regional e a memória coletiva das cidades do interior. O tombamento ainda será formalizado por ato administrativo próprio, a ser editado pelo órgão executivo estadual competente.

Mais informações podem ser obtidas junto à Secretaria Executiva do Conselho Estadual de Cultura, pelo e-mail ceculturarn@hotmail.com ou pelo telefone (84)98719-4534.

ELE É DOUTOR!

 Thiago Gonzaga é o editor da revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras-ANRL, desde 2014. Escritor com vários livros publicados e uma história de superação. Os seus dias trazem o tempero que a sobrevivência suplica para tornar a vida mais agradável. Desde muito cedo aprendeu a lição de que é preciso buscar os sonhos e a eles se agarrar como quem se abraça a um tronco de árvore em um leito caudaloso.


Parte da história de Thiago Gonzaga foi contada no gênero de poesia, em cordel, em texto da autoria do poeta Manoel Cavalcante, cujo título é: "O Menino Livro".

  


 Conheço Thiago Gonzaga desde quando apareceu na sede da ANRL e de lá até hoje nossa amizade é sempre solidificada, temos algo em comum que é o gosto pelos livros e a leitura. Amanhã, quinta-feira, faz exatamente uma semana que o jovem Thiago conquistou o título de Doutor em Literatura do Rio Grande do Norte, pela Universidade Federal - UFRN.


Não pude presenciar a sua apresentação, mas vibrei muito e torcia  para que ele tivesse êxito. E o resultado foi um sucesso, Thiago Gonzaga é doutor em letras.Ao Doutor Thiago Gonzaga, o meu aplauso, a minha admiração e voto de que continue buscando o melhor para sua pessoa. 

 


Leia também:

A Palavra tatuada



segunda-feira, 21 de julho de 2025

CONHECENDO UM POUCO DA OBRA NONATIANA

Raimundo Nonato da Silva

 Para escrever com segurança é preciso conhecer, e para conhecer é necessário buscar. Foi assim que o poeta Mané Beradeiro se preparou para escrever o poema em cordel “Raimundo Nonato, o filho da vitória”. Mergulhou na obra nonatiana e dela extraiu, principalmente nos livros de memórias, os tópicos fundamentais para compor o cordel.

Segue a lista os livros  e plaquetes lidos, seguindo a ordem da leitura:

Cadernos de anotações das leituras

Memórias de um retirante – Editora Universitária/Coleção Mossoroense, 2ª ed, 1987. Leitura 19 a 22 de março

de 2025

Estórias de Lobisomem (regionalismo e folclore). Rio de Janeiro, Irmãos Pongetti, 1959. Leitura 24 de março 2025

Varal das memórias – Coleção Mossoroense, 1988. Leitura 26 de março 2025.

Figuras e Tradições do nordeste. Rio de Janeiro, Irmãos Pongetti, 1958. Leitura 26 de março 2025

Quarteirão da fome. Rio de Janeiro, Pongetti, s/d. Leitura 27 e 28 de março 2025

Memórias de duas épocas: Adauto Câmara, exemplo de uma geração idealista. Mossoró no espaço e no tempo, centenário do município. Rio de Janeiro, Pongetti, 1967. Leitura 2 de abril 2025

Serra do Martins: os homens, o tempo e os fatos. Rio de Janeiro, Gráfica Olímpica Editora/ Mossoró, Coleção Mossoroense, 1978. Leitura:  3 a 10 de abril 2025

Entre sol e poeira. Coleção Mossoroense, 1987. Leitura 9 e 10 de abril 2025

Árvores de costado: histórias que a história esquece. Coleção Mossoroense e ALRN, 1981. Leitura 11 e 15 de abril 2025

Província Literária. Rio de Janeiro, Pongetti, 1953. Leitura 15 e 16 de abril 2025

Somando os dias do tempo. Rio de Janeiro, Pongetti, 1973. Leitura 22 a 25 de abril 2025

O Dia do silêncio de José Aoem Estigarriga Menescal. Coleção Mossoroense, 1988 – Leitura 8 de maio 2025

Jerônimo Rosado – uma vida com a dimensão de um século.  Coleção Mossoroense, 1987 – Leitura 8 de maio de 2025

Adauto Câmara  (Separata da revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, nº 3, 1955) – Coleção Mossoroense, 1988.  Leitura: 8 de maio 2025

A Escola de outro tempo (professores de Mossoró). Pongetti/Coleção Mossoroense, 1968. Leitura 10 a 12 de maio 2025

Vidas errantes. Coleção Mossoroense, 1989. Leitura 23 de junho 2025

À sombra dos tamarindos. Coleção Mossoroense, 1979. Leitura 26 e 27 de junho de 2025

Roteiros da Zona Oeste. Rio de Janeiro, Pongetti, 1952. Leitura 2 a 5 de julho 2025

Foram dezoito títulos lidos, além de pesquisa em jornais da época, garimpando informações e curiosidades sobre a vida e a obra de Raimundo Nonato. 


sexta-feira, 18 de julho de 2025

O FOGO DE JOSÉ DA PENHA


 
A história dessa ocorrência está contada por Câmara Cascudo: 

    "São cinzas mornas. José da Penha Alves de Souza, 1875/1914 capitão do Exército, homem de excepcional vibração intelectual, jornalista, orador, crítico literário polemista, voltou ao Rio Grande do Norte tentando interromper o ritmo das sucessões governamentais mantidas pelo partido dominante. Criou uma figura desconhecida para o povo, o tribuno político. Levou a propaganda para a rua da capital e das vilas do interior. Não era possível vencer, mas os fulgores de uma eloquência semeadora de energia construtora clarearam o próprio ambiente. Apresentou José da Penha um oficial do Exército, Leónidas Hermes da Fonseca. Foram, em 1913, meses tumultuosos que a imprensa local registra. Jamais se repetiu outra intensidade que empolgasse em tal nível o espírito coletivo. Voltando de suas incursões ao interior, doente e cansado, já descrente do seu candidato, José da Penha teve sua residência continuamente cercada, sob vários pretextos. Era o casarão em que me criei, desaparecido para dar lugar ao Grande Hotel, da Praça José da Penha.

   Na noite de 20 de julho de 1913, durante pouco mais de vinte minutos, segundo uns, uma hora, segundo outros, a cidade foi sacudida pelas descargas de armas de repetição. José da Penha, dentro de casa, com alguns amigos, não possuía recursos de reação, além de sua coragem pessoal. Apareceu uma bandeira branca e o fogo cessou. O tempo soprou nessas recordações que ainda vivem na memória popular. Uma página comum e triste só glorificadora da vítima cujo nome no local é uma resposta e um depoimento."


FONTE:  Raimundo Nonato, em "Árvores de Costado - Histórias que a História esquece" 1981, p.38

quinta-feira, 17 de julho de 2025

CENTELHA DE CORDEL

 

As águas desta cidade
Que tem nome de Belém
Lavaram a minha alma
Causaram-me muito bem.
Volto para o meu lar
Deixando nesse lugar
A nota que vale cem.

Mané Beradeiro

MANÉ BERADEIRO TERMINOU DE ESCREVER O CORDEL: "RAIMUNDO NONATO, O FILHO DA VITÓRIA"

O poeta Mané Beradeiro terminou de escrever mais um texto em cordel. O poema tem como título "Raimundo Nonato, o filho da vitória". Narra a história de Raimundo Nonato da Silva, natural de Martins-RN, que em 1919, aos 12 anos de idade sai com sua mãe e outras pessoas com destino a Mossoró, fugindo da seca.

O cordel mostra a trajetória vitoriosa desse menino, pobre, negro, analfabeto, que consegue vencer os obstáculos da existência. Um texto épico da literatura local. De  trabalhador da bagaceira, engraxate, acendedor de lampiões, jornalista, professor, advogado e por último,  magistrado, as lições de Raimundo Nonato ainda são válidas no percurso existencial do presente século.

Poema escrito no período de 29 de abril a 16 de julho de 2025, com 102 estrofes no formato de setilhas, totalizando 714 versos que estão distribuídos em seis partes: 

1ª O Menino do engenho Marizeira

2ª O Escova-botas

3ª O Mestre

4ª A Família

5ª  O Escritor e a Cultura

6ª O Relógio do Tempo

Para construir esse poema, o autor se debruçou sobre vários livros que foram escritos por Raimundo Nonato.  Finda a leitura do cordel, o leitor vai encontrar  26 referências biográficas da vida de Raimundo Nonato, além de um QR Code que levará o ledor à bibliografia de Raimundo Nonato.

O cordel-livro  vai ser lançado somente no mês de outubro, com data já marcada, para o dia  9 de outubro de 2025, às 16 h, no auditório do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte - IHGRN. E em seguida, às 17 horas, será realizada dentro do Programa "Quinta Cultural" a palestra sobre o biografado, tendo como oradores o autor do cordel e José Gaudêncio Diógenes Torquato, ocupante da cadeira que tem como patrono Raimundo Nonato da Silva.

domingo, 13 de julho de 2025

PRÊMIO BAOBÁ AO MANÉ BERADEIRO

 



O poeta e contador de histórias, Mané Beradeiro, foi agraciado com o prêmio nacional Baobá. A entrega desta 9ª edição aconteceu na cidade de Belém-PA.


O local da cerimônia foi o iate Boreli, que navegando nas águas do Rio Guamá, levou os agraciados para um lindo passeio entre as ilhas e a cidade de Belém.

Mané Beradeiro é o primeiro no Rio Grande do Norte a receber esse prêmio. Sua ida foi possível  porque familiares, amigos e amigas contribuíram para as despesas da viagem. 

No momento que foi chamado para receber  troféu Baobá e o certificado da premiação, o poeta agradeceu a Deus e lembrou os momentos vividos ao longo deste período de 2009 a 2025.



PRÊMIO BAOBÁ VAI AGRACIAR CONTADOR DE HISTÓRIA DO RN


Francisco Martins também conhecido pelo nome artístico de Mané Beradeiro, viajará amanhã, quinta-feira, dia 10 de julho, com destino a Belém-PA, onde vai receber o Prêmio Baobá, considerado o Oscar dos Contadores de História.

Mané Beradeiro foi indicado para esse prêmio por causa do seu profícuo trabalho como contador de histórias, no formato de oralidade e também pelas histórias contadas nos seus folhetos de cordel. Desde 2009 que ele anda pelas escolas e outras instituições mostrando o quanto é bom ouvir histórias e  aprender sobre nossa cultura. Em 2010, ele começou a escrever cordel e desde então tem se aprimorado nesse gênero literário, com uma produção atual que se aproxima dos 70 títulos.

O prêmio Baobá é nacional e a cada ano a premiação acontece numa capital  escolhida previamente, a 9ª edição vai ser em Belém. Mané Beradeiro é o primeiro poeta e contador de histórias do Rio Grande do Norte a receber esse prêmio. Sua ida está sendo custeada pela ajuda recebida de amigos, amigas e familiares. A entrega acontecerá dia 12 de julho.



segunda-feira, 7 de julho de 2025

CONHECENDO MAIS DA VIÚVA MACHADO

 

O tema Viúva Machado está na moda desde que Elza Cirne lançou no mês passado o livro biográfico sobre essa mulher, tão importante à nossa História.
No Palácio Potengi está havendo uma exposição sobre a viúva que irá até o final do mês.
Lá é também possível adquirir o livro (R$ 80,00). Dia 12, mais um evento para enriquecer conhecimento sobre a biografada. Roda de Conversa com assuntos relevantes em torno da história e da lenda, vestimentas que ornaram   a existência da Viúva Machado. Vale a pena conferir.

"BOLETIM INFORMATIVO" - UMA OFICINA DE REDAÇÃO

No dia 8 de maio de 2025, eu tive a alegria de tocar em um jornalzinho muito significativo à minha vida profissional. Refiro-me ao "Boletim Informativo da Arquidiocese de Natal",  onde vivi minha primeira experiência de trabalho.

Dom Nivaldo Monte
Ali, no antigo prédio, da esquina da rua Açu com a avenida Floriano Peixoto, ficava a sede administrativa da Arquidiocese de Natal. Em 1982 eu comecei a trabalhar na função de Assessor de Imprensa. Servi ao Governo Pastoral de Dom Nivaldo Monte, depois de Dom Alair Villar.

Dom Alair Vilar

Foi um momento muito importante em minha vida. Redigia, datilografava e expedia, o principal veículo informativo da Igreja potiguar. Nele, o rebanho pastoral ficava ciente do que acontecia na Igreja da Arquidiocese, desde as agendas dos arcebispos, do Bispo Auxiliar Dom Antonio Soares Costa, divulgando também as ações dos sacerdotes e os trabalhos das religiosas e dos leigos, além dos  realizados pelo Serviço de Assistência Rural-SAR, Movimento de Educação de Base-MEB, Serviço de Assistência Urbana-SAUR, etc.

Dom Costa

O boletim circulava todo final de semana, sendo distribuído às sextas-feiras para todas as paróquias, além das redações dos jornais impressos, estações de rádios e televisões. Era a voz escrita da igreja local. Simples, mas eficiente. Tiragem de 2.500 exemplares, mimeografado, estêncil à óleo, pelo senhor Agenor.




Todo o boletim não tinha mais do que  4 páginas ( uma folha de A4 dobrada ao meio). A última página era o editorial, o texto mais longo do boletim, reservado para opinar sobre assuntos que careciam de uma explanação maior. Esta página era a única que não escrevia, sempre foi feita  por Dom Nivaldo Monte, Dom Costa, Dom Alair, O Doutor Otto Guerra e outros convidados, porém o texto nunca era assinado, salvo nas mensagens de Páscoa e Natal.

Não sei afirmar até quando circulou o jornalzinho "Boletim Informativo", mas posso assegurar que foi uma grande escola na minha formação de escritor.  As aberturas de letras eram feitas por Geraldo.

Foi uma manhã de emoção, poder tocar em algo tão importante na minha vida, fruto do meu primeiro emprego, nos idos de 1982, 1983, 1986 a 1990.



sexta-feira, 4 de julho de 2025

DUDÉ VIANA O ANDARILHO DAS CANÇÕES

O Café com Cordel deste sábado [05/7] apresenta: Dudé Viana, O Andarilho das Canções.

Um convite direto do coração da Casa do Cordel em Homenagem aos 75 anos de vida desse cantador popular.

Vai lá viver uma manhã repleta de poesia, música e afeto.

Não esqueça de levar seus versos, sua voz, sua alegria — o microfone é livre, o abraço é aberto e o riso é garantido.

Sarau poético livre
 Café colaborativo — contribua com alguma comidinha gostosa!

É encontro, é arte, é aconchego.
Porque poesia compartilhada tem mais sabor!

Se liga na Agenda

5 de julho (sábado)
 Casa do Cordel [Centro Histórico de Natal/RN]
 Das 9h às 13h

https://foque.com.br/cafe-com-cordel-especial/

OS HERÓIS POTIGUARES DE CANUDOS, "A TROIA DE TAIPA"





 O Rio Grande do Norte participou da guerra de Canudos, com  o 34º Batalhão de Infantaria do Exército, que era sediado aqui em Natal. A tropa partiu no dia 29 de março de 1897. O retorno se deu em 4 de janeiro de 1898. Naquelas terras, o sangue de 41 potiguares regou o solo de Canudos. Foram estes os nomes dos homens:

Antonio Augusto Torres Galvão
Antonio Augusto Simonetti Barbalho
Afonso Costa
Antonio Francisco da Silva
Anselmo Mariano
Argemiro Bezerra Jacinto
Balbino Cabral de Souza
Celso Avelino da Costa Rego
Domingos Jorge da Silva
Euclides Celestino Baracho
Felinto de Gomes da Silva
Francisco Baracho
Francisco Cypriano Gomes da Silva
Francisco Pereira do Valle
Galdino José da Cruz
Gerôncio Fernandes Lima
Hortencio Marcolino
João Batista de Oliveira
João Felinto de Figueredo
João Isidoro
João José da Costa
João Fagundes da Silva
Joaquim Alves Feitosa
Joaquim Antonio dos Santos
Joaquim Emílio
Joaquim Ferra de Castro
José Arcanjo de Oliveira
José Francisco de Souza
José Henrique Guarida
José Manoel da Silva
José Maximiano
José Pereira de Freitas
José Rafael de Moura
Justiniano José da Fonseca
Luiz José Joaquim
Manoel Antonio Camilo
Manoel Ascendido de Lima
Manoel Francisco do Nascimento
Manoel Geminiano de Souza
Paulino José de Maria
Tobias Barbosa de E. Santos

  
Fonte:"Vidas Errantes", Raimundo Nonato. Coleção Mossoroense, 1989. Série C. Volume 956.  "Canudos, a troia de taipa", p.28 a 30.

Imagem <https://www.historiailustrada.com.br/2014/06/fotos-da-guerra-de-canudos.html> Visualizada em 2 de julho de 2025.


sexta-feira, 20 de junho de 2025

CENTELHA DE CORDEL - FEIRA DO CORDEL POTIGUAR

 

Mossoró é um roçado
De cultura infinita
Um Éden da liberdade
De História inaudita
O cordel sempre presente
Alegrando nossa gente
Bom saber possibilita.

Mané Beradeiro