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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: FRAGMENTOS DE ÉBANO


       
         Ébano é uma árvore de madeira escura, pesada e muito resistente. Usando esse nome, o escritor Roberto Noir lançou em novembro de 2010 o livro de poesia Fragmentos de Ébano.
                O livro traz 22 poemas que foram escritos em sua maioria no ano de 2010. Fiz a leitura tentando compreender o eu lírico presente em cada poema.  Vi que ele,  quando está demasiadamente cansado, desgastado, deita e relaxa ( O  Refúgio, p.17) e se o poeta não permite que os sonhadores os recrute, é porque ele tem  suas próprias razões, arma-se, defende-se,  apoiando-se no que chama de sonhos indestrutíveis (Destruidor de Sonhos, p.6).  O poeta vai se escondendo no eu lírico e neste jogo, é preciso muita sutileza para discernir  sua produção literária. Ele não é fácil, não se dá abertamente ao leitor, exige que façamos explorações. 
                Se na vida cotidiana o autor se declara ateísta, salvo engano, aqui,  o eu lírico é convidado a servir de interlocutor entre as almas e o mundo (Espiritismo, p.9). Estaria em março de 2010 o escritor vivenciando alguma experiência mística? Quem poderá  responder ao poeta de onde veio a rosa? Rosa que o feriu, que assinala com sangue todo caminho por ele traçado, mas que dela se liberta e não teme abraçar outras ( Indagações acerca da rosa, p.12 e 13). O próprio poeta manifesta o desejo de  uma vida de paz, quando propõe ao eu lírico uma purificação póstera no mais profundo abismo, o Hades ( Purgatório, p.19).
                Diria mais, muito mais sobre a poesia de Roberto Noir, mas se não o faço é porque quero também despertar nos meus leitores a curiosidade de ir beber no livro Fragmentos de Ébano, uma leitura tão forte quanto a própria árvore que emprestou seu nome ao opúsculo.
Conheça mais sobre Roberto Noir visitando seu blog:http://castelodeebano.blogspot.com.br/
               

Um comentário:

  1. Muito boa a sua análise, gostei muito, parabéns! Só uma correção: não sou ateu, sou considerado agnóstico. Muito obrigado por sua atenção e por dispender seu tempo para analisar e escrever sobre meu trabalho.

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