Ébano é uma árvore de madeira escura, pesada e muito resistente. Usando esse nome, o escritor Roberto Noir lançou em novembro de 2010 o livro de poesia Fragmentos de Ébano.
O
livro traz 22 poemas que foram escritos em sua maioria no ano de 2010. Fiz a leitura
tentando compreender o eu lírico presente em cada poema. Vi que ele,
quando está demasiadamente cansado, desgastado, deita e relaxa ( O Refúgio, p.17) e se o poeta não permite que
os sonhadores os recrute, é porque ele tem
suas próprias razões, arma-se, defende-se, apoiando-se no que chama de sonhos
indestrutíveis (Destruidor de Sonhos, p.6).
O poeta vai se escondendo no eu lírico e neste jogo, é preciso muita
sutileza para discernir sua produção
literária. Ele não é fácil, não se dá abertamente ao leitor, exige que façamos
explorações.
Se
na vida cotidiana o autor se declara ateísta, salvo engano, aqui, o eu lírico é convidado a servir de
interlocutor entre as almas e o mundo (Espiritismo, p.9). Estaria em março de
2010 o escritor vivenciando alguma experiência mística? Quem poderá responder ao poeta de onde veio a rosa? Rosa
que o feriu, que assinala com sangue todo caminho por ele traçado, mas que dela
se liberta e não teme abraçar outras ( Indagações acerca da rosa, p.12 e 13). O
próprio poeta manifesta o desejo de uma
vida de paz, quando propõe ao eu lírico uma purificação póstera no mais
profundo abismo, o Hades ( Purgatório, p.19).
Diria
mais, muito mais sobre a poesia de Roberto Noir, mas se não o faço é porque
quero também despertar nos meus leitores a curiosidade de ir beber no livro Fragmentos
de Ébano, uma leitura tão forte quanto a própria árvore que emprestou seu nome
ao opúsculo.
Conheça mais sobre Roberto Noir visitando seu blog:http://castelodeebano.blogspot.com.br/
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Um comentário:
Muito boa a sua análise, gostei muito, parabéns! Só uma correção: não sou ateu, sou considerado agnóstico. Muito obrigado por sua atenção e por dispender seu tempo para analisar e escrever sobre meu trabalho.
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