Eu sonhava talvez. Talvez sonhando
Estivesse nessa hora abençoada,
Em que do céu, tranquila, a vi baixando
Por uma grande e luminosa escada.
Havia em tudo as silenciosas mágoas
Das noites de luar ... Pálida e nua,
Vagava pelo céu a branca lua
Tremendo toda no bulir das águas ...
Vendo-a nem vi os ásperos abrolhos
Em que meus pés iam sagrando.... E vi-a
Nessa atitude de quem ama, os olhos
Claros e azuis postos nos meus...E ria ...
Não sei que vago sonho, que ventura
De amor sonhei naquele olhar celeste...
Vi-a envolvida numa fina veste
De vaporosa e imaculada alvura.
Desde o dia em que a vi, não sei que estranha
Felicidade me acalenta e acalma;
Vejo-a ao meu lado, sinto-a dentro d'alma;
Ela por toda parte me acompanha.
Hei de encontrá-la ainda uma vez; mas onde?
Em que plaga risonha, em que infinita
Pátria encantada essa visão habita
Que à minha voz saudosa não responde?
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