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domingo, 31 de outubro de 2021

AS 10 MELHORES NOVELAS DO SECULO XX NA LITERATURA POTIGUAR

 


Thiago  Gonzaga e Manoel Onofre Jr dois nomes que bem conhecem a literatura produzida aqui no Rio Grande do Norte concordam  que as 10 melhores novelas da literatura potiguar do século XX  em ordem alfabética são:

1)  Agora Lábios Meus Dizei e Anunciai, de Inácio Magalhães de Sena

2)  Cabra das Rocas, de Homero Homem

3)  Crônica  da Banalidade, de Carlos de Souza

4) De Como se Perdeu o Gajeiro Curió, de Newton Navarro

5) O Dia em que a Coluna Passou, de Eulício Farias de Lacerda

6) Os Enteados de Deus, de Fagundes de Menezes

7) Geração dos Maus, de José Humberto Dutra

8)  Palavra Manchada de Sangue, de Francisco Sobreira

9) O  Que Aconteceu em Gupiara, de Bené Chaves

10) Temporada de Ingênios, de João Batista de Morais Neto.

Thiago Gonzaga é estudioso e pesquisador da Literatura Potiguar, Mestre em Literatura Comparada pela UFRN, Editor da Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras - ANRL.  Manoel Onofre Jr é Acadêmico  e Diretor da Revista da ANRL, Ambos têm diversos livros publicados.


ASSIM DISSERAM ELES ...




 "A mentira arranha, a verdade dói profundamente"

Mauro Mota

sábado, 30 de outubro de 2021

OS PEQUENINOS OUVEM AS HISTÓRIAS QUE NUTREM CORAÇÕES

 









Hoje à tarde, Francisco Martins contou histórias para os pequeninos, dentro da programação da I Semana de Arte Evangélica. O evento congrega vários artistas de outros segmentos e acontece no templo da Igreja Eterna Aliança, bairro Boa Esperança, em Parnamirim.






NOITE DE CULTURA EM PARNAMIRIM

 





A cidade de Parnamirim começou ontem a I Semana de Arte Evangélica, com música, dança, palestra, poesia e humor. Mané Beradeiro fez uma apresentação onde contou estórias de Miltomar, o doido crente, doido por Jesus.

À tarde, o Mané Beradeiro terá às 15 h sua oficina de contação de histórias voltada para os pequeninos.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

PROJETOS CULTURAIS APROVADOS PELA LEI CÂMARA CASCUDO

 A Comissão Estadual de Cultura - Lei Câmara Cascudo, da Fundação José Augusto aprovou  o seguintes projetos culturais, ficando os proponentes autorizados a captar recursos, sob a forma de patrocínio, para a  concretização dos mesmos. Literatura, Cinema, Artesanato, Artes Cênicas, Música, Artes Plásticas,  Fotografia e outros. 

LITERATURA:  À luz do luar -  Cia Pão Doce de Teatro - Mossoró - R$ 99.842,00;  Caravana de Escritores Potiguar - Thiago Gonzaga - Natal - R$ 150.000,00;  Cartas para Diogo do Céu -  Gabriela Santos Damas - Natal - R$ 49.984,00, Festival Literário de Gostoso - São Miguel do Gostoso -  Juriti Produções - R$ 218.090,00 

Quem desejar conhecer todos os projetos aprovados é só clicar aqui: projetos aprovados



segunda-feira, 25 de outubro de 2021

REVISTA DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS

 Agora, em outubro,  chegou a edição nº 68, referente ao trimestre  julho a setembro de  2021. Ela é  a Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras,  com setenta anos de publicação. Surgiu quando a Academia tinha quinze anos, em 1951, sendo o Presidente Paulo Viveiros e o Diretor da Revista Nestor Lima. De lá para cá, a Revista passou por várias batalhas, venceu todas e desde a edição nº 38 ( janeiro a março de 2014) que ela  passou a ser trimestral.

Não há no Brasil nenhuma Academia de Letras que tenha uma revista com essa periodicidade. Voltada para literatura do Rio Grande do Norte, tendo à frente o Diretor Acadêmico Manoel Onofre Jr e o Editor Thiago Gonzaga, a Revista da ANRL é o que há de mais belo na  história da instituição, que desde 8 de novembro de 1984 vem sendo presidida pelo Acadêmico Diógenes da Cunha Lima.

Sou leitor e colecionador da Revista. Tenho praticamente todas as edições. Quando eu leio os textos sinto-me como participante de um bom banquete. Alimento-me ali e aprendo muito sobre os escritores locais, sejam eles imortais ou não, bem como conheço a produção literária.  Com eles é possível ter um cardápio de boas opções  distribuídas nos gêneros de artigos/ ensaios, contos/crônicas, poesia, discursos, etc. É bem verdade que há alguns Acadêmicos que contribuem de forma gota a gota, mas também existem os que são mais constantes. E assim, que seja como filete ou rio, a Revista da ANRL vem mantendo seu curso perene. Inegavelmente, a história da literatura potiguar tem importantes registros nas páginas dessa Revista. 

No ano de 2018, no mês de dezembro, organizei "Autores e Assuntos na Revista da ANRL - 1951 - 2018". Um livro publicado com o selo da Carolina Cartonera, sendo a arte da capa feita pelo Acadêmico Iaperi Soares de Araújo. A tiragem foi apenas de 100 exemplares e recebi apoio da instituição. Nessa pesquisa eu trago os nomes de todas as pessoas que escreveram na revista, bem como o título do artigo, o gênero, a edição na qual foi publicada e a página. Um material que segundo tenho ouvido de Thiago Gonzaga , Manoel Onofre Jr, Vicente Serejo e outros, é uma fonte de consulta  muito importante.

É hora de lançar a 2a edição revista e atualizada, desta feita  vindo até a próxima tiragem 69  que vai abarcar o período de 1951 a 2021. Estou trabalhando nisso. A edição nº 68 tem trinta e um textos, dos quais vinte são de autoria dos Acadêmicos. Que bom! A participação deles ultrapassou 64%

Como sempre, a Revista está encantadora. Nesse número  tem muitos textos bons. Quero ressaltar os que tratam sobre Câmara Cascudo, os que fazem referencias aos centenários de nascimento  dos acadêmicos já falecidos: Aluízio Alves e Veríssimo de Melo, o canto de louvor que escreveu Clauder Arcanjo ao seu amigo Paulo de Tarso, o artigo de Leide Câmara sobre o sambista Raymundo Olavo de Souza, natural de Maracajaú-RN, etc. A arte da capa é de Assis Marinho.

É uma revista para ser lida de maneira silenciosa e se possível com um bom vinho verde à altura da mão.

Francisco Martins
25 de outubro 2021


GOVERNO DO ESTADO OFERECE 10 VAGAS PARA A FENEARTE

A Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social – SETHAS, por intermédio do Programa do Artesanato do Estado do Rio Grande do Norte - PROARTE, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) na Portaria nº 1.007/2018, torna público o processo de seleção de interessados em participar da 21ª Feira Nacional de Negócios do Artesanato,  cujo edital pode ser lido no link: FEIRA DE ARTESANATO.


A FENEARTE vai acontecer de 10 a 19 de dezembro de 2021, no Centro de Convenções de Pernambuco - Olinda/PE. O edital acima oferece dez vagas, sendo sete para pessoas físicas e três para entidades representativas.

SERRINHA - UM TOMBAMENTO QUE PARECE NÃO TER FIM

 


A 90 quilômetros de Natal fica a cidade de Serrinha,  município com uma população estimada em 6.128 pessoas.  Uma pequena cidade com um problema que parece não ter fim, que é o tombamento do monólito que deu nome ao lugar. A iniciativa partiu de um grupo de cidadãos, preocupados com a exploração que vinha sendo feita naquele bem natural, através de uma empresa de indústria e comércio, mobilizou-se e  fundou em 29 de maio de 2001, a Comissão Municipal de Serrinha pela preservação da Serra -COMSERRA.

Em junho de 2001, a COMSERRA , que então tinha como Presidente Fábio Barbosa de Oliveira, pediu ao IDEMA que fosse cassada a licença de operação da empresa, que estava destruindo  o principal cartão postal da cidade. A  batalha continuou, e em 5 de março de 2013, já na gestão de José Genilson de Oliveira Souza, a COMSERRA entrou com um pedido de tombamento junto a Fundação José Augusto-FJA, tendo o apoio de 960  pessoas, através de Abaixo-assinado. O  Processo (47959/2013-2) tramitou  e em 4 de dezembro de 2018, o Conselho Estadual de Cultura, em sessão plenária, aprovou o tombamento. Mesmo assim, o registro ainda não foi  reconhecido pelo Governo do Estado e mais uma vez o assunto volta a ser discutido em sessão do CEC/RN, nesta terça-feira, 26 de outubro de 2021. Uma luta que  já tem 20 anos.

AVISO

 Comunico que estou sem celular desde sábado pela manhã.  Contato comigo apenas pelo e-mail: franciscomartinses@gmail.com

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO

O Distrito de Dom Marcolino Dantas é um celeiro de personagens e histórias hilárias.  Vou narrar uma, mudando o nome do protagonista.  Vou chamá-lo de Lourival, e já adianto que se por acaso tiver por lá um homem com esse nome, não foi com ele que se deu tal fato.

Lourival  foi para Natal  fazer um exame de próstata. Conseguiu ser atendido no Hospital Universitário Onofre Lopes. No dia da consulta, ao entrar na sala, Lourival se depara com o médico e mais quatro estudantes de medicina. O médico conversa com ele e os estudantes vão acompanhando o diálogo. Depois de alguns minutos o médico diz que é preciso fazer o toque retal.  Lourival acata a ideia depois de ser convencido de que é muito importante esse exame.


Feito os preparativos  e estando pronto, o médico veste a luva, lubrifica o dedo e rapidamente faz o toque. Até aí tudo bem. O pior é que cada estudante também quis ter a experiência. Foi o primeiro, o segundo e quando o terceiro já se aproximava, Lourival gritou:

-Parando por aí! Vocês tão pensando que aqui é interruptor para todo mundo meter o dedo?




segunda-feira, 18 de outubro de 2021

HUMOR DE MANÉ BERADEIRO

 

No tempo que imperava a palmatória e o professor a usava sem receio aconteceu esta história.
Professor ao aluno:
- B e bi (Bi) guê o gô (go) dê é dé (de) forma qual palavra?
O aluno nervoso respondeu sem pensar:
- melancia!
- menino rude! Dê-me a mão.
E a palmatória cantou.

Mané Beradeiro

18 de Outubro 2021



COMENTANDO MINHAS LEITURAS: PUSSANGA - MOLDURA DO BRASIL AMAZÔNICO

 "Pussanga" é o título de um dos livros de Peregrino Jr, escritor potiguar, que foi membro e Presidente da Academia Brasileira de Letras-ABL e da Academia Norte-rio-grandense de Letras, além de outras instituições. As histórias de "Pussanga" são lendas, superstições, costumes, ofícios laborais do homem que vivia  na Amazônia, no segundo decênio do  século XX.

Peregrino Jr

O livro foi premiado em 1929 pela ABL e recebeu tradução para vários idiomas. "Pussanga" é sinônimo de medicamento caseiro, conforme vemos no conto de abertura Garrafada Indígena: "nessa pussanga, tem infusão de muyrakitan".

Escrevo sobre livros antigos porque muitos leitores sequer sabem da existência deles. E é sempre bom lembrar que livro novo é todo aquele que ainda não foi lido. Em "Pussanga, Peregrino Jr nos leva a Belém (PA) onde vamos encontrar José Caruana e Vicente Dória, numa tentativa de sociedade comercial. Isso no primeiro conto já citado acima. Na sequência, em Areia Gulosa temos Antonio e Josino, o primeiro, nordestino de Catolé do Rocha (PB), o outro de Óbidos (PA). O conto tem como local a fazenda "Boa Esperança", do Coronel Zé Júlio. Ali veremos a força do trabalho e a ingratidão de uma mulher, bem como a prática da entrega de terra para cultivo em troca de uma percentagem (10%) ao proprietário.

Quando o leitor correr os olhos pelo conto "Carimbó" vai encontrar o nonagenário Zé Vicente, escravo que sabe muito sobre a presença do negro no Amazonas. Através dele conheceremos o Quilombo de Trombetas e a sua organização política, econômica e cultural.  " No ritmo do Carimbó dançando a dança negra os negros velhos recordam as senzalas tristes".

Geralmente os escritores têm uma história dedicada à beleza da mulher. Peregrino Jr não fugiu a  regra e deu formosura e curvas a "Feitiço", o nome pelo qual era conhecida a linda criada do Coronel  Rodopiano. A cabocla descrita por Peregrino Jr é sem sombra de dúvida o protótipo literário do que mais tarde iremos conhecer em "Dona Flor", personagem de Jorge Amado. "Tinha bom cheiro de carne morena, mas nela havia também a maldição". Qual seria essa maldição? Vale a pena conhecer Feitiço, um conto que mostra a saga de uma jovem mulher, lutando pela vida, numa rota de sobrevivência que se passa entre Belém(PA) até o Rio de Janeiro.

No centro do livro temos o conto "O Putirum dos Espectros"  no qual o autor vai mostrar a forma de sobrevivência de uma família pobre, através da prática da barganha. No sexto conto "O Sobejo da Cobra Grande" temos um jogo de ciúmes entre Leôncio e Luizinha, adolescentes. Ele capaz de realizar grandes gestos de coragem por amor a ela.

"Recordações da Madeira- Marmoré" é o único texto nesse livro, no qual a narrativa está na primeira pessoa. Pode ser um conto, mas há traços de ser uma crônica. O autor relata sua estada de três meses em Guajará-Mirim, fronteira com a Bolívia.

No oitavo conto, o leitor mais uma vez terá um encontro com a cultura machista que imperava naquela região, fazendo da mulher um mero instrumento, um objeto de prazer. "Ladrão de mulheres" trata disso e muito mais. Já no "O Espritado" a temática é a crença de que não se deve fazer esforço laboral nos dias grandes da Semana Santa. Zeferino foi caçar e  "ficou possuído de uma mau espírito! Sabe como é? Espritado, patrão".

E a viagem vai terminar no décimo conto "A Fogueira de Guajará". Nele tudo acontece num ambiente de festa junina, em Guajará, reinado do Coronel Antonio Gomes, rico e solteirão que tem como filosofia: " Não se deve fazer a vida pior do que ela é". Que pode uma curiboca fazer na vida de um cinquentão? Deixarei para o leitor buscar a resposta.

E assim fica resenhado "Pussanga", livro de Peregrino Jr, lançado em 1929 quando ele tinha 31 anos. A segunda edição veio em 1945 e a terceira em 1948. Peregrino Jr nasceu em Natal no dia 12 de março de 1898 e faleceu aos 85 anos, no dia 23 de outubro de 1983.

Francisco Martins
18 outubro 2021





segunda-feira, 11 de outubro de 2021

LEITURINO ESTARÁ AMANHÃ COM AS CRIANÇAS NA IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR, EM FELIPE CAMARÃO


 A Igreja do Evangelho Quadrangular, no bairro Felipe Camarão, em Natal-RN, celebra amanhã à tarde, O Dia das Crianças. Preparou com muito carinho um evento destinado aos pequeninos. "SIGA-ME!" É o tema do encontro. Como acontece em outras ações, a Igreja sempre convida o Palhaço Leiturino para abrilhantar o momento. Desta vez não será diferente. O palhaço vai comemorar com as crianças os seus 12 anos de atividades no mundo do riso. Na pauta: parlendas, piadas, Palavra de Vida, afinal "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Lucas 21:33).

domingo, 10 de outubro de 2021

A REZADEIRA CREUZA BATISTA

     


    Carminha passou a noite sem dormir. O motivo foi uma dor aguda que ela estava sentindo, começava no ouvido esquerdo, descia para a garganta e subia para os olhos. Foi uma noite agoniada.

Mal o dia amanheceu a mãe de Carminha mandou o irmão ir à casa de Dona Creuza, a rezadeira mais conhecida daquela região. Quando ela soube do acontecido com Carminha, disse ao portador: “Vou botar o café de João e daqui a pouco eu chego lá”.

Assim disse e assim fez. No caminho colheu algumas folhas de pinhão roxo. Isso era indispensável no seu ofício de rezadeira.

−Bom dia!

− Pode entrar Creuza. Carminha tá lá no quarto, a bichinha nem quis tomar o café.

Dona Creuza entrou naquele quarto e viu Carminha encolhida e coberta com o lençol de saco de algodão.

− Sente fia, não é bom receber a reza deitada.

A menina-moça sentou com muito esforço. Dona Creuza perguntou o que ela sentia, à medida que Carminha falava, a rezadeira catalogava os santos.

−Tenho dor nos olhos

−Santa Luzia desce pra cá

−A garganta muito inflamada

− São Braz venha também

−Meu ouvido esquerdo lateja demais

Aí Dona Creuza ficou em silêncio tentando lembrar quem invocaria. Poucos segundos depois ela tinha duas opções: São Francisco de Sales e Santo Agostinho. Qual escolheria? Optou por São Francisco de Sales.

−Chico de Sales não demore chegar.

Dona Creuza tinha intimidades com os santos da sua preferência. Uma vez feita a convocação deu-se início o ritual da reza. Fez o Pelo Sinal, o Sinal da Cruz e com os ramos de pinhão roxo na mão direita tocava levemente na cabeça, umbigo, ombros esquerdo e direito de Carminha, inúmeras vezes, enquanto pronunciava as palavras da sua reza:

Iam Pedro e João a caminho de Jerusalém, quando se depararam com Santa Luzia.

“Pra donde vai Luzia Santa?” Perguntou Pedro.

“Vou curar a menina Carminha que sofre de dor nos zóios”. Pai Nosso e Ave Maria, seja noite ou seja dia dai a cura a Carminha.

 João disse a Luzia:

“Leve pinhão roxo pra benzer a tal menina. Vá depressa oh Luzia acabar com agonia que ela veja Jesus Cristo nesta sua travessia”.

Creio em Deus, o Pai Eterno

No seu filho, o Redentor

Creio no Espírito Santo

Do amor revelador.

 

Enquanto Creuza rezava e tocava Carminha com as folhas, essas iam ficando murchas.

 

     Na estrada desta vida

     Encontramos muita dor

     Mas também temos a Graça

     Dada por Nosso Senhor

     De curar toda mazela

     Vem São Braz levar Carminha

     Ao Poço de Jacó

     Dai-lhe água tão bendita

     Curai dela a garganta

     Dai-lhe força sacrossanta …

   Aqui Carminha interrompeu Dona Creuza

   −Eu não quero ir para o Poço de Jacó!

       Toda dor que nós sentimos

                Já sentiu Jesus na Cruz

                Sete selos do destino

                Tem homem, mulher e menino

               Vinde São Francisco de sales

                Com o poder de Jesus

               Curar a dor de Carminha

               Neste ouvido inflamado

               Devolver para a menina audição

               recuperada. Salvem os Santos da Igreja,

               Salvem Braz, Salve Luzia, Salve Francisco de Sales

               Na manhã de cada dia.

               Em nome de Jesus. Amém!

         Quando Creuza terminou a reza, as folhas do pinhão roxo estavam todas murchas. Deu água a Carminha e fez algumas recomendações.

         Ao se despedir, lembrou a frase que gostava de falar: "É na doença que o santo vale mais”.

 

Mané Beradeiro

08 de outubro 2021

  

     

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A PRAÇA É DO CORDEL







Estação do Cordel retorna atividades presenciais com o “Cordel na Praça”


Nesta sexta-feira (08) e sábado (09), o Ponto de Memória Estação do Cordel, retornará a realizar as suas atividades presenciais. O Cordel na Praça traz uma programação genuína, como exposição de cordéis, exposição de xilogravuras de Jefferson Campos, exibição do documentário ‘Mulheres Cordelistas na Cena Potiguar’, Feira do Cordel promocional, música e muita arte.


Seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19, as atividades culturais serão realizadas ao ar livre, na Praça Padre João Maria, no Centro histórico de Natal/RN. De acordo com a organização, o evento estará expondo toda a produção adquirida com os recursos da Lei Aldir Blanc.


Confira toda a programação do Cordel na Praça:


Sexta-feira: 08 de outubro de 2021


18 h – Mostra do Cordel na Praça – Exibição do documentário ‘Mulheres Cordelistas na Cena Potiguar’
19:30 – DJ Vinícius Soares– ao som do toque da terra


Sábado: 09 de outubro de 2021


8:30 – Café com poesia aberta aos poetas presentes
Exposição de xilogravura de Jefferson Campos
9 h – Fernandinho no toque da viola
10 h – A hora de Cláudia Borges
12 h – Lançamento do Livro – Inácio da Catingueira – O pandeiro da liberdade de Irani Medeiros com participação especial de Caio Padilha
13 h – A poética de Jadson Lima
14 h – Roda de Cordel com @s poetas (momento aberto aos poetas presentes)
15 h – Bando Fabião
16 h - O Cortejo do Boi Misterioso
17 h - Choro do Caçuá - Carlos Zens

terça-feira, 5 de outubro de 2021

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: NA BODEGA DE DONA MARGARETH

 

"As Bodegas da Rua do Patu e outras histórias" é o segundo livro de Margareth Pereira, desta vez no estilo de contos e crônicas. Lançado em 2018, tem o selo da Editora CJA e em suas 71 páginas há 17 histórias que nos chamam à reflexão da vida.

A prefaciadora, Professora Doutora Cláudia Santa Rosa, escreve: "Há livros que a gente se apega, identifica cheiro, cor, gosto ...Em seus escritos, Margareth deixa todas as pistas de um vasto repertório, forjado nas memórias de várias épocas".

E foi com este norte que eu entrei nos escritos da autora Margareth Pereira. A linha do desenvolvimento exposta por ela contém vários cenários, alguns têm a geografia bem definida (Ceará-Mirim), e outros, não revelada.

Margareth Pereira

Margareth Pereira nos põe diante de uma grande tela, em branco. Deixa ao nosso alcance tintas variadas e pinceis de modelos diferentes. Com sua escrita, sua vivência e criatividade nos convida a pintar nessa tela as imagens das histórias.

É bem verdade que as ilustrações de Júlio Siqueira já fazem parte do trabalho, mas não custa fazermos a nossa também.

Os contos e as crônicas pegam o tempo e o  ontem e o hoje se mesclam. Margareth Pereira nos transporta à rusticidade dos balcões das bodegas, faz a gente ter encontros com crianças vestidas de solidão, reforça a máxima de que "o amor não passa", nos surpreende com o final do  conto  "Entalo", traça analogias do comportamento humano com alguns animais, rega sementes de amor em corações adolescentes, indaga o porquê daquela vida sem cor e sem sabor e escreve outras histórias.

Tudo isso encontrei na Bodega de Dona Margareth. Vá lá você também!

Francisco Martins
05 de outubro 2021


domingo, 3 de outubro de 2021

PÉROLAS DOS BASTIDORES DA LITERATURA POTIGUAR

Vingt-un Rosado

 Certa vez o jornalista Vicente Serejo escreveu para Vingt-un  Rosado: "Meu caro Vingt-un Rosado; recebi seu bilhete. O título do livro de Cascudo é "Informação de História e Etnografia". Não tenho o exemplar. Assalte, imediatamente, o poeta Diógenes da Cunha que tem a segunda edição. Faça a terceira que só voismicê é capaz disto."

Vicente Serejo
Vingt-un procurou o poeta Diógenes e dele recebeu o seguinte bilhete: "Tenho. E empresto desde que cuide do livro como Dona América cuida de você".

Diógenes da Cunha



sexta-feira, 1 de outubro de 2021

UM LUGAR ESPECIAL

 Se existe um lugar neste mundo  no qual eu quero ser lembrado, é sem sombra de dúvidas,  o espaço das bibliotecas. Eu tenho uma história de amor para com elas. Primeiro foi com a Biblioteca Pública Municipal Doutor José Pacheco Dantas, em Ceará-Mirim-RN; depois, lembro que gostava imensamente de ficar entre os livros da Biblioteca do Seminário de São Pedro, em Natal-RN. Nessa mesma cidade conheci a Biblioteca Estadual Câmara Cascudo, a  Biblioteca Esmeraldo Siqueira (na sede da Capitania das Artes) e  tive um grande caso de amor com a Biblioteca Padre Luiz Monte ( na Academia Norte-rio-grandensense de Letras), onde servi por mais de dez anos.


Em Parnamirim, cidade que me acolheu,  estou sempre que posso, flertando com o acervo da Biblioteca Pública Municipal Rômulo Wanderley.  Uma biblioteca que merece receber por parte do poder público, um olhar  e atitude dignas de uma cidade leitora. Quantas cidades no Rio Grande do Norte  têm vários prêmios por ações desenvolvidas no campo da leitura? Uma eu sei: Parnamirim, e o mérito é todo do esforço do projeto Rio de Leitura, que tem em seu leito de ações a força e a coragem dos professores mediadores de leitura e da equipe que administra o projeto, desde sua criação, tendo à frente a professora Angélica Vitalino. Nutro a esperança de que o legislativo e o executivo de Parnamirim compreendam o que significa a frase lobatiana: " Um País se faz com homens e livros".

Fui agraciado  com uma visita que fiz à biblioteca particular do jornalista Vicente Serejo,  uma das mais bonitas do Rio Grande do Norte, que ocupa praticamente toda uma casa, no bairro de Morro Branco.  Senti o aconchego na biblioteca particular do poeta Oreny Junior, em Parnamirim. Sentei nos bancos da Biblioteca Central Zila Mamede, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e, antes da pandemia eu estava namorando com a Biblioteca Veríssimo de Melo, que também pertence  a UFRN e fica sediada no Museu de Antropologia Câmara Cascudo. A pandemia me distanciou, mas a paixão continua e tão logo ela esteja aberta ao público voltarei àquele lugar.

Biblioteca particular de Vicente Serejo

Recentemente organizei o acervo da Biblioteca Ciro Tavares, que pertence a Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes -  ACLA - Pedro Simões Neto, na cidade de Ceará-Mirim. Na semana, quase todos os dias, agendo um horário para pesquisar, de forma remota,  no site da Biblioteca Nacional.  Alimento-me dos jornais e revistas que estão disponíveis ao público, esse material é muito rico de informações culturais.

Minha biblioteca 

Dentro do meu lar, tenho uma pequena biblioteca, onde descansam nas prateleiras as obras que jugo necessárias tê-las perto de mim e debaixo do meu teto.  Não muito distante lá de casa, na Escola Municipal  Rubens Lemos,  eu fui agraciado para ser o patrono da biblioteca escolar, vejam só quanta alegria! Lá na placa de inauguração consta: Biblioteca Escolar Francisco Martins. Breve celebraremos sete anos de existência, em dezembro próximo.

Esta fascinação que tenho pelas bibliotecas me faz um bem enorme. Foi graças ao amor pelos livros que aprendi não apenas me tornar leitor, mas ser também: escritor, encadernador, arrumador de bibliotecas, pesquisador e outras coisas correlatas. Todo esse universo,  que possui um clima de sabedoria e paz, leva-me cada vez mais para perto de Deus, afinal, Ele também  nos dá a alegria de termos nas mãos a sua Biblioteca, onde a Palavra se fez carne  e habitou entre nós.

Francisco Martins -  Parnamirim-RN - 01 de outubro 2021