O maior escritor da literatura brasileira, Machado de Assis, chegou a conhecer os folhetos que hoje chamamos literatura de cordel. A prova disso é que ele a usa como objeto em um dos seus contos, quando a personagem Inácio, adquire o folheto que é vendido no passadiço do Largo do Paço (Rio de Janeiro, ano de 1870).
A prova dessa minha afirmação o leitor vai encontrar no livro "Várias Histórias", mais precisamente no conto "Uns braços", na página 33 (São Paulo, edição Globo, 1997).
No qual lemos: " Inácio passava-os todos ali no quarto ou à janela, ou relendo um dos três folhetos que trouxera consigo, contos de outros tempos, comprados a tostão, debaixo do passadiço do Largo do Paço... pegou um dos folhetos, a Princesa Magalona".
Veja o leitor que Machado de Assis faz o registro da existência desse gênero literário, o cordel, que naquele tempo era também em prosa: " ...contos de outros tempos". Não há aqui a citação que o título a Princesa Magalona estivesse escrito no formato de poesia.
O importante é que existe a presença da literatura de cordel, embora de forma secundária, na obra Machadiana.
Mané Beradeiro
15 de agosto 2022
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