quarta-feira, 31 de agosto de 2022

DALIANA CASCUDO MINISTRA FORMAÇÃO AOS MEDIADORES DE LEITURA DE PARNAMIRIM



"Viva Deus e ninguém mais,
Quando Deus não quer
No mundo nada se faz!"



Sob os versos registrados em "Contos Tradicionais do Brasil", por Luís da Câmara Cascudo - o maior folclorista do Brasil - deu-se a formação dos mediadores de leitura de Parnamirim, no último dia do mês de agosto de 2022.

E a verdade de uma época, que parece distante, continua inabalável na voz feliz de cada um dos mediadores: estes que repassam histórias que valem a pena serem lidas aos seus.

A leitura Coletiva de “Diálogos em Defesa da Escola Pública” - especificamente o "Manifesto por um RN de Leitores" - organizado por Claudia Santa Rosa, nos rememorou que precisamos assegurar para todos o "que repousa nas páginas para acordá-los na intimidade da compreensão."

A apresentação dramática de “O Pescador, o Anel e o Rei” pelas excelsas artistas Regiane Fernandes e Adda Ritzel, sim, em alto e inconfundível som, propagou nas salas da UniNassau:

- Viva Deus e ninguém mais!"




Daliana Cascudo, neta do maior folclorista brasileiro e presidente do Ludovicus, sob a companhia do pesquisador Francisco Martins, desvelou a vida do avô desde sua aurora, que assim caracterizou: - Minha infância foi uma infância de livros! Depois, nos pegou pela mão e nos fez adentrar em algumas de suas mais de 200 obras. Tudo de um jeito tão franco e profundo e entre tantas espontâneas gargalhadas, que só nos enriqueceu com tantas lembranças, histórias, crenças e brincadeiras de Cascudo.




A terra da esquina que guarda dunas, bordados, quitandas com cajus e poesias, só nos envaidece e nos confirma o ofício de repassar aos nossos leitores em formação que é preciso aplaudir a Deus e ninguém mais!


"A biblioteca é a minha Babilônia. E nela todos os volumes me interessam. Cada livro que leio – ou releio – me fascina. Mas a leitura é um hábito. Só a repetição traz o costume, o prazer."

Câmara Cascudo, citado em "O Colecionador de Crepúsculos". Barreto, Anna Maria Cascudo. Brasília: Senado Federal, 2003.







terça-feira, 30 de agosto de 2022

CASCUDO É TEMA DE FORMADORES DE LEITURA




O Projeto Rio de Leitura dentro da sua programação de formação dos Mediadores de Leitura realizará amanhã, dia 31 de agosto, uma formação que terá como tema central o maior folclorista da América Latina: Câmara Cascudo. A participante especial será Daliana Cascudo, neta do folclorista e Presidente do Instituto Ludovicus. O escritor Francisco Martins vai se juntar a Daliana Cascudo, na missão de coordenar o momento, fazendo perguntas sobre o tema proposto que é Vida, Obra e as Memórias de Câmara Cascudo.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

VEM AÍ O CORDEL QUE HOMENAGEIA OS CÃES


"O amor em 4 patas" é um cordel que homenageia os cães. Muitos lares tem momentos felizes graças a existência desses animais, tão queridos e companheiros.
Pensando neles, o poeta Mané Beradeiro escreveu esse poema, no qual faz um resgate de cães presentes na história, literatura, cinema, televisão, "tirinhas" de jornais e encerra com a cadela "Piabinha" que durante anos acompanhou todos os enterros da cidade de Campo Redondo-RN.

Breve estará disponível para o público. Capa dura, em tecido. Tamanho folheto.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

A ARTE DE FRANCISCO MARTINS NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS



Contar histórias é uma arte que envolve múltiplos saberes. Descobri-los e aplicá-los no ofício é o que faz a diferença entre os contadores. 





Hoje, o Centro Infantil Professora Francisca Reinaldo de Oliveira Fernandes, que fica localizado no bairro Emaús, em Parnamirim, conheceu a arte de Francisco Martins/Mané Beradeiro. 



O público era infantil e adulto, com apenas uma alma, personificada na alegria e infância de hoje e de ontem.


Ao final da apresentação o escritor distribuiu autógrafos nos folhetos de cordel.Viva a cultura!

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

PH3 RECEBEU FRANCISCO MARTINS NO DIA DE HOJE


O escritor e contador de histórias Francisco Martins, esteve durante o dia de hoje, no Colégio PH3, em Parnamirim, onde participou pela manhã e tarde, das festividades alusivas ao Folclore.



As crianças fizeram apresentações de danças e parlendas que estão há muitos anos fazendo parte da nossa cultura.



Depois que as crianças se apresentaram, o escritor Francisco Martins contou histórias para elas.



quarta-feira, 24 de agosto de 2022

CONCURSO DE REDAÇÃO DA ACLA E DO IHGRN - BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL (1822-2022).



Diante da importância histórica alusiva ao bicentenário da Independência, a Academia Ceará-Mirinense de Letras e Artes apresenta, em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, concurso de redação com essa temática.


O objetivo do concurso de redação é promover o desenvolvimento cultural de Ceará-Mirim, por meio do estímulo de jovens e adultos à leitura e escrita sobre a história do Brasil. Ou seja, todos podem participar.


A redação, que tem como tema "Ceará-Mirim no contexto nacional dos 200 anos da Independência", deve ser escrita manualmente em uma folha de papel ofício (tamanho A4), podendo ser usado os dos lados dessa folha (frente e verso). Depois de pronta, a redação deve ser enviada para o endereço eletrônico da ACLA - aclapedrosn@gmail.com - garantindo a inscrição do(a) candidado(a).


As inscrições ficarão abertas até o dia 02.10.2022. O anúncio das redações vencedoras será no dia 18.11.2022, aniversário da ACLA. E a cerimônia de premiação será no dia 19.11.2022.


Todas as informações estão no regulamento do concurso, o qual segue nas 3 imagens que compõem esta postagem.


Desejamos boa sorte a todos os participantes.

A DIRETORIA








80 ANOS DA BASE AÉREA




QUITANDA LITERÁRIA AGUARDA FRUTOS NA ESCOLA COSTA E SILVA

 
Foi o grande Antônio Cândido que defendeu a ideia que todos os seres humanos têm direito à literatura: o estudioso afirmava que precisamos da ficção e da fantasia para sobreviver, da mesma forma que precisamos de comida porque a literatura, também, é uma necessidade básica.

Pois bem. A Escola Municipal Costa e Silva sabendo disso, põe à disposição os frutos da melhor qualidade para seus meninos e meninas com o projeto "Quitanda Literária": livros bem fresquinhos, dispostos ao consumo de uma forma bem criativa, durante os intervalos.

No dia 24 de agosto, a primeira atividade do dia foi a abertura da proposta que aconteceu sob o salivar dos leitores que tinham olhos acesos ante o sabor do momento e a beleza de livros como "O Caso do Bolinho", de Tatiana Belinky; "Quando o lobo tem fome", de Christine Naumann; "Meu Amigo Paladar" e "A cozinha da Maria-Farinha", de José de Castro; e tantos outros mais.

Na oportunidade, foi lido o livro da escritora potiguar Tereza Custódio "Vitória vai à feira" e a professora Regiane brindou a todos com um poema autoral:


"As palavras vão chegando
Logo, um livro vai formando
Frases poucas e faceiras
Vão enchendo as prateleiras


Alimento vivo e sábio
Nossa mente alimentar
Feito flores e pimenta
Uma história vai contar"








Para que vivenciemos uma formação leitora e nos apaixonemos por esse universo é importante que tenhamos contato com livros de qualidade e participemos de mediações literárias significativas como esta proposta pelas quintandeiras Vania Regina e Regiane Fernandes da Escola Costa e Silva.




FONTE: http://www.riodeleitura.com.br/2022/08/quitanda-literaria-aguarda-frutos-na.html?m=1

terça-feira, 23 de agosto de 2022

IRACEMA QUE NÃO SAIU DE DENTRO DE MIM

 Há sentimentos no homem que ninguém consegue explicar. Eles vivem dentro de nós por muitos anos, às vezes quieto, outras, aguçadas, mas estão lá. Não sei dizer a razão pela qual hoje, 23 de agosto de 2022, bateu uma vontade imensa de estar na terra onde nasci, em Iracema-CE. O estranho é que eu não tenho nenhum elo com as pessoas daquela cidade. Não existe sequer um familiar meu morando naquele município. Mesmo assim a tarde de hoje me trouxe saudades de Iracema.

Sim, saudades! Pois quando eu tinha 27 anos eu finalmente pude ir conhecer o local onde nasci. Isso foi em 1992, já correram 30 anos daquela minha visita. Lembro da viagem aventureira, da caminhada que fiz de Ema até a Fazenda Cacimbas ( meu berço). Voltarei, quero sentir o meu povo, minha gente, embora saiba que por eles eu sou totalmente desconhecido. Ninguém sabe quem é Francisco Martins, tampouco o cordelista Mané Beradeiro.

Que importa? Iracema é para mim um lugar sagrado. A terra que me abraçou naquela longínqua data em que nasci (06.07.1964).  Saí de Iracema com dois anos de idade, mas a terra natal nunca saiu de mim.

Quero rever Iracema, desta vez com um olhar poético.  Abaixo imagens da primeira viagem em 1992. 

A casa onde eu nasci - Fazenda Cacimba

A paisagem  do meu berço

O açude onde tomei meu primeiro banho



UMA LIVE COM QUEM ENTENDE DE FOLCLORE

 


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

CLOVIS PIMENTEL EM CORDEL

 


Quem tem oitenta  e três

É para ser bem  lembrado

Nem todos chegam  aqui

Com saúde e aprumado

Olhem pra Clóvis e vejam

Um homem bem arretado

 

Seu vigor é um orgulho

E sua força tão potente

Faz  a gente perguntar:

O que tem em sua mente?

Que segredo guarda Clovis?

Descobrirei minha gente!

 

Cabra macho como ele

Tá difícil  de encontrar

É igual a goladim

Não se vê mais nem plantar

É preciso  ter cuidado

E o DNA guardar.

  

Para ter esta saúde

O segredo é lutar

Acordar antes do galo

Botar ele pra cantar

E dizer ao astro rei:

-Nasça  o Sol neste lugar.

 

Eu escutei uma história

E agora irei contar

Do jeitinho que ouvi

Em cordel vou transformar

Nada nela eu aumentei

Nisso pode acreditar

 

Onde isto se passou

Foi num vale bem fecundo

O lugar era Palmeiras

Se vai lá em um segundo

Desde que o pensamento

Seja claro e profundo.

 

 Morava lá em Palmeiras

A família Pimentel

Sendo Clóvis, patriarca,

Maria seu doce mel,

Debaixo daquele teto

Era ele coronel.

 

Mandava no seu roçado

Os filhos obedeciam

Fosse noite, fosse dia

As ordens eles cumpriam

Os dias iam passando

Era assim  que eles viviam.

 

Naquele torrão  bendito

Onde  o solo é germinoso

Nasce tudo que se planta

É terreno primoroso

Água corre pelos pés

Todo fruto saboroso.

 

Clóvis sempre foi  traquino,

Incansável no labor

Não mijou fora do caco

Nem tinha medo de dor

Sempre enfrentou a vida

Com coragem e amor.

 

Certo dia em Palmeiras

Uma burra adoeceu

Clóvis disse:- Vou curá-la!

Vejam   o que aconteceu

Para matar a bicheira

“Doutor” Clóvis prometeu.

 

A burra desconfiou

Daquele  “doutor” franzino

Mas sem ter veterinário

Aceitou o seu destino

Ser tratada  em Palmeiras

Em um turno vespertino

 

 Pegou a perna da burra

Untou com a gasolina

Riscou ‘fosco’ na bicheira

A burra ficou  ferina

Soltou o verbo e gritou:

-Eu não sou uma lamparina!

 

Clóvis disse: “ tenha calma,

Tá passando  a sua dor.

Logo ficará curada

Acredite no  doutor”

A burra  pulava tanto,

Sentindo forte fervor.

 

Por todo o canavial

Este fato se narrou

A fama do Doutor Clóvis,

Carniceiro se espalhou,

Só perdia para Zumba

Mas a burra melhorou!

 

 Certo dia, em Palmeiras

No terreiro apareceu

Um galo todo tristonho

E pra Clóvis esclareceu

Que a galinha morreria

Pois do papo adoeceu


Clóvis disse ao Garnizé:

“−Viúvo não vai ficar

Eu vou lá no galinheiro

Sua mulher irei curar

Eu sou Clóvis Pimentel

Doutor espetacular”

 

O Galo agradeceu

E pediu em seu clamor:

“─não vá usar gasolina

Na penosa, meu amor,

Não quero vê-la sofrendo

Nem chamuscada de dor”

 

 Clóvis disse à Maria

“−Vou fazer uma cirurgia

Traga uma linha fina

Pois é hoje o grande dia

Que  agulha vai costurar

O papo daquela cria”

 

Quem viu a operação

Testemunha o alarido

Das galinhas no chiqueiro

Gritando por seu marido

“Nos acuda desse médico

Com ele estamos perdido”

 

No final deu tudo certo

“Clotilde” convalesceu

Viveu mais uns cincos anos

E o galo agradeceu

A ação do doutor Clóvis

Que jamais esmoreceu.

 

 Batalhador  como Clóvis

É difícil de se achar

Terra rodará 100 anos

Para outro batizar

Teve tino pro comércio

E bodega foi montar.

 

Na Bodega de Palmeiras

Tinha muito pra vender

Sortida igual aquela

Dava gosto de se ver

Guaraná, fanta,  grapete

Bolacha pra se comer.

 

Clóvis vendia fiado

Sem  ter medo de perder

Sabia que aquela gente

Fazia por merecer

Comprovava a caderneta

O que tinha a receber.

 

Hoje seus olhos atestam

Tudo isso que viveu

Por isso como poeta

Respeito o sogro meu

Agradecendo a Deus

A filha que ele me deu.

 

Finalizo o cordel

Pedindo a compreensão

Daqueles que são seus filhos

Em cima deste torrão

Que cuidem sempre dos pais

Em toda ocasião.

 

Mané Beradeiro

22 agosto 2022 

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

FOLHETO DE CORDEL NA OBRA MACHADIANA


O maior escritor da literatura brasileira, Machado de Assis, chegou a conhecer os folhetos que hoje chamamos literatura de cordel. A prova disso é que ele a usa como objeto em um dos seus contos, quando a personagem Inácio, adquire o folheto que é vendido no passadiço do Largo do Paço (Rio de Janeiro, ano de 1870).


A prova dessa minha afirmação o leitor vai encontrar no livro "Várias Histórias", mais precisamente no conto "Uns braços", na página 33 (São Paulo, edição Globo, 1997).

No qual lemos: " Inácio passava-os todos ali no quarto ou à janela, ou relendo um dos três folhetos que trouxera consigo, contos de outros tempos, comprados a tostão, debaixo do passadiço do Largo do Paço... pegou um dos folhetos, a Princesa Magalona".


Veja o leitor que Machado de Assis faz o registro da existência desse gênero literário, o cordel, que naquele tempo era também em prosa: " ...contos de outros tempos". Não há aqui a citação que o título a Princesa Magalona estivesse escrito no formato de poesia.


O importante é que existe a presença da literatura de cordel, embora de forma secundária, na obra Machadiana.


Mané Beradeiro 
15 de agosto 2022


sábado, 13 de agosto de 2022

UM AVIADOR NA ESCOLA BRIGADEIRO


A escola que visitei ontem à tarde tem como patrono Eduardo Gomes, um Brigadeiro da Aeronáutica, que prestou relevantes serviços ao Brasil e até por algum tempo foi nome da cidade onde moro, que por motivos culturais voltou ao antigo topônimo de Parnamirim.


O Brigadeiro foi palco de uma conversa sobre a vida e peculiaridades de um outro aviador, que nunca esteve no Rio Grande do Norte, mas é bastante conhecido. Refiro-me a Antoine de Saint-Exupery.


Falei para alunos sobre a biografia dele e dos seus livros, realçando o mais famoso: O Pequeno Príncipe. A prosa foi a culminância do projeto de leitura sobre a obra citada. Na oportunidade os alunos se despediram da Professora Lucia, que se aposentou.






sexta-feira, 12 de agosto de 2022

QUANDO OS LIVROS TECEM A MADRUGADA




Eu gosto das bibliotecas por serem elas a casa dos livros.
Gosto delas porque ali moram vilões e heróis.
Há em suas estantes corredores que nos conduzem às histórias fantásticas.
Encontramos numa mesa ( e com eles podemos conversar) com os poetas que admiramos, as escritoras daqui e do outro Continente.
Ah! As bibliotecas e seus habitantes! Até já foi titulo de livro (Américo de Oliveira).
Um mundo repleto de vida, de gente que amamos e outras que têm a beleza e frieza da lua cheia.
Nas bibliotecas existem ilhas dos mais variados gêneros. Todas férteis.
Lá dentro é possível conviver com os clássicos, os best seller, os nossos próximos e até conhecemos outros.
Há uns que dizem: "eu sou de Machado de Assis".
Outros gritam: "sou de Homero".
E tem alguns que mesmo com todo sofrimento conseguem dizer: "somos de Raquel, me chamo O Quinze e aquele ali é de Graciliano, Vidas Secas"
E é nesse momento que cada livro diz seu nome e quem o escreveu.
São os galos tecendo a madrugada dentro das bibliotecas.
EU AMO AS BIBLIOTECAS E OS LIVROS.


Francisco Martins
12 agosto 2022

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

PALAVRAS DITAS PELOS VERMES QUE CONSOMEM LIVROS

 


Meu senhor respondeu um longo verme gordo, Nós não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que roemos; nós roemos.

Fonte: Dom Casmurro Editora Globo 1997, página 28.

CAFÉ NORDESTINADO




Há coisas na minha terra
Que me deixa felizardo
Como a cama de cuscuz
Tendo um carneiro deitado
Mansinho esperando a gente
Num café nordestinado.


Mané Beradeiro