"Sem livros o mundo não teria histórias,sem escritor não haveria livros".
Francisco Martins
Hoje é o Dia do Escritor. Conheça algumas curiosidades sobre eles e elas:
Honoré de Balzac (França) - passou mais de 21 anos escrevendo os livros da Comédia Humana
Ryoki Inoue (Brasil) é o romancista mais profícuo do mundo, em 31 anos de atividades como escriba, já escreveu mais de 1100 livros. Assina suas produções com vários pseudônimos, já sendo contabilizados 39.
Câmara Cascudo (Brasil) - foi quem mais escreveu livro no Rio Grande do Norte - até o momento nenhum outro escritor potiguar superou sua produção.
Muitos escritores e escritoras escreveram apenas um livro e se tornaram famosos, por exemplo:
Auta de Souza (Macaiba-RN) - Horto
Manuel Antonio de Almeida ( Rio de Janeiro) - Memórias de um Sargento de Milícias
Emylle Bronte (Inglaterra)- O Morro dos Ventos Uivantes
O poeta Mané Beradeiro escreveu um cordel no qual homenageia o escritor, médico, artista plástico, roteirista,etc Iaperi Araújo, um homem que tem grande colaboração no mundo das artes e da cultura. Iaperi Araújo completou 77 anos no dia 21 de Julho último.
A parte em negrito corresponde ao titulo do conto e o número sobrescrito é a edição da revista, neste caso a 38.
Como ainda não foi feita a edição em folheto, o próprio poeta fez uma edição de apenas um exemplar, toda artesanal e manuscrita para presentear Iaperi Araújo.
O autor Gutenberg Costa avisa que no próximo sábado, dia 29, a partir do meio-dia , estará no Lamas Bar, do Beco da Lama, Cidade Alta, autografando o seu mais recente livro de pesquisa. O referido bar é o primeiro, entrando na Rua Ulisses Caldas.
Amanhã, 25 de Julho, o poeta Mané Beradeiro (Francisco Martins) tem apresentação dentro da programação que a Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes-ACLA-Pedro Simões Neto vai realizar, por ocasião da Semana do Município.
O poeta vai declamar o cordel "Guaporé - uma solidão restaurada" (novembro 2021).
O acervo da exposição cobre todos os gêneros: contos, biografias, ensaios, poesias, crônicas, etc. A abertura vai acontecer dia 31 de Julho, sempre das 8 às 20 h, de segunda a sexta-feira. Nesta primeira etapa que vai até o dia 4 de Agosto, os autores agraciados são:
Adelle de Oliveira
Anete Varela
Armando Holanda
Francisca Lopes (ACLA)
Francisco Martins (ACLA)
Franklin Jorge
Guilherme Luiz Barbosa de Queiroz
Helicarla Morais
Hélio Dantas
Iran Costa (ACLA)
Izulamar Bezerra
Janilson Dias de
Oliveira (ACLA)
Jeane Araújo (ACLA)
Joventina Simões (ACLA)
Júlio Gomes de Sena
Leda Varela (ACLA)
Madalena Antunes
Margareth Pereira (ACLA)
Maria da Conceição Cruz Spineli (ACLA)
Maria das Graças Barbalho B. Teixeira (ACLA)
Maria Heloísa Brandão (ACLA)
Maria Lúcia de Oliveira Brandão
Meira Pires
Mucio Vicente (ACLA)
Nilo Pereira
Pedro Simões (ACLA)
Rodolfo Garcia
Ruy Lima
Vera Lúcia de Lima Barreto
Em tempos remotos, nos primórdios da nossa literatura popular, mesmo que muitos versassem em composições mais simples, como por exemplo, em quadrinhas, percebe-se, quando vamos à literatura da época, que havia um cuidado desmedido com um elemento denominado métrica.
BIBLIOGRFIA
1861. A província do Rio Grande do Norte andava a cavalo e a burro e, saindo pelo rio Potengi, em Natal, a navegação de cabotagem ligava as pontas do Rio Grande pelo litoral e daqui para fora pelos competentes serviços da companhia de navegação pernambucana.
Em 1861, a Comitiva do presidente da Província Leão
Veloso saiu para uma viagem de 44 dias pelo sertão do Rio Grande do Norte.
Foram e voltaram de navio e percorreram o sertão a cavalo. Agora, em 2023,
Honório de Medeiros, André Felipe Pignataro e Gustavo Sobral pretendem refazer
o itinerário em uma Comitiva do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande
do Norte.
Honório
de Medeiros é professor de Filosofia do Direito e
Direito Constitucional, ensaísta, escritor, autor de Poder Político e Direito,
Massilon e História de Cangaceiros e Coronéis.
André
Felipe Pignataro Furtado de Mendonça e Menezes
é advogado e pesquisador, diretor de pesquisa do IHGRN.
Gustavo
Sobral é jornalista e escritor, tudo que escreve e publica
está no site pessoal gustavosobral.com.br.
Grande semelhança com a citação abaixo:
1 Coríntios 15:33
"Não se enganem: As más companhias corrompem os bons costumes.”
FRANCISCO MARTINS: QUAL FOI A SUA EXPERIÊNCIA COM A DOR?
NÍSIA BEZERRA: Toquei a dor com as mãos, e senti medo. Ah! se você soubesse! o sabor de sangue, o gosto de dor que eu sinto no peito. Sou feita de dor, doendo, na minha dor meio amarga, eu sinto o mundo, estrangeiro.
NB: Sou terra seca, terra molhada, húmus de terra. Eu nunca fui poeta, nem asceta. Sempre fui peregrino.
Nota: Conforme anuncio no título, essa conversa nunca foi real. Perguntas e respostas foram montadas a partir da leitura que eu fiz do livro "Grito Interdito", Natal-RN, 2022.
Na primeira semana de Julho sai a edição 75 da revista mais esperada do Rio Grande do Norte. Lê-la é se alimentar do que há de bom na literatura potiguar. Sou leitor e colecionador deste periódico trimestral, que tem o olhar laboral de Manoel Onofre Jr, Diretor e Thiago Gonzaga, Editor. A capa do número 75 é de Zaíra Caldas.
O Poeta Milton Siqueira (1911-1988) considerado um dos representantes da poesia marginal, escreveu também na linguagem sertaneja. A prova disso está no livro Emoções.
Truvuada
Ao colega José Praxedes, o maior poeta vaqueiro do nordeste
Chuva, relampo e truvão,
Essa noite foi bunito,
So se uvia a exprosão
Pulos artos infinito!
O pai da boa cuaiada
Tava brabo qui nem feria,
E sapecava as espada
Dos relampo nas esferia!
Cabra trimia de medo
Quando as luz alumiava
Sub os serrote e os penedo,
E os curisco os ceu riscava!
Os aniná dos pulero
E os outro dos currá,
Correro tudo ligero,
Pra mode se ocurtá!
Era grande a tempestade,
Paricia tiroteio
Ou metraia de verdade,
Ou o qui dizê nem seio!
Rezava a Nosso Sinhô,
De frieza intiriçado,
E trimendo de pavô!
Uma faisca caiu
Numa oitica veia,
Uma zuadão se uviu
Pru riba de nossas teia!
Pensei cum eu ca cum migo,
O mundão hoje se acaba,
Pru mode qui isso é castigo
Que sub os mortá disaba!
As ventania chiava
Como as cascavé zangada,
E as têia arrebentava
Numa fura indimonhada!
Pru toda parte curria
Um riacho invulumoso,
Os bucho dos rio inchia
Cumo dragão pavoroso!
Qui São Jiromo nas vala,
Pru toda sua bondade,
Rezava as muié na sala
Do meu vizinho e cumpade!
Os truvão arribombava
Cumo bomba de canhão,
Os relampo arrelampava
Como boca de vurcão!
Os chão tava qui nem papa,
Dave lama nos jueio,
Hoje aqui ninguem inscapa,
Tive no imo esse anseio!
Eu tinha me alevantado
E abrido a minha jinela,
Mode inspiá assustado
A frevura da panela!
O ceu simiava um pote
A chuvê chuva pra baxo,
E as terra era um caçote
Merguiando num riacho!
A tão danidas trumenta
Cuma essas do sertão,
Ninhuma corage infrenta,
Nem se fô Napulião!
Mondé
Ao Veríssimo de Melo e ao Câmara Cascudo
Fulô, eu não sou preá,
Mode caí im mondé...
Tu tem no peito, muié,
Um gato maracajá...
A tuarma é cascavé
Pricurando invenená
Meu coração a briá
Chêio de amô e de fé!
Num sou Adão, traidera,
Muié ruim, fuxiquera,
Mode cumê a mação!
És irismã da seipente,
Te finguindo dinucente,
Mode eu caí no arçapão!
FONTE: Milton Siqueira, Emoções. Rio Grande do Norte - 1950.