segunda-feira, 29 de julho de 2024

A VINGANÇA FANTASIADA NA RUA DO PATU

 

Gláucio Tavares

 
Na cara de homem não se bate. Homem se mata! Certificou a vítima ao seu algoz ao ser esbofeteada, ainda prometendo a si que não tiraria a sua barba enquanto não matasse o vil ofensor.

No Carnaval de anos após o dia da agressão, fantasiado de caçador dos Caboclinhos, com espingarda em punho, quando a barba já escondia completamente o rosto, a vítima concretizou a sua vingança na Rua do Patu, em Ceará-Mirim, nos anos de 1950.
 
Atualmente em Ceará-Mirim no cruzamento entre a Rua Mussolino China, mais conhecida como a Rua do Sindicato Rural e a Rua Euclides Cavalcante, aquela que desce da Rua do SAAE até o Mercado da Fruta, encontra-se uma movelaria. Neste local, nos interessa lembrar que há cerca de oitenta anos era instalada a Bodega de João Granjeiro, na qual antes das variedades corria extenso balcão, cuja extremidade continha o recanto do consumo de cachaças, vinhos e conhaques, como de costumes nas bodegas daquela época.
 
Um dos frequentadores da mencionada mercearia era Antônio Mulato, cujo ofício, naquele tempo em que não havia sistema de abastecimento de água encanada, era botador de água, com a missão diária de encher barricas no olheiro situado às margens do Rio dos Homens, arrumar as pipas no lombo dos burros, subir a ladeira pela Rua do Burros, depois apelidada de Rua do Bacurau, certamente por conta da marcante campanha do ex-governador Aluísio Alves em 1960, e distribuir água pela cidade. Afora ser conhecido por tal serventia, Antônio Mulato tinha por marca a valentia e a insolência. Era do tipo que não levava desaforo para casa.
 
Como nas mercearias da época, na Bodega de João Granjeiro havia um caderno para anotar as compras feitas com promessa de pagamento adiante. Entre essas anotações estava o nome de Antônio Mulato, que certa feita estava bem atrasado com os seus compromissos creditícios, sendo pertinente para o comerciante frustrar novas compras a míngua de pagamento das antecedentes registradas no caderno dos fiados. Nestas circunstâncias de velhacaria, Antônio Mulato chegou na Bodega de João Granjeiro e requisitou uma dose de cachaça. Contudo, não olvidando da dívida em demora, o bodegueiro negou a pinga, condicionando: “para beber aqui ou você paga a dose ou paga a conta.”
 
Neste ensejo, Antônio Mulato recebeu a rejeição do seu pedido de beber cachaça fiado como grave ofensa e de pronto, desferiu um tapa no rosto de João Granjeiro, que imediatamente teve todas as veredas neuronais atiçadas pelo bofete, articulando-se os humores do corpo de forma a produzir e elevar os sentimentos de ira, de indignação e de fúria ardente. Diagnostica-se que o sangue ferveu, mas que, no entanto, teve por travão de um embate corpo a corpo com ofensor o temor do histórico de brigas e desacatos do corpanzil de Antônio Mulato. Mesmo assim, o ultrajado comerciante, ainda atordoado, num impulso de valentia, advertiu: na cara de homem não se bate. Homem se mata!
 
Na ocasião da confusão, havia outras pessoas presentes na mercearia e na calçada da venda, vindo a intervir a turma do deixa disso, levando Antônio Mulato para fora da bodega e para mais além. Do lado de dentro da mercearia, a injusta agressão deflagrou sentimentos abjetos em João Granjeiro. A dor física era imperceptível, mas a dor moral era excruciante e persistente. Ao se ver no espelho após o insulto, com o rosto avermelhado, a vergonha de ter a sua reputação enxovalhada levou a uma promessa insólita: “de agora em diante, só vou tirar a barba quando matar Antônio Mulato”, sentenciou João Granjeiro.
 
Solidariedade de muitos vieram em conforto à vítima, que, no entanto, mantinha incólume a cólera, eis que o tapa na cara constitui especial falta de respeito e violou profundamente a dignidade. Decerto, a mãozada no rosto feriu mais do que mil chutes e bofetes em outras partes do corpo. Quando desses trágicos episódios, normalmente a vítima não se recorda da nobre lição de Jesus Cristo talhada no Livro do apóstolo Mateus: “Se alguém lhe der um tapa na face, ofereça o outro lado para ele bater também.” João Granjeiro não atentou para tal ensinamento e nem o passar do tempo aplacou o seu enfurecimento: a vingança é um dos sentimentos mais poderosos.
 
Passados anos do fatídico dia, os fios da barba de João Granjeiro já estavam enormes. Maior do que a barba só o persistente desejo de vingança, que somente não fora consolidada ainda porque lhe era desfavorável um confronto direto com Antônio Mulato, que além da compleição física avantajada, era acostumado a brigas e querelas, nas quais sempre levava vantagem. Desta feita, era preciso para o sucesso da vindita, quem sabe uma emboscada, ardil ou um disfarce?
 
Se aproximava o Carnaval de um daqueles anos da década de 1950, quando haveria a apresentação dos Caboclinhos, caracterizado pela encenação de vigorosas coreografias em ritmo marcado pelo estalido das preacas, espécie de arco e flecha de madeira. Na dança folclórica, grupos fantasiados de índios que, com vistosos cocares, adornos de pena na cinta e nos tornozelos, colares, representam cenas de caça e combate, os nativos revoltam-se contra um caçador, matando-o ao final da exibição. A vítima vislumbrou nesta particularidade carnavalesca a oportunidade de sair armado pelas ruas, sem chamar atenção. Para tanto, a vítima cuidou em adquirir uma fantasia de caçador. Logo, estavam prontos o macacão, o chapéu, o suporte do carregador, o alforje e a espingarda.
 
Os preparativos da vingança ainda estavam incompletos, eis que faltava municiar a espingarda, razão pela qual a vítima ressentida foi até a Rua do Patu, nas proximidades do SAAE, na Oficina de Zé da Luz, onde adquiriu pequenos fragmentos de ferro, perguntando ao oficineiro se três bolotas de ferro eram suficientes para matar um veado quando arremessadas por uma espingarda de soca. A reposta foi positiva.
Tudo estava pronto para a vindita. Chegou o Carnaval.
 
Os Caboclinhos apresentavam-se no final da tarde da Rua do Patu, nas proximidades do Bar de Dona Alice, em frente a Escola General João Varela. Na tradicional coreografia folclórica, os índios investem contra um caçador que invade o paraíso dos nativos.
O disfarce de caçador coube a João Granjeiro vestir, depois de carregar cuidadosamente a espingarda de soca, com a pólvora, a limalha, dentre as quais se arrumou as bolotas de ferro. Na fantasia de carnaval, agregava-se a longa barba esculpida pela promessa de vingança e um certo tropeço aqui e acolá a fingir uma embriaguez, com aptidão de afastar desconfianças acerca do intuito vingativo. E de fato ninguém imaginou que João Granjeiro subia na Rua do Patu a procura do seu algoz, ao meio das festividades carnavalesca.
 
Imbuído da ideia de dente por dente e olho por olho, o caçador tal como uma águia faminta, com visão aguçada pelo desejo de vingança, avistou de longe a sua caça, que se encontrava festejando o Carnaval, tomando uns bons bocados no Bar de Dona Alice, onde depois se instalou a Lanchonete de Dona Santa e atualmente é uma açaiteria, na esquina do encontro entre a Rua do Patu e a Rua Manoel Marques, mais conhecida como a Rua do Enéas. Numa das mesas do bar estava Antônio Mulato, já flertando com estado de embriaguez, contemplando o Carnaval. Ao perceber a distração da presa, uma certa altivez cresceu em João Granjeiro, que teve a perspicácia de passar direto pelo outro lado da rua, a procura da melhor posição para abater a infame caça. Arrodeou a presa, cruzou a rua entre o vai e vem dos foliões, aproximou-se do bar, rente a parede exterior do prédio, esperou Antônio Mulato dirigir toda atenção às alegorias carnavalescas em desfile na rua, quando então aprumou a espingarda e atirou, atingindo de cheio o odiado inimigo.
 
As bolotas de ferro e demais detritos deflagrados da arma de fogo rasgaram à queima-roupa o corpanzil de Antônio Mulato, causando-lhe imediata hemorragia e concomitantemente o despertar da fúria, quando olhou no olho do atirador, reconhecendo João Granjeiro ainda que na escondedura de caçador com o rosto encoberto pela longa barba. Antônio Mulato, muito ferido, ainda conseguiu levantar-se e correr, deixando um rastro de sangue, na perseguição do atirador. João Granjeiro partiu primeiro, imaginando que as bolotas de ferro não teriam sido suficientes para abater Mulato, que, por sua vez, no ínterim do encalce de João Granjeiro, foi faltando-lhe oxigênio e força à proporção que deixava porções de sangue no caminho, até que João Granjeiro, em sua aflita fuga, deixou cair a espingarda, que fez Antônio Mulato tropeçar e cair pela derradeira vez na vida a demonstrar que a vingança suplantou a valentia nas proximidades da Oficina de Zé da Luz, de onde se adquiriu as mortíferas bolotas de ferro.
 
Esta história foi-me contada pelo senhor Augusto Cavaco em um dos dias do Carnaval de 2022 na Praia de Jacumã. Adverte-se que boa parte deste conto é mera ficção, obra de criação literária.

Gláucio Tavares Costa é Assessor Jurídico do TJRN, mestrando em Direito pela Universidad Europea del Atlántico, graduado em Farmácia pela UFRN e cronista.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

CONVITE PARA EXPOEDUC 2024

 A EXPOEDUC começa hoje à tarde. O escritor Francisco Martins/Mané Beradeiro estará presente no estande 72 da Gráfica Sul/RN Editora, hoje, à noite, e na sexta e sábado, o dia todo.


TEREZA DE BENGUELA NA QUINTA CULTURAL


Dentro das pautas do programa semanal "Quinta Cultural", que o IHGRN oferece ao público, de forma gratuita, será realizado na tarde de hoje, em seu auditório, a palestra sobre Tereza de Benguela. A conferencista é Ivaneide Paulina do Nascimento. Começa pontualmente às 17h.

VÍDEO PARTE III E FINAL DO MONÓLOGO DE ANANIAS


 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

FELIZ, CAPACITADO E COM CERTIFICADO

 Sempre tive vontade de aprender a fazer vídeos com qualidade e profissionalismo. Finalmente, neste mês de julho de 2024 eu pude concretizar esse sonho. Terminei na manhã de hoje o curso de edição de vídeos pelo celular. Recomendo o curso, o Professor Daniel Smiderli  é um mestre formidável e sua forma de ensinar nos motiva a querer assistir  a próxima aula. O pessoal de apoio também tem dedicação  nota 10. Respondem nossas dúvidas rapidamente. Enfim: feliz, capacitado e com certificado.


Para saber mais clique aqui Canal de Daniel



terça-feira, 23 de julho de 2024

ALUNOS DO CEEP LOURDINHA GUERRA TIVERAM AULA COM MANÉ BERADEIRO

 Foi ontem à tarde, dia 22 de julho, que um grupo de alunos do Centro Estadual de Educação Profissional - CEEP Lourdinha Guerra, em Nova Parnamirim (Parnamirim),recebeu o poeta Mané Beradeiro para uma aula que teve como tema central o Cordel Brasileiro.

Durante uma hora, o poeta falou sobre a história do cordel, a sua influência nas artes (teatro, cinema, artes plásticas), o seu valor como patrimônio imaterial cultural do Brasil, a importância de Leandro Gomes de Barros e outros pontos referentes a esse gênero poético.

Por último, aproveitou a oportunidade para mostrar sua produção de folhetos e acentuou aos jovens estudantes que o cordel é uma poesia que mostra aos longo dos anos a sua resistência na literatura brasileira.

Finalizou o momento com uma apresentação do jumento Ananias que falou sobre o texto "Monólogo de Ananias", o mais recente trabalho assinado por Mané Beradeiro.  O convite foi formulado pelas Professoras  Leidivânia Mendes e Verbena Nidiane, respectivamente das disciplinas de Português e História.


segunda-feira, 22 de julho de 2024

DIOCESE DE MOSSORÓ: 90 ANOS EVANGELIZANDO (1934/2024)

 

Padre José Freitas Campos

A Diocese de Santa Luzia de Mossoró celebra no próximo dia 28 de julho nove décadas de sua presença evangelizadora na zona oeste do RN. A história registra que após a chegada do 3º Bispo de Natal Dom José Pereira Alves depois da reabertura do Colégio Diocesano Santa Luzia já pensava na divisão da Diocese em duas. Nas visitas pastorais que fez a Mossoró em 1923/1925 tratou diretamente do assunto e presidiu reuniões preparatórias. Em fevereiro de 1925 em sessão presidida por Mons. Almeida Barreto aconteceu a 1ª Assembléia Geral Pró Diocese na qual foram nomeadas várias subcomissões promotoras do evento.

 

Dom Marcolino Dantas

Coube ao 4º Bispo de Natal Dom Marcolino Esmeraldo de Souza Dantas retomar esta pauta deixada por seu antecessor. Entre as iniciativas do seu pastoreio tratou logo da criação da Diocese de Mossoró e com esse objetivo visitou a cidade que seria a futura sede por ocasião da Festa de Santa Luzia em dezembro de 1929. Reativou as comissões locais e deu providencias relativas ao patrimônio da novel Igreja Local e à reforma da ‘’ Vila Albaniza’’, oferecida pelo Comendador Miguel Faustino do Monte, para ser a residência episcopal.

Apesar das providências encaminhadas pelos bispos de Natal e contando-se com a bondade e a colaboração de doadores generosos ainda não estavam concretizadas todas as medidas referentes ao patrimônio da mesma. O processo canônico chegava à fase de encaminhamento à Nunciatura Apostólica em 1933.

Papa Pio XI

 A Bula Papal criando a Diocese de Mossoró foi assinada pelo Santo Padre o Papa Pio XI, a 28 de julho de 1934 e a sua instalação aconteceu a 18 de novembro do mesmo ano. Foi nesse memorável dia que na Igreja Matriz de Santa Luzia foram lidas as Bulas Papais e o Decreto da Nunciatura Apostólica designando Dom Marcolino Dantas Administrador Apostólico da nova Diocese até a chegada do seu 1º Bispo.

O Pe Luiz Motta, como delegado do Administrador Apostólico deu as últimas providências com vistas à chegada do seu 1º pastor. A notícia de sua nomeação chegou a Natal somente em 1935. O eleito era Mons. Jaime de Barros Câmara que vinha de Brusque, Santa Catarina. Este só chegou a Mossoró no dia 26 de abril de 1936 onde aí foi recebido festivamente por toda a população católica. Narram as crônicas da época que a sua chegada à sede episcopal foi algo inédito na história da cidade. Acolheram-no mais de dez mil pessoas na Estação Ferroviária formando-se imponente cortejo até a Catedral de Santa Luzia.

 

Dom Jaime de Barros Câmara

Entre as tantas iniciativas de D. Jaime ao longo de quase dez anos em Mossoró queremos destacar a realização do 1º Congresso Eucarístico Diocesano fazendo jus aos 300 anos do morticínio de Cunhaú e Uruaçú(1646). O Congresso foi realizado em Mossoró no período de 28 de setembro a 03 de outubro de 1946. Naquela ocasião estava presente a imagem de Nossa Senhora das Candeias a mesma que foi testemunha fiel deste martírio pois se fez presente no altar da Igrejinha de Cunhaú no dia do massacre. A imagem da Mãe das Candeias veio em uma procissão luminosa que partiu do Alto de São Manoel até a Praça do Congresso. Outrossim, não podemos esquecer que também se fez presente na praça o sino original da Capela. Ao iniciar as celebrações os fiéis puderam ouvir as suas badaladas. O encontro das comissões pró criação das Dioceses de Açú e Santa Cruz fazem parte desta história.

Pe. José Freitas Campos

MANÉ BERADEIRO ENCANTA CRIANÇAS E ADULTOS EM UMA MANHÃ LITERÁRIA NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR ARNALDO MONTEIRO BEZERRA



 Na manhã de sábado 20/07/2024, a Escola Municipal Professor Arnaldo Monteiro foi palco de um evento literário que encantou crianças e adultos. O destaque da manhã foi MANÉ BERADEIRO que é o heterônimo de FRANCISCO MARTINS, um escritor potiguar conhecido por seu talento em contar histórias, recitar cordéis, manipular fantoches e escrever livros.

O escritor apresentou uma performance envolvente que mesclou leitura e contação de história, seduzindo as crianças e os adultos com sua habilidade de dar vida aos personagens através de bonecos. Sua apresentação foi marcada por momentos de humor, poesia e interação com a plateia fazendo com que todos se sentissem envolvidos pela literatura.

O evento reuniu alunos, professores, estagiários e funcionários, todos unidos em prol da literatura. As crianças ficaram fascinadas pelos bonecos animados e pelas histórias contadas de maneira lúdica e educativa, os professores e estagiários participaram ativamente, incentivando os alunos a se envolverem e interagiram com o escritor, apresentando seus livros, sua biografia, demonstrando apoio e valorizando literatura potiguar e a importância dos escritores do RN como ferramenta de educação e entretenimento.

Durante o evento, um aluno do 2° ano, Renan Cesar Santos de Lima, 8 anos fez releitura do livro 'Doutor Buti' do referido autor. Ele falou: “Achei legal a história de Doutor Buti porque ela me deu uma inspiração gigante para escrever e desenhar a minha história O HOMEM JABUTI E O CAÇADOR DE TRÊS BRAÇOS.

Ver o envolvimento de uma criança tão pequena engajada e refletir sobre a obra do autor com tanto talento e criatividade, trouxe uma nova onda de esperança para a perpetuação da cultura potiguar. Dessa forma, entendemos que a literatura toca corações, abrindo horizontes na forma de ver e sentir o mundo, dando aos alunos oportunidade de acessar um universo que ela ainda não conhece sem precisar sair do lugar. Toda obra é carregada de cultura e essa carregada da cultura potiguar.

A professora Suzana Valéria Aires falou: “achei interessante a presença do escritor na escola porque desperta na criança a curiosidade e o desejo pela literatura. O livro passa a ser mais importante porque o autor está ali, presente

Por fim, Mané Beradeiro, mostrou que a leitura pode ser acessível e encantadora para todas as idades. O evento foi um sucesso e reforçou a importância de dá vida a literatura. Assim, a criança percebe ainda na infância, que livro é uma coisa boa e que dá prazer.


Lenira Carlos Gurgel (diretora)
Lúcia de Fátima Cunha (coordenadora pedagógica)

domingo, 21 de julho de 2024

KIDS DA IBCIDADE RECEBEU FRANCISCO MARTINS





Na noite de hoje, 21 de julho, as crianças que participam do Movimento Kids, na IBCidade, em Neópolis, bairro de Natal, receberam Francisco Martins, que contou histórias e lançou os livros infantis "Doutor Buti" e  "Um novo Rei".



"Doutor Buti" está na segunda edição. É uma fábula que trata de qualidade de vida, respeito ao próximo e bullying. "Um novo Rei", em sua primeira edição, é um texto em cordel, que aborda lições de cidadania, política e de forma subliminar a mensagem do cordeiro pascal.

sábado, 13 de julho de 2024

MONÓLOGO DE ANANIAS

 

Hoje, à noite, no Arraiá Projeto das Artes, na Praça Aluízio Alves, no Jardim Aeroporto, bairro Emaús, em Parnamirim-RN, conheça o "Monólogo de Ananias", um texto que vai lhe dar razões para amar o jumento e seus familiares. Escrito por Mané Beradeiro o poema, em gênero de cordel será declamado pelo jumento Ananias.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

A CATEDRAL DE NATAL: PE. JOÃO MARIA E DOM COSTA

Quadro de Vicente Santeiro - 2023 - Acervo da Academia Norte-rio-grandense de Letras

Nos dias atuais, quem passa diante da Catedral Metropolitana ou adentra a mesma e eleva ao Senhor uma prece sob a proteção de Nossa Senhora da Apresentação,  jamais imaginará a história que precede a construção da mesma em seu estado atual. Um projeto  sonhado por gerações e gerações. Naquele mesmo local onde está construído o espaço litúrgico, segundo alguns historiadores existia uma casa de farinha de propriedade de Antônio Francisco Viveiros que a vendeu a Sofia Roselli. O terreno foi doado ao Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação Pe. João Maria Cavalcanti de Brito. O mesmo fora nomeado vigário em sete de agosto de 1881, onde passou 25 anos.

O lançamento da pedra fundamental integrou os eventos da Festa da Padroeira e aconteceu em 21 de novembro de 1894, ou seja, há 130 anos atrás. Não ainda como Catedral, pois a criação e instalação da Diocese viria depois (28/12/1909) mas como uma Capelinha na qual os fiéis se dedicaram a sua construção. Traziam na cabeça as pedras necessárias para o alicerce do espaço sagrado, em procissão, desde a Praia de Areia Preta. Com o falecimento do Pe. João Maria em 16 de outubro de 1905, o seu  sucessor,  Pe. Moisés deu continuidade a edificação, deixando-a em situação bem adiantada. Com sua saída em 1910 a obra foi interrompida e abandonada.

Foto do primeiro projeto da Catedral na Praça Pio X

Ao longo de mais de um século cada bispo que por aqui passou deu a sua interpretação ao edifício que estava sendo construído. Somente no governo de Dom. Nivaldo Monte logo após a sua posse como Administrador Apostólico decidiu retomar a ideia de construí-la. As ruínas existentes denotavam degradante aparência. Somente em 1972 o segundo Arcebispo de Natal decidiu retomar a construção e manifestou ao seu Bispo Auxiliar Dom Costa seu desejo de que ele considerasse  a construção da nova Catedral como uma de suas atribuições.

Depois de muita luta e grandes batalhas a solene dedicação da Igreja Catedral se deu às 9h do dia 21 de novembro de 1988, festa de Nossa Senhora da Apresentação, sob a presidência do Arcebispo de Natal Dom Alair Vilar. Dom Costa não participou da solenidade. Sua querida mãe Lula morreu na noite de vinte para vinte e um. Enfim, a sua missão foi cumprida.  Em 24 de maio de 1990 a Comissão Executiva da construção da mesma foi dissolvida.

Foto do blog do BG

Em suma, muitas etapas foram acrescentadas. Haja visto a mais recente inauguração dos vitrais e da via sacra. Contudo, o nome do Pe. João Maria, o pioneiro deste espaço litúrgico, jamais poderá ser esquecido. Da antiga praça Pio X surgiu tão belo templo. Quando nos ordenamos presbíteros Dom. Jaime, Dom. Canindé, Pe. Cassiano e eu fizemos uma foto nas ruínas mas tendo como fundo as cruzes que já estavam erguidas. De lá para cá cada pároco colocou a sua marca ao longo de quase 50 anos. Foi na gestão de D. Costa que aconteceu a  solenidade de benção de mais uma pedra fundamental da nova Catedral. Este fato aconteceu no dia 21 de junho 1974 como encerramento da procissão da Festa do Corpo de Deus. A partir desta data, sem nenhuma interrupção surgiu a nova Catedral de Natal. Um belo templo capaz de acolher uma multidão de fiéis. D. Costa não impunha limites à sua determinação de dar à Senhora da Apresentação uma Catedral majestosa, mística, imponente e acolhedora. Um monumento que eleva a fé e a esperança dos que constituem o povo de Deus nesta Arquidiocese de Natal.   



Padre José Freitas Campos, do Presbitério de Natal.


Foto do blog do BG visualizada em 12 de julho de 2024 <https://www.blogdobg.com.br/confira-os-horarios-das-missas-da-quarta-feira-de-cinzas-em-natal-e-no-interior-do-rn-celebracoes-marcam-o-inicio-da-quaresma/>


quarta-feira, 10 de julho de 2024

AGENDA CULTURAL - 2ª QUINZENA DE JULHO

 Dia 13 de julho - sábado - Mané Beradeiro e o jumento Ananias - evento: Arraiá do Projeto das Artes - Praça Aluizio Alves - Jardim Aeroporto - Parnamirim. - Hora: das 16 às 22 h.

Dia 20 de julho - sábado - Francisco Martins - evento: sábado letivo - encontro com os alunos da Escola Arnaldo Monteiro - bairro Neópolis, em Natal.

Dia 21  de julho - domingo -  Francisco Martins  -evento: lançamento do livro  "Um novo Rei" - local: Igreja Batista Cidade -IBCidade - Neópolis- Natal - hora: 18.


 Dias 25, 26 e 27 de julho - Francisco Martins - evento: Expoeduc 2024 - Centro de Convenções - Natal. Dia todo. Venda de livros e sessão de autógrafos.

sábado, 6 de julho de 2024

60 ANOS DE BEM MAIOR

 Chego hoje aos 60 anos. Estou definitivamente adentrando-me na terceira idade. Poderia usar o verbo chegar, mas é que verdadeiramente essa será a última fase da vida, e nela não chego, mas contemplo o partir.  Já se foram a infância, a juventude, a idade da prosperidade. Agora é a etapa na qual preciso caminhar com maior cautela.


Não sou pessimista! Creio na vida e a ela me dedico e abraço, sabendo porém que o ponteiro que mede o abastecimento dos meus dias, indica que  caminha para a reserva. Fiz tantas coisas ao longo desses anos, vivi muitas profissões, sou uma natureza múltipla de fazeres e dons. Tudo é motivo de agradecimento a DEUS,  o autor deste homem chamado Francisco Martins.


Na carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 4, no versículo 10 ele escreveu: "Vocês guardam dias, meses, tempos e anos". Não sei o que o Apóstolo dos gentios queria advertir quando escreveu  isso, mas, realmente guardamos. E esses dias, meses, tempos e anos são elementos do conjunto chamado vida. Com ele e nele temos tudo o que fizemos de bom e mal na linha do tempo. Feliz daquele que pode chegar aos 60 anos, olhar os elementos desse conjunto e dizer:  fiz maior o bem, que o mal. Eu sou assim!