sábado, 10 de agosto de 2024

A PESQUISA É UM PORTAL

     Pesquisar me faz um bem enorme. Sinto a sensação que passei pelo portal, de volta a um passado, no qual vou me encontrar com histórias e pessoas, tendo a oportunidade de voltar, e sabendo que algumas delas não podem vir fisicamente comigo.

Francisco Martins

HISTÓRIAS BREJEIRAS

 

 

Contam os mais velhos que a Florzinha foi uma mocinha que encantou-se. Bonita, com os cabelos loiros na cintura. Daí, o nome de Florzinha. Vive nas matas e é muito fumadeira.

 Caçador que se embrenha na floresta noite adentro, para pegar um peba, um tatu, um veado, mais das vezes topa com ela, que chega e pede fumo. Se o caçador der o fumo,a caçada é generosa. Enche o bornal de caça. Mas, se por moleza, não tiver fumo para Florzinha, não mata nem rato, pois ela bota azar no cabra.

Gosta de correr a cavalo que é uma peste. Tem por costume fazer umas trancinhas nas crinas dele, bem feitinhas e que dão um trabalho danado para desmanchar.

No sítio do Louro, mais das vezes chega um cavalo de trancinhas. Uma noite dessas, Zuza viu um cavalo de Nelson assombrado. Um cavalo manso, nascido e criado aqui neste pasto. Havia corrido desde a terra dos abacaxis e amanheceu dentro desta roça, perto de casa. As crinas cheinhas de tranças.

Uma outra vez, ela pregou uma peça no louro. Deu um assobio no ouvido dele, já de noitinha, lá no fim do mato. Foi quando ele disse:

“Por caridade, eu já estou indo embora. - Botou a foice no ombro e desabou.

“Lá, no Agreste, tinha um velho que gostava muito de caçar. Certa vez, na mata do Bomfim, topou-se com ela, que foi logo perguntando se ele tinha fumo.

“Tenho - respondeu.

“Então me dê um fuminho que é para eu fumar. Agora tem uma coisa, o meu cachimbo é grande, porque é feito do coco da sapucaia. É preciso de muito fumo para encher.

O velho, que tinha bastante fumo na ocasião, forneceu o suficiente para Florzinha encher o pito.

“Olhe, amanhã traga fumo de novo, que eu facilito tudo o que é de casa para você. Agora, não conte nada à sua mulher. Se disser, o pau canta, quando você chegar aqui no mato.

Ele prometeu que não contava a ninguém. No dia seguinte, levou fumo de novo. Foi aí que sua mulher começou a desconfiar. E o que fez? Botou pimenta no fumo sem que o velho desse fé. Chegando lá, ele entregou a encomenda para a Florzinha, quando ela pitou, era só pimenta!

“Já sei, você contou alguma coisa em casa. Agora sabe o que vai acontecer? Vou dar-lhe uma pisa.

Tirou um cipó de brocha e lhe enfincou no couro, fazendo o velho correr até em casa. Quando, todo lenhado, conseguiu abrir as portas, ela disse:

“Sua casa foi quem te valeu, senão você ainda ia apanhar mais.

O velho ficou tão doente de um jeito que nunca mais teve gosto para caçar.

 

Observação: O autor desse texto é Newton Lins.  Fazendeiro e médico. Foi publicado em "O Jornal de Hoje", edição 30 de janeiro de 1998.




segunda-feira, 5 de agosto de 2024

CAMINHADA POÉTICA

 Chamo de CAMINHADA POÉTICA, aquele momento matinal que realizo todas as semanas, de segunda a quinta-feira, sempre no horário das 4h, com duração de 40 minutos, pelas ruas do bairro onde moro. É quando faço minha atividade física, com as ruas desertas, encontrando poucas pessoas nas ruas.  Nessa caminhada aproveito para gravar um pequeno vídeo e distribuir pelas redes sociais. São textos poéticos, correlatos com a Palavra de Deus. Um convite à reflexão. Abaixo as duas publicações dessa edição de 2024.







UMA CONVERSA SOBRE ARTE COM QUEM SABE DO ASSUNTO

 


quinta-feira, 1 de agosto de 2024

DIA DO POETA DA LITERATURA DE CORDEL

 É hoje, 1 de agosto, a data que comemoramos o Dia do Poeta da Literatura de Cordel. Impossível  não aplaudir a importância destes poetas que tanto se dedicaram a escrever os poemas, como também trabalhar na propagação das vendas dos folhetos, semeando dessa forma, em várias regiões do Brasil, o cordel brasileiro.


QUERIDO IRMÃO PADRE...

 

 O mês vocacional (agosto) e o dia do Padre ( 1º domingo) nos faz refletir sobre a nossa identidade sacerdotal e o nosso seguimento a Jesus Cristo. Todo tempo é tempo de se recompor para continuar a caminhada no contexto de uma igreja Sinodal e Missionária. O Presbitério como um corpo onde o Bispo juntamente com os presbíteros, vinculado pela missão, buscam viver na comunhão partilhando anseios, sentimentos, desejos, projetos, dificuldades e conquistas.

Pensemos juntos nas dificuldades que muitas Dioceses enfrentam com relação a construção do Reino. Ente elas a sobrecarga de trabalho, o número reduzido de Presbíteros e outras lideranças, além de grandes distâncias geográficas e meios de comunicação e locomoção precários. Daí a necessidade de firmarmos passos na implementação de uma Pastoral Presbiteral que tenta buscar encaminhamentos para todas as sombras e desafios que enfrentamos nos dias atuais.

 

Reflitamos nas várias etapas e fases que compõem a nossa vida. Embora não possamos determinar de modo matemático é possível destacar algumas etapas: 1º juventude sacerdotal: dizem alguns que são os primeiros cinco anos de ministério. É a fase da inserção. Dos primeiros êxitos e fracassos. Para alguns chega até os 30 anos de idade. 2º fase da maturidade: situada entre os 30 a 50 anos. É a fase da realização mais intensa, fundada na experiência que se vai adquirindo. 3º fase da plenitude, está entre os 50 e 65 anos. Apontada como sendo o tempo da definição de uma espiritualidade madura. 4º fase etapa da sabedoria: dos 65 aos 75 anos. Tempo de uma revisão profunda de toda a existência. A certeza de seu valor e importância para a comunidade e para o Presbitério, com toda a sua bagagem, pode dar sentido a esta fase, e colaborar na realização de quem vive esta etapa.

 

Por ultimo a etapa jubilar a partir dos 75 anos na qual se vive a alegria do dever cumprido e da maturidade alcançada. Aqui podemos partilhar experiência adquirida de maneira mais livre. Para os que vivem esse momento sabemos que é importante a presença de todo o Presbitério. Diante de todas estas etapas percebemos  o quanto é importante a Pastoral Presbiteral. É ela que deve estar atenta para respeitar e considerar cada momento da vida do padre. Sentimos ser uma necessidade urgente. “ Ainda tens longo caminho a percorrer” levanta-te e come (1 Reis, 19,7). Precisamos ser cuidados para melhor cuidar. Somos sabedores dos nossos limites mas conhecemos também nosso potencial. Precisamos de estímulo e apoio para a comunhão fraterna, solidariedade, compreensão e acolhimento. São elementos indispensáveis de uma Pastoral Presbiteral.

 

Em suma, percebe-se um interesse maior em descobrir ou construir uma espiritualidade própria do Padre diocesano, além de uma rica contribuição de grupos de espiritualidade tais como: Prado, Ordem Terceira Franciscana, Folcolares entre outros. Alguns promovem encontros dos padres em pequenos grupos, por afinidade ou por tempo de ordenação. Intercedamos ao Senhor da messe para que o Bispo com os Presbíteros e estes com o Bispo promovam um ambiente saudável, de unidade e amizade, na Igreja Local, na plena consciência de serem juntos Sacramento do Corpo de Cristo. Parabéns, Padres irmãos pelo nosso dia!


Pe. José Freitas Campos do Presbitério de Natal-RN.

quarta-feira, 31 de julho de 2024

ASSIM DISSERAM ELES...



"A leitura não há de substituir a vida que se passa lá fora, mas certamente a embelezará."

Josué Montello

CÂMARA CASCUDO - CONTINUA VIVO NA CULTURA MUNDIAL


 Ontem, 30 de julho, é a data que marca a saída (material) de Câmara Cascudo deste mundo. Foi-se o corpo, elevou-se a alma, ficou a obra, e que obra! Gigantesca como o Brasil. 38 anos  fez ontem do seu encantamento. Hoje, por coincidência, quando estava fazendo a minha leitura, deparo-me com esta curiosidade que Josué Montello registrou em seu diário, quando vivia no Peru, no ano de 1953, sendo professor de Literatura Brasileira, na Universidade de São Marcos.

Viva Cascudo!


ACADEMIA ASSUENSE DE LETRAS VISITA O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA

O Conselho Estadual de Cultura recebeu na tarde de ontem, 30 de julho, por ocasião da sua sessão ordinária, um grupo de imortais da Academia Assuense de Letras-ALL, que veio trazer as boas novas de Assu no campo da literatura e cultura. A AAL tem como atual presidente, a jornalista Auricéia Antunes de Lima.

Além da presidente, os confrades Francisco das Chagas Pinheiro, Fernando Caldas, Maria do Perpétuo Socorro Wanderley, Raimundo Inácio da Silva Filho e Francisco Costa, integram o grupo visitante.

O Conselheiro Presidente Valério Mesquita fez as honras da casa e disse da alegria em receber a AAL, aqui presente. Lembrou os nomes de assuenses que são patronos e outros acadêmicos na Academia Norte-rio-grandense de Letras.
A Presidente Auricéia Antunes, por sua vez, apresentou os projetos que a AAL vem realizando em Assu, o que faz dessa arcádia uma instituição operante e presente no seio da sociedade.
Um dos projetos mais destacado tem sido  o "Academia de Letras nas escolas", com edição em 2023 e 2024.
A Presidente Auricéia Antunes de Lima disse que " esse projeto acontece de forma integrada com o pedagógico das escolas visitadas, nele trabalhamos não apenas a importância do conhecimento sobre a AAL, mas também  a música, teatro e poesia".


Todos os acadêmicos puderam se apresentar e os Conselheiros e Conselheiras também interagiram com os visitantes, fazendo desse encontro um forte elo da cultura potiguar. O CEC preparou um kit cultural ( três revistas do CEC/RN, a mais recente da ANRL e a Revista Histórica do Natal - edição 2024).   Assinalando essa tarde repleta de  conhecimentos, a AAL presenteou o CEC com uma tela do artista plástico Gilvan Lopes e livros dos autores acadêmicos.

Francisco Martins
Secretário do CEC/RN



terça-feira, 30 de julho de 2024