Uma boa oportunidade para quem desejar ter contato com a cultura popular vai ser oferecida neste sábado, numa realização promovida pela Casa do Cordel. Será o SARAU POÉTICO COM APRESENTAÇÕES CULTURAIS, que vai começar às 8 h, tendo como local o CECAFES, situado à Rua Jaguarari, 2454, bairro de Lagoa Nova.
quinta-feira, 7 de abril de 2022
terça-feira, 5 de abril de 2022
CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA - 55 ANOS DE INSTALAÇÃO
O Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte completa hoje, 5 de abril, 55 anos. Foi criado pelo Governador Monsenhor Walfredo Gurgel. Transcrevo na íntegra a Ata de Instalação do Conselho Estadual de Cultura.
Aos cinco (5) dias do mês de abril do ano de mil novecentos e sessenta e oito (1968), em uma das salas do Teatro Alberto Maranhão, realizou-se a sessão de instalação oficial do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte. Estiveram presentes os seguintes Conselheiros: Dr. Jarbas Ferreira Bezerra - Presidente; Comendador Luis da Câmara Cascudo; Dr. Alvamar Furtado de Mendonça; Dr. Américo de Oliveira Costa e Dorian Gray Caldas. Deixaram de comparecer os Conselheiros Dom Nivaldo Monte, Dr. Ivan Maciel de Andrade e Dr. João Batista Cascudo Rodrigues. Além das presenças citadas, compareceram a Instalação do Conselho Estadual de Cultura, funcionários e jornalistas da imprensa falada e escrita desta capital. Às dezessete horas e dez minutos (17,10), o senhor presidente deu por aberta a sessão e logo em seguida, declarou instalado oficialmente o Conselho Estadual de Cultura. Esclareceu que mesmo com a falta de alguns conselheiros, era necessária a sua instalação com urgência para que fossem iniciados os trabalhos e entrar em contacto com o Conselho Federal de Cultura. Prosseguindo, o senhor presidente solicitou que nessa mesma sessão, fosse escolhido o vice-presidente, porque, pelo decreto de criação do Conselho de Cultura, o presidente era automaticamente o Secretário de Educação e Cultura. A votação foi efetuada por escrutínio secreto, sendo eleito o conselheiro Alvamar Furtado de Mendonça, por quatro contra um (4x1) votos, o qual foi dado ao conselheiro Américo de Oliveira Costa. Absteve-se de votar o conselheiro Luis da Câmara Cascudo por sentir-se dimissionário. Em seguida, o senhor presidente deu conhecimento à mesa de que no período de 22 a 24 do corrente mês, realizar-se-á em Brasilia, o Iº Encontro Nacional dos Conselhos de Cultura. Informa que o Encontro terá dois objetivos fundamentais: 1º levantamento objetivo da realidade cultural regional com vista à elaboração do Plano Nacional de Cultura; 2º articulação dos Conselhos Estaduais com o Conselho Federal de Cultura para unidade de orientação e solução dos problemas regionais de Cultura. Acrescentou, que para esse Encontro, o Conselho de Cultura enviará um representante. Nesse sentido pediu a opinião dos senhores conselheiros de ser o representante indicado pelo presidente ou escolhido pela mesa. Os senhores conselheiros, por unanimidade acharam que o representante ideal seria o próprio presidente. Este alegando suas inúmeras viagens ao Sul do país por seus afazeres à frente da Secretaria de Estado da Educação e Cultura, declinou de seu nome em favor da pessoa do vice-presidente, o conselheiro Alvamar Furtado de Mendonça, que como seu substituto oficial, ficaria com a incumbência de representar o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte. Quanto ao requerimento de demissão apresentando pelo conselheiro Luis da Câmara Cascudo, o senhor presidente deixou para ser apreciada na próxima reunião do conselho. O conselheiro Luis da Câmara Cascudo usando da palavra explicou que os motivos que o levaram a este ato estavam claros no seu pedido de exoneração e eram os mesmos que o fizeram demitir-se do Conselho Federal de Cultura. Adiantou ainda que estaria à disposição do Conselho Estadual de Cultura tanto quanto possível. Facultada a palavra e como nenhum conselheiro fizesse uso dela, o senhor presidente encerrou a sessão, agradecendo o comparecimento dos senhores conselheiros desejando que o Conselho Estadual de Cultura se mantenha firme nos seus objetivos, pois acha que não se deve olhar unicamente para a educação, mas , também para o nível cultural da população. Finalizando, o senhor presidente convocou outra sessão para a próxima terça-feira, dia nove (9), às 17 horas na Secretaria de Estado da Educação e Cultura, a fim de tratar do expediente para o Iº Encontro Nacional de Conselhos de Cultura e escolha da comissão que ficará encarregada de preparar o anteprojeto do Regimento Interno do Conselho Estadual de Cultura. Não havendo nada mais a tratar no momento, eu, Mariza Pinheiro de Moura, Secretária do Conselho Estadual de Cultura, lavrei o presente termo que vai por mim assinado, depois de lido e aprovado por todos os conselheiros. Mariza Pinheiro de Moura
sábado, 2 de abril de 2022
RÔMULO CHAVES WANDERLEY - UM HOMEM QUE BEM SERVIU A CULTURA
Amanhã, domingo, 3 de abril é a data natalícia do escritor Rômulo Chaves Wanderley, que veio ao mundo em 1910 , tendo como palco a cidade de Assu. Seus pais se chamavam Rodolfo Chaves Wanderley e Júlia da Silva Wanderley. Ele, de Assu, ela de Mossoró. Muito cedo, o menino Rômulo começou a escrever poemas nos jornais de Assu, e mesmo quando se mudou para Angicos, não deixou de contribuir com os periódicos da sua terra natal.
Em 1937, então com 27 anos, veio morar em Natal. Trabalhou no jornal "A República", começando como revisor e depois foi redator. Deu suas contribuição para outros jornais, como "O Diário de Natal", mas foi na "Tribuna do Norte", onde ele sedimentou sua trajetória jornalística, mantendo por muitos anos, a coluna "A Nota da Manhã", iniciada em 1950.
Foi professor, do Atheneu e da Faculdade de Filosofia, advogado ( formado na turma de 1945), Secretário Geral do Governo José Varela, Procurador do Tribunal de Contas do Estado (Governo Aluízio Alves). Fez parte de algumas instituições culturais do Rio Grande do Norte, entre elas a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, onde por 17 anos foi o ocupante da cadeira 16 e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Veríssimo de Melo assim descreve a imagem física de Rômulo Wanderley: " cabeleira leonina, gordo e lento, era espírito alegre e bonachão, amando o bom papo, a boa pilhéria (nos velhos tempos regada à cerveja ou vinho português), e sem pressa até mesmo de atravessar rua movimentada".
Como escritor teve as seguintes obras publicadas:
1) Uma Tempestade num copo d'água ( crônicas), 1951
2) Arca de Noé (perfis de deputados), 1952
3) A geografia Potigar na sensibilidade dos poetas (ensaios), 1962
4) Canção da terra dos Carnaubais (poemas). 1ª edição 1965, 2ª ed 2010
5) Panorama da poesia Norte-Rio-Grandense. 1ª 1965
6) Luis da Câmara Cascudo e os trovadores (louvação em prosa e verso), 1966
7) Noções de história e geografia do Rio Grande do Norte - Volume I, 1968
8) Romance da vida e dos milagres do Padre João Maria - 1968
9) História do Batalhão de Segurança, 1969
10) Noções de história e geografia do Rio-Grande do Norte - Volume II, 1972, obra póstuma
Deixou alguns trabalhos inéditos, como por exemplo o romance "Tabatinga". O texto original encontra-se guardado no IHGRN.
Casou com Maria Amélia Pinheiro Wanderley, gerando três filhos: Berilo Wanderley ( escritor, poeta, cronista), Gilberto Wanderley (médico) e Maria Leonora, que faleceu aos 11 anos.
Faleceu no dia 7 de janeiro de 1971, aos 60 anos e 9 meses. Rômulo Chaves Wanderley é Patrono da Biblioteca Municipal de Parnamirim, que está celebrando 50 anos de criação.
Francisco Martins
Fontes
Patronos e Acadêmicos - Volume II - Veríssimo de Melo - Editora Pongetti - Rio de Janeiro, 1974
A Grande Pesquisa - Homenagem aos 80 anos da ANRL (1936-2016) -Francisco Martins - 8 Editora - Natal, 2016
Memória Acadêmica - Leide Câmara - Editora IFRN - Natal 2017 - páginas 306 a 308.
O BARÃO E O QUEIJO
Eis uma informação gastrônomica sobre um produto da culinária potiguar: José Maria da Silva Paranhos, o famoso Barão do Rio Branco, provou do queijo do Seridó. Quem nos garante isso é Câmara Cascudo, numa Acta Diurna de 20 de abril de 1945, publicada em "A República", onde lemos: "Meu Pai possuía, e não mais pus os olhos em cima, uma carta autografada de Rio Branco, muito espirituosa, agradecendo uma remessa de queijos do Seridó"
quarta-feira, 30 de março de 2022
ASSIM DISSERAM ELES ...
"Só domina quem se domina. Só se domina quem se possui. Só se possui quem se conhece e só se conhece quem sabe refletir".
Dom Nivaldo Monte
segunda-feira, 28 de março de 2022
UMA BIBLIOTECA NA PROVÍNCIA DO RN
Em 8 de março de 1868, numa das salas do antigo Atheneu, prédio que hoje não existe, foi inaugurada a Biblioteca Pública Provincial, que funcionou até novembro de 1909. Recebia uma frequência mensal de 150 a 200 leitores.
Fonte: Natal em 1877, Acta Diurna, Luis da Câmara Cascudo, jornal "A República", em 16 de janeiro de 1944.
quinta-feira, 24 de março de 2022
PRIMEIRO QUADRO CARTONERO DE MANÉ BERADEIRO
terça-feira, 22 de março de 2022
ASSIM DISSERAM ELES ...
"Sem a justiça o que é um rei, senão um bandido coberto de glória? O que é um reino, senão um covil de ladrões?"
Santo Agostinho
segunda-feira, 21 de março de 2022
UM OLHAR SOBRE A COLEÇÃO DEZ MULHERES POTIGUARES - CORDEL
A Casa do Cordel, pelo quinto ano consecutivo, concretizou mais uma edição da Coleção Dez Mulheres Potiguares, que é um projeto voltado a homenagear as mulheres, através do gênero de cordel, onde as autoras escrevem sobre outras. Tenho acompanhado todas as edições, na qualidade de leitor e principalmente como crítico do cordel brasileiro, e até onde sei, o único do Rio Grande do Norte, que tem a coragem de escrever sobre esse gênero e tornar pública a opinião. É bem verdade que há aqueles que falam, mas não escrevem. São palavras soltas ao sabor do vento. As minhas, optei por gravá-las na pedra.
Tal atitude tem seu preço, e acreditem, nem sempre é saboroso como o mel, e isso se dá pelo fato de que o autor ou autora, objeto da crítica, às vezes não aceita ver seu cordel ser analisado de forma tão criteriosa. O que eu quero na verdade é mostrar o zelo que devemos ter por essa poesia. Se há regras que tenhamos a preocupação de segui-las; se há sugestões para melhorar a produção, que tenhamos a humildade de acatá-las. Eu mesmo sou um poeta cordelista que cresci em minha trajetória por ter vontade e disciplina. Muitos erros cometi nos primeiros folhetos, mas não me amarrei a eles. Como dizia Rafael Negreiros: “Não sou estátua para não mudar de posição”.
Feitas tais considerações é hora de
apresentar o que vi na quinta edição da coleção “Dez Mulheres Potiguares”, As
poetas cordelistas foram (por ordem alfabética):
1) Célia Melo (Bombom) - Ana Paula
campos: Mulher de todas as tribos
2) Fátima Régis - Titina Medeiros: A arte e a
resistência de uma atriz potiguar
3) Geralda Efigênia - Eliane Amorim das
Virgens Oliveira: Primeira desembargadora do RN
4) Gorete Macêdo - Maria de Lourdes
Alves Leite: Pioneira na Justiça do Trabalho Potiguar
5) Járdia Maia - Lindalva Torquato Fernandes:
Da Política no Sertão para a justiça no TCE - Ministra TCE
6) Jussiara Soares - Áurea de Gois: A
poetisa de Extremoz
7) Rita Cruz - Daluzinha Avliz: A
Contadora de Histórias
8) Rosa Régis - Dona nenén: A sua arte
deu cores ao galo de São Gonçalo
9) Sírlia Lima - Wilma de Faria: Uma
rosa vermelha e uma líder guerreira
10) Vani Fragosa - Fátima Bezerra: A
esperança fazendo a história.
Li e reli várias vezes os dez folhetos - vou apresentar um quadro geral sobre as observações, caso alguma autora deseje saber a análise que foi feita sobre o seu poema, posso enviar pelo e-mail. Como é do conhecimento de todos, o gênero do cordel possui entre suas características, três que são inegociáveis: métrica - rima - oração. Tratarei disso à luz da Tabela Beradeiriana, que vai nos mostrar a eficiência poética do conjunto dos textos analisados. Nove folhetos têm 32 estrofes e apenas um tem 31 estrofes, em sextilhas, com versos heptassílabos (pelo menos deveriam ser), isto é, sete sílabas poéticas. Assim sendo, considerei para fim da aplicação da Tabela Beradeiriana, que a coleção teria um único texto com 319 estrofes, 1914 versos, dos quais 957 devem ser rimados e ter boa oração.
MÉTRICA: 97, 87%
RIMA = 99,37%
ORAÇÃO = 95,65%
Quais ensinamentos podemos tirar
dessa análise crítica?
2º) Há excelentes poetas cordelistas
no RN mas existem aquelas que ainda precisam solidificar seus poemas.
3º) A Casa do Cordel, instituição que
tem prestado relevante serviço ao Cordel
Brasileiro, não pode achar que um trabalho com dez poetas participantes,
não careça passar pelo crivo de um Conselho Editorial. Se isso tivesse acontecido, com certeza o IAP seria muito maior.
4º) É mister promover um curso de
formação sobre métrica, rima e oração, para que possamos dessa maneira
capacitar os poetas (homens e mulheres) que têm dificuldade no assunto.
2º) Tente na construção do verso
dizer o que pretende, sem causar ruptura na sonoridade.
Exemplos:
“ Em Brasília adentrou na
Câmara dos Deputados”
“ Foi na Faculdade de Nova
Friburgo estudar”
3º) Mantenha-se fiel ao tema que se propôs poetizar. É frustrante o leitor perceber que o autor não tratou sobre o que diz o título do cordel. Nesta coleção “Dez Mulheres Potiguares - 5ª edição” dois folhetos apresentam isso:
Daluzinha Avlis: A Contadora de Histórias -
Não há uma única estrofe que trate sobre as atividades da Daluzinha, no ofício
de contadora de histórias e o registro da Maratona de Histórias, algo tão
singular criado por ela.
As cordelistas têm um bom domínio da rima e oração.
As mulheres que foram temas dos poemas revelam a importância da luta da mulher na cultura e história potiguar
O Cordel Brasileiro, escrito por mulheres, ganha cada vez mais espaço e conquista leitores
As artistas xilogravuristas ( Célia Albuquerque, Cecília Guimarães, Letícia Paregas e Kimberly) fizeram um trabalho louvável.
. O Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, em sua sessão plenária, de terça-feira pp, aprovou voto de congratulação pelo conjunto da obra. A proposição foi feita pela Conselheira Sônia Maria Ferreira Faustino e o voto será enviado brevemente à Casa do Cordel, as poetas participantes e à Professora Doutora em Literatura Comparada (UFRN), do Instituto Kennedy e da Rede Pública de Natal - Aparecida Rego, que escreveu a apresentação dessa coleção.
Mané Beradeiro, em 21 de março de 2022.
A imagem que ilustra o artigo foi tirada do seguinte endereço: https://www.soumaisrn.com.br/2022/03/08/coletanea-de-cordeis-homenageia-mulheres-que-fizeram-historia-no-rn-neste-8-de-marco/ Visualizada em 21 de março de 2022.
quarta-feira, 9 de março de 2022
terça-feira, 8 de março de 2022
PLÁCIDO AMARAL É HOMENAGEADO EM CORDEL COLETIVO DA NORDESTINA EDITORA
A Editora Nordestina (Barreiras-BA) especializada em publicações de livros e folhetos sobre o gênero de cordel, dedica-se mais uma vez a homenagear a memória de um vate que partiu. Desta vez, o cordel coletivo é para louvar o poeta Plácido Amaral, que faleceu em 26 de fevereiro último.
Os poetas participantes, homens e mulheres, produziram uma estrofe em décima, com a estrutura de rima: abbaaccddc. A capa tem a assinatura de Ulisses Angello, a editoração do projeto traz o selo da Nordestina Editora, administrada pelo incansável Zeca Pereira, homem de vários instrumentos que descansa carregando pedras.Zeca Pereira |
Aurineide Alencar - Dourados/MS
Antônio Poeta/ Jeremoabo-BA
Zeca Pereira/Barreiras -BA
Rozineide Orlando - Goiana-PE
Manoel Messias A. Matos - Ribeira do Pombal – BA
Mané Beradeiro - Parnamirim-RN
Edivaldo Cordelista - Goiana, PE
Raimundo A. Corado - Barreiras – BA
Rosa Regis - Natal-RN
Cléber Eduão Ferreira - São Gabriel/Ibotirama – BA
Teresinha Vidal de Assis - Fortaleza – CE
Mestra Janete Lainha - Ilhéus-BA
Silva Dias - Irecê - BA
Silvano Lyra - Olinda-PE
16 poetas se uniram para deixar registrado nesse cordel coletivo, a importância e o valor que foi Plácido Amaral para a poesia. Parabenizo a Editora Nordestina por ter este olhar de gratidão àqueles que fazem do versejar uma obra de arte.
Mané Beradeiro, 8 de março 2022
ÀS MULHERES
Tem marco universal
Dedicado às mulheres
Um ser todo especial
Sem elas somos lascados
Correndo todos os lados
Do sertão ao litoral.
8 de março 2022
domingo, 6 de março de 2022
quinta-feira, 3 de março de 2022
domingo, 27 de fevereiro de 2022
O TURISTA
MANÉ EXPÕE SEUS CORDÉIS EM CAMPINA GRANDE/PB
O ENCANTAMENTO DE PLÁCIDO AMARAL
O verso perde o vigor
Métrica se desalinha
A rima chora de dor
Os companheiros que ficam
Nas estrofes testificam
Seu legado e seu valor.
Mané Beradeiro
terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
COMO UM OLEIRO
Invado a casa de Dorian Gray e, de repente, me vejo cercado de cores, cores e cores. São cores que se alastram pelo chão, sobem pelas paredes, avançam sobre nós, como a querer devorar-nos. São telas, são tapetes, são mosaicos, são murais enormes se agigantando sobre uma parede e que parecem querer rasgá-la e ganhar a rua, o mundo.
Berilo Wanderley |
Dorian Gray |
E a casa de Dorian, tem essa feição antiga de casa antiga, varandas cheias de calma, jardins adormecidos... Onde, parece, a gente está sempre vendo que _ como diz o poeta Dorian Gray _ "humilde alguém se assenta a um canto e fica a escutar a música das árvores e a lua que chega".
Fonte: O Menino e seu Pai caçador, Berilo Wanderley, FJA/Clima, Natal 1980, p. 45