sábado, 3 de novembro de 2018

A CIRURGIA DE POLLYANNA

Ela chegou lá em casa com um grave  problema, estava precisando urgentemente ser cirugiada, não  aguentaria viver daquele jeito. Confesso que tive dó. Eu a vi menina e agora, moça, com a possibilidade  de morrer tão  jovem. Seus olhos suplicaram  que eu tivesse a iniciativa de fazer algo, não  teríamos  muito  tempo. Vi- me entre a cruz e a espada, numa situação que exigia de mim força  e determinação. Entre salvar aquela vida, mesmo com o risco de ser processado por exercer um ofício para  o qual não tinha  sido formado ou vê -la morrer dentro da minha casa, em minhas  mãos, não  hesitei em optar pela primeira. Se tudo desse errado eu seria conhecido como  o homem que matou  uma jovem muito conhecida, se tudo ocorresse certo, eu não  ganharia  nenhuma fama, mas poderia contar com a certeza  de que ela ainda alegraria  muita gente.
Pensei rápido  e disse para mim mesmo: não a deixarei morrer. Farei tudo que estiver ao meu alcance.
E  preparei-me para a luta. Deitei-a sobre a mesa e sem aplicar anestesia  comecei a cortar sua coluna. Foi doloroso, mas preciso. A agulha perfurou-lhe as carnes, foi no mais profundo do seu corpo. Ela desmaiou de dor. Tive que agir rápido. Sentia uma fé  que gritava: tudo dará  certo. Avante!
O relógio  corria, o tempo não  era aliado daquela causa, e minutos depois, que me pareceram uma eternidade, finalmente eu tinha  feito tudo que podia para salvar.
Tire suas próprias  conclusões vendo as imagens da cirurgia.

Francisco  Martins
02 de novembro  2018

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