domingo, 27 de setembro de 2020

CRÔNICA COM SABOR DE FANTASIA NUMA CIDADE ENCANTADA - PARTE I

 Foi na manhã deste domingo, 27 de setembro de 2020 que eu resolvi sair pedalando pelas ruas de Parnamirim-RN, com o objetivo de registrar lugares que muitas vezes passam despercebidos ao nosso olhar.  O poeta Antonio Francisco, ao prefaciar o livro "Histórias de Rio Pequeno - Uma viagem poética sobre a história de Parnamirim", da autoria de José Acaci, ele escreveu:

Parnamirim hoje é
Uma cidade encantada
Cantada por todo canto
Por todo canto cantada
Pela voz de um cantador
E poeta de bancada 
(Antonio Francisco)
 
Meus pés eram de ciclista, mas meu olhar de poeta,  e assim  pedalei descobrindo este encanto.  Sei que ainda tenho outras cenas para mostrar e breve farei isso, mas a pesquisa de campo de hoje já é suficiente para escrever esta crônica.
 
 Na rua Câmara Cascudo - Parque de Exposições - tem um banco em um canteiro, guarnecido por duas pequenas esculturas: um jamaicano e do outro lado um macaco.
 


Qual a razão deles estarem alí? Se Cascudo estivesse vivo, com certeza saberia dar a resposta.
 

 
 Ainda dentro do mesmo bairro, não muito distante do banco,  na rua Geraldo Pontes, eis que há um cruzeiro. Existem outros em Parnamirim.  Este fica lateral à linha férrea. 
 
 
Há uma cruz naquela rua 
Lembrando ao transeunte
Que Jesus é luz do mundo
Quem a fez? Não me pergunte!
Só sei dizer que Jesus
Tira-lhe todo besunte.
 (Mané Beradeiro)
 
Saindo do Parque de Exposições eu pedalei até o Centro.  Parei na avenida Tenente Medeiros, onde é preciso olhar mais alto e ver a beleza das palmeiras imperiais.
Palmeiras Imperiais nos ensinam que quando crescemos ficamos mais perto do céu, e muitas vezes somos ignorados por quem passa ao nosso lado.
Do Centro até o bairro COHABINAL,  onde eu registrei aquela que provavelmente é a menor praça pública de Parnamirim, localizada na rua Professor Clementino Câmara.
No bairro  Rosa dos Ventos eu encontrei um lugar, onde mora a galinha azul. Estava lá debaixo de um coqueiro, protegendo-se do sol. 
Até conversamos um pouco:
-Bom dia dona galinha!
-Bom dia!
-Qual o nome desta rua?
- Rua São Sebastião! Aqui nesse local, antes era usado por  descarte de lixo e podas. O pessoal da rua se organizou e me trouxe para cá. Tinha até mais coisas, infelizmente, roubaram algumas plantas e jarros. Hoje só resta eu e o pássaro aí.

Agradecido sai dali pensando o quanto é importante a cidadania, o conhecimento e sua prática. Rosa dos Ventos é um bairro com nome poético.

Na Trampolim da Vitória
Um bairro tem nome lindo
Rosa dos Ventos existe
A ele seja bem vindo
Lá mora a "Pintadinha"
Galinha que vive rindo.
(Mané Beradeiro)

E  continuei pedalando. O sol já estava ficando forte. Um senhor me disse que no bairro de Santos Reis também há um canteiro bem organizado. Deu-me as diretrizes e eu fui ver o local.  Um recanto cheio de beleza: rua Lindalva Santos.


Estava chegando ao fim do meu passeio ciclístico. Antes, lembrei que tinha visto dias atrás uma casa com um temível guardião, lá no bairro Vale do Sol, nas proximidades da casa do poeta José Acaci.

Até pensei em conversar com ele, mas desisti quando vi aquela boca aberta e lá na parede  o número 312, a quantidade de pessoas que ele já comeu. Sai em disparada e só parei em casa, no Parque Industrial.
 
Francisco Martins
27 de setembro 2020
 

 
 
 



4 comentários:

Oreny Júnior disse...

Parabéns, poeta, viva a nossa Parnamirim!!

Vera Azevedo disse...

Excelente! Continue, Crônicas II, Emaús.

Unknown disse...

Algumas perguntas iniciais posso lhe responder. O motivo de alguns enfeites.
Você é fantástico por fazer notar o despercebido.

franciscomartinsescritor disse...

Obrigado pela visita e os comentários.