quinta-feira, 9 de março de 2023

A BENGALA DE JOSÉ MELQUÍADES


Professor José Melquíades ladeado pelo Padre Amorim e Valério Mesquita

JOSÉ MELQUÍADES DE MACÊDO - (Macaíba/RN, 1925 – Natal/RN, 2001)

José Melquíades de Macêdo, nasceu em Igreja Nova distrito de Macaíba em 29 de outubro de 1925, filho Antônio Melquíades de Macêdo e Arminda de Oliveira Macêdo (além de José, o casal teve mais três filhos, Irineu, Iracema e Julieta). Casado com Gizelda Paraguassú de Macêdo com quem teve oito filhos. Foi funcionário público, advogado, professor, escritor. Pertenceu a Academia Norte Riograndense de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico do RN e ao quadro da loja maçônica Bartolomeu Fagundes.


 No campo das minhas pesquisas, eis que encontro o texto abaixo, que foi publicado na revista O GALO, edição setembro 2000, ano XII, p. 14. Vale a pena a leitura.

O reconhecimento da "nobre" bengala de José Melquíades
    Humberto Guerra, mais conhecido por "Perré", é de família tradicional potiguar. Durante seus primeiros anos de atividade pública, nos anos 70, foi assessor de gabinete do deputado federal Grimaldi Ribeiro. Disputou também a vaga de vereador pela Câmara Municipal de Natal, não obtendo sucesso.
    Decepcionado com a política, resolveu procurar novos horizontes, escolhendo a cidade de São Paulo, onde morou por quase 30 anos, trabalhando na CESP, Companhia de Eletricidade de São Paulo. Com o passar do tempo e vendo aproximar-se os 60 anos, passou a se preocupar com o futuro. Em consequência disso, começou a imaginar que se aproximava o dia em que iria necessitar de apoiar-se numa bengala. Por precaução, adquiriu um estoque de oito delas. Não sem antes testá-las sob o peso do seu corpo.
    Vendo a dificuldade do professor José Melquíades em se locomover, resolveu presenteá-lo com uma das suas bengalas preferidas, de cepa paulista e registrada.
O professor Melquíades agradece a seguir:

Foi no dia vinte e três
De setembro, em Lourival,
Um recanto de Natal
Onde há festa todo mês.
Perré, como bom freguês,
Tudo sabe e não se cala;
Trouxe de São Paulo a mala
E dentro dela o seu bastão
E me deu de coração
Uma fornida bengala.

Presente de Humberto Guerra,
esta bengala de luxo,
Nela peguei o repuxo,
Subo morro, subo serra
Com firmeza, aqui na terra.
Apoiado no bastão
Dispensei o corrimão;
Agora não perco festa,
Um cachorro da molesta
Segurando o pau na mão.

De José Melquíades para Humberto Guerra (Perré)
Natal, Bar do Lourival, sábado, 23 de setembro de 2000

Crédito da foto:https://www.gazetadeparnamirim.com.br/noticia/555/o-profesor-jose-melquiades-de-macedo

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