sexta-feira, 1 de junho de 2018

CONHEÇA MINHA PRIMEIRA PROFESSORA


 Maria das Neves Silva dos Santos (Dona Nevinha)
Por Gerinaldo Moura da Silva

Enquanto o panorama mundial estava revestido pela Segunda Grande Guerra, marcadamente alguns acontecimentos vão levar os Aliados à vitória que se avizinhava, tais como a rendição da Itália e a libertação da França, no pacato município de Ielmo Marinho (RN), nascia Maria das Neves Silva dos Santos, mais precisamente no dia 06 (seis) de janeiro do ano de 1944, filha do casal Tomé Ribeiro da Silva (in memoriam) e Severina Borges da Silva (in memoriam), de cujo matrimônio nasceram os seguintes filhos: Maria Ribeiro da Silva, José Ribamar da Silva, Júlio Ribeiro da Silva, Noêmia Ribeiro da Silva (in memoriam), Maria de Lourdes Ribeiro da Silva, Juarez Ribeiro da Silva e Maria da Conceição Borges Leonardo.
Por conta das dificuldades existentes na região e ainda pela grande crise proveniente da 2ª Guerra, as escolas eram quase inexistentes e graças ao Programa de Escolas Radiofônicas mantidas pela Rádio Rural de Natal, destinado principalmente aos adultos que trabalhavam no campo durante o dia e/ ou às donas de casa ou aquelas pessoas que não tinham acesso à escola regular, Maria das Neves Silva dos Santos consegue se alfabetizar aprendendo a ler e escrever, juntamente com os colegas, em uma residência, onde à noite todos se reuniam para receber as instruções e as lições, que eram anotadas no material distribuído gratuitamente para todos os participantes, bem como o rádio, que era cedido apenas para as aulas não podendo ser utilizado para escutar nenhum outro programa fora do horário das aulas, caso esse acordo não fosse cumprido, a professora-guardiã perdia o direito a lecionar, bem como o rádio, que era recolhido e seria destinado à pessoa que estivesse disposta a cumprir com o regulamento. As aulas tinha uma carga horária de 02 (duas) horas e como não havia energia elétrica, todos assistiam as sob a luz de um lampião a gás, que também era doado, fazendo do kit escolar do professor.
Os pais de Nevinha, como ela ficou conhecida e era carinhosamente chamada, se mudaram para o distrito de Dom Marcolino, pertencente ao município de Barra de Maxanguape (RN), onde ela foi matriculada no 2º ano primário, pois já sabia ler e escrever corretamente e com desenvoltura. Mesmo assim, antes da matrícula ser efetivada, ela se submeteu a uma Prova de Capacitação, para validar a nota do 1º ano. Concluído o Curso Primário, dona Nevinha procurou a Secretaria Municipal de Educação onde se matriculou no Curso Logos II, onde fez as etapas referentes ao Curso Ginasial e ao Curso de Magistério, para poder lecionar, pois seu desejo era ser professora e teve como coordenadoras as professoras Vilma Fagundes (in memoriam) e Adelaide Áurea de França Souza (Laizinha).
Por esta época, dona Nevinha já estava casada com o senhor Cícero Justino dos Santos (in memoriam) e residia onde hoje está o Assentamento Canudos, onde dava aula particular em sua própria residência, pois existiam muitas crianças fora da escola e aquilo a inquietava muito.
Dona Nevinha se mudou para o distrito de Tamanduá, na zona rural de Ceará-Mirim, onde, em uma casa pertencente à comunidade, ela montou sua escolinha em uma casa de palha construída por seu esposo Cícero Justino, em um terreno doado pelo senhor Pedro Justino dos Santos- seu sogro e ajudou a fazer alguns bancos de madeira para seus alunos, mas como eram muitos, algumas latas de querosene vazias, serviam de bancos, mas acolhia a todos, pois seu objetivo era que todos fossem alfabetizados e que ninguém ficasse sem estudar.
A notícia de sua escola chegou até a Secretaria Municipal de Educação em Ceará-Mirim, e o professor João de Castro Filho foi fazer uma visita ao local e sensibilizado prometeu construir uma escola digna para a comunidade, mas precisava antes regularizar a situação da professora e das crianças.
Foi então que o prefeito da época, Ruy Pereira Júnior (Ruyzinho), assinou sua carteira de trabalho, no dia 14 (quatorze) de maio de 1975 e autorizou a matrícula oficial dos alunos que passaram a fazer parte da rede municipal de ensino.
Dona Nevinha foi convidada pela secretária municipal de educação, a professora Maria de Lourdes Firmino (Dinha) para fazer um levantamento de quantas crianças estavam fora da escola e o resultado o seguinte: na sua turma, já estudando, existiam 24 (vinte e quatro) alunos e mais 32 (trinta e dois) adultos ou fora da faixa etária.
Como não podia misturar crianças com adultos, a professora Inês Silva, que era a Coordenadora do Mobral em Ceará-Mirim, convidou dona Nevinha para comparecer ao Colégio Santa Águeda e se submeter às provas de capacitação para assumir a turma da noite como alfabetizadora do Movimento Brasileiro de Alfabetização que era mantido pelo Ministério da Educação.
A escola teve sua construção iniciada no governo do saudoso prefeito Edgar de Gouveia Varela, que também nomeou dona Nevinha para o cargo de diretora, porém, sua inauguração só aconteceu durante a gestão do Prefeito Dr. Roberto Pereira Varella.
Dona Nevinha não foi apenas responsável pela educação de crianças e adultos da comunidade de Tamanduá, ela também atuou como notificadora do Ministério da Saúde, a antiga Malária – como era conhecida a SUCAM, que hoje é a Fundação Nacional de Saúde, sendo a responsável pelo Posto 18/81, até o ano de 1995.
Após 28 (vinte e oito) anos de trabalho como professora, e destes, 24 (vinte e quatro) anos foram como gestora da Escola Municipal Pedro Justino dos Santos, em Tamanduá, dona Nevinha se aposentou durante o governo da Prefeita Edinólia Mello.
Professora Maria das Neves Silva dos Santos – dona Nevinha é mãe de Marcelino Justino dos Santos, Maria Selma Justino dos Santos, Maria Miriam Silva dos Santos (in memoriam), Marcelo Silva dos Santos, Maria Micarla Silva dos Santos, Marcone Silva dos Santos e Marcos Silva dos Santos (in memoriam). Seus filhos lhe deram 13 (treze) netos e 02(dois) bisnetos. Seu hobbie atual é ler a Bíblia e aproveitar a companhia da família.
(texto coletado da página da ACLA -  https://www.facebook.com/profile.php?id=100008452352746&hc_ref=ARRO1ApIYliMhphN3BJzCsemVXr0G8qsMeUR-Q22uVGqQpJNkuodYgU0-N5vSt-3t2g)
 

quinta-feira, 31 de maio de 2018

OS LIVROS QUE SE ENCANTARAM - PARTE I

A gente vai lendo e cada vez mais descobrindo coisas e aprendendo. É sempre assim no mundo dos leitores. Ler é buscar alimento à alma. É nutrir-se de conhecimento, é vestir-se com as palavras dos poetas e prosadores e sair por aí ostentando o que encontramos nas páginas que eles escreveram. às vezes nos deparamos com escritos perdidos. Onde eles estão escondidos? Quais fins tiveram? São alguns tão importantes como por exemplo:
Nilo Pereira

"A História de Ceará-Mirim", escrita por Câmara Cascudo. Nilo Pereira chegou a ler os originais e ele mesmo indaga por que ainda não foi publicado (PEREIRA, 1977, P. 15).  É de Nilo Pereira que também ficamos sabendo que há um texto perdido assinado por Ildarisa Flores, pseudônimo de Magdalena Antunes, autora de "Oiteiro- memórias de uma sinhá-moça" (1958). O escritor que era sobrinho de Magdalena também leu esse texto que trazia como título: "O meu diário na terra paulista" (IDEM, P.65)
Da mesma forma podemos também perguntar onde estão os originais do livro que não chegou a ser publicado, do poeta Antonio Glicério, "Cantilenas"Esses são apenas alguns do livros da literatura produzida no Rio Grande do Norte que não foram publicados. 


Francisco Martins



Referência

PEREIRA, Nilo. Imagens do Ceará-Mirim. Natal-RN: Fundação José Augusto, 1977

segunda-feira, 28 de maio de 2018

ASSIM DISSERAM ELAS ....

"Mentira que salva, vale mais do que a verdade que prejudica"

Camila Frota

segunda-feira, 21 de maio de 2018

GERALDO QUEIROZ ELEITO PARA A CADEIRA 40 DA ANRL

Geraldo dos Santos Queiroz é o mais novo membro eleito da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras-ANRL, com resultado  de 25 votos a seu favor, no pleito que aconteceu no dia de hoje, 21 de maio. Geraldo dos Santos Queiroz passa a ser o primeiro  sucessor, na linha do tempo da cadeira 40, que teve como fundador e primeiro ocupante o cronista Sanderson Negreiros.  Concorreram com Geraldo Queiroz o poeta Ruben G. Nunes e a escritora Naide Gouveia.
O novo imortal tem dois livros publicados:  "Memórias:  Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza" e "Geringonça do Nordeste - a fala proibida do povo".


sexta-feira, 18 de maio de 2018

O QUE FIZEMOS ANTES DA VIROSE E NÃO TÍNHAMOS ANUNCIADO POR AQUI

Desde domingo último que fui atacado de uma forte virose, que me deixou literalmente acamado. A  coisa foi tão séria que fiquei impossibilitado de atender três compromissos culturais, além de não ir trabalhar nem um dia da semana. Somente agora  começo a ter sinais de recuperação. No dia 15 eu postei no meu Face:

A virose me pegou
Na cama estou deitado
Comigo caem três vidas
Vejam só que resultado:
Mané, Martins, Leiturino
O trio tá é lascado


Ainda bem  que nas semanas anteriores eu pude realizar algumas atividades  e compartilho com os leitores do meu blog. Foram elas:

 Dia 5 de maio - 8 hs - Palhaço Leiturino - na Escola Municipal Maria Aparecida, em São José de Mipibu-RN.



Dia 9 de maio - manhã e tarde - Oficina de Manipulação de Fantoches - com os Mediadores de Leitura da SEMEC de Parnamirim-RN


Dia 10 de maio - 15 hs - Palhaço Leiturino - Escola Estadual Barão de Mipibu, em São José de Mipibu-RN.

Agora é torcer para voltar brevemente às atividades culturais com o trio que pulsa num só coração.

terça-feira, 15 de maio de 2018

FOLHETOS DE MANÉ BERADEIRO FAZEM PARTE DA MAIOR BIBLIOTECA DO MUNDO




A Biblioteca do Congresso é a biblioteca de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos, sendo de facto a biblioteca nacional dos Estados Unidos e a instituição cultural mais antiga daquele país. Fica na cidade de Washington. Tem um acervo com mais de 155 milhões de itens. É a mais antiga instituição cultural dos EUA - tendo sido  fundada em 24 de abril de 1800.  Qual não foi a minha surpresa  descobrir que alguns títulos assinados por Mané Beradeiro estão fazendo parte do acervo desta biblioteca.