Quatro dias, de 20 a 24 de janeiro, foi o tempo que levou o poeta Mané Beradeiro para escrever o cordel " A avó da saia de merinó - a poética história de Dindinha". O folheto terá 36 estrofes, em sextilha, cada uma com versos heptassílabos. O cordel é um resgate da memória de Silvina de Paula Rodrigues, a Vovó Dindinha, que no silêncio da sua existência foi a mãe de cinco netos: Eloy de Souza, Henrique Castriciano, Auta de Souza, Irineu de Souza e João Câncio. Veja algumas das estrofes:
Silvina foi
a mulher
Cujo busto
honraria
A Praça de
Macaíba
E ninguém
desmentiria
Pois na
terra do Brasil
Outra igual
não havia.
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Eloy e Henriqueta, os pais das crianças |
Doravante
chamaremos
A humilde,
dadivosa,
Pelo nome de
Dindinha
A avó maravilhosa
Que foi mãe
dos cinco netos
De maneira
gloriosa.
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Henrique Castriciano e Eloy de Souza |
Eloy de
Souza ouvia
Vó Dindinha ensinar
A aula forte
da vida
Que cedo fez
soletrar
Ficando
órfão da mãe
Que pouco
pode amar.
***
“Há em cima deste chão
Tão certo como o ar,
Há embaixo deste céu,
Tão grande como o mar,
Um ser que chamamos morte,
Que ceifa sem cultivar”.
***
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Auta de Souza e João Câncio |
Se eu
pudesse faria
Sem sombra
de ilusão
Um altar pra
esta santa
Em toda
religião
Que no
silêncio da vida
Teve grande
galardão.
***
Ao poeta Criador
Peço cheio de fervor
Quando eu chegar ao céu
Conceda-me o favor
Vê desta avó a face
Repleta de esplendor.
Referência
SOUZA, Eloy de.Memórias.Natal-RN/Brasília-DF: Instituto Pró-Memória de Macaíba - RN/ Senado Federal,2008. 2ª edição.