domingo, 31 de janeiro de 2021

ADEUS NEVINHA

         

 Dizem que a vida é feita de momentos, uns agradáveis, outros tristes. Os poetas gostam de lembrar que a existência acontece em uma estrada onde há a via da chegada e a da partida. Somos inegavelmente seres em transição. Buscamos com avidez o elo perdido da paz em Deus.

    Ontem, 30 de janeiro de 2021, logo cedo, recebi a notícia do encantamento de Nevinha, minha primeira professora. Faleceu aos 77 anos, em casa, morte morrida como diziam os antigos. Nevinha partiu como um anjo que cumpriu sua missão. Volta aos braços do Pai na certeza de que Nele sua vida continuará.

    Aos nossos olhos, somente aos nossos, as lágrimas descem como gotas de saudades. Sentiremos sua falta, assim como o leito seco do rio aguarda as chegadas das chuvas torrenciais. Ficaremos pensando em seu sorriso, na tonalidade daquela voz suave e meiga, que chegava aos nossos ouvidos como música de excelente qualidade.

    Escrevo esta crônica, algumas horas após deixar a necrópole onde seu corpo obedecerá a máxima divina: “lembra-te de que és pó e ao pó tornarás”. A morte, esta senhora que vem tragando nossas vidas por muitos milhões de anos, continua insaciável, mas seus dias não são infinitos, haverá um tempo em que ela será domada para sempre e sabemos que o vencedor tem nome e reino: Jesus!

    É com essa fé que eu assino a minha crença de que ressuscitaremos Nele. Até a chegada deste dia eu quero lembrar sempre de Nevinha e com elas todos os meus antepassados que dormem aguardando a Voz do Cordeiro de Deus, a Estrela da Manhã, o Rei dos reis.

    Descansa Nevinha, hoje não terei aula, na lousa, o menino que foi teu aluno escreve:

Obrigado meu Deus por me teres dado a professora mais linda do mundo!

 

Netinho, era assim que ela me chamava.

Ceará-Mirim

31 de janeiro de 2021

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

TORPEDO DE MANÉ BERADEIRO 046/2021

 


 "Uma formiga preta, numa pedra preta, numa noite escura, Deus a vê".  O Salmo 139 explica isso bem detalhado, mas dele trago apenas os versículos 11 e 12: "SE EU DIGO: AS TREVAS, COM EFEITO, ME ENCOBRIRÃO, E A LUZ AO REDOR DE MIM SE FARÁ NOITE, ATÉ AS PRÓPRIAS TREVAS NÃO TE SERÃO ESCURAS: AS TREVAS E A LUZ SÃO A MESMA COISA".

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

ORÍGENES LESSA E O CORDEL BRASILEIRO

Orígenes Lessa, quem é leitor facilmente vai lembrar desse nome.  Nasceu em 1903 na cidade de Lençóis Paulista (SP) e faleceu no Rio de Janeiro, em 1986,  um dia após o seu aniversário, no dia 13 de julho. Estava com  83 anos.


 Estreou na literatura em 1928 com o livro de contos "O escritor proibido", que foi muito bem recebido pela crítica.  Depois publicou outros livros e ensaios. Em 1970 ele voltou seu olhar para o público infantojuvenil para o qual escreveu mais de 40 livros. O sucesso  nessa área o tornou querido entre as crianças e os jovens do Brasil. Ele pertenceu a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira 10, tomando posse no dia 20 de novembro de 1981.

Orígenes Lessa  foi também  um grande colaborador no campo do cordel brasileiro.  Em 1923 ele  teve seu primeiro encontro com o cordel, quando estava visitando a cidade de Fortaleza -CE. Comprou folhetos e ficou "interessado pela seriedade dessa literatura" (palavras dele, fonte 1).  E foi graças a este interesse que ele chegou a ter um acervo com vários folhetos de cordéis. Sua cordelteca serviu de base para trabalhos de pesquisa da Casa Rui Barbosa.  E é sobre as atividades de Orígenes Lessa no campo do cordel brasileiro que eu quero escrever.

Em 1954 fez uma conferência na ABDE sobre  Literatura Popular em Versos. Esta palestra teve grande importância para a história do cordel brasileiro, pois despertou o "interesse" pelo assunto e a palestra foi citada na França, Estados Unidos e Portugal.

Orígenes Lessa, juntamente com Cavalcanti Proença e M. Diegues Jr dedicaram-se  à tarefa pioneira  da Coleção Literatura Popular em Verso, que é formada por dois Catálogos com mais 1.000 folhetos do cordel brasileiro, duas Antologias e  tomo sobre Estudos. Esses trabalhos foram publicados pelo Ministério da Educação e Cultura- Casa Rui Barbosa, nas décadas de 60 e 70.



No 1982 ainda colaborando com a Casa Rui Barbosa, fazendo pesquisa sobre o cordel, Orígenes Lessa publicou: "Inácio da Catingueira e Luís Gama: dois poetas negros contra o racismo dos mestiços"  e também escreveu um ensaio sobre "Getúlio Vargas na Literatura de Cordel" e preparou a antologia "O cordel e os desmantelos do mundo" com 25 folhetos sobre a moda.

 

 Há um livro infantojuvenil que também foca sobre o cordel brasileiro, em forma de prosa. Trata-se de "Aventuras em São Saruê", um texto que eu vou deixar para escrever sobre ele brevemente.

 Esse é Orígenes Lessa, um nome que devemos sempre lembrar e sermos agradecidos pelo seu empenho no estudo e pesquisa do cordel brasileiro. Foram poucos os intelectuais que tiveram a coragem de hastear essa bandeira naquele tempo. Por isso e muito mais meus aplausos ao escritor Orígenes Lessa.

Mané Beradeiro
Parnamirim/RN, 28 de janeiro de 2021

 

Fontes

1)  Suplemento Literário - O Estado de São Paulo - 31 de julho 1983 - página 9.

2) Fundação Casa Rui Barbosa < http://www.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?ID_S=226&ID_M=67> Visualizada em 26 de janeiro 2021.


 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

TORPEDO DE MANÉ BERADEIRO 045/2021

 


 "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje".  Lá em Eclesiastes 9:10 tem algo bem parecido: "Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças..."

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

CENTENÁRIO DE HOMERO HOMEM

Dentro das postagens referentes aos 100 anos de nascimento de Homero Homem - o blog traz hoje este poema abaixo,  autoria de Nei Leandro de Castro.
Homero Homem


NOTURNO DAS ROCAS
 
Nei Leandro de Castro a Homero Homem
 
A alquimia da noite une
o rio as ruas o mar.
Levanta muros no rio
enche de peixes a areia
constrói pontes sobre o mar.

Acesas luzes de exílio
nos postes equilibrados
e pelas águas de sombra
brilham luzes de afogados.
Um barco apodrece o tempo
adormecido no rio
e a solidão desse barco
não a percebe o vazio
das coisas que continuam
além do mar ruas rio.
O náufrago e o seu desejo
vai (navega) pela rua.
Risca de verdes e da
cor de sol se pondo a sua
jangada. A vela, ele faz
do linho branco da lua.

Um sino rompe de súbito
sua condição de bronze
e prolonga-se pelo ar.
A liturgia da noite
une rio ruas mar.


Fonte: Revista Leitura - RJ, n. 42, Ano XIX, dezembro 1960 p. 15.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O SERTANEJO E AS SEMENTES

 Francisco Martins, contador de histórias,  juntou-se a vários outros contadores e juntos fizeram um vídeo contando a história "O Sertanejo e as Sementes", de Paulo Debs. Este é o primeiro conto coletivo do qual faz parte Francisco Martins, com seu jumento Ananias e Mané Beradeiro. Veja a história  clicando no vídeo abaixo:


 

 

 

sábado, 16 de janeiro de 2021

OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA CASA DE TAIPA, EM SAGI-RN

Conforme foi noticiado por aqui, eu,  Francisco Martins estevi quinta e sexta feira p.p, no Distrito de Sagi, município de Baía Formosa - RN, onde realizei uma oficina de Contação de Histórias,  no Centro Cultural Casa de Taipa. O evento teve a presença de oito participantes, dada a preocupação com a questão da pandemia. Os participantes aprenderam sobre o ofício, ouviram muitas histórias,  e na manhã da sexta-feira tiveram um tempo para praticar.

Agradeço o convite que recebi do gestor do Centro Cultural Casa de Taipa,  o produtor cultural Rubens Araújo e parabenizo-o pela organização da oficina. Este evento foi realizado com os recursos financeiros da Lei Aldir Blanc.

Francisco Martins

16 de janeiro 2021


 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

TORPEDO DE MANÉ BERADEIRO 044/2021

 Foi exatamente no dia 15 de janeiro de 2011 que eu comecei a postar aqui no blog textos pequenos que trazem a semelhança entre os adágios populares e a filosofia bíblica, a esta série eu dei o nome de "Torpedo de Mané Beradeiro". Por descuido meu, não publiquei nenhum no ano passado. Mas esse ano teremos várias publicações nesta série.


 

A primeira de 2021 começa com o adágio: "em tempo de murici, cada um cuide cuide se si",  o ditado faz alusão a tempos difíceis, no qual a pessoa deve priorizar sua proteção, numa clara advertência à prática do egoísmo. Em II Timóteo 3: 1-2 vamos ler: " Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos ..."

Mané Beradeiro

15 janeiro 2021

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

COMEÇA AMANHÃ EM SAGI A OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTORIAS

Francisco Martins, escritor, contador de histórias ( vai completar 12 anos neste ofício), poeta, ministrará  nesta quinta e sexta-feira, dias 14 e 15 de janeiro, no Centro Cultural Casa de Taipa, em Sagi-RN,  uma oficina sobre Contação de Histórias. A programação  vai abordar os seguintes tópicos: O ofício do contador de histórias;  Técnicas de contação;  Repertório;Ferramentas; Linguagem e Prática. Por causa da pandemia apenas oito pessoas participarão do evento.  Dentro das atividades da parte prática, os participantes irão montar a contação do conto  "Os Pecados Capitais - o ouro do velho Zuza", de Iaperi Araújo, publicado na mais recente revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras.


sábado, 9 de janeiro de 2021

ESTAMPAS DO SABONETE EUCALOL - CELEBRIDADES DA TELA

As estampas abaixo são dos anos de 1935-1940.  Estão com no mínimo 81 anos. Coisa rara, que somente colecionador sabe o valor das mesmas. 
 
Série 35
 

nº 1 - Joan Crawford 

nº 2 - Carole Lombard 

nº 3 - Clark Gable

nº 4 - George Raft

nº 5 - Marie Dressler 

nº 6 - Greta Garbo 

 

Série 36

nº 1 - Brigitte Helm

nº 2 - Gary Cooper

nº 3 - Cary Grant

nº 4 - Madge Evans 

nº 5 - Kathe Von Nagy

nº 6 - Lionel Barrymore 


Série 37

nº 3 - John Barrymore

nº 5 - Simone Heliard

nº 6 - Willy Fritsch

 

Série 38

nº 1 - Oliver Hardy ( o gordo) 

nº 2 - Helen Hayes

nº 3 - Stan Laurel  ( o magro)

nº 6 - Richard Arlen

 

Série 39

nº 2 - Jessi Vihrog 

nº 3 - Conrad Veidt

nº 6 - Hermann Thimig


Série 40

nº 4 - Adolpho Menjou

nº 5 - Ricardo Cortez

 

Série 41

nº 7 - Jimmy Durante 

nº 10 - Buster Keaton

nº 11 - Jack Holt

nº 12 - Conrad Nagel

 

Série 42

nº 13 - Paulette Dubost

nº 14 - Magda Schneider

nº 15 - Charles Boyer

nº 16 - Pierre Blanchar

nº 17 - Dolores Del Rio 

nº 18 - Wolf Albach-Rettg


Série 43

nº 24 - Marion Davies

 

Série 44

nº 25 - Barbara Kent 

nº 27 - Ellen Haines

nº 28 - Lilian Harvey

 

Série 45

nº 32 - Marie Dressler

nº 33 - Barbara Stanwick

nº 34 - Jean Harlow

Série 58

nº 3 - June Lang

nº 4 - Jane Withers


Série 60

nº 5 - Chester Morris


Observação: Estas estampas estão à venda. Interessados enviem mensagem para 📞(84) 8719-4534 WhatSapp.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

PRAÇA DA PAZ DE DEUS

 

Além do nome tão belo
A praça é um encanto.
Nela encontro a natureza,
A fonte tem seu canto,
Pombo, pardais e humanos
Buscam nela acalanto.


Mané Beradeiro
07 janeiro 2021

UM NOVO CORDEL BÍBLICO - PARTE VII - FINAL

 

 
 E finalmente, o poeta Mané Beradeiro chega na parte final do seu poema. Desembarca em Laodiceia, uma das igrejas mas ricas da Ásia antiga. Com o texto abaixo, o poeta fecha Apocalipse 3:14-22.
 
Eu não sei porquanto tempo
Quantos dias lá ficou,
Mas João, preso, abençoado,
As visões ele anotou.
Imagens eram tão nítidas
O livro assim mostrou 
 
A estrofe seguinte é a única dentro desse poema que não está escrita  na forma de sextilha. Ela vem com sete versos (septilha) e o esquema  das rimas é ABCBDDB. Rimam entre se os versos  2, 4 e 7 e 5 com o 6. O poeta optou em fazer a septilha porque a mesma vai tratar da importância do numeral 7 no livro do Apocalipse, portanto nada mais significativo que ser em sete versos.
 
Sete dias da semana
Sete coisas para fazer
Sete palavras benditas
Sete anjos pra saber
Sete na Revelação
Nos indica a perfeição
Busque isso conhecer.
 
Laodiceia tão rica
Pensava ser abastada
Ter tudo na irmandade
Não precisar de mais nada
Eis que João escreve a carta
Que por Cristo foi ditada. 

Imagino o pastor
Quando a carta recebeu.
Deve ter ficar pensando:
"O que foi que aconteceu?
Onde erramos na jornada?"
O pastor estremeceu.
 
As palavras proferidas
Falavam com exatidão
O raio X daquela Igreja
Mostrava a decepção
Que sentia Jesus Cristo
O Senhor da Salvação.
 
Ele mesmo ensinou
Que devemos ser real
Nada disso ou daquilo
O restante e coisa tal
Seja "sim" ou seja "não"
Fujamos de todo  mal.

E Laodiceia era
Meio termo nas ações,
Nem tão quente, nem tão fria
Morna em ponderações.
Imprecisa e infeliz 
Repleta de  implicações.
 
Mas Jesus disse:  tem jeito!
Tenha zelo e arrependa.
Disciplino quem eu gosto
Dessa forma se  emenda
Eu repreendo quem  amo,
Dito isso, compreenda!
 
Garantiu inda Jesus:
Deixe-me entrar na casa
Pois estou à porta e bato
Se entrar ninguém se atrasa
A Igreja que eu governo
É viva tal qual a brasa!
 
E aqui, como as demais
Tem prêmio pro  vencedor
Ele vai sentar comigo
Sem ter medo nem temor
Naquele trono celeste
Na Glória do Redentor!

Por fim, a Palavra de Deus que sempre é atual, continua servindo para chamar a atenção as igrejas que hoje trazem as características das sete igrejas da Ásia ...

Estas cartas foram escritas
Muitos anos já passaram
Mas se olharmos direito
Algumas ressuscitaram
Trazendo os mesmos erros
Que nelas se revelaram
 
É preciso então lembrar
Que ainda pode ter
Tempo de arrependimento
E o prêmio receber
Nada é tão complicado 
João mostrou o  que fazer.
 
 
Mané Beradeiro
Parnamirim-RN
08 de janeiro 2021
 
Assim terminou o poeta mais um cordel bíblico. O primeiro de 2021.

FRANCISCO MARTINS MINISTRARÁ OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTORIAS EM SAGI

 O Contador de Histórias Francisco Martins vai compartilhar suas experiências nessa atividade, na qual já milita há 12 anos, nos próximos dias 14 e 15 de janeiro, com o público de Sagi,  comunidade litorânea do Rio Grande do Norte. O evento vai acontecer com a participação de professores e afins e o local será no Centro Cultural Casa de Taipa.



quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

UM NOVO CORDEL BÍBLICO - PARTE VI

 

O  poeta Mané Beradeiro continua escrevendo o cordel "As sete igrejas da Ásia". Na postagem de hoje ele se debruça sobre o texto de Apocalipse 3:7-13, que traz a mensagem para a igreja  presente em Filadélfia. Vejamos como narra o poeta esta passagem bíblica.

De todas que lá havia
Ela era a pequenina
Mas mesmo sendo a menor 
Inda hoje nos ensina
Que guardar a lei de Cristo
Tem recompensa divina.
 
Filadélfia era  assim:
Palavra  testemunhava
Por isso Jesus mandou
E mensagem proclamava
Que a  porta estava aberta
E ela ninguém  fechava.
 
João ouvia e anotava.
A prisão naquela ilha,
Tendo Cristo ao seu lado
Era pura maravilha.
O Mar Egeu batizava
E a onda era sextilha.
 
Foi na conversa com  João
Que Jesus mandou dizer:
Quando a provação vier
Vocês não irão sofrer
Guardados por mim serão
Alegrem disso saber. 
 
Disse mais o Redentor:
Fiquem aí não vão embora 
Conservem o que vocês tem
Eis que venho sem demora 
Salvação é a coroa
Pensem nisso toda hora.
 
Na Jerusalém Celeste
Homenagens irão ter
Cada coluna de  lá
Seus nomes vão receber
Honras dadas aos meus santos
Coisa linda de se ver!
 
Tamanho não é grandeza
Diz o dito popular
Prova disso é Filadélfia
Pequenina no lugar
Com santos que terão nomes
Dentro do celeste lar.
 
E às vezes a gente pensa que igreja forte são aquelas com grande números de  participantes!  Passando por Filadélfia, o poeta segue agora para sua última parada, Laodicéia.

Mané Beradeiro
07 janeiro 2021
 

NOTA DE PESAR DA ANRL

 


CEC - NOTA DE PESAR

 


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

SE AMANHÃ

 



Se amanhã eu estiver vivo
Prometo valorizar mais quem me ama
E amar quem de mim se aproximar.
Se amanhã me for dada a oportunidade de andar e ver
Irei contemplar o por do sol e ver a imensidão do mar.
Se amanhã eu acordar e perceber que minha audição está perfeita
Ouvirei músicas.
Se ...
Se ...
Pois o tempo em que vivemos é de colheita da vida
De homens e mulheres que partem deixando imensas saudades
Faltam moedas para por nos olhos dos que partem
Nunca o barqueiro de Dante trabalhou tanto!


Francisco Martins
06.01.2021


Em homenagem a Nelson Patriota

CAMARAO NA MORANGA COM VERSOS DE CORDEL

Se você nunca provou
O camarão na moranga
É preciso que lhe diga
É bem melhor do que manga
Fiz a receita com versos
Quem come dela não zanga.
 
Preparando a moranga:
  •  Compre uma moranga que caiba dentro da sua panela de pressão. Lave bem, faça uma abertura ( que vai ser uma tampa) na parte superior, tire todas as sementes e deixe bem limpa. 

  •  Ponha a tampa, envolva toda em papel alumínio, ponha água na panela  e leve ao fogo. O cozimento da minha durou 35 minutos ao todo. É sempre bom observar se ela cozinhou. Para isso basta desligar o fogo, tirar a pressão e com a ponta de uma faca fazer o teste. Não tendo resistência é porque ela já está no ponto. Não precisa ficar mole.

 
  • Reserve e deixe esfriar.

 

 Como temperar os camarões:
 
Camarão é coisa boa
Iguaria divinal
No litoral potiguar
É prato fenomenal
Comedor de camarão
É homem  excepcional 

  • Lave bem os camarões e escorra
  • Numa frigideira acrescente óleo, alho ralado, pimenta do reino e cebola picada. Refogue e acrescente os camarões. Deixe cozinha por  cinco minutos.
  • Baixe o fogo e acrescente tomate,  sem sementes e coentro, picados.  Depois requeijão. Deixe por mais uns três minutos e desligue o fogo.
  • Antes de levá-lo à moranga ponha creme de leite e um pouco de queijo parmesão ralado.
 
 

E assim tá pronto o prato
Encha a boca, estufe o papo
Coma como um jumento,
Um padre ou cabra macho
Só não diga que não presta
Pois isso é cambalacho.
 
Mané Beradeiro
06 de janeiro 2021 

UM NOVO CORDEL - PARTE V

 


As cartas foram escritas,
Eu tenho que perguntar:
Quem as levou às Igrejas?
É coisa para  pensar.
Não havia lá Correios
Muito menos celular.

João preso naquela ilha
Nem para isso atinou 
Não era ofício dele
Tampouco desanimou
Recebia as visões
Nova carta preparou.
 
Agora chegou a vez
De Sardes ser cutucada 
Igreja  que foge à regra
Precisa ser avisada
Que visita pode ter
De maneira inesperada.

É Jesus quem adverte:
Sardes está me provocando
Nela irei tal qual ladrão
Chegarei logo inflamando
Comigo não tem moleza
Para quem vai vacilando!
 
Bom leitor, preste atenção:
Sardes era igreja morta
Que vivia de aparência
Calada tal qual a porta
Pouca gente ali vivia 
A Palavra que conforta.
 
À elas  mandou dizer
Com toda convicção:
Continuem guardando a fé
Mantenham a posição
Permaneçam bem seguras 
Firmes, fortes na missão.

Dar-lhe-ei roupas tão alvas
Seus nomes proclamarei
Diante de Deus meu Pai
Testemunha lhe serei 
Pois fizeram nas suas vidas
Tudo aquilo que ensinei. 
 
Com as estrofes acima  escrevi de forma poética o que está narrado em Apocalipse 3:1-6. Convido você a assistir o vídeo  sobre a ilha de Patmos na atualidade. 


Mané Beradeiro

06 janeiro 2021

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

HOMERO HOMEM CENTENÁRIO DE NASCIMENTO


Em 5 de janeiro de 1921, há exatos 100 anos, nasceu  no Engenho Catu, município de Canguaretama, Homero Homem de Siqueira Cavalcanti, sendo seus pais Joaquim Siqueira Cavalcanti Filho e Elisa Martins Delgado. Esta criança criaria asas e daria voos longos no campo da literatura brasileira. Homero Homem recebeu quando criança, a influência literaria da sua  Tia Bila (Umbelina de Siqueira), a primeira mulher comunista do Rio Grande do Norte.

Em Canguaretama Homero Homem fez seus primeiros estudos e quando ele tinha nove anos, seus pais vieram morar em Natal. A viagem foi de trem e quando chegou à estação final, no bairro da Ribeira, o menino Homero se encantou com a cidade que o acolhia. Anos depois ele dirá numa entrevista a Sanderson Negreiros: “Natal era uma cidade perfumadíssima, de ruas largas. Todas as casas com o seu jardim, os jasmins perfumados, as mangueiras perfumadas, floridas”. As memórias sensoriais são muito fortes e as levamos ao longo da nossa existência. Homero Homem não ficou à margem dessa lei sensitiva.

Hoje eu começo a fazer uma série de postagens sobre a vida e a obra de Homero Homem, aqui, em meu blog.

 

Francisco Martins

05 de janeiro 2021

 

Fonte:

 

Ganguleiro: ensaio biográfico sobre Homero Homem/ Alexis Almeida Peixoto. Natal, edição do autor, 2013.