sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CHAMEGO ETERNO



Quando nós dois se casamos,
Fizero nós prometê:
"Cada um cuida do ôtro
Inté o ôtro morrê".
E nós vem fazeno assim:
Ocê cuidano de mim
E eu cuidano diocê.


Mas tô sintino que o tempo
Tá quereno me alertá,
Que "meu tempo" tá acabano,
Que devo me "prepará".
Esse "está" chegano a hora
É o que me apavora!
-QUEM CUIDA DO QUE FICÁ?

Sei que um vai morrê primeiro,
Não há o que contestá.
Quem já partiu, não importa,
Não vô me preocupá.
A minha preocupação,
Acredite meu irmão,
-É ESSE QUE VAI FICÁ!

É que nós vê tanto véio
Puraí, abandonado,
Que bate aquele medo
De tê sido "premiado".
Tratam véi que nem minino,
Daqueles ruim, bem traquino,
Que deve sê castigado.

Mas por que sê castigado,
Alguém pode respondê?
Que fato delituoso
Foi capaz de cometê
Seu João e Dona Maria?
-Sera que foi a ousadia
DE QUERÊ ENVELHECÊ?

Mas pra tudo tem um jeito,
Pra tudo tem solução.
Que tal nós pedirmos juntos
A DEUS PAI, em oração,
Pra levá nós dois, juntinho?
-Ninguém ficava sozinho,
Nem tinha separação.

E pra obra sê completa,
NÓS IA NUM SÓ CAIXÃO.
Sem medo de ficá só,
Sem medo de humilhação.
NÓS DOIS LÁ, ENCAIXOTADO,
BEM JUNTINHO, BEM GRUDADO,
NA MAIÓ CHAMEGAÇÂO.

FIM

Marcelo José Gomes Costa


Imagem coletada do seguinte endereço: http://www.fotolog.com/dadoosilva/62026036/

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