sexta-feira, 14 de maio de 2010
MANÉ IRÁ SE APRESENTAR NA UFRN
Não vai demorar muito e Mané Beradeiro estará fazendo uma apresentação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mais especificamente para os alunos do curso de Biblioteconomia. Na oportunidade, o escritor Francisco Martins falará para os alunos sobre o projeto Momento do Livro, que valoriza e divulga os escritores potiguares, com incentivo à leitura. O show de Mané será apenas uma demonstração do que acontece nas escolas do Rio Grande do Norte. Breve maiores detalhes sobre o evento.
COMENTANDO MINHAS LEITURAS 22/2010
Livro: Padre Mota
Autor: Tomislav R. Femenick
Fundação José Augusto - Natal - 2007
Páginas: 209
Leitura: 1 e 2 de março de 2010
O livro é indispensável para aqueles leitores que desejam ter um encontro com a história da cidade de Mossoró. Com muita competência Tomislav faz um mergulho nas raízes históricas do povoado que deu origem a cidade e traça uma linha que leva o leitor até a administração do Padre Mota, o maior prefeito de Mossoró. São 17 capítulos que prendem o leitor com fatos e dados da história potiguar que aconteceram naquele torrão. Vale a pena tê-lo e sobretudo lê-lo. Luiz Ferreira Cunha da Mota continua sendo um exemplo de administrador para muitos políticos. Quem dera que os atuais homens públicos pudessem fazer pelo menos 10% do que fez este homem, que nas palavras de Benício Gago "é padre, é mota, é gordo, é buchudo" mas soube governar Mossoró como ninguém.
EM MAIO DEVEMOS LEMBRAR....
20 de maio de 1983 é inaugurada a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu.
21 de maio de 1912 nascia em Mossoró, Dix-Huit Rosado Maia, político, deputado estadual e federal, senador e prefeito de Mossoró.
23 de maio de 1945 nasceu José Agripino Maia , atual Senador pelo RN.
26 de maio de 1982 faleceu o escritor José Bezerra Gomes, bacharel e historiador.
74 ANOS DA ANRL
quarta-feira, 12 de maio de 2010
O ENCONTRO DE MANÉ COM OS PROFESSORES
Na quarta-feira última, pela manhã, Mané Beradeiro apresentou o show: "Rir nunca foi tão bom e saudável", para os professores da rede estadual, que trabalham na região do Mato Grande. Estavam presentes cerca de 25 municípios. Para eles foi uma oportunidade de ver a riqueza dos causos e das poesias matutas que há na literatura do Rio Grande do Norte. O evento aconteceu no hotel Praia Mar, em Ponta Negra, Natal-RN, com a participação de 150 professores.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Cartas para Mel XI O arco da mãe e a flecha da filha que voa para a vida
Por Flávio Rezende*
Linda e cada vez mais simpática Mel, estamos no segundo domingo do mês de maio de 2010 e, em nosso planeta, famílias de todas as nações, raças, condições sociais e religiões diversas, comemoram o chamado Dia das Mães.
Tudo começou na Grécia antiga, quando festejavam no começo da primavera, a deusa Rhea, intitulada Mãe dos Deuses. Depois a Inglaterra do século XVII começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães operárias e, nesse dia, as trabalhadoras folgavam e ficavam em casa com as mães, no que chamavam de "Mothering Day".
Depois veio a americana Ana Jarvis, dando início a uma campanha para instituir o Dia das Mães. O ano era 1905 e Ana, filha de pastores, perdeu a mãe, entrando assim em depressão. As amigas ficaram tristes com sua situação e decidiram eternizar a memória de sua mãe com uma festa. Ana preferiu que a festa fosse para todas as mães, vivas ou mortas, fortalecendo assim os laços familiares e o respeito pelos pais.
Ela passou a lutar então pelo Dia das Mães e, a primeira celebração oficial aconteceu no dia 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. A boa luta obteve bom êxito quando em, 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Rapidamente mais de 40 países adotaram a data.
Querida filha, logo que conheci sua amável mãe Deinha ela manifestou o desejo de exercer a maternidade. Eu já tinha seu irmãozinho Gabriel, mas, já queria ter um outro filho, principalmente uma menininha.
Concordamos que em nossa relação, não evitaríamos um novo ser e, até, investimos com carinho nessa mútua vontade. Não demorou e você surgiu, dando a sua mãe hoje, no dia dedicado a ela, uma grande alegria.
Agora estamos envoltos com seu crescimento. Vamos fazer todo o possível para educá-la da melhor maneira. Sabemos que somos o arco e você a flecha. Estamos ajudando na construção de sua personalidade com todas as boas ferramentas que dispomos. Torcemos para que, ao ler estas cartas, possa nos dar o testemunho que acertamos em nossas condutas.
Sou muito ligado a um mestre indiano, educador e autoridade espiritual respeitado, chamado Sai Baba, que lhe deixa uma excelente dica, “você deve compreender o valor do amor de mãe e da sua preocupação por você. Você deve dar a sua mãe a mais elevada prioridade. Às vezes, a juventude moderna não se importa com suas mães. Eles pensam que são altamente qualificados e que suas mães não sabem nada. É um grande erro pensar isso. Nunca menospreze sua mãe. As mães também não devem obrigar seus filhos a concordar com cada desejo delas. Por amor e sinceridade, ela deveria colocar seus filhos no bom caminho. Toda mãe deveria aspirar que seus filhos fossem bons; eles não precisam ser notáveis”.
Sai Baba diz ainda que “a verdadeira finalidade da educação é a formação do caráter" e é isso que venho insistindo. Para mim se pudermos contribuir para a formação de um caráter que inclua os valores humanos, lhe tornando pacífica, amorosa, solidária e cheia de bem aventurança, teremos dado nossa contribuição.
A sua mãe e eu somos o arco que junto com a corda impulsiona você para a vida. Todo nosso esforço é que ao lhe entregar ao mundo, possas acertar nos alvos corretos e ser feliz.
Torço ainda para que o Dia das Mães do futuro possa ser menos comercial. Vivenciamos uma fase muito capitalista nas comemorações em geral. Ainda bem que eu e sua mãe não ligamos muito para isso. Damos os presentes de praxe, mas não focamos muito no materialismo sem alma.
No dia de hoje levamos você para um restaurante vegetariano. Como sempre todos lhe saudaram com efusivo carinho. Depois ficamos na cama brincando e lhe dando beijinhos. Ao entardecer um passeio pela praça nos colocou em contato com a natureza. O céu estava lindo, de um azul gostoso de ver.
Amamos a vida e transferimos para você toda essa energia positiva que temos dentro de nós. Certamente isso está lhe fazendo muito bem. Este sim, é o nosso maior presente e, de você para nós, seu permanente sorriso ao nos observar, nos enche de renovado prazer.
Continuemos assim e, nessa saudável troca, os dias todos, das mães, dos pais e dos filhos, serão sempre dias de muito amor a compartilhar.
* É escritor, ativista social, pai de Mel, Gabriel e esposo de Deinha em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
domingo, 9 de maio de 2010
MANÉ BERADEIRO FAZ SHOW PARA 150 PESSOAS EM PONTA NEGRA
quarta-feira, 5 de maio de 2010
COMENTANDO MINHAS LEITURAS 19, 20 E 21/2010
Livros: De Boca em boca/ Nem Kombi, nem Ford, nem sai de Sinca/Fogo no Rabo
Autora: Myrian Gurgel Maia
Editora(s): pela ordem Clima 1989, da autora 2006 e Natal Gráfica 2007
Páginas: 111, 217 e 192 respectivamente
Leitura: 24 a 27 de fevereiro de 2010
Myrian Gurgel Maia foi uma escritora que produziu 15 livros sobre humor. Neles, ela registra anedotas, piadas, causos, jargões, provérbios, adágios, trava-línguas, advinhações, etc. tudo colhido da cultura popular. Myrian foi professora da Universidade Federal da Paraiba-UFPB, onde trabalhava como pesquisadora do conto popular. Ler os livros de Myrian é ir ao encontro do povo. É paginar cada folha sentido o gosto de uma mordida no cajá, uma água de coco, uma tapioca com ginca, é molhar os dedos nas palavras que traduzem cheiro do mar, cana do litoral, é passar o dorso da mão na testa e limpar o suor das empregadas domésticas que escorrem em linhas engraçadas, finalmente, cada livro que ela produziu nos mostra, parafraseando a própria autora, "a essência de uma verdade; que vêem na graça da gente uma dádiva de Deus"
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A FORÇA DA EXPRESSÃO POPULAR
Não é novidade para vocês que eu dou vida ao personagem Mané Beradeiro, o cidadão da lendária São Sarauê, que desde o mês de fevereiro de 2009 anda pelo Rio Grande do Norte contando causos e declamando poesias matutas. Sinto-me orgulhoso do caminho que ele tem conquistando, isto é fruto do seu trabalho e da sua dedicação em oferecer aos seus admiradores o que há de melhor na produção literária do Estado. Pois bem, alimentar Mané Beradeiro tem sido uma das minhas preocupações constantes. Vivo buscando em bibliotecas, livrarias e sebos, livros de autores norte-rio-grandenses onde possa garimpar novos causos, como também poesias matutas e expressões regionais, bem características do homem do campo. É aqui que quero fazer despejar em sua leitura a alegria que muitas vezes sinto ao ler um livro que traz coisas boas para o show de Mané Beradeiro. Nos últimos meses, sempre tenho mesclado minhas leituras entre clássicos e escritores locais. Foi assim que pude anotar algumas preciosidades tais como: Assustado que só socó na lagoa.
Aprumada que só arranha-céu.
Adiantado que só relógio de vigilante.
Por dentro que só talo de macaxeira.
Comendo por fora, feito pinto no cocho.
Demorado que só doença em casa de pobre.
Quem é dona dos beijos, é dona dos peidos.
Mais apertado do que cavalo de São Jorge em Quarto Minguante.
Safado que só papagaio de rapariga.
Furada que só tábua de pirulito.
Frio que só pau de defunto.
Nem caga, nem desocupa a moita.
Não quero nem saber onde fica o cu da cobra de duas cabeças.
Delicado que só rolo de arame farpado.
É melhor escapar fedendo do que ser um defunto cheiroso.
Safada que só mão de ginecologista.
Herança é aquilo que os mortos deixam para os vivos se matarem.
Bicho que mija prá trás é que bota homem pra frente.
Sem parar que nem fole de ferreiro.
Sai de uma e entra na outra que nem lagarta em folha nova.
Quem não dá pra sela, dá pra cangalha.
Tá feito cobra que perdeu o veneno.
São expresões que mostram a força do povo simples e dentro dela, a filosofia experimentada na vida cotidiana.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
COMENTANDO MINHAS LEITURAS 18/2010
Livro: O Pomo da Discórdia
Autor: Nicholas Gage
Ed. Record - 189 páginas
Ano 1974
Leitura: 22 e 23 de fevereiro de 2010
O ATAQUE DAS TRAÇAS
(publiojose@garrapropaganda.com.br)
O título deste artigo mais parece título de filme B de Hollywood, do tipo “O Ataque das Abelhas”, “Piranha Assassina”, “O Ataque das Aranhas”, “Cobras Em Seu Banheiro” e obras semelhantes. Mas é tão somente a constatação do surgimento de uma considerável quantidade de traças a atanazar nossas vidas neste período chuvoso. Agora, em função do inverno, chama à atenção a forte presença das traças no nosso espaço doméstico. De repente, você abre o armário de roupas e está lá um monte de traça no bem bom, causando grandes transtornos. Tirando a paciência, danificando tecidos – enfim, roendo, roendo e roendo sem parar. Aí me indaguei: pra que serve a traça? Será que somente para aquela atividade ininterrupta de se agarrar em paredes, de habitar fundos de gavetas e lugares úmidos e penumbrosos à procura de tecidos e papéis? Se for somente para isso, que vidinha insípida, sem graça!
Creio existir um grande vácuo, um grande lapso, enfim uma grande dívida da Ciência para conosco, em não ter pesquisado ainda as qualidades (negativas ou positivas. Positivas?) da traça. Pelo menos até hoje eu desconheço algum estudo, alguma investigação científica sobre tal inseto. E veja que todos os dias os cientistas descobrem possibilidades interessantes nos elementos mais absurdos da Natureza. Então, por que sobre a traça não se diz nada, não se descobre nada? Diante de bases tão escassas de observação, fui ao dicionário. Lá, está escrito que a traça “é a designação comum a insetos ápteros, da espécie lepisma, que se constitui praga doméstica atacando livros e roupas”. Até aí nada de admirar. Traça é isso mesmo. Bronca! Agora, impressionado fiquei com a frase final do dicionário sobre o temível áptero: “aquilo que destrói pouco a pouco”. Ah, bicho malvado, perverso, cruel...
Aí, desse devaneio biológico, passei a olhar o cenário, o horizonte do ambiente político brasileiro. E vi, nele, gente muita parecida com a traça. Políticos que – apesar de malvados, perversos, cruéis, como ela – não destroem, de uma tacada só, o ambiente que habitam. Não, eles não arrasam de repente o lugar que os acolhe. Feito traças, eles vão destruindo pouco a pouco, agarradinhos às paredes, gavetas e armários dos espaços legislativos, executivos, judiciais, buscando vantagens, adulterando regras, princípios, valores. À procura de papéis e tecidos que configuram a base legal, econômica, social e administrativa do país, grudando neles, para, dali, auferir seus ganhos absurdos, ilegais, imorais. Como a traça, tais personagens também agem na sombra, ao abrigo da luz. Não ocupam posições em campo aberto, nem aceitam a prática transparente da discussão, do embate de ideias diante de todos.
Suas negociatas e falcatruas necessitam de ambiente penumbroso, longínquo aos fachos de luz da Lei, da Moral, da Ética. Ah, quão perversos são para o país tais bandidos! E o pior: vivem travestidos de bons moços. Os tempos passam e eles não mudam, não desistem. Estão sempre lá, roendo, fuçando, se alimentando do que não lhes pertence. Para o combate à traça a solução é simples. Vassoura, espanador, acompanhados de limpa móveis e detergente – pronto. Beleza! Mas, na luta contra as traças de paletó e gravata, o buraco é mais embaixo. Denúncias pela Imprensa, investigações, CPIs, inquéritos de toda ordem – e nada. Eles permanecem agindo como traça, nas sombras, roendo, roendo, engordando, ganhando sempre. O voto contra eles, numa próxima eleição, poderia até ser uma medida de eficaz assepsia. Mas o que fazer se o eleitor também tem seus momentos de traça? Pobre do nosso paletó...
segunda-feira, 26 de abril de 2010
EM MAIO DEVEMOS LEMBRAR ...
1 de maio de 1958 Othoniel Menezes é eleito para a Cadeira 23 da ANRL.
2 de maio de 1926, nasceu Pery Lamartine. Escritor e empresário no ramo de turismo.
3 de maio de 1833 nasceu em Ceará-Mirim o primeiro médico do RN, Vicente Inácio Pereira.
11 de maio de 1911 chega a Mossoró, o primeiro automóvel, de propriedade da firma Tertuliano Fernandes & Cia.
12 de maio de 1902 faleceu em Paris, na explosão do "PAX", Augusto Severo. No dia 12 de maio de 1913 é inaugurada a estátua em sua homenagem, na Praça da República,Ribeira, em Natal (foto). No dia 14 de maio de 1902 esta praça passe a ser denominada Augusto Severo, até os dias de hoje.
JUVENAL ANTUNES - A CORAGEM NOS VERSOS VIVOS DE UMA VIDA SEM HIPOCRISIA
Há 127 anos veio ao mundo, em 29 de abril de 1883, Juvenal Antunes de Oliveira. Nasceu em Ceará-Mirim-RN. Viveu até 1941. Ficou conhecido pela sua irreverência, anarquia e boemia. Pregava o amor livre e ridicularizava os valores da sociedade da época.
Juvenal, o maior e melhor poeta que soube elogiar a preguiça:“Bendita sejas tu, preguiça amada, que não consentes que eu me ocupe em nada”. Advogado, magistrado, poeta, escritor e jornalista, Juvenal Antunes é Patrono da Cadeira 35 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Ninguém no mundo teve um amor tão platônico, quanto Juvenal por sua Laura. Teria sido mesmo platônico? Foi para o Acre em 1912 para ocupar o cargo de promotor público e diz a história que não aparecia para trabalhar, nem mesmo para pegar os vencimentos. Sua fama espalhou-se pelo Acre. Quando a Globo fez a série Amazônia - de Galvez a Chico Mendes, Diogo Vivela, ator, viveu o personagem Juvenal. Em 2007 foi inaugurada uma estátua no Acre em homenagem a Juvenal, fica no prédio onde funcionava o Hotel Madri, local que o poeta morou desde quando chegou àquele Estado. Hoje é a galeria de arte Juvenal Antunes. Ele era irmão de Madalena Antunes, a mulher que escreveu o mais lindo livro sobre a história de uma Sinhá Moça (Oiteiro).
COMENTANDO MINHAS LEITURAS 17/2010
Livro: Teje Preso
Autor: Chico Anísio
Editora: Rocco. Ano 1975
Contos. 174 páginas
Leitura: 20 e 21 de fevereiro de 2010
Chico Anísio mostra neste livro que além de fazer humor, também sabe escrever, e muito bem. Os contos são em sua maioria de uma forma cativante. Sabe aquelas leituras que você não deseja soltar o livro? Assim é "Teje Preso". Ótimo para trabalhar com alunos do Ensino Médio ( 7 ao 9 ano) e também com alunos do EJA que já dominam a leitura. São estórias hilárias e bem presentes no nosso cotidiano. Dos contos, destaco: Morte Matada, Teje Preso, O Padre e Xangô e Iemanjá.
MOMENTO DO LIVRO COM MANÉ BERADEIRO NO ENCONTRO DAS DIREDS
quinta-feira, 22 de abril de 2010
A HISTÓRIA PEDE SOCORRO
terça-feira, 20 de abril de 2010
APODI ANO 40
Intransitável fica a várzea inteira! Na roça o milharal viçoso cresce; farfalham verdes leques da palmeira e o canto dos canarios enternece...
Reina alegria! Há fartura imensa: leite de três tostões; queijo de graça...
Isto é felicidade, a gente pensa, e o tempo preguiçosamente passa...
Agora, findo o inverno, há pescaria e colheita intensiva de algodão. Disseram, que o mundo acabaria, no eclipse total. Que confusão!
Em noite enluarada, há serenata! Antonio Flor dedilha o violão...
do pereiral aroma se desata e o trovador suspira, na canção!
Amantes da pilhéria e da chacota com apelidos molestando estão Maria Velha, Casimiro Bota, Tatá Luzia, André, Chica Ferrão...
Apodi! A lembrança, que atormenta minh'alma, relicário de emoção, fala de ti, daquele ano quarenta, dos dias de ventura e ilusão!...
(Fonte: Lixívia e Rimas a êsmo, de Moacir de Lucena. página 73. Gráfica Nordeste 1979)
segunda-feira, 19 de abril de 2010
COMENTANDO MINHAS LEITURAS 16/2010
Livro: Mucuripe - O mundo encantado de Ruy Antunes Pereira
Autora: Denise Pereira Gaspar
Editora: RN/Econômico. Ano 1995
Páginas 226
Leitura: 18 e 19 de fevereiro 2010
Este erá um dos livros que há tempo eu queria ler. Encontrei um exemplar disponível à venda. Mergulhei em sua leitura prazerosa e como dia a própria autora, encantadora. Aproveita melhor quem é de Ceará Mirim e conhece a beleza daquele vale. Aprendi muito com o livro de Denise Gaspar. Cheguei a conclussão que se Ruy Antunes Pereira tivesse estudado, ido além da sua terceira série primária, com certeza teria sido o maior intelectual de Ceará Mirim. Mesmo assim, não ficou devendo neste campo. Um homem grande, que não cabe no vale do Ceará Mirim, mas que no entanto, em sua sabedoria e amor, manifestou o desejo de perpetuar sua mutação ("lembra-te que és pó, e pó hás de tornar-te"), deixando em testamento a vontade expressa de suas cinzas repousarem para sempre numa palmeira por ele plantada. Ruy Antunes Pereira, não poderia agir deferente, sendo filho de Madalena Antunes, trazia em cada fibra do coração o amor por aquele vale. O livro é rico de informações e deveria ser adotado como paradidático para os alunos do Ensino Fundamental nas escolas daquele município. Além dos textos há também oitenta e uma fotos que nos fazem voltar ao paraíso encantado de Ruy Antunes Pereira. Se você não leu, leia. Vale a pena se debruçar sobre a história deste homem, o último Senhor de Engenho do Vale Verde de Ceará Mirim.