terça-feira, 11 de setembro de 2012

NAMORO DE ANTIGAMENTE - 1º CORDEL SOBRE CHICO MARTINS

Um resgate de uma vida feita através da literatura de cordel. É assim que pretendo aos poucos semear as histórias que meu avô Chico Martins contava. Fiz primeiramente através deste cordel, onde é narrada a sua aventura com uma namorada pra lá de doida. Há muitas coisas a serem lembradas.

Boa leitura


 NAMORO DE ANTIGAMENTE
Mané Beradeiro

A primeira namorada
É difícil esquecer
E se for como Amélia
Tudo vem acontecer
Foi assim com um rapaz
Que você vai conhecer.

Seu nome é Chico Martins
Do século que já passou
Lá pros anos vinte e dois
Seu coração se encantou
Com uma moça donzela
Por quem se apaixonou.

Naquele tempo tão longe
Namorar era restrito,
Não tocava, nem beijava,
Que negócio esquisito!
Era assim o costume
Para feio e bonito.
 
Então Chico Martins
Por Amélia se quedou
Tomou banho no açude
A ceroula lá lavou
Quase seca a barragem
Pela água que jorrou.

E dentro daquelas águas
Precavido não sentou
Temendo ser devorado
Por peixe que atacou
Seu compadre Zé Toquinho
Os possuídos levou.

Chegou em casa tão cedo
Que a sua mãe perguntou:
“-O que se assucedeu?”
Chico pouco lhe contou
Tava nervoso o moço
Porque nunca namorou.
 
Conversando com o pai
Uns conselhos quis tomar
Mas diante do silêncio
Resolveu aventurar
E lá foi Chico Martins
Com a moça namorar.

Brilhantina nos cabelos
Pó d’arroz no pescoção
Pois o cabra era alto
Parecendo um mourão
Cada pé que Chico tinha
Lembrava embarcação.

O rapaz embora grande
Temia de encontrar
No caminho do namoro
Com um bicho deparar
Principalmente raposa
Que o fazia chorar.
 
Diz Francisco de Assis
Que o amor tem poder
De fazer algo amargo
Ficar doce e beber
Por isso Chico Martins
Caminhou sem perceber.

Três léguas ele traçou
Com desejo de olhar
O rosto daquela moça
Que não pode lhe tocar
Pois bem pertinho estava
O seu pai a vigiar.

A moça era singela
De beleza singular
Os passos que ela dava
Perfumavam bem o ar
Deixando Chico Martins
Sem palavras pra falar.
 
Estavam os dois ali
Sentados sem se tocar
Entre Chico e Amélia
Parede a separar
Apenas uma janela
Os deixavam vislumbrar.

A conversa era tola
Muitas vezes só olhar
Quando ela cochilava
Chico se punha a pensar
Cutucava a menina
Para ela acordar.

Com os dedos imprensava
A costela da donzela
Gritando: “-Olha a faca!
Acorda, moça tão bela,
Teus olhos são luzeiros
No rosto d’uma gazela”.
 
O sinal pra cair fora
Era o pai bocejar
Aquilo significava
É hora de caminhar
O jovem Chico sabia
E não ia murmurar.

Voltando para seu lar
A noite era escura
Tudo era alcatrão
Seu corpo sem ter bravura
Pedia todos os santos
Não ter nenhuma agrura.

Tudo tava indo bem
Chico andava ligeiro
Quando quebrou do chinelo
A correia no lajeiro
Teve que consertar
Debaixo do juazeiro
 
Se a coisa tava preta
Ficou foi muito pior
Pois o rapaz tendo medo
Não soube fazer o nó
E pra aumentar a dor
Escutou algo maior.

Correu para uma pedra
Nela Chico escorou
Com o chinelo na boca
Ele quieto lá ficou
O bicho era raposa
E de medo se mijou.

Tremia como cipó
Balançado pelo vento
Quando o bicho gritou
Foi grande abobamento
Que em fração de segundo
Chinelo foi alimento.
 
Chegou em casa cansado
E não soube explicar
Como  pode engolir
Chinelo sem mastigar
A mãe então lhe falou:
-Se prepare pra chorar.

Pois agora vai saber
O que é  estrebuchar
Dando luz a um chinelo
Você vai se arrebentar
Tome muito óleo rizo
Pras bregas aguentar.

Três semanas foi o tempo
Pra Chico  recuperar
Quando voltou pra Amélia
Nada disso quis falar
Deu-lhe até um presente
Pó de Arroz pra cheirar.

 O pote tinha três quilos
Dava muito pra usar
Mas depois de várias noites
Chico pôs a perguntar:
-Você não usa o talco
Que lhe dei pra perfumar?

A moça pra responder
Deu risadas de montão
E disse ao namorado
Fiz papa e rubacão
Papai comeu e gostou
Foi grande animação.
-Minha filha, veja bem
O que eu vou lhe falar
Era pra usar na cara
Pra você embelezar.
Onde anda seu juízo
Me diga sem badalar?
 
Passada esta lembrança
Chico Martins se lembrou
De presentear a moça
Com um doce que ganhou
A doida muito depressa
Na cara toda espalhou.

Isso foi a gota d´água
Namoro se acabou.
Chico fez a sua trouxa
Pra Caraúbas zarpou
Onde viu Ana Cristina
Por quem se apaixonou.

Breve voltarei contar
Outros causos de vovô
Que passou por Janduís
Em Patu foi um pivô
Viveu em  Ceará Mirim
Terra que o  adotou.

       Acabou-se!!!!

Parnamirim-RN, 10 de setembro 2012







ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS RECEBE ALUNOS DE PARNAMIRIM

Um grupo formado por 50 alunos da Escola Municipal Íris de Almeida (Parnamirim-RN) visitam hoje à tarde a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Eles vem pela primeira vez conhecer as instalações, saber da história dessa instituição, que será contada pelo escritor Francisco Martins, e em seguida realizarão um sarau no salão nobre, sendo logo após agraciados com a presença do Clown Alfabetino. São crianças na faixa etária de 8 a 10 anos de idade.

domingo, 9 de setembro de 2012

A DORMIDA NO MOTEL

Mané Beradeiro e o Jumento Ananias
Ele, Pastor  Marculino (nome fictício) saiu de uma cidade do interior do Rio Grande do Norte com destino até Maceió-AL, oonde deveria buscar um cantor evangélico para uma apresentação em sua cidade. Foram várias horas de viagem, cansativa, sem paradas para descanso. Ele, Pastor Marculino e mais dois jovens estavam exaustos, com sono, e pouco dinheiro para poder pagar um hotel em Maceió e descansarem com dignidade.
Pensam, pensam e resolvem finalmente ir dormirem num motel, isto mesmo, num motel. Era somente o quê o dinheiro permitia. Chegam à portaria do motel, o Pastor Marculino fala:
-Moço, por favor, nos dê a chave de um apartamento. Estamos chegando de viagem longa, cansados e queremos dormir.
O recpcionista consegue vê que além daquele senhor, alto, forte, de cabelo grisalho, estão também dois jovens e sussura para si mesmo:
"É sempre a mesma converzinha. Bichona!"
Pastor Marculino ainda consegue ouvir o  bichona, mas finge que não é com ele.Lá dentro do apartamento, o primeiro grande problema: uma única cama, de cimento, redonda, para três homens dormirem. A gargalhada foi geral. Mas eles chegam a denominador comum. Descansam, dormem, no outro dia bem cedo decidem sair do motel e quando pedem a conta são indagados:
-Quantas camisinhas vocês usaram?
Nova crise de risos. Explicam que nada usaram! Pagam e quando saem do motel, algo em torno das seis horas, deparam-se com várias pessoas caminhando. Uma senhora, sexagenária, percebe que naquele carro há tão somente homens e sentencia:
-Que falta de vergonha. Três homens juntos, num motel. Aposto que este mais velho (apontando  para o Pastor Marculino) é a bichona!
E lá foram os homens em busca do cantor evangélico para retornarem naquele mesmo dia para o Rio Grande do Norte.
Como não se bastasse, um deles percebe que deixou o relógio no banheiro.Um relógio que para ele tinha valor inestimável, pois fora presente de alguém muito querido.  O Pastor até teme em retroceder, mas cede aos apelos. O danado mesmo foi na recepção:
-Moço, voltamos, pois esquecemos um relógio no banheiro. Diz o Pastor.
-Um relógio e duas camisas, a farra foi grande!

Moral do causo: Não julgue pelo ambiente, nem sempre quem nele está vive na gandaia.


sábado, 8 de setembro de 2012

A ESSÊNCIA DO OLHAR

Olhei um moribundo e nele não encontrei o Homem.
Fechei os olhos e sai em busca do humano....
Vi lá adiante vários seres conversando.
Disse: - São homens,pois falam de guerra e fomentam o ódio.
Aproximando-me li nos seus rostos que eram apenas maquete
de um ser com alma.
Continuei a andar....

Já não mais queria ir, pois em todos os palácios,
em cada convento, em todo clero, em toda igreja,
em cada metrópole, eu procurara o Homem e não o achara.
Onde ele estará? Quem o escondera?

Senti então, que em todo lugar está o Homem.
No clero infame e santo na igreja autocrática e nos conventos indolentes,
nas metrópoles cruéis.
Mas porquê não o via antes?
Talvez por causa dos olhos, afinal  "a importância do homem está no nosso olhar e não no homem olhado".

Francisco Martins
Maceió-Al, Setembro de 1984

CARTA A DIÓGENES DE ABDERA

Meu estimado filósofo,
Veja só o que me aconteceu, outro dia. Ao querer imitá-lo - saindo em plena luz do meio dia com uma lanterna, a procura de um homem honesto-, sabe o que me aconteceu?! Fui assaltado: levaram a minha lanterna!... Tudo bem eu sei que foi um típico caso de ladrão que rouba ladrão, afinal não sou mesmo um “ladrão de citações”?
Pois é, meu caro Diógenes, feliz era você, que mesmo convivendo com uma sociedade corrupta, ainda podia sair nas ruas da Grécia antiga, e não ser assaltado. Podia morar num barril, apenas com um alforje, um bastão e uma tigela, e ninguém ousava tirá-las de você. Hoje, com a modernidade, no mundo das conexões rápidas, dos chips, das máquinas, da robótica, o chique é ser desonesto em todos os lugares... Outro dia, estava em São Paulo, num encontro de medicina e a noite sai para jantar com um amigo. A comida que sobrou, resolvemos colocar numa quentinha e entregar ao primeiro mendigo que encontrássemos. Ao descermos do taxi, havia um deitado, dormindo, debaixo de uma marquise. Coloquei a comida ao seu lado, na esperança de que ao acordar, ele teria algo para comer. Aí um pipoqueiro que estava próximo me alertou: “Senhor, não deixe ai não, pois vão roubá-lo!”.
Foi impossível não me lembrar do seu companheiro de profissão, o filósofo Jean-Yves Leloup e o seu comovente relato, no magnífico livro “O absurdo e a graça”, que conta a vida dele perambulando pelas ruas da França, a procura de paz: “Aconteceu que uma noite não encontrei mais minha mochila, devem tê-la tirado de mim, em um segundo, enquanto eu cochilava. Isso para mim foi um sofrimento real, eu me havia identificado tanto com aqueles pedaços de frases que sem eles minha vida não tinha mais sentido. Não chorava pelos meus documentos de identidade; chorava pelos meus poemas, chorava também pela miséria, pela injustiça... como é que um pobre pode roubar outro pobre? Não havia um tostão em minha mochila, lá só estava o meu tesouro, o brilho de duas ou três palav ras que, quando juntas, produzem um efeito de música ou de sentido”.
Meu caro Diógenes, toda vez que leio esse relato, confesso que meus olhos ficam marejados de lágrimas. E logo me vem à mente: “Por que o mal existe?”. Difícil essa pergunta, não?! São Tomaz de Aquino talvez tentando respondê-la, dizia: “Se o mal existe, Deus existe”. E eu não tenho dúvida que todas as pessoas nascem boas, pois como ensinou, recentemente, o grande professor de pediatria, Dr. Heriberto Bezerra: “O jovem é puro... se deteriora no caminhar da vida, às vezes por necessidade ou por fraqueza; ou pelas duas coisas!”.
E quando eu falo em homem desonesto, meu caro Diógenes, nem estou mais só falando daqueles que roubam dinheiro, pois como disse no inicio desta carta: o chique agora é ser desonesto em todos os lugares (até nos tribunais éticos, a corrupção é generalizada)... Falo daqueles que roubam nossos sonhos, que destroem as velhas amizades, que são desonestos com a sua própria consciência.
Sócrates dizia que uma vida não reflexiva não valia a pena ser vivida. Afinal, temos dentro de nós o maior de todos os juízes - aquele que trabalha dentro de um tribunal, onde não há como recorrer, nem fazer habeas corpus preventivo, nem delação premiada... Um tribunal cuja sentença é inapelável: a nossa consciência, que nada mais é do que “uma espécie de entidade invisível, que possui vida própria e que independe de nossa razão. É a voz secreta da alma, que habita em nosso interior e que nos orienta para o caminho do bem”.
Então, meu caro Diógenes, não há nada de errado em fazer as seguintes perguntas: “Estou em um caminho de sucesso? Estou em um caminho de santidade? Ou estou em um caminho de autodestruição?”. É fundamental responder a essas questões. Qualquer caminho para o índio Don Juan, do escritor Carlos Castaneda, é apenas um caminho. “E não constitui insulto algum – para si mesmo ou para os outros – abandoná-lo. Quando assim ordena o coração (...) olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma”...
Meu caro Diógenes, como tenho utilizado o meu coração nestes dias. Fiz - com um profissional que se “queixava” de ser médico (nem um robô seria tão frio! Agradeci a Deus ao sair do exame, por saber que ele não tinha sido meu aluno: menos uma culpa para carregar nas costas)-, até um teste de esforço para avaliá-lo. Tudo isso para poder utilizar esse órgão - que bate muitas vezes descompassado pelas incompreensões, pelas ingratidões, pelas críticas muitas vezes infundadas e motivadas sei lá porque, etc. etc. -, de forma a julgar melhor e perdoar: “Pai, eles não sabem o que fazem!”.
Tenho utilizado esse meu miocárdio, para ver melhor aqueles que um dia idealizei como exemplos de ética e retidão moral e que olhando um pouco mais de perto, não passam daquela imagem sonhada por Nabucodonosor, com os enormes pés de barro, e que basta jogar um pouco de água para eles se transformarem num mar de lama... é preciso olhá-los com o coração, para entendê-los e poder colocar em pratica a caridade, pois sem ela não há salvação!
Portanto, permita-me terminar essa carta, meu caro Diógenes, com a seguinte oração: “Devemos igualmente amar nossos inimigos. Se ajudei a alguém o melhor que pude e se essa pessoa me ofende da maneira mais ignóbil, possa eu olhar essas pessoas como meus maiores mestres, pois eles nos permitem testar nossa força, nossa tolerância, nosso respeito aos outros... Compaixão e felicidade são a mesma coisa!”.
Um forte abraço! Até um dia, meu caro Diógenes!
Francisco Edilson Leite Pinto Junior – Professor, médico e escritor.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

OS XOTES DE LUIZ GONZAGA

Há 100 anos nascia o nosso Rei do Baião. Em meio aos cordéis, chão de terra, lampião e sanfona, no interior de Pernambuco, Luiz Gonzaga estava sendo criado e se tornando o personagem principal do xote nacional. O cantor retratou o sertão, colocou uma alegria inconfundível no forró pé-de-serra e apresentou esse ritmo musical a todo o Brasil.
No ano de seu centenário, o diretor Breno Silveira, conhecido por seu trabalho em “2 Filhos de Francisco – A História de Zezé di Camargo & Luciano”, grava o filme que homenageia o rei do baião. “Gonzaga – De Pai pra Filho” leva a conhecimento do público a infância dele no sertão, sua entrada na música e a sua morte em agosto de 1989, em Recife. Mostra também a estreita e difícil relação entre Luiz Gonzaga e seu filho Gonzaguinha.
Gonzagão será vivido por três atores. Dos 30 aos 50, o período mais destacado no longa, será interpretado pelo músico Nivaldo Carvalho, o Chambinho do Arcodeon. Além de atuar na pele do rei do baião, Nivaldo também é um grande fã da obra dele. “A bossa nova tem influência do baião e até a MPB tem uma influência muito forte dele. Se for reparar, antes dele todos os cantores tinham aquela voz impostada, até mesmo no samba. Entre os cinco maiores da música popular, ele com certeza está no meio”, conta Chambinho do Arcodeon para o site da Rolling Stone Brasil.
Júlio Andrade, com uma caracterização impecável, vive Gonzaguinha na vida adulta. O elenco conta ainda com Nanda Costa, Domingos Montagner e Heslander Vieira. A estreia no cinema está marcada para outubro, conforme publicação no facebook oficial do filme.
Fonte: http://culturalbar.wordpress.com/

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O PREÇO DA ARTE SADIA

Não troco minha fé por dinheiro, nem sucesso. Dinheiro é mola que incentiva o consumo, sucesso é algo que vem e vai. Nenhum dois dois tem a capacidade e a força de manter minha paz e felicidade. Trabalhar com cultura é muito difícil, principalmente quando você opta em ser um artista com diferencial, que leva ao público a poesia, o humor, os personagens de forma sadia e compatível para crianças, jovens e adultos. Nada recheado de pornografia, palavras torpes, baixaria, tão próprios a outros que fazem desta categoria sua bandeira de cultura. Não, não vendo minha fé por dinheiro algum, nem tão pouco almejo conquistar uma multidão de pessoas que queiram beber de uma contra-cultura. Sou maior do que isto, e o Deus que permite que portas se fechem para mim, é o mesmo que há de escancarar  portões e cidades para me recepcionar. Talvez o leitor esteja se perguntando: "- O que o autor quer dizer? A quem ele se refere? " Respondo:  dirijo-me àqueles empresários, escravos do ouro, servidores da lascívia, que entre um humor sadio e cultural preferem oferecer aos seus hóspedes piadas imorais, textos pesados de imagens e palavras que conduzem ao mundo do riso doentio e alegria banal. Entre servir a este mundo e contrariar a vontade e os mandamentos do meu Deus, prefiro indelevelmente ficar com Àquele que nunca me abandonou. 
Francisco Martins ( Mané Beradeiro)

CEM ANOS DE GONZAGÃO


Luiz Gonzaga - O eterno Rei do Baião




Autor:  Emmanoel Iohanan



Ai, que saudade que sinto
De Gonzaga, o Rei do Baião,
Das festas do mês de junho,
Santo Antônio e São João,
São Pedro... quanta beleza!
Saudades do meu sertão.

Fogueiras, comidas típicas,
Rastapé, animação...
Meu peito fica apertado,
Chora, dói, meu coração
Quando lembro o saudoso
Gonzaga, Rei do Baião.

Se vivo ele estivesse,
Cem anos completaria.
O dia treze do doze
Peço, guarde esse dia!
Foi Exú, em Pernambuco,
Que nos deu essa alegria.

Essa pequena cidade
Deu a luz pr´um grande rei,
O filho de Januário,
Igual ele, ninguém fez.
Cantou a fundo o Nordeste
Com firmeza e altivez.


Gonzaga, saudoso amigo,
Só tenho a te agradecer
E a Deus por ter nos dado
O presente que é você.
Que mais cem anos se passe
Sem ninguém te esquecer.

Eu também sou arretado
Carrego em meu sangue a rima
E nos versos que componho,
Sou menino que traquina!
Não esqueço minhas origens,
Nem as lágrimas nordestina.

Cem vidas eu te daria
Se cem vidas as tivesse.
Pra tê-lo por mais cem anos
Cantando o meu nordeste
Da forma que tu cantaste
Gonzaga, Cabra da Peste.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A MÃE DE ANTÔI

Antôi, 18 anos, lá dos cafundós de Judas, entrou no Exército, mas precisamente no 16º BIMTZ. O Sargento dando instrução à tropa, indicou a bandeira do Brasil e falou: -Doravante àquela ali será a mãe de vocês até o dia em que deixarem as fileiras do Verde Oliva. Entenderam?
-Sim Senhor. Gritou a tropa.
Mas tarde, em entrevista com o Capitão, Antôi, ou melhor Soldado ANtonio, 765. Vai respondendo as perguntas que lhe são formuladas.

Capitão: - Soldado como vai sua mãe?
Antonio: -A bichinha tá presa num pau bem grande, se balançando prá lá e prá e não sai dele, desde manhazinha Capitão!
Capitão: Soldado, você tá doido, comeu bosta, pegou água na peneira, limpou o fundo com canjica ou caco de vidro?
Antonio: -Oxênte Capitão, é a minha e a tua também, o senhor não sabia não?
E lá foi Antonio para o xilindró, ver o sol nascer quadrado!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SALÃO LITERÁRIO SERÁ ABERTO DIA 5

A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte se unem na realização do projeto SALÃO LITERÁRIO,  que acontecerá mensalmente, sempre na primeira quarta-feira, das 16 às 18 hs, em sua sede, sito a Rua Mipibu, 443, Petrópolis, em Natal.
O Salão Literário é um evento que irá  ser aberto dia 5 de setembro, tendo nesta primeira edição a presença da escritora CRISTINE T. CUNHA ROSADO, co-autora do livro: CASCUDINHO - O MENINO FELIZ. Cristine falará sobre a sua obra, para estudantes, professores e o demais presentes. O  Salão Literário é aberto a todos aqueles que gostam do mundo da leitura e literatura.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

UM SARAU DELAS PARA ELES


Será hoje à tarde, às 13:30 hs, no auditório Vinícius de Medeiros, anexo à Escola Municipal Augusto Severo, Centro de Parnamirim, o Sarau Poétio " Aos Homens com Carinho: Um  Sarau delas para eles", realizado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, tendo à frente o projeto "Escolas Leitoras -  Parnamirim - Um Rio que flui para o Mar da Leitura", coordenado pela Professora Angélica Vitalino.
O Sarau homenageará 10 personalidades masculinas de Parnamirim. Parabéns a SMEC e a todos os que estão empenhados na realização deste sarau.