domingo, 1 de novembro de 2009

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


Como amanhã é o Dia de Finados, o causo de hoje é sobre um falso defunto. Fui buscar esta história, assim como as demais, na imensa literatura que existe sobre o tema espalhada por aí. Desta vez bebi na fonte da grande Cora Coralina, no livro "Estórias da casa Velha da Ponte", edição de 1987.
Vamos então ao causo.
"Seu Maia" teve um ataque de catalepsia e foi tido como morto. Ele era casado com Dona Placidina, que já não estava tão encantada com o marido que há muitos anos vivia maltratando-a. Como é costume naquelas terras de Goiáis, Dona Placidina com muita alegria e prazer preparou o velório, fazendo bolachas, servindo café, bolo, outras comidas e até mesmo pinga.
Finalmente chega a hora de levarem "Seu Maia" para o cemitério. Os homens partem carregando o caixão, segurando-o pelas alças, alguns estão em estado de fogo, fruto da tamanha quantidade de pinga absorvida. E entre uma rua e outra em direção ao cemitério, quando dobram um esquina, o caixão de "Seu Maia" vai de encontro a um lampião que havia naquela esquina. O Choque é intenso, o poste de ferro do lampião da Rua do Fogo despedaça o caixão, fazendo com que "Seu Maia" acorde do ataque e fique sentado no meio da rua. O povo corre... é grande o alvoroço na cidade.
Dona Placidina fica triste.
Alguns meses depois, realmente "Seu Maia" morre de verdade e desta vez, quando o caixão vai saindo de casa para o cemitério Dona Placidina Adverte: "--Cuidado com o lampião da Rua do Fogo, não vão fazer como da outra vez".

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