segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO


E para encerrar o mês de novembro com chave de ouro, Mané Beradeiro nos conta hoje um causo que aconteceu com Francisco Martins Alves Neto, quando ele fora seminarista diocesano, isso foi lá pros idos de 1983. Neto, como era conhecido, foi convidado pelo Cônego Ruy Miranda, então pároco de Ceará Mirim, para acompanhar o missionário Frei Damião, nas missões populares que estavam acontecendo na praia de Maracajaú-RN.
Numa das noites das missões Cônego Ruy não pode ficar naquela localidade, pois foi vitimado por uma forte dor de dende. Neto fica sozinho com Frei Damião.
À noite, o frade capuchinho fez a pregação para uma grande multidão e, como sempre, após a homilia, dava a bênção do santíssimo aos presentes. E é aqui que começa o humor do causo, acompanhem.
Frei Damião para dar a bênção do santíssimo precisava usar uma veste litúrgica conhecida por VEU DE OMBRO. Ele entra na capelinha e pede ao seminarista (Neto), falando bem baixinho:
--Dê-me o véu de ombro.
Neto entende: "Padre Ruy tá onde?" e responde:
--Foi para Ceará Mirim, com uma grande dor de dente.
Novamente o frade capuchinho pede com voz calma, porém muito baixa:
--Dê-me o véu de ombro.
Desta vez Neto, entendeu errado de novo, achava que ele tinha perguntado: "Qual é o seu nome?" e respondeu:
--Neto.
Frei Damião olhou bem sério para Neto e falou mais alto um pouco:
--Dê-me o véu de ombro!
O pobre do seminarista, com todo aquele barulho das beatas que cercavam a capelinha e não deixava entender o que o frade falava, mais uma vez interpretou de forma errônea:
--Sou daqui mesmo, de Dom Marcolino, distrito de Maxaranguape.
Foi a gota d'água. O Capuchinho berrou literalmente aos ouvido do seminarista:
-DÊ-ME O VÉU DE OMBRO! VOCÊ É MÔCO, DOIDO?
Aí sim, o seminarista largou o véu de ombro nas espáduas do Frei Damião, e fez com tanta força que mais parecia um vaqueiro pondo uma cangalha num jumento.

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