terça-feira, 3 de novembro de 2020

FREI ZITO O HOMEM QUE ME ENSINOU A FAZER PÃO

 Em 1984 eu estava morando no Convento Sagrado Coração de Jesus, da Ordem dos Frades Capuchinhos, no bairro Farol, na cidade de Maceió, estado de Alagoas. Naquele ano  viviam   no Convento dos Frades Capuchinhos: os seguintes religiosos: Francisco Barreto (Guardião), Walter,  Cassiano,  José  Carlos,  Evilásio,  Dimas, Manoel,  Zito, Luiz de França, Luiz Vieira, Oswaldo, Airton (todos frades)  e os  seminaristas: Aquiles, Chapron,  Luis Carlos, Ismar e Adilson.

 

Convento dos Frades Capuchinhos - Maceió-AL

No meio dessa turma  tinha um frade que um dia me fez um convite para auxiliá-lo a fazer pão. Ele se chama Frei Zito. Fui ajudá-lo a fabricar os pães. Nunca que eu pensei em um dia usar aquele ensinamento para ser um complemento da minha renda familiar.  Já se foram 36 anos daquela aula.  Por causa da pandemia na qual estamos eu vislumbrei a oportunidade de poder fazer pães caseiros, vende-los e entrega-los nos lares dos clientes.

Frei Zito

Comecei em março e já vou para o décimo mês de  produção. Precisava escrever isso e dizer ao Frei Zito o quanto sou grato a ele por ter me ensinado a por a mão na massa. 

  Na semana passada eu fui ao Convento dos Capuchinhos, em Natal, local que ele fez o noviciado. Queria saber onde ele estava morando. Infelizmente  o recepcionista da casa nada sabia sobre ele, sequer tinha ouvido falar nesse nome. Estranhei e pensei comigo: provavelmente ele não deve mais fazer parte da Ordem dos Frades Capuchinhos.

Folheei um anuário com os nomes dos frades que integram a Província e não o encontrei. Mas ontem, a internet me forneceu uma pista, li no blog de Tiago Padilha,  que em 2019 ele foi nomeado para ser Vigário Paroquial, na cidade de Bom Conselho - PE ( referência abaixo, da qual copiei a foto). Agora só tenho que fazer este artigo chegar até ao conhecimento de Frei Zito. Tomara que ele leia e saiba da minha gratidão.

O ofício de padeiro tem me dado muitas alegrias, pois associei ao ato de fazer pão, levar também o pão literário aos meus clientes. Geralmente entrego junto, a Revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras ou então algum cordel mais recente, escrito por Mané Beradeiro. E o que recebo? Ah!  Frases como estas:

 "Luxo mesmo é quando um amigo junta mil grãos de trigo e traz, à casa, um livro e o alimento mais universal: um pão." (Angelica Vitalino)


 "Comprar pão a um poeta padeiro é outra história. Pão com Literatura de Cordel. Obrigada, amigo,  pela  sensibilidade" (Maria José)


   
A gente às vezes faz as coisas e não percebe a dimensão do que elas podem chegar. Um convite, uma palavra, um gesto, um sorriso, um abraço, um pão. Obrigado Frei Zito, que jamais lhe falte o "Pão descido dos Céus" - Jesus!

 

Francisco Martins

Parnamirim-RN, 3 de novembro de 2020 

 

 

 Imagem de Frei Zito copiada do blog de Tiago Padilha

http://tiagopadilhaoblog.blogspot.com/2019/04/frei-zito-e-o-novo-vigario-paroquial-de.html

 Imagem do Convento copiada do endereço:  https://br.infoaboutcompanies.com/Catalog/Alagoas/Maceio/Convento/Igreja-dos-Capuchinhos


 

Um comentário:

Unknown disse...

Grande Francisco Martins! Gostei de saber da origem de mais essa sua habilidade! Parabéns pelo texto.