Dorme em meu coração, dorme tranquila:
Enquanto ele bater, nele estarás;
E não te acorde a dor que me aniquila,
Nem no ouças dizer-me: “Ela aqui jaz”.
Esta, de que sou feito, humana argila,
Por ti no sofrimento se compraz,
Orvalhando, com o pranto que destila,
Meu Horto de Oliveiras… Dorme em paz.
Dorme em paz, meu amor… Quero embalar-te
Nestas cantigas de tristeza e dó.
Embebidas de lágrimas sem arte.
E quando eu acabar, suplico só
Que a mim teus filhos venham misturar-te
Nas mesmas cinzas e no mesmo pó.
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