quarta-feira, 2 de abril de 2025
segunda-feira, 31 de março de 2025
COMENTANDO MINHAS LEITURAS: "QUARTEIRÃO DA FOME" DE RAIMUNDO NONATO
"Quarteirão da Fome", livro da autoria de Raimundo Nonato,
lançado pela Editora Pongetti - Rio de Janeiro, na categoria de romance. O livro não tem colofão, mas segundo Manoel Onofre Jr, saiu do prelo em 1949, sendo este o livro de estreia do escritor Raimundo Nonato.
A história tem como palco principal a fictícia cidade de “Bela Vista”, no Oeste Potiguar. Confesso que tive a felicidade de começar a ler Raimundo Nonato por outras obras, nos gêneros de memórias, histórias e etnografias e, posso assegurar, que prefiro a pena do escritor nesses campos, que a serviço do romance.
Esperava bem mais do romance. O autor não teve a arte de costurar o enredo, para não dizer que nem este existe. São capítulos distanciados da comunhão entre as personagens. Josué Montello nos ensina que “um personagem, para quem o cria, não é uma figura de papel, é um ser humano”.
Em “Quarteirão da Fome” há vários
personagens: Fábio, Dubas, Padre Anastácio, Lulu, Sônia, Adrião, Joca Pires, Carlos
Pontes, Miluca, etc. Todos carentes de narrativas e de elos no romance. Não há
no livro um projeto de história a ser seguido. Que pretende passar o autor? Qual história e de quem ele desejaria contar? Diria que Raimundo Nonato se
perdeu na elaboração do livro.
Os capítulos do livro são pequenos, sem sintonia literária e às vezes o narrador dedica-se mais no estilo de um ensaio, do que propriamente o gênero de romance. Prosseguindo na leitura de outros títulos, deparo-me com textos que são muitos similares, como em "Memórias de um retirante" (1957) e um capítulo de inteiro teor, em "Histórias de Lobishomem"(1951).
Volto a afirmar: Raimundo Nonato é um grande memorialista e historiador. Sua contribuição neste campo literário é rica, principalmente sobre a região Oeste Potiguar, mas não teve o dom de ser romancista.
Por ocasião da celebração do centenário de nascimento do autor, a editora Sarau das Letras fez a segunda edição de "Quarteirão da Fome", em 2007.
FRANCISCO MARTINS
2025 ANO DO CENTENÁRIO DA DIPLOMAÇÃO DE RAIMUNDO NONATO COMO PROFESSOR
sexta-feira, 28 de março de 2025
quinta-feira, 27 de março de 2025
90 ANOS DE UMA BRIGA DE SANTO EM PAPARI
Foi no último livro que encontro uma história que teve como palco a cidade de Papari, atual Nísia Floresta. Isso se deu 90 anos passados. É um relato do Dr.Ney Marinho, enviado ao escritor Raimundo Nonato, que está no capítulo "Outras brigas de Santos". Confira.
"Por volta do dia 6 de março de 1935, aproximadamente pelas 9 horas da manhã, depois de celebrar a missa em Papari, hoje Nísia Floresta, o então padre Paulo Herôncio retirou da Igreja local a imagem de Nosso Senhor dos Martírios, a fim de realizar a procissão em São José de Mipibu, nos atos da Semana Santa.
Para fazer o transporte do referido Santo, ali estavam postados um automóvel de aluguel e um marceneiro, encarregado de desatarrachá-lo do altar.
Ao ter conhecimento do propósito do pároco,a população em peso levantou-se caminhando para a frente da Igreja, numa demonstração de protesto.
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Imagem ilustrativa |
__ "Quero, mando e posso!... Se o Santo não for comigo, eu levo com ajuda da Polícia". E dito isto, foi saindo em direção à residência do Sr. José Araújo, antigo político de influência em Nísia Floresta.
Nesta altura o povo foi tomado de exaltação, sendo que o primeiro grito partiu de Leonor Januário. Falaram até em rasgar a batina do Padre...
Mas, como só acontece em ocasiões tais, sempre surge a voz do bom senso.
E foi aí que o senhor João Argilio e D. Iaiá Paiva procuraram conciliar os ânimos, enquanto o vigário saía de automóvel para São José.
Dias depois a mesma senhora endereçou ao sacerdote uma carta circunstanciada, procurando justificar a atitude dos seus conterrâneos perante o reverendo, pela grande veneração que eles tinham ao seu santo e pedindo para o mesmo voltar a Nísia Floresta, pois todos desejavam a paz.
Ao que tudo indica, ele não mais voltou. E como acentua Ney Marinho, a exemplo dessa quadra que ele pegou da tradição oral,
__ Cafundó de Papari
não tem olho nem pestana,
foi o rato que roeu
pensando que era banana.
ficou uma espécie de rivalidade provinciana e fraternal , que o tempo não conseguiu apagar, nem a gente dos dois lugares quis esquecer."
terça-feira, 25 de março de 2025
BREJINHO TEM ACADEMIA DE LETRAS
A cidade de Brejinho, no interior do Rio Grande do Norte, completou 62 anos de emancipação política no dia 21 de março do corrente ano.
Na véspera, 20 de março a população ganhou um belo presente que vai fazer toda diferença na vida cultural da cidade. Foi instalada a Academia de Letras de Brejinho - ALB.
Sabemos que a instituição não tem poderes como o Executivo, Legislativo e o Judiciário, mas pode e muito, influenciar a vida das crianças, dos jovens e despertar os adultos à importância da leitura e a cultura em seus vários seguimentos.
Lembro um pensamento do escritor Josué Montello: "A Academia é um acontecimento na vida literária, não na literatura. A literatura só depende do escritor."
A árvore foi plantada e emergiu do solo de Brejinho, trazendo a força do tubérculo que dá à cidade a fama dos seus produtos. Cabe aos imortais, os oito empossados, fazerem da ALB um instrumento de cidadania e libertação.
Pesquisem, escrevam, publiquem, deem à população de Brejinho, do estado e do Brasil, o melhor que vocês podem fazer. Busquem parceiros, a arte literária diz bem mais quando se incorpora e dá as mãos.
Parabenizo a primeira Diretoria da ALB, na pessoa de Maria Iranete dos Prazeres Viegas e a todos os demais escritores e escritoras desta Arcádia. Vida longa a ALB!
Francisco Martins
segunda-feira, 24 de março de 2025
domingo, 23 de março de 2025
CORAÇÃO DE MECENAS
Existem aqueles que desejam, mas nada fazem para ver a realização . Há os que sonham e isso lhes bastam. E tem aqueles que fazem a coisa acontecer. Esses são os que trazem a luz.
Conheço um homem que é assim. Um dínamo, um potencial no exercício de sonhar e fazer. Às vezes eu indago se a composição material de tais homens é feita de outros elementos. Teriam eles um DNA não contaminado pelo erro de Adão? Não sei!
O conjunto desses homens é raro. No Rio Grande do Norte tem um, para alegria nossa, um apenas, que com suas atitudes eleva pessoas e instituições. É preciso dizer que o seu modus operandi é totalmente diferente. Traz nos olhos a claridade que alumia a verdade, tem na voz a serenidade da canção que acalenta a alma e em suas mãos, sinais de que é doutor em separar joio do trigo.
Vi, recentemente, em ação. Vive aquela máxima de Saramago: "não tenhamos pressa, mas não percamos tempo". A filantropia é o que nutre seu viver e suas ações não se propagam em publicidades que massageiam o ego, pelo contrário, age em silêncio como as fontes que dão origem aos grandes rios. Esse homem é Antonio Gentil.
quinta-feira, 20 de março de 2025
"ABRIL VERDE" - O NOVO CORDEL DE MANÉ BERADEIRO JÁ DISPONÍVEL PARA VENDA
terça-feira, 18 de março de 2025
segunda-feira, 17 de março de 2025
NOTA PÚBLICA DO IHGRN
COMENTANDO MINHAS LEITURAS: O CORDEL DE ADÉLIA