sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

CHICO MORREU ELETROCUTADO

Chico vivia há cinco anos na Rua Mipibu, ele e seus irmãos. Todos os dias eu o via andando orgulhosamente naqueles fios elétricos. Eu sempre avisava: "cuidado com os fios, não confie nem vacile".

Chico nem ligava para o que eu falava. Interesse mesmo só tinha pelas frutas que eu colocava no seu caminho. Banana, maçã, jambo, manga...

Ah! Chico, como foi triste saber que sua vida terminou. Logo você amigo que nunca fez maldade nenhuma! Que jamais sacaneou conosco. Seu grande defeito eu sempre dizia que era o rabo, mas você apenas ria. Não acreditava. E hoje eu sei que tenho razão. Foi o rabo que casou a sua morte. Dona Fuxiqueira me disse que viu seus últimos suspiros. Você corria pelo fio elétrico com o rabo levantado, quando numa fração de segundo houve o toque no fio superior. Um pequeno deslize que acabou com você, amigo Chico.
A vida é assim mesmo. Agora, como será a Rua Mipibu sem você Chico? Diga-me a quem contarei as besteiras da galega loira? Quem vai ouvir meus relatos macedianos?
Vá em paz Chico.
Sim! Fiquei sabendo também hoje que você não era Chico, mas
Chica.
Danada!  Esses anos todos você conseguiu me enganar com seu olhar de Diadorim.

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