sexta-feira, 30 de abril de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 18/2010


Livro: O Pomo da Discórdia
Autor: Nicholas Gage
Ed. Record - 189 páginas
Ano 1974
Leitura: 22 e 23 de fevereiro de 2010

Dois policiais do FBI, Martim e Jersey estão envolvidos na descoberta de duas grandes obras da pintura, que foram roubadas e escondidas há seis anos,. Eles puxam a trama deste romance policial. Para quem gosta do gênero é envolvente, repleto de ação e fascinante. Nicholas consegue prender o leitor e fazê-lo desejar chegar o mais rápido possível ao final do livro. Isto é uma característica dos bons livros e dos melhores autores.

O ATAQUE DAS TRAÇAS

Texto escrito por Públio José – jornalista

(publiojose@garrapropaganda.com.br)

O título deste artigo mais parece título de filme B de Hollywood, do tipo “O Ataque das Abelhas”, “Piranha Assassina”, “O Ataque das Aranhas”, “Cobras Em Seu Banheiro” e obras semelhantes. Mas é tão somente a constatação do surgimento de uma considerável quantidade de traças a atanazar nossas vidas neste período chuvoso. Agora, em função do inverno, chama à atenção a forte presença das traças no nosso espaço doméstico. De repente, você abre o armário de roupas e está lá um monte de traça no bem bom, causando grandes transtornos. Tirando a paciência, danificando tecidos – enfim, roendo, roendo e roendo sem parar. Aí me indaguei: pra que serve a traça? Será que somente para aquela atividade ininterrupta de se agarrar em paredes, de habitar fundos de gavetas e lugares úmidos e penumbrosos à procura de tecidos e papéis? Se for somente para isso, que vidinha insípida, sem graça!

Creio existir um grande vácuo, um grande lapso, enfim uma grande dívida da Ciência para conosco, em não ter pesquisado ainda as qualidades (negativas ou positivas. Positivas?) da traça. Pelo menos até hoje eu desconheço algum estudo, alguma investigação científica sobre tal inseto. E veja que todos os dias os cientistas descobrem possibilidades interessantes nos elementos mais absurdos da Natureza. Então, por que sobre a traça não se diz nada, não se descobre nada? Diante de bases tão escassas de observação, fui ao dicionário. Lá, está escrito que a traça “é a designação comum a insetos ápteros, da espécie lepisma, que se constitui praga doméstica atacando livros e roupas”. Até aí nada de admirar. Traça é isso mesmo. Bronca! Agora, impressionado fiquei com a frase final do dicionário sobre o temível áptero: “aquilo que destrói pouco a pouco”. Ah, bicho malvado, perverso, cruel...

Aí, desse devaneio biológico, passei a olhar o cenário, o horizonte do ambiente político brasileiro. E vi, nele, gente muita parecida com a traça. Políticos que – apesar de malvados, perversos, cruéis, como ela – não destroem, de uma tacada só, o ambiente que habitam. Não, eles não arrasam de repente o lugar que os acolhe. Feito traças, eles vão destruindo pouco a pouco, agarradinhos às paredes, gavetas e armários dos espaços legislativos, executivos, judiciais, buscando vantagens, adulterando regras, princípios, valores. À procura de papéis e tecidos que configuram a base legal, econômica, social e administrativa do país, grudando neles, para, dali, auferir seus ganhos absurdos, ilegais, imorais. Como a traça, tais personagens também agem na sombra, ao abrigo da luz. Não ocupam posições em campo aberto, nem aceitam a prática transparente da discussão, do embate de ideias diante de todos.

Suas negociatas e falcatruas necessitam de ambiente penumbroso, longínquo aos fachos de luz da Lei, da Moral, da Ética. Ah, quão perversos são para o país tais bandidos! E o pior: vivem travestidos de bons moços. Os tempos passam e eles não mudam, não desistem. Estão sempre lá, roendo, fuçando, se alimentando do que não lhes pertence. Para o combate à traça a solução é simples. Vassoura, espanador, acompanhados de limpa móveis e detergente – pronto. Beleza! Mas, na luta contra as traças de paletó e gravata, o buraco é mais embaixo. Denúncias pela Imprensa, investigações, CPIs, inquéritos de toda ordem – e nada. Eles permanecem agindo como traça, nas sombras, roendo, roendo, engordando, ganhando sempre. O voto contra eles, numa próxima eleição, poderia até ser uma medida de eficaz assepsia. Mas o que fazer se o eleitor também tem seus momentos de traça? Pobre do nosso paletó...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ASSIM DISSERAM ELES...

"O pior do casamento é quando dá certo"

Sanderson Negreiros

EM MAIO DEVEMOS LEMBRAR ...


1 de maio de 1958 Othoniel Menezes é eleito para a Cadeira 23 da ANRL.
2 de maio de 1926, nasceu Pery Lamartine. Escritor e empresário no ramo de turismo.
3 de maio de 1833 nasceu em Ceará-Mirim o primeiro médico do RN, Vicente Inácio Pereira.
11 de maio de 1911 chega a Mossoró, o primeiro automóvel, de propriedade da firma Tertuliano Fernandes & Cia.
12 de maio de 1902 faleceu em Paris, na explosão do "PAX", Augusto Severo. No dia 12 de maio de 1913 é inaugurada a estátua em sua homenagem, na Praça da República,Ribeira, em Natal (foto). No dia 14 de maio de 1902 esta praça passe a ser denominada Augusto Severo, até os dias de hoje.

JUVENAL ANTUNES - A CORAGEM NOS VERSOS VIVOS DE UMA VIDA SEM HIPOCRISIA


Há 127 anos veio ao mundo, em 29 de abril de 1883, Juvenal Antunes de Oliveira. Nasceu em Ceará-Mirim-RN. Viveu até 1941. Ficou conhecido pela sua irreverência, anarquia e boemia. Pregava o amor livre e ridicularizava os valores da sociedade da época.
Juvenal, o maior e melhor poeta que soube elogiar a preguiça:“Bendita sejas tu, preguiça amada, que não consentes que eu me ocupe em nada”. Advogado, magistrado, poeta, escritor e jornalista, Juvenal Antunes é Patrono da Cadeira 35 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Ninguém no mundo teve um amor tão platônico, quanto Juvenal por sua Laura. Teria sido mesmo platônico? Foi para o Acre em 1912 para ocupar o cargo de promotor público e diz a história que não aparecia para trabalhar, nem mesmo para pegar os vencimentos. Sua fama espalhou-se pelo Acre. Quando a Globo fez a série Amazônia - de Galvez a Chico Mendes, Diogo Vivela, ator, viveu o personagem Juvenal. Em 2007 foi inaugurada uma estátua no Acre em homenagem a Juvenal, fica no prédio onde funcionava o Hotel Madri, local que o poeta morou desde quando chegou àquele Estado. Hoje é a galeria de arte Juvenal Antunes. Ele era irmão de Madalena Antunes, a mulher que escreveu o mais lindo livro sobre a história de uma Sinhá Moça (Oiteiro).

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 17/2010


Livro: Teje Preso
Autor: Chico Anísio
Editora: Rocco. Ano 1975
Contos. 174 páginas
Leitura: 20 e 21 de fevereiro de 2010

Chico Anísio mostra neste livro que além de fazer humor, também sabe escrever, e muito bem. Os contos são em sua maioria de uma forma cativante. Sabe aquelas leituras que você não deseja soltar o livro? Assim é "Teje Preso". Ótimo para trabalhar com alunos do Ensino Médio ( 7 ao 9 ano) e também com alunos do EJA que já dominam a leitura. São estórias hilárias e bem presentes no nosso cotidiano. Dos contos, destaco: Morte Matada, Teje Preso, O Padre e Xangô e Iemanjá.

MOMENTO DO LIVRO COM MANÉ BERADEIRO NO ENCONTRO DAS DIREDS

Quarta-feira, dia 28 de abril, em Porto-Mirim, praia do município de Ceará-Mirim, acontecerá um encontro com os diretores das escolas de todas as Diretorias Regionais de Educação (DIRED) do Rio Grande do Norte. O evento está sendo organizado pela 5ª DIRED, com sede em Ceará-Mirim., que tem a direção de Solange Amaro da Silva Dantas. Pela manhã, o público presente será agraciado com algumas apresentações culturais, incluindo um show de Mané Beradeiro.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A HISTÓRIA PEDE SOCORRO

Nós não sabemos conservar nossa cultura. Um exemplo disto é a degradação que está sendo vivida pela Fazenda Irapuru, no município de Tangará-RN. A fazenda foi palco de uma história singular no Estado. Abrigou mais de três mil moradores, tendo sido na época áurea, a terceira maior propriedade rural do Rio Grande do Norte, tanto em extensão territorial, como em infra-estrutura. E hoje, o que vemos? A falta de um olhar administrativo. A Fazenda Irapuru, que abrigava o Major Theorico Bezerra, o último Imperador do Sertão, bem que poderia ser um ponto de visitação turística. Afinal, que outra fazenda guarda histórias tão preciosas e próprias sobre aquele homem e seus campesinos, onde o socialismo acontecia na ótica do major: " A vaca é minha, mas o leite é do morador. O açude é meu, mas o peixe é do povo". Estive ontem, 21 de abril, na fazenda e vejo que corremos um grande risco de perdemos parte da nossa história.

FAZENDA IRAPURU (TANGARÁ-RN)



















terça-feira, 20 de abril de 2010

APODI ANO 40

Apodi vive o ano de quarenta! há forte inverno e rios transbordantes! A lagoa é espelho, que apresenta, do infinito azul, nuvens errantes!
Intransitável fica a várzea inteira! Na roça o milharal viçoso cresce; farfalham verdes leques da palmeira e o canto dos canarios enternece...
Reina alegria! Há fartura imensa: leite de três tostões; queijo de graça...
Isto é felicidade, a gente pensa, e o tempo preguiçosamente passa...
Agora, findo o inverno, há pescaria e colheita intensiva de algodão. Disseram, que o mundo acabaria, no eclipse total. Que confusão!
Em noite enluarada, há serenata! Antonio Flor dedilha o violão...
do pereiral aroma se desata e o trovador suspira, na canção!
Amantes da pilhéria e da chacota com apelidos molestando estão Maria Velha, Casimiro Bota, Tatá Luzia, André, Chica Ferrão...
Apodi! A lembrança, que atormenta minh'alma, relicário de emoção, fala de ti, daquele ano quarenta, dos dias de ventura e ilusão!...

(Fonte: Lixívia e Rimas a êsmo, de Moacir de Lucena. página 73. Gráfica Nordeste 1979)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 16/2010


Livro: Mucuripe - O mundo encantado de Ruy Antunes Pereira
Autora: Denise Pereira Gaspar
Editora: RN/Econômico. Ano 1995
Páginas 226
Leitura: 18 e 19 de fevereiro 2010

Este erá um dos livros que há tempo eu queria ler. Encontrei um exemplar disponível à venda. Mergulhei em sua leitura prazerosa e como dia a própria autora, encantadora. Aproveita melhor quem é de Ceará Mirim e conhece a beleza daquele vale. Aprendi muito com o livro de Denise Gaspar. Cheguei a conclussão que se Ruy Antunes Pereira tivesse estudado, ido além da sua terceira série primária, com certeza teria sido o maior intelectual de Ceará Mirim. Mesmo assim, não ficou devendo neste campo. Um homem grande, que não cabe no vale do Ceará Mirim, mas que no entanto, em sua sabedoria e amor, manifestou o desejo de perpetuar sua mutação ("lembra-te que és pó, e pó hás de tornar-te"), deixando em testamento a vontade expressa de suas cinzas repousarem para sempre numa palmeira por ele plantada. Ruy Antunes Pereira, não poderia agir deferente, sendo filho de Madalena Antunes, trazia em cada fibra do coração o amor por aquele vale. O livro é rico de informações e deveria ser adotado como paradidático para os alunos do Ensino Fundamental nas escolas daquele município. Além dos textos há também oitenta e uma fotos que nos fazem voltar ao paraíso encantado de Ruy Antunes Pereira. Se você não leu, leia. Vale a pena se debruçar sobre a história deste homem, o último Senhor de Engenho do Vale Verde de Ceará Mirim.

domingo, 18 de abril de 2010

ALPARCAS. VOCÊ JÁ TEVE ISTO?



Estava pensando o porquê do povo nordestino chamar "alpercatas", "alpregatas", "alpragatas", "alparcatas". Lampião usava este tipo de calçado. Aliás, no sertão era muito comum a fabricação deste tipo de sandálias, feitas de couro resistente. Lendo "Os Lusíadas", vejo no II° Canto.95 a frase: "Nas ALPARCAS dos pés, em fim de tudo, cobrem ouro e aljofar ao veludo". Estaria o grande poeta lusitano se referindo ao tipo de sandália tão comum no sertão nordestino? Recorri ao dicionário e encontrei:
alparca
s. f.
1. Sandália.
2. Calçado em que a sola se ajusta ao pé por meio de tiras de couro ou de pano.
Coisa boa é ler. Aprendemos mais e crescemos dentro de uma grande globo chamado cultura. Então, como diz Mané Beradeiro: " ... minhas alpregatas são de Acari". E ponto final.

sábado, 17 de abril de 2010

RESERVE SEU INGRESSO PARA O SHOW DE MANÉ BERADEIRO


Na sexta-feira, dia 23, às 19 horas. o escritor e humorista Francisco Martins Alves Neto estará fazendo o show: Rir nunca foi tão bom e saudável, com o seu personagem Mané Beradeiro. O evento será na Estação Cultural Prefeito Roberto Varela, em Ceará-Mirim. Os ingressos, apenas 50, serão vendidos no dia, à partir das 13 horas, no próprio local do show. Portanto, se você desejar assistir Mané Beradeiro, faça desde já a reserva do seu ingresso através do e-mail: maneberadeiro@hotmail.com, enviando seu nome e telefone para contato. As reservas serão válidas até às 18 horas do dia 23. Caso o ingresso não seja resgatado ficará livre para venda.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 15/2010


Livro: Brasil do Chapéu de Couro
Autor: Severino Uchôa
Poesia.
Ed. O Cruzeiro, nov. 1964
Páginas: 146
Leitura: 16 e 17 de fevereiro 2010

Luis da Cãmara Cascudo fez o prefácio desde livro em janeiro de 1964, mas a obra só foi publicada no mês de novembro do mesmo ano. Severino Uchôa, nordestino, filho de Pernambuco, residia em Sergipe. Professor e advogado. Escreve poesias sobre o tema do sertão, usando uma linguagem campesina e explorando temas sociais, políticos, culturais, etc. Chamou-me a atenção o fato deste livro não ter sido proibido pela ditadura militar que em 1964 já "administrava" o Brasil. Teria eles(os militares) tomado conhecimento sobre a obra de Uchôa? Creio que não. Melhor assim, pois ficou para nós a oportunidade de podermos desfrutar de poesias tão belas que retratam nosso sertão, na região do Brasil de chapéu de couro ( Nordeste).

CLUBE DOS IDOSOS DE APARECIDA (MÃE LUIZA)






terça-feira, 13 de abril de 2010

MANÉ BERADEIRO TEM ORKUT

A pedido Mané Beradeiro agora tem seu orkut. Os amigos e fãs que desejarem adicioná-lo, o link é:http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=6977710129292684376. Seja você o primeiro. Na conta de Mané Beradeiro você ficará sabendo sua agenda de shows, terá curiosidades literárias sobre o tema por ele trabalhado e dicas de leitura, além de outras coisas mais.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

MANÉ BERADEIRO VAI À MÃE LUIZA


Na quarta-feira próxima, à tarde, Mané Beradeiro estará fazendo um show de causos e poesias matutas para os integrantes do Clube de Idoso Comunidade Aparecida, no bairro de Mãe Luiza, em Natal-RN. O evento acontecerá no auditório do Posto de Saúde Aparecida, na Av. Guanabara. Esta apresentação é fruto de uma indicação feita no show de abertura Momento do Livro, que aconteceu recentemente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ASSIM DISSERAM ELAS...

"A família é o único monumento que jamais poderá ser abalado"

Maria Magdalena Antunes Pereira, escritora. A maior memorialista do Rio Grande do Norte.

Fonte: Mucuripe - o mundo encantado de Ruy Antunes Pereira, de Denise Gaspar, página 18.

COMENTANDO MINHAS LEITURAS 14/2010


Livro: O Peregrino
Autor: João Bunyan
Ed. Mundo Cristão, 2001
259 páginas
Leitura: 14 e 15 de fevereiro de 2010

João Bunyam foi um homem cristão que viveu de 1628 a 1688. Quando Jaime II foi rei na Inglaterra, ele foi perseguido e preso por causa da sua fé. Escreveu na prisão "O Peregrino". É a mais famosa alegoria sobre a história do Homem com Deus. No Brasil é um dos livros mais vendidos, embora não apareça nas listas que tratam sobre os campeões de venda. Desde 1971, quando lançado no Brasil que "O Peregrino" vem conquistando seu público. É um excelente livro para ser presenteado às crianças e jovens que precisam criar e fortalecer suas virtudes e valores, temas tão escassos hoje em dia. No site www.mundocristao.com.br é possível comprar o livro pela internet.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

LIESEL MEMIGER X AUTA DE SOUZA. QUEM VIU MAIS A MORTE?



Liesel Meminger, lembra-se dela? Não! è a personagem principal do livro de Markus Zusak, A menina que roubava livros". Ela, Liesel soube que aqui no Rio Grande do Norte tem uma outra" pessoa que também encarou a morte várias vezes. Decidiu conhecê-la.
Procurou-me, sabendo que eu, Francisco Martins, sou um apaixonado pelos escritores potiguares. Perguntou-me: -Onde posso encontrar a mulher que encarou a morte várias vezes?
Respondi: -Posso levá-la até sua residência, ela já morou em Macaiba, Recife, andou por algumas cidades do Rio Grande do Norte e Paraíba, aqui em Natal residiu no Bairro Vermelho, mas atualmente mora na Rua Nova (antes que eu esqueça, retrocedemos no tempo, estamos em 1901).
Liesel caminhou comigo pela Rua Nova, que depois há se ser Avenida Rio Branco. Chegamos a casa de Auta de Souza. Fomos recebidos com um sorriso que mais parecia uma expressão angelical. Auta estava enferma, sofria de tuberculose desde os 14 anos. Apresentei Liesel e fiquei a distância ouvindo a conversa das duas. Liesel contou que já tinha visto a morte várias vezes. Auta preguntou quantas. Ela respondeu: -Quando levou meu irmão, quando veio ceifar a vida de um piloto e ... Liesel ainda queria falar quando Auta olhando para ela disse: -Minha experiência com a morte começou muito cedo, ela levou minha mãe quando tinha três anos, dois anos depois ceifou a vida do meu pai. Fomos para Recife, eu e meus irmãos com vovó Didinha. A morte também chegou lá e de forma trágica levou meu irmão Irineu. Não satisfeita tragou também meu avô Paulo. Como vê Liesel, eu sou bem íntima desta eterna namorada da vida. Vi muitas criancinhas sendo por ela levadas. Realmente, a morte não me causa medo, mas reflexão.
Liesel saiu dali com a certeza que Markus Zusak, seu criador, deveria ter colocado o nome da personagem de Auta. Teria sido muito mais real e merecedor. Ah! Liesel roubou de Auta um exemplar do "HORTO".