Mostrando postagens com marcador Centelhas Poéticas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Centelhas Poéticas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

CONSTITUIÇÃO - DEZ ARTIGOS PARA A BOEMIA

    

    Nós, os boêmios sob a proteção da noite, decretamos e promulgamos a Constituição da República Independente do Bairro do Recife.
    Art. 1º - A República Independente do Bairro do Recife será organizada sob a forma de frevocracia, regime anarco-musical, exercido por boêmios, músicos e poetas.
    Art. 2º - Ficam instituídos como símbolos do Bairro do Recife, a garrafa e a radiola de ficha.
    Art. 3º - São cores da bandeira do Bairro do Recife, o verde-cana, o amarelo-cerveja e o azul-madrugada.
    Art. 4º - Todos são iguais perante a primeira dose e desiguais depois da décima-dose.
    Art. 5º - Todos os boêmios terão assistência gratuita com direito a albergue e soro glicosado e farão jus a um seguro-etílico.
    Parágrafo único - os bêbados, para fins de direito, são equiparados aos menores.
    Art. 6º - O Bairro do Recife é território da paz, das lutas amorosas e da felicidade compartilhada.
    Art. 7º - No Bairro do Recife, situado ao lado de baixo do Equador, fica abolido o pecado.
    Parágrafo único - Todas as noites serão noites de lua.
    Art. 8º - No Bairro do Recife o sistema de preços é capitalista e o sistema de pagamento das contas é socialista.
    Art. 9º - Fica criado o tabelionato de Notas para registrar conversas e promessas noturnas com fé de ofício.
    Art. 10º - Fica criado o patrimônio Histórico-Etílico com o objetivo de preservar todo o ecossistema lirico alcoólico do Bairro, tombados desde já os bares 28 e o de Waldemar Marinheiro.

Nota: não sei quem é o autor ou autora desse texto. Consegui dentro de um livro antigo, esquecido entre as páginas.
    

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

CONSULTA AO CARDIOLOGISTA


Eu acabei de sair
Do doutor cardiologista
Onde o mesmo me falou
Que a minha vida de artista
Depende de emagrecer
Ler muito, pouco comer,
Caminhar cedo na pista.

Mané Beradeiro, 28 dezembro 2021

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

VOTOS DE FELIZ NATAL

Nascimento de Cristo - Francisco Iran

A você que sempre passa por aqui e dedica alguns minutos para ler este blog, venho lhe desejar um Feliz Natal, Que tudo de bom aconteça com você. Que em seu coração seja creditado a alegria de Leiturino, a inocência e pureza de Ananias, a sabedoria de Mané Beradeiro.

Francisco Martins



domingo, 28 de novembro de 2021

CACIMBA DE SÃO TOMÉ - CASA DE MURILO MELO FILHO




Foi daqui que ele partiu
Para o Rio de Janeiro.
Um rapaz tendo a coragem,
Com ideal altaneiro:
Ser um grande jornalista
Vencedor neste canteiro.

Murilo Melo Filho, um dos maiores jornalistas do Brasil. Natalense, morou nesta casa, Rua Apodi, 558. E dela partiu no dia 16 de fevereiro de 1946, aos 18 anos de idade.

Viajou a trabalho mais de 30 vezes à Europa, 27 aos Estados Unidos da América, 3 à Ásia, 4 à América do Sul e 2 à África.
Entrevistou reis, rainhas e presidentes. Um orgulho da nossa terra.

Mané Beradeiro

Série: Cacimba de São Tomé

domingo, 3 de outubro de 2021

PÉROLAS DOS BASTIDORES DA LITERATURA POTIGUAR

Vingt-un Rosado

 Certa vez o jornalista Vicente Serejo escreveu para Vingt-un  Rosado: "Meu caro Vingt-un Rosado; recebi seu bilhete. O título do livro de Cascudo é "Informação de História e Etnografia". Não tenho o exemplar. Assalte, imediatamente, o poeta Diógenes da Cunha que tem a segunda edição. Faça a terceira que só voismicê é capaz disto."

Vicente Serejo
Vingt-un procurou o poeta Diógenes e dele recebeu o seguinte bilhete: "Tenho. E empresto desde que cuide do livro como Dona América cuida de você".

Diógenes da Cunha



quinta-feira, 30 de julho de 2020

OS ACADÊMICOS DA ACLA SAÚDAM CEARÁ-MIRIM, NOS 162 ANOS DE SUA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA


– CADEIRA 01 – CAIO CÉSAR CRUZ AZEVEDO
Meu coração bate e ainda semeia vigor em vias que fazem vibrar o meu Ceará-Mirim. O vale todo reverdesce, espraia-se, como um antigo deus protetor vindo das mitologias da terra. A visão é do paraíso. Rogamos para este coração, como para tantos outros, no centro do viver, perpetuar esta cidade, como afirma Madalena Antunes “as cidades não morrem... até mesmo quando caem em ruínas, salva-as do aniquilamento aquela alma fecunda que as revive, por ser consciente que o patrimônio arquitetônico é um livro de pedras, areia e cal a narrar com a escrita do tempo a construção de nossa identidade”.

– CADEIRA 03 – PAULO DE TARSO CORREIA DE MELLO
Ceará-Mirim é a poesia das lembranças de infância, Ceará-Mirim sou eu subindo a rua calçada em pedras irregulares, ao fim da tarde. Vestido em um terno azul, levo um presente bem embrulhado e um ramo de saudades roxas que me enfiaram na mão. Vou ao aniversário de uma namorada menina. Neste exato momento o relógio da igreja bate as cinco horas. Continuo escutando pelo resto da vida.

– CADEIRA 04 – FRANCISCA MARIA BEZERRA LOPES
Minha mente absorvia e contemplava euforicamente o VALE. E, novamente, feito criança ao entoar os parabéns numa festa de aniversário, ressoou em meus ouvidos novos aplausos. Muito mais que uma obra de arte estava lá. Divino, pintura natural. Suprarreal. Que o tempo nem o homem, ainda, não conseguiram apagar. Continua enchendo os olhos de muitos até hoje, e recebendo efusivos aplausos.

– CADEIRA 06 – ANDRÉ FELIPE PIGNATARO FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES
Ceará-Mirim, terra dos meus antepassados, tanto pelo lado paterno como pelo materno, descobri-te tarde demais. Porém, me recebeste de braços abertos, e, hoje, sinto-me como um verdadeiro filho teu. Como é agradável andar pelas tuas veredas e respirar a tua história; ouvir os teus sussurros e sentir o teu doce sabor; escutar os teus gemidos e inalar o teu perfume.
Parabéns, Ceará-Mirim, pelos teus 162 anos de lutas e glórias.

– CADEIRA 07 – ROBERTO BRANDÃO FURTADO
FÉRIAS EM CEARÁ-MIRIM.
Da rua das Trincheiras para a rua da Igreja, era um pulo: dois quarteirões. Lá me esperava a pelada apalavrada com João Palhano e Zé Moreira. Para chegar ao local da lide, bastava pular as bueiras com a ajuda da vara de bambu. Depois do jogo, uma “furtiva” incursão ao sítio de Aurora Barroca, na rua Grande, para usufruir do sabor das uvas do seu bem cuidado parreiral. De volta para casa, passar em frente a casa de Clóvis Soares, dona Corinta de seu Simeão, dobrar na esquina de Chico Leopoldino, sem antes dispensar uma olhadela para a mansão de Valdemar de Sá, vizinha a casa de esquina que morei, perto da padaria de João Neto e no oitão de Dr. Canindé. A noite, duas opções: jogar sinuca com Pedro Champirra, no Café de Cleto, sob os olhares de Coronel Pinto e de Vital Correia ou ir ao cinema de Jorge Moura, assistir um episódio de Besouro Verde.
Que boa era a infância!

– CADEIRA 08 – GIBSON MACHADO ALVES
ENCANTOS DO MEU LUGAR. Lugar de lembranças, de sonhos e, sobretudo, de esperança! Memórias de um tempo que já vai longe, na infância, quando a alegria da meninada, eram as peladas no sítio de Antônio Potengi, o campinho dos irmãos Manoelzinho e Carlos Gusmão, nosso mundo encantado lobatiano apesar da ausência de suas figuras mitológicas. Lá, vivíamos sonhos e momentos de felicidade, brincávamos e criávamos nossas fantasias de crianças e adolescentes, já na fase das resenhas amorosas juvenis. Tantas lembranças de um pequeno e efêmero espaço temporal! Nossa aldeia de menino, tão conhecida e explorada, tornou-se estranha, desconhecida e distante de nossas reminiscências provincianas.

– CADEIRA 09 – MÚCIO VICENTE DE OLIVEIRA
VALE ORGULHO, PARABÉNS!
Venha conhecer a nossa cidade,
A maior igreja do estado, a casa do barão;
A usina são Francisco; o engenho união
O túmulo da linda Emma; a fazenda nascença.
O banho das escravas, a casa grande do Guaporé,
O olheiro diamante, o engenho verde nasce, a fazenda Igarapé.
Os quilombolas em coqueiros, Capela, matas, mineiros.
Orgulho-me quando falo sempre assim,
Do vale do Ceará-Mirim, dos verdes canaviais.

– CADEIRA 10 – LEDA MARINHO VARELA DA COSTA
Ceará-Mirim é uma terra repleta de fascínio que me faz sentir casada com a Natureza – canavial, mar, rio – onde consigo beber crepúsculos adocicados de mel e me vestir de auroras poéticas.

– CADEIRA 11 – JOSÉ DE ANCHIETA CAVALCANTI
AS PALMEIRAS DO COLÉGIO SANTA ÁGUEDA.
Reverenciando o aniversário do Ceará-Mirim.
Eis que se postam altaneiras, com seus leques abertos ao vento, olhando o vale distante em um místico de oração! Quem são elas? São as palmeiras do velho Colégio Santa Águeda! Elas são as únicas palmeiras da minha infância, infância que as viu crescer, encantar os poetas e, depois, muito depois, caírem aos “golpes do machado branco”, no dizer de Augusto dos Anjos e “não mais levantaram da terra”, ainda no dizer do maravilhoso vate paraibano [...]
E as palmeiras que já se manifestaram e já se foram, deixaram na alma do menino, o forte sentimento de saudade e de ternura de um tempo bom que não voltará jamais!
Parabéns Ceará-Mirim, por mais um aniversário.

– CADEIRA 13 – BIANCA DI ANGELI CARRERAS SIMÕES
Das altas elevações desta terra
Até os vastos canaviais,
Uma coisa que nunca se erra
É a memória dos imortais.
Lembro as palavras do meu pai
Que quando saía de Ceará-Mirim
Nenhum lugar ocupava, jamais
O espaço era só dela, simples assim.
Viva a Ceará-Mirim, nos seus 162 anos de emancipação.

– CADEIRA 14 – JANILSON DIAS DE OLIVEIRA
Ceará-Mirim minha cidade querida!
Jamais te esquecerei
Es a razão de minha vida
Para sempre te amarei.

– CADEIRA 15 – JEANNE ARAUJO SILVA 
EM TEUS VERDES ENCANTADOS
Na primeira manhã em que te vi, vestias teu mais lindo vestido em tons de verde, e o vento ondulava sua saia que voava suavemente e me encantava. Foi amor à primeira vista. Meus olhos pousaram sobre os teus e nunca mais quis me ver longe de ti, dos teus encantos e de tua suavidade. Não te toquei naquele dia. Não conheci suas curvas e esquinas. Mas embrenhastes no meu coração e não pude te esquecer um só minuto. Então foi preciso tomar a decisão e voltei. Desta vez, cada vez mais enamorada, voltei pra ficar junto a ti. E o mesmo assombro de sua beleza me encantou os olhos. Os seus tons de verde me feriram os olhos acostumados com o cinza do sertão. A umidade de seus orvalhos umedeceram esses mesmos olhos ressecados de solidão. Eu já não era mais sozinha, eu tinha a ti, que me acolheu docemente.

– CADEIRA 16 – RICARDO DE MOURA SOBRAL
CEARÁ-MIRIM DO MEU CORAÇÃO
“Terra de que ninguém se desprende sem perder o espírito”.
Quem ousa acrescentar algo à frase de Nilo Pereira, autor da Manhã da Criação? Diante de ti, terra dadivosa, berço fecundo, pátria afetiva, repouso celestial, curvo-me eternamente grato por desfrutar de sua insuperável beleza natural, da generosidade de seu povo, e pelo legado que me transmitistes dos meus ancestrais, plasmado numa memória presencial entrada no quarto século. Retribuo-te, terra amada, com a minha presença, discreta e silenciosa.

– CADEIRA 17 – SAYONARA MONTENEGRO RODRIGUES
Em seu solo sagrado, que tanta história possui, tantos talentos vertem, comemora-se os seus 162 anos de beleza, tradição e glória.
Parabéns, Ceará-Mirim!

– CADEIRA 18 – FRANCISCO MARTINS ALVES NETO
É verdade minha menina?
162 anos faz você nesta jornada.
Uma criança, uma cidade, uma bondade.
Desejo-lhe felicidade!

– CADEIRA 19 - MARIA DA CONCEIÇÃO CRUZ SPINELI
PARABÉNS A CEARÁ-MIRIM
No dia 23 de março do ano de 1903, Dolores Cavalcanti, filha de Ceará-Mirim, lançava um jornal feminino chamado “A Esperança”, e convidava os presentes a “[...] ir comigo a tantos lugares de paisagens e cenários, ver o rio descer em cheias diluviais: ouvir a voz do canavial, tangido por um sopro de poesia; entrar na matriz e orar a Nossa Senhora da Conceição; descer e subir pelas velhas ruas, onde há de cada um de nós um pouco [...]”. Passados 117 anos, com a mesma Esperança, faço um convite de volta ao passado desejando perspectivas alvissareiras para o futuro, parabenizo a cidade de Ceará-Mirim.

– CADEIRA 20 – MARIA MARGARETH DA SILVA PEREIRA
“As capelas nas terras dos senhores de engenho demonstram a devoção da família e os passantes até hoje se transpiram no tempo.”
CABAÚ: do engenho ao casario p.133

– CADEIRA 21 – GERINALDO MOURA DA SILVA
CEARÁ-MIRIM - 162 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA.
Era o ano de 1858. Nascia na província do Rio Grande, a Briosa Vila do Ceará-Mirim, que mais tarde se tornaria uma fidalga cidade encrustada num verde e paradisíaco vale. Orgulho de todos nós seus filhos, nativos ou adotivos que sempre a cantaram em verso e prosa. Do adro da matriz de Nossa Senhora da Conceição, admirando o balançar do canavial parece que a Divina Providência quis deixar sua marca indelével de beleza e riqueza em seus vários aspectos. Não no sentido capitalista e materialista, mas uma riqueza cultural, histórica e arquitetônica onde os poetas, músicos e artistas registraram no tempo e na memória de todos o que de mais belo possuímos.
Parabéns à nossa terra e aos todos que aqui vivem e que aprenderam a amá-la e sonham sempre com dias melhores sob o manto protetor da Virgem Mãe de Deus.

– CADEIRA 22 – FRANKLIN MARINHO DE QUEIROZ
Aos 162 anos de idade, um município é uma criança, consequentemente temos que cuidar dele com o mesmo zelo, amor e responsabilidade que se dedica a um infante. Este é o meu pensamento, esta é a minha atitude para com o Ceará-Mirim. A ternura, a saudade de outrora, da origem do seu povo, da sua aristocracia canavieira, dos seus altos e baixos, não cabem nesta mensagem, para dizer o que penso e o que sinto pela minha terra, mas estou sempre no casarão da antiga rua da Aurora, a disposição de todos, para relatar os fatos históricos desta cidade que eu tanto amo.
Viva ao Ceará-Mirim!
Viva a Nossa Senhora da Conceição!

– CADEIRA 23 – MARIA LEONOR ASSUNÇÃO SOARES
Ceará-Mirim, comemoramos hoje 162 anos de sua emancipação política. É Fácil falar sobre você, minha terra querida, pois há muitos anos desfruto das suas belezas, vibro com suas alegrias e sofro com suas tristezas. Quero, portanto, desejar a você e a todos os seus habitantes muitas felicidades e um futuro promissor. Quero saudar a você, minha terra, saudar seus filhos, vivos e mortos, pedindo a Deus e a Nossa Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, que derramem suas benções sobre a nossa terra e sobre o nosso povo. Viva a nossa querida Ceará-Mirim!

– CADEIRA 24 – IRAN RODRIGUES COSTA
Ceará-Mirim que encantou, ainda encanta, claro, terra que abraça e acolhe, parece estar inquieta tentando rebuscar no passado construir melhor presente para que o futuro não nos reclame tanto!

– CADEIRA 25 – ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
Desembarquei em Ceará-Mirim em 1981, para ficar de 6 a 12 meses. E aqui vivi, nessa bela terra, 23 anos de minha existência. Dispensável dizer que foi amor à primeira vista. Conquistei importantes amizades que perduram até os dias de hoje. Por fim, já aposentado, passei a integrar a valorosa Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes “Pedro Simões Neto”-ACLA, instituição que vem se destacando no cenário cultural e artístico do Rio Grande do Norte.
A você, Ceará-Mirim, a minha homenagem e o meu preito de gratidão!

– CADEIRA 26 – MARIA DAS GRAÇAS BARBALHO BEZERRA TEIXEIRA
Em Ceará-Mirim que se estende para cima e para baixo, nada mais aprazível que o verde do vale, suas ladeiras, suas ruas largas, seus becos históricos, sua arquitetura, seu rio antes caudaloso, hoje assoreado, todavia ainda respirando vida, buscando caminhos, umedecendo terras. Em Ceará-Mirim minha terra centenária os cheiros de açúcar, melado, ocre, argila, massapé, mesclam e lambuzam as lembranças, os amores, a saudade imorredoura. Em Ceará-Mirim de Nossa Senhora da Conceição comemora-se hoje os seus cento e cinquenta e sete anos de lutas e glórias, de muitas histórias, de muitos contos e de muita poesia. SALVE CEARÁ-MIRIM!

– CADEIRA 27 – MARIA HELOISA BRANDÃO VARELA
HOMENAGEM AO CEARÁ MIRIM - 162 ANOS.
Parabéns ao Ceará Mirim a aos Administradores atuais pelas comemorações. Inspirada no poema Pasárgada, do poeta modernista Manoel Bandeira. Penso que todos têm dentro de si uma Pasárgada. Hoje no meu imaginário, as paisagens fabulosas, a lembrança da cidade nos remete aos tempos de crianças e adolescência e nos faz reviver e renovar, saímos mais jovens, claro no sentido figurado. A mensagem que deixo através do poema Pasárgada é uma homenagem aos presentes e a terra querida de todos nós.

– CADEIRA 28 – JOANA D’ARC ARRUDA CÂMARA
Ceará-Mirim eu te parabenizo pelos 162 anos.
Teus casarões e teu vale verde, encantam a todos que te conhece.
Tenho orgulho de ser filha dessa terra abençoada por Nossa Senhora da Conceição e das figuras ilustres que enriquecem a nossa cultura. Hoje é um dia especial para os Ceará-mirinenses. Parabéns a todos.

– CADEIRA 29 – JOVENTINA SIMÕES OLIVEIRA
“Ceará-Mirim, hei de lhe ver, jovem e formosa, como uma manhã de sol, vestida de noiva, desposando o progresso...”. – Reitero hoje, os mesmos desejos de sucesso formulados pelo meu pai, Percílio Alves de Oliveira, no seu livro O Colecionador de Esmeraldas (1981).
Curvo-me diante de você, Ceará-Mirim, cidade que me embalou criança, me acalentou adolescente e me inspirou adulta, me transformando no que hoje sou. Eu lhe saúdo, Ceará-Mirim e lhe dedico a minha gratidão eterna e o meu amor incondicional. Parabéns pelos 162 anos de emancipação política.

– CADEIRA 30 – EMMANUEL CRISTÓVÃO DE OLIVEIRA CAVALCANTI
Na passagem de mais um aniversário da Emancipação Política do Ceará-Mirim devo dizer que, como ceará-mirinense, me sinto orgulhoso de ser seu filho, pelo encanto, pela sedução e fascínio que esta querida terra, palco inesquecível da minha infância, adolescência e maturidade, vem me proporcionando no decorrer de toda minha vida. Como um antigo Menino de Engenho, do velho Jaçanã, hoje de fogo morto, recordo-me dos meus antepassados, que dali com seu trabalho, tiravam o seu sustento e de sua família, e dos dias felizes da minha infância, ali vividos. Quero neste exato dia de comemoração de mais um aniversário da minha querida Ceará-Mirim, homenagear todos os seus filhos, que fizeram, marcaram e deram personalidade e grandeza à velha e tradicional Cidade dos Verdes Canaviais.

– CADEIRA 31 – CLEONEIDE MARIA MACIEL DA SILVEIRA
Ceará-Mirim, terra acolhedora de filhos e visitantes. Grandiosa em suas belezas naturais; berço da literatura poética erudita e popular, templo da diversidade religiosa e cultural.
Aqui exalto todos os seus ancestrais, em especial aos povos indígenas com seus saberes da tradição, que foram os primeiros guardiões desse território.
Ceará-Mirim, celeiro artístico, terra de resistência e de magia cultural te felicito pela passagem dos seus 162 anos de Emancipação Política!!!

– CADEIRA 32 – CRÉSIO TORRES DE OLIVEIRA JÚNIOR
Nas asas do nobre poeta
Viaja um sublime coração,
162 anos a pulsar
Dotado de grande inspiração!
Contando a sua história
“Movido sempre pelo chão”,
Ao mundo aclamou Júlio Senna:
“Ceará-Mirim exemplo nacional”!














FOTOS DE MARIA SIMÕES.


FOTO 1 – Igreja de Nossa Senhora da Conceição
FOTO 2 – Colégio de Santa Águeda
FOTO 3 – Biblioteca Pública José Pacheco Dantas
FOTO 4 – Solar dos Correia
FOTO 5 – Mercado Público Municipal
FOTO 6 – Casa onde morava a poeta Adelle de Oliveira
FOTO 7 – Casa onde nasceu o poeta Sanderson Negreiros
FOTO 8 - Engenho Nascença
FOTO 9 - Engenho Carnaubal
FOTO 10 - Engenho Trigueiro
FOTO 11 - Engenho Capela.


Copiado da página da ACLA.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

AQUI ESTAMOS TODOS NUS


Mensagem do além na exposição de Bandeira em Lisboa

Em meio às recordações de Bandeira, uma curiosidade do outro mundo: a carta que escreveu a Odylo Costa Filho - na época adido cultural  brasileiro  em Portugal. Conta Bandeira, na missiva, que a viúva do poeta Augusto Frederico Schmidt, D. Yeda, desejando esclarecer dúvidas sobre negócios do espólio, deliberou comunicar-se com o espírito do falecido numa sessão espírita. Quem baixou, entretanto, não foi o Schmidt. Foi o poeta e compositor Jaime Ovalle - espírito bem humorado, que disse, entre outras coisas: " Aqui estamos todos nus". Lembra Bandeira que tanto D. Yeda quanto o Dante Milano, presentes à sessão - reconheceram a estranha declaração "como coisa autêntica do Ovalle".
Como o Dante Milano não conseguiu fazer uns versos sobre a inusitada declaração - embora tentasse - Mestre Bandeira pôs mãos à obra e escreveu as deliciosas quadrinhas que reproduzimos a seguir, como homenagem também ao espírito inesquecível do poeta de "A CINZA DAS HORAS". Bandeira era insuperável nesses exercícios lúdicos:

MENSAGEM DO ALÉM
(Aqui estamos todos nus - Jaime Ovalle)

Aqui é tudo o que olhamos/ Nu como o
céu, como a cruz,/ Como a folha e a flor nos
ramos:/ Aqui estamos todos nus.

As vestes que aí usamos/ Nada adiantam.
Se o supus,/ Se o supões, nos enganamos:/
Aqui estamos todos nus.

Dinheiro que aí juntamos,/ Jóias que
pões (e eu já as pus),/ De tudo nos despoja-
mos:/ Aqui estamos todos nus.

Aos pés de Deus, que adoramos/ Sob a
sempiterna luz,/ É nus que nos prosterna-
mos:/Aqui estamos todos nus.

Manuel Bandeira

Trecho de um artigo escrito por Veríssimo de Melo, publicado no Jornal do Comércio, Recife/PE, em 6 de junho de 1990.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

UM SILÊNCIO QUE GRITAVA DENTRO MIM

A amiga Nina escreveu em sua pagina no Facebook: "A emoção do Escritor, Poeta-cordelista Francisco Martins ao ser homenageado hoje na Escola Municipal Jornalista Rubens Lemos, em Emaús"

Eu respondi: " Por pouco as lágrimas não se externaram, mas elas estavam lá, lavando a alma, lágrimas de alegria e gratidão a Deus por ter me dado a oportunidade de ser útil em 11 anos de atividades e ser o patrono desta Biblioteca. Há uma lista interminável de pessoas que carrego comigo e a elas não sei como dizer obrigado. Você é uma delas."

E o amigo Arnildo Albuquerque comentou:  "Uma imagem vale por mil palavras", a frase já é um tanto batida, mas neste caso, verdadeira, pois a imagem do poeta, visivelmente emocionado, com o dedo em riste, como se pedisse silêncio a própria alma, como que a exigir das lágrimas um momento de trégua para que pudesse viver a sublimidade do momento. Parabéns poeta."

sábado, 6 de julho de 2019

A RUA ENCANTANDA DE PARNAMIRIM - SENADOR JOÃO CÂMARA

Ruas são artérias de uma cidade, vila ou povoado por onde passa a vida. Nela moramos,  algumas nos cativam até a nossa partida definitiva. De todas as ruas da minha existência tem algumas que eu não sinto nenhuma falta, há outras que me trazem recordações felizes.
Mas eu quero mostrar aos meus leitores uma rua que existe em Parnamirim/RN que chama a atenção de todos os que por ela passam. É a Rua Senador João Câmara, Centro. Ela é a prova contundente  de que nós fazemos a rua em que moramos, e que nem sempre devemos esperar pelos órgãos municipais. Na Rua Senador João Câmara a poesia  nos encanta. Saiamos da retórica e vamos às imagens, pois como já sabemos elas valem mais do que as palavras.  Se esta rua fosse a minha eu não mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhantes, pois sei que os homens deste Brasil, em sua maioria, não estão preparados para contemplar o brilho das joias. Eu diria ao meu amor: Passe pela minha rua, não tem brilhantes no calçamento, mas é uma rua de fadas, de fantasia, de olhar poético e significados múltiplos, de varões nobres. Parabéns aos moradores da Rua Senador João Câmara.






Francisco Martins
06 julho 2019

domingo, 7 de janeiro de 2018

A BELEZA DAS PEQUENAS COISAS EM NATAL

Em Natal, assim como em outras cidades, há cantos e encantos que precisam ser revelados. Recentemente, numa manhã, quando saí do plantão, entrei na Rua Juvenal Lamartine, bairro Tirol, e fiquei vendo a beleza das árvores se abraçando através dos seus galhos.

Caminho mais um pouco e na mesma rua, já chegando nas aproximações da Avenida Rodrigues Alves eu me deparo com este painel pintado num muro. Com cores e cenas de uma vida feliz e bem na esquina está ele, Câmara Cascudo. Meu dia não podia começar de forma melhor.





terça-feira, 28 de março de 2017

UM LINDO POEMA DE CAROLINA WANDERLEY AOS 26 ANOS

Encerrando o Mês da Poesia, trago aos meus leitores, o lindo poema de Carolina Wanderley (1891-1976), que foi fundadora e primeira ocupante da da cadeira 6, na Academia Norte-rio-grandense de Letras, que hoje pertence a João Batista Pinheiro Cabral. O poema acima está publicado no jornal A República, edição de 14 de fevereiro de 1917,  já se vão 100 anos. Carolina Wanderley estava com 26 anos quando publicou.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CONSELHOS

"Quem quiser plantar saudade
escalde bem a semente
Plante num lugar bem seco
Quando o sol tiver bem quente
Pois se plantar no molhado
Ela cresce e mata a gente"

Antonio Marinho

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O MUNDO ACABOU?


O mundo acabou para quem não aprendeu amar, para àqueles que não sabem perdoar. Acabou para quem não nutre sonhos.
Terminou definitivamente para todo homem que tomou a ressolução de continuar machista.
O mundo acabou para o ancião que se entregou às dores e solidão
Teve fim o mundo para quem não quer realmente ser melhor.
E o mundo será sempre a mais pobre esperança para quem não acredita que além deste globo efêmero e selvagem há a existência de Deus a cuidar daquele que permite por Ele ser amado.

quinta-feira, 8 de março de 2012

VIVA A MULHER

A praia é mulher, a areia é mulher,a água é mulher, a palavra é mulher, a letra é mulher, a tinta é mulher, a tela é mulher, a vida é mulher, a morte é mulher, a adolescência é mulher, a juventude é mulher, a atmosfera é mulher, a terra é mulher, a religião é mulher, a Bíblia é mulher, a Graça é mulher.... Feliz 8 de Março! Abraços de Mané Beradeiro ( UM HOMEM!!!!)

domingo, 1 de janeiro de 2012

MEUS VOTOS PARA 2012

Mais um ano para ser vivido, para ser amado, para se construir
Que 2012 seja o seu ano, o melhor de todos.
Que os sonhos possam ser concretizados
Que os amigos sejam leais
Que a paz e a saúde não deixem a sua sombra
Desejo que 2012 traga muita cultura à sua vida,
mas principalmente conhecimento de Deus,
que nos ama infinitamente e nos quer abraçar
em sua eternidade. Creia nisto!

Francisco Martins
Mané Beradeiro
Palhaço Leiturino

sexta-feira, 13 de maio de 2011

CHEIRA AQUI, CHEIRA ACOLÁ





Neste mundo de meu Deus, eu já cheirei tanta coisa!

Cheirei os peitos de minha mãe, quando criança de braço, em busca daquele leite. Depois engatinhando, menino bricando embaixo da mesa e tropeçando nos tamboretes, cheirava de vez em quando os buracos das paredes, vendo os besouros entrando em suas casas. Aí eu fui crescendo, ficando taludinho, já me aprumava sozinho e dava os primeiros passinhos, e quando a mão alcançava eu pegava lá na cuia, a barra do sabão de coco e cheirava com vontade. Entrando já meninote, no barracão do meu pai, alcancei nas prateleiras, coisa que não esqueço jamais, cheirei e me arrependi, pois a inhaca não sai, um rolo de fumo de corda, que os véis gosta demais. De tanto cheirar as coisas, minha venta foi se aprimorando, e naquela fazenda, eu via o boi cheirando. E pensava sentando na porteira: " O boi tá é gostando!" De Menino prá rapaz, foi um pulo e nada mais. Tomava banho no rio, me enxugava com o sol, passava desodorante e brilhantina Zezé, o cabelo ficava arrumado e dentro de mim espumava um desejo de num sei de onde eu cheirar e ser cheirado pelas moças do arraiá. Cheira aqui, cheira aculá, foi cheirando sem parar, conheci na capitá uma tá de Sandra e aí a coisa vai aumentar. Já era homi fornido, meu coração foi nutrido pela donzela que vi. Não tive mais sossego, desde aquele dia, minha vida era um aperreio pois em tudo que pegava, e os meus sóios mirava só via aquela donzela. Pra aumentar meu suplício, eu que vinha lá das brenhas, não sabia nem falar, tudo que tinha aprendido de melhor erar cheirar, cheguei pra mocinha e com grande sinceridade eu disse : "_Posso amostrar?"A moça muito educada, instruída e sem querer caçoar, falou pausadamente: "-O que o moço que mostrar?" Larguei um cheiro na hora! Parecia que as esporas estavam me cutucando, pois quanto mais eu cheirava mais minhas venta sugava o pescoço da donzela. Passei os braços na cintura, chamei seu corpo pro meu, fui do pescoço ao rosto e meus olhos miraram os seus. Nossas bocas se uniram e num longo e quente beijo, nossas almas se amarraram. Hoje, meu bichim, já se passou 26 anos, mais eu ainda não troco o cheiro desta mulher por coisa nenhuma no mundo. Nela tá a minha paz, minha vida e tudo mais. Meu cheiro de viver, meu perfume e apetecer, coisa que Deus me deu mermo sem merecer!



(Mané Beradeiro - Natal-RN 13 de maio de 2011)

terça-feira, 3 de maio de 2011



"Deus fez o céu a pátria das estrelas, do olhar das mães o céu das criancinhas"

Auta de Souza (poeta)

sábado, 26 de março de 2011

O QUE É O TEMPO?

O que é o tempo? Eu pergunto na qualidade de poeta, e fico sem resposta, mas sinto em minha vida a erosão que ele provoca na minha existência.
Será que posso dizer que o tempo é a respiração da história de cada um de nós? Onde em cada espaço ele vai consumindo aquilo que construimos, amamos, guardamos, recordamos. Ah! o tempo, é tão próprio dos homens, este conjunto de pó e espírito que se acha na posição de ser senhor da Terra.
O Tempo já destruiu o cenário físico da minha infância (foto acima). Não mais existe a Fazenda Santa Maria. E com a fome insaciável que ele tem e nada pode detê-lo, ele segue meus passos e vai se alimentando de outros valores que meus olhos focaram e minh'alma bebeu. Foi assim que sem pedir licença, o tempo abraçoU meus pais e os levou para bem longe de mim. Mas, o próprio tempo, a quem se ver num objeto analógico ou digital denominado relógio, também tem seu fim. Quando? Não sei, só sei que quando ele acabar a vida me será eterna. Eu creio nisto!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A GRANDE E FEIA NOIVA DE CONCRETO


Minha cidade já foi tão romântica. Tinha homens que andavam pelas calçadas e quando passavam pelas senhoras davam bom dia e tiravam o chapéu.
Minha cidade, já teve ruas, não pavimentadas, havia barro e areia, muitas árvores, muita sombra, muito verde.
Minha cidade era repleta de jovens que sonhavam com o futuro, no qual eles pudessem desfrutar da grandiosidade do crescimento.
O futuro chegou. Minha cidade aumentou. Trouxe mais e mais pessoas. A cidade passou a ser metrópole. Cresceu horizontalmente e cresce mais ainda na vertical, e quanto mais sobe, mais os homens da minha cidade se distanciam deles mesmos.
Minha cidade, sua cidade talvez, tem algo característico, grandes noivas de concreto, que se erguem em vários bairros e buscam um cônjuge chamado condomínio, um vizinho gordo e fétido conhecido como lixão, uma prima cinza, esquelética e com os pulmões comprometidos que a conhecemos por poluição.
Minha cidade nem sabe mais quem é.

Francisco Martins