A primeira revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras-ANL, do trimestre de 2015, já está pronta e será lançada no dia 14 de abril próximo. A revista traz homenagem a Anna Maria Cascudo Barreto, falecida em Janeiro deste ano. O Diretor da Revista da ANL é o Acadêmico Manoel Onofre Jr e o editor Thiago Gonzaga.
terça-feira, 31 de março de 2015
A ALMA DE DALUZINHA
A alma de Daluzinha deve ser bem diferente
Deve ter cor de céu
Cheiro de talco para bebê
Veste-se com mantas largas,
sob as quais trás as histórias
Daluzinha, Daluzinha! Seu nome é uma canção!
Que embala criança de colo,
que afugenta bicho-papão, que é capaz de tirar o pavão de cima do
telhado!
A alma de Daluzinha, sempre imortal, perene, lúdica!
Se caminha pelas praias, as ondas quebram-se umas sob as
outras para ouvi-la contar
Histórias de sereias e botos cor de rosa.
Se adentra o sertão, toda a caatinga fecha seus espinhos
para que a alma de Daluzinha,
A própria, mais bela
do que Maria Bonita, mais nobre que Lampião, fale sob a copa de uma caibreira em flor as
histórias de Trancoso.
Daluzinha, alma que nos encanta, mulher que nos cativa em
gaiolas de palavras, por instantes prazerosos.
Salve Daluzinha, salve a poesia, salve a mulher.
Francisco Martins
Parnamirim-RN, 31 de março 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
quinta-feira, 26 de março de 2015
terça-feira, 24 de março de 2015
ALUNA DE PARNAMIRIM, HELANNA VARELA, LER POESIA NA SESSÃO DO CEC/RN
"...Tenho alguém a quem amo mais que a vida, Deus abençoa esta paixão querida: Eu sou noiva do verso". Foi lendo o poema Minh'alma e o Verso, de Auta de Souza, que a aluna Helanna Thamires Varela de Souza, da Escola Municipal Manoel Vicente de Paiva, em Parnamirim-RN, fez na tarde de hoje sua apresentação aos membros do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, em homenagem ao mês da poesia e ao visitante Dr. Almino Afonso. Helanna com sua voz de criança e vestida de noiva encantou a todos. Parabéns à Mediadora de Leitura Jarlene Maria de Carvalho Silva e à escola, que tem a gestão de Soraya Sales Borges da Silva, por tão belo trabalho. A Escola Manoel Vicente de Paiva é uma das agraciadas pelo projeto Parnamirim um rio que flui para o mar de leitura. Projeto que vem mudando a vida cultural dos alunos e de forma contagiante também alguns adultos, que veem seus filhos e filhas gostando de ler.
A Sessão de hoje contou com a presença de Iaperi Araújo ( Presidente do CEC/RN), Jurandyr Navarro, Paulo de Tarso Correia de Melo, Eulália Duarte Barros, Valério Mesquita (Presidente do IHGRN), Paulo Macedo, Sônia Maria Fernandes Ferreira, Marcos Aurélio de Sá, Isaura Amélia Rosado Maia e Francisco Martins (Secretário CEC/RN), além do ilustre visitante Dr. Almino Afonso.
Ao final da sua apresentação, a aluna Helanna Varela recebeu palavras carinhosas do Dr. Almino Afonso, de São Paulo, que visita o Rio Grande do Norte para palestrar nos 113 anos do Instituto Histórico e Geográfico do RN-IHGRN.
A Sessão de hoje contou com a presença de Iaperi Araújo ( Presidente do CEC/RN), Jurandyr Navarro, Paulo de Tarso Correia de Melo, Eulália Duarte Barros, Valério Mesquita (Presidente do IHGRN), Paulo Macedo, Sônia Maria Fernandes Ferreira, Marcos Aurélio de Sá, Isaura Amélia Rosado Maia e Francisco Martins (Secretário CEC/RN), além do ilustre visitante Dr. Almino Afonso.
UMA SEMENTE QUE TEIMA EM CRESCER PARA UM BEM VIVER
Pegue um beco, um pequeno beco, não precisa ser tão grande. Ponha telhado, deixe as paredes lisas, faça um piso e convide a entrar aí escritores e poetas, os mais diversos, brasileiros e internacionais, clássicos e provincianos. Faça desse espaço um lugar mágico que através de livros venham transformar vidas, dar mais cores e alegria à vida. Foi assim, com base neste sonho que o escritor Francisco Martins está montando aos poucos a Biblioteca Mané Beradeiro, em sua casa, no Parque Industrial, bairro Emaús, em Parnamirim-RN. Seu desejo é fazer da área do quintal um espaço maior à leitura, para que possa receber crianças, jovens e adultos. A Biblioteca tem recebido doações de vários colaboradores. Por enquanto está assim, um pequena semente...mas brevemente vai se tornar plantinha, árvore, quiçá um Juazeiro frondoso onde sob sua copa hão de se deleitar muitos leitores.
SOU DA TERRA NORDESTINA ....
O poeta Marcos Medeiros pois recentemente em seu facebook a seguinte estrofe de sua autoria
Sou da terra nordestina,
sou do cabo da peixeira,
sou pelo canto afamado,
sou sabiá laranjeira,
sou gosto de sol e chuva,
sou mão calosa, sem luva,
sou o mourão da porteira!
O poeta Gélson Pessoa leu e deu sequência....
Sou da Terra Nordestina,
sou bode com macaxeira,
sou do cabo da enxada,
sou o cordel lá da feira,
sou poeta, embolador,
sou bem-te-vi numa flor,
sou o São João, sou fogueira!
Aí, Mané Beradeiro também resolveu participar com a estrofe abaixo
Sou da terra nordestina
Sou da praia e sertão
Sou da cana de açúcar
Sou do cabo do facão
Sou alfenim,, rapadura
Sou balaio de fartura
Sou ferro de marcação
Sou da terra nordestina,
sou do cabo da peixeira,
sou pelo canto afamado,
sou sabiá laranjeira,
sou gosto de sol e chuva,
sou mão calosa, sem luva,
sou o mourão da porteira!
O poeta Gélson Pessoa leu e deu sequência....
Sou da Terra Nordestina,
sou bode com macaxeira,
sou do cabo da enxada,
sou o cordel lá da feira,
sou poeta, embolador,
sou bem-te-vi numa flor,
sou o São João, sou fogueira!
Aí, Mané Beradeiro também resolveu participar com a estrofe abaixo
Sou da terra nordestina
Sou da praia e sertão
Sou da cana de açúcar
Sou do cabo do facão
Sou alfenim,, rapadura
Sou balaio de fartura
Sou ferro de marcação
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segunda-feira, 23 de março de 2015
POESIA DE MANÉ EM SÃO PAULO
Assistam a poesia que foi encenada na I Igreja Batista de Barueri, São Paulo, que foi feita por Mané Beradeiro. O ministério de teatro fez uma apresentação bem interessante com a presença de jovens e adultos. Clique abaixo.
Poesia de Mané Beradeiro é encenada em Barueri- SP
Poesia de Mané Beradeiro é encenada em Barueri- SP
BIBLIOTECA MANÉ BERADEIRO TEM ENCICLOPÉDIA DAS ESTAMPAS EUCALOL
Entre a doações que recebi para o acervo da Biblioteca Mané Beradeiro veio uma caixa com várias estampas. Coisa antiga. Não sabia o valor daquelas figura. Pesquisando cheguei a saber que se trata de uma enciclopédia que teve início em 1930 e circulou até 1960. As estampas vinham junto com o sabonete. É coisa maravilhosa. Muito terei para mostrar por aqui. Aguardem.
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segunda-feira, 9 de março de 2015
AMANHÃ TEM PROJETO REVIVER EM PARNAMIRIM
Esta é a Semana da Poesia. A Fundação José Augusto, a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins- SPVA e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Parnamirim realizam amanhã, o Projeto Reviver, que acontecerá no largo Cohabinal, das 8:30 às 16 h vários artistas se apresentarão com performances poéticas, contação de histórias, músicas , etc.
Mané Beradeiro marcará sua partição pela manhã, contanto histórias e causos, nos horários das 8:30, 9:30 e 10:30 horas.
Mané Beradeiro marcará sua partição pela manhã, contanto histórias e causos, nos horários das 8:30, 9:30 e 10:30 horas.
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sábado, 7 de março de 2015
PALHAÇO LEITURINO NA IGREJA BETEL - PARNAMIRIM
Lugar de palhaço não é apenas no circo. É sim, em todo lugar que há crianças e que ele possa se apresentar e levar a alegria. Obedecendo esse princípio, o Palhaço Leiturino esteve hoje à tarde com as crianças da Igreja Betel, bairro Rosa dos Ventos, em Parnamirim-RN. Foi a primeira apresentação do ano 2015 e na pauta, Leiturino falou sobre As Duas Páscoas.
quinta-feira, 5 de março de 2015
ACADEMIA RECEBE VISITA DE ESTUDANTE
Uma turma de 23 alunos, da cidade de Rui Barbosa, que estudam Pedagogia, através do Instituto de Ensino Superior Potiguar - IESP, visita hoje pela manhã, a sede da Academia Norte-rio-grandense de Letras. O escritor Francisco Martins receberá os alunos e falará sobre a história da instituição e o processo de eleição para se tornar um acadêmico. Depois, os alunos terão uma pequena apresentação cultural de Mané Beradeiro.
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COMENTANDO MINHAS LEITURAS: OBRAS DE EIDER FURTADO
De 13 de fevereiro até o dia 2 de março de 2015 estive lendo as obras de Eider Furtado. Foram quatro livros. São eles:
Quatro volumes indispensáveis a todo leitor que desejar saber mais sobre a história de Natal. São relatos trazidos da memória de Eider Furtado, que escrevendo, comportar-se como quem conversa com o leitor, numa prosa que flui de maneira prazerosa e nos prende em suas lembranças. Aprendi muito com ele. Soube mais de Natal. Vivi com ele, enquanto leitor, sua história. Se antes quando eu olhava para Eider Furtado tinha por ele um respeito pelo seu porte de ancião, agora, depois dessas leituras, nutro por esse escritor uma admiração imensa. Sua história de vida é um exemplo de homem íntegro, de batalhador, de um herói no significado mais nobre e bonito dessa palavra. Eider Furtado, um cidadão que esse ano completará 91 anos de vida deixa sua marca nas estantes da literatura, no gênero memorialístico, mostrando ao leitor que para vencer não precisa se vender, basta acreditar nos sonhos e buscá-los de forma imperiosa. Foi muito feliz Carlos Miranda Gomes, quando ao saudá-lo na XIV Semana Jurídica da UNP, da qual Eider Furtado foi patrono, disse em seu discurso uma frase que tinha ouvido de uma aluna: "Não é somente importante acrescentar anos à vida, mas também vida aos anos".
Depois
Em seguida
E por último
Quatro volumes indispensáveis a todo leitor que desejar saber mais sobre a história de Natal. São relatos trazidos da memória de Eider Furtado, que escrevendo, comportar-se como quem conversa com o leitor, numa prosa que flui de maneira prazerosa e nos prende em suas lembranças. Aprendi muito com ele. Soube mais de Natal. Vivi com ele, enquanto leitor, sua história. Se antes quando eu olhava para Eider Furtado tinha por ele um respeito pelo seu porte de ancião, agora, depois dessas leituras, nutro por esse escritor uma admiração imensa. Sua história de vida é um exemplo de homem íntegro, de batalhador, de um herói no significado mais nobre e bonito dessa palavra. Eider Furtado, um cidadão que esse ano completará 91 anos de vida deixa sua marca nas estantes da literatura, no gênero memorialístico, mostrando ao leitor que para vencer não precisa se vender, basta acreditar nos sonhos e buscá-los de forma imperiosa. Foi muito feliz Carlos Miranda Gomes, quando ao saudá-lo na XIV Semana Jurídica da UNP, da qual Eider Furtado foi patrono, disse em seu discurso uma frase que tinha ouvido de uma aluna: "Não é somente importante acrescentar anos à vida, mas também vida aos anos".
quarta-feira, 4 de março de 2015
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO - COMPRANDO CALÇA
Antigamente, bem antes dos anos 60, pelo interior deste nordeste brasileiro, o matuto quando queria comprar uma calça não tinha este negócio de saber a largura da cintura. A compra era feita no olho. O cliente via a calça e pela experiência e largura das pernas já sabia se dava ou não para seu uso. Pois bem, um dia, na venda de João Alfaiate, num lugar qualquer deste sertão, Vicente das Cacimbas entra e fala:
-Quero comprar uma calça pra mim!
João Alfaiate está muito ocupado e pede para que uma funcionária vá atender Vicente. A moça pega uma calça de manapulão, ponhe em cima do balcão e pergunta:
-Essa tá boa?
Vicente responde:
- A senhora abra as pernas de lá que eu de cá vejo o tamanho.
Era assim, sem maldade, sem segundas intenções que o comércio vendia e o matuto comprava.
-Quero comprar uma calça pra mim!
João Alfaiate está muito ocupado e pede para que uma funcionária vá atender Vicente. A moça pega uma calça de manapulão, ponhe em cima do balcão e pergunta:
-Essa tá boa?
Vicente responde:
- A senhora abra as pernas de lá que eu de cá vejo o tamanho.
Era assim, sem maldade, sem segundas intenções que o comércio vendia e o matuto comprava.
O DEFUNTO PREGUIÇOSO
Era uma vez um homem muito preguiçoso que vivia no campo. Sua casa, de tão mal cuidada, estava cai não cai. O mato ao seu redor cobria todo o terreiro e ele nem se importava. Possuía um bom pedaço de terra que recebera de herança, mas nada cultivava. Para comer, dependia de favores dos que moravam nas vizinhanças. Tudo lhe era dado, em homenagem à sua mãe, já morta, que foi uma rica fazendeira, de bom coração e muito caridosa. Todos gostavam muito dela e com esses gestos pensavam em conservar sua memória.
O homem vivia deitado em uma rede velha, toda puída e suja. Entrava dia e varava a noite e ele ali deitado. Era a imagem viva da preguiça.
Caridade tem também seu limite e o povo da redondeza começou a achar que o homem devia trabalhar, como eles, para ter o seu sustento. Uns poucos resolveram intimidá-lo para trabalhar e assim, como todo mundo, ganhar a vida e deixar de viver da caridade dos outros. O homem pouco ligou, parecia que não era com ele que estavam falando.
Resolveram então, aqueles que ainda davam alimentos, suspender qualquer ajuda. O homem, deitado na rede, passou a, em alto e bom tom, maldizer dos vizinhos.
Por esse motivo houve uma reunião e os moradores da redondeza revoltados com a exploração do preguiçoso, resolveram, dar-lhes uma lição. A falta de melhor solução, ele seria enterrado vivo.
Certa manhã, conforme o combinado, saíram do sítio levando o preguiçoso deitado em sua rede, pendurada em uma vara grossa, como se fazia com os defuntos, para enterrá-lo no lugarejo vizinho, aonde havia cemitério. Era uma grande procissão cantando todos os benditos que os defuntos tinham direito. De vez em quando, homens se revezavam na missão de carregar no ombro a vara que segurava a rede do defunto.
O morto vivo, todo enrolado, seguia tranquilamente, o seu destino como se fora morto de verdade.
As cantorias levadas pelas mulheres carpideiras eram escutadas de longe. Em dado momento, quando o enterro passava à porta de uma rústica casa de um matuto, esse muito caridoso, e com toda a família a espera, para saber quem era o morto, assim se dirigiu ao cortejo:
-Quem é o morto?
O homem da frente que dirigia os serviços, logo respondeu:
-Não está morto.
O outro não entendeu, e insistiu:
-E por que vai ser enterrado vivo?
-É um preguiçoso, não quer trabalhar e só vive de caridade.
O homem da casa, junto com a mulher, reclamou porque iam enterrar vivo um cristão, e prometeu:
-Não enterrem o defunto vivo, que para colaborar com seu sustento eu dou cinco cuias de arroz.
Ao ouvir-se essa frase, viu-se pela primeira vez a rede se mexer, e o defunto descobriu a cara, retirando as varandas, e botou a cabeça para fora da rede e assim se expressou:
-O arroz está pisado?
-Não! Disse o proposto doador.
De pronto e sem qualquer dúvida, o defunto falou:
-Toca o enterro prá frente!
Luiz Barreto
O homem vivia deitado em uma rede velha, toda puída e suja. Entrava dia e varava a noite e ele ali deitado. Era a imagem viva da preguiça.
Caridade tem também seu limite e o povo da redondeza começou a achar que o homem devia trabalhar, como eles, para ter o seu sustento. Uns poucos resolveram intimidá-lo para trabalhar e assim, como todo mundo, ganhar a vida e deixar de viver da caridade dos outros. O homem pouco ligou, parecia que não era com ele que estavam falando.
Resolveram então, aqueles que ainda davam alimentos, suspender qualquer ajuda. O homem, deitado na rede, passou a, em alto e bom tom, maldizer dos vizinhos.
Por esse motivo houve uma reunião e os moradores da redondeza revoltados com a exploração do preguiçoso, resolveram, dar-lhes uma lição. A falta de melhor solução, ele seria enterrado vivo.
Certa manhã, conforme o combinado, saíram do sítio levando o preguiçoso deitado em sua rede, pendurada em uma vara grossa, como se fazia com os defuntos, para enterrá-lo no lugarejo vizinho, aonde havia cemitério. Era uma grande procissão cantando todos os benditos que os defuntos tinham direito. De vez em quando, homens se revezavam na missão de carregar no ombro a vara que segurava a rede do defunto.
O morto vivo, todo enrolado, seguia tranquilamente, o seu destino como se fora morto de verdade.
As cantorias levadas pelas mulheres carpideiras eram escutadas de longe. Em dado momento, quando o enterro passava à porta de uma rústica casa de um matuto, esse muito caridoso, e com toda a família a espera, para saber quem era o morto, assim se dirigiu ao cortejo:
-Quem é o morto?
O homem da frente que dirigia os serviços, logo respondeu:
-Não está morto.
O outro não entendeu, e insistiu:
-E por que vai ser enterrado vivo?
-É um preguiçoso, não quer trabalhar e só vive de caridade.
O homem da casa, junto com a mulher, reclamou porque iam enterrar vivo um cristão, e prometeu:
-Não enterrem o defunto vivo, que para colaborar com seu sustento eu dou cinco cuias de arroz.
Ao ouvir-se essa frase, viu-se pela primeira vez a rede se mexer, e o defunto descobriu a cara, retirando as varandas, e botou a cabeça para fora da rede e assim se expressou:
-O arroz está pisado?
-Não! Disse o proposto doador.
De pronto e sem qualquer dúvida, o defunto falou:
-Toca o enterro prá frente!
Luiz Barreto
AMOR DE TODAS AS MULHERES
Gustavo Trindade Henriques
Eu amo todas as mulheres
Sejam elas quem forem
Ladinas
De amor enlouquecidas
Famintas
Eu amo pela vida todas elas
Todas as feias e até as mais belas
Eu amo todas as mulheres
De tez escura lamacenta
Morenas
De olhos grandes adormecidos
Serenas
De nariz bem chato
De lábios carnudos edemaciados
Eu amo as mulheres índias
De rosto pintado
Coloridos
De olhos amendoados surpresos
Enfeitados
De nariz perfurado
De lábios retos domesticados.
Eu amo as mulheres orientais
De rosto redondo
Emprenhados
De olhos pequenos
Rasgados
De nariz no rosto engradado
De lábios retos como um traço
Eu amo as mulheres negras
De tez escura, lustrosa como
Ébano
De olhos pretos, retintos
Escravos
De nariz no rosto, grossos e chatos
De lábios caídos pra frente,
Debruçados.
Eu amo as mulheres brancas
De tez macia, suave
Transparente
De rosto triangular
Quadrados
De olhos verdes, azuis endiabrados
De nariz afilado, arrebitado
De lábios corados, pintados
Eu amo todas as mulheres do mundo.
Revista Oficina de Letras, Recife: Sociedade Brasileira de Médicos Escritores: 2001.
Eu amo todas as mulheres
Sejam elas quem forem
Ladinas
De amor enlouquecidas
Famintas
Eu amo pela vida todas elas
Todas as feias e até as mais belas
Eu amo todas as mulheres
De tez escura lamacenta
Morenas
De olhos grandes adormecidos
Serenas
De nariz bem chato
De lábios carnudos edemaciados
Eu amo as mulheres índias
De rosto pintado
Coloridos
De olhos amendoados surpresos
Enfeitados
De nariz perfurado
De lábios retos domesticados.
Eu amo as mulheres orientais
De rosto redondo
Emprenhados
De olhos pequenos
Rasgados
De nariz no rosto engradado
De lábios retos como um traço
Eu amo as mulheres negras
De tez escura, lustrosa como
Ébano
De olhos pretos, retintos
Escravos
De nariz no rosto, grossos e chatos
De lábios caídos pra frente,
Debruçados.
Eu amo as mulheres brancas
De tez macia, suave
Transparente
De rosto triangular
Quadrados
De olhos verdes, azuis endiabrados
De nariz afilado, arrebitado
De lábios corados, pintados
Eu amo todas as mulheres do mundo.
Revista Oficina de Letras, Recife: Sociedade Brasileira de Médicos Escritores: 2001.
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