segunda-feira, 28 de setembro de 2020

GOVERNO FEDERAL JÁ REPASSOU DOIS BILHÕES EM APOIO À CULTURA

 


O Ministério do Turismo atingiu, na noite desta terça-feira (22), a marca dos R$ 2 bilhões em repasses para apoiar a cultura de estados e municípios. Até o momento, 25 estados e 905 municípios brasileiros receberam o recurso do Governo Federal que já soma R$ 2.002.992.334,31. O montante enviado para os estados chega a R$ 1.446.887.417,76, enquanto que, para os municípios, registra R$ 556.114.916,55. O dinheiro faz parte dos R$ 3 bilhões previstos pela Lei 14.017, mais conhecida como Lei Aldir Blanc, destinada a apoiar o setor cultural durante o período de enfrentamento à Covid-19.

Os estados e municípios que ainda não enviaram seus planos de ações têm até o dia 16 de outubro para encaminhar as informações solicitadas ao Ministério do Turismo. Ao todo, 1.845 planos já foram aprovados e outros 1.562 estão em processo de complementação, em cadastro ou em análise.

O secretário Especial da Cultura, Mário Frias, destacou a importância da pronta participação dos gestores no envio das informações para auxiliar o setor. “Este recurso é vital para apoiar o nosso setor cultural, tão atingido por essa pandemia. Trata-se de um auxílio completo que prevê não apenas o auxílio para o artista, como também a manutenção de espaços culturais e projetos de fomento”, destacou.

Atualmente, a Pasta realiza o pagamento previsto no 2º lote - para os planos aprovados entre os dias 02 e 16 de setembro - e que será finalizado no dia 26 de setembro. Já o Lote 3, será destinado aos planos aprovados até 01 de outubro e deverão receber os recursos até 11 de outubro. O último lote, por sua vez, prevê que os planos sejam aprovados até 16 de outubro e determina o pagamento até 26 de outubro.

Os valores são transferidos do Fundo Nacional da Cultura, administrado pelo MTur, preferencialmente para os fundos estaduais, municipais e distrital de cultura. No caso de não haver fundo para a realização da transferência fundo a fundo, o dinheiro poderá ser repassado para outros órgãos responsáveis pela gestão desses recursos.

Aldir Blanc 

Sancionada em 29 de junho de 2020, a Lei 14.017/20 prevê a destinação de R$ 3 bilhões para pagamento de renda emergencial mensal aos trabalhadores da cultura – R$ 600 pelo período de três meses. Também prevê subsídio mensal para manutenção de espaços artísticos e culturais – entre R$ 3 mil e R$ 10 mil – e, ainda, iniciativas de fomento cultural, como editais, chamadas públicas, prêmios, aquisição de bens e serviços vinculados ao setor cultural e outros instrumentos destinados à manutenção de agentes, de espaços, de iniciativas, de cursos, de produções, entre outros. Para as ações de fomento foi definido um percentual mínimo de 20%, o equivalente a R$ 600 milhões.

O valor repassado para cada estado, além do DF, foi definido por uma equação que considerou: 20% dos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e 80% em relação à proporção da população. Já o valor para os municípios levou em conta a equação: 20% dos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Municípios e do Distrito Federal (FPM) e 80% em relação à proporção da população, conforme critérios de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU).

 

domingo, 27 de setembro de 2020

CRÔNICA COM SABOR DE FANTASIA NUMA CIDADE ENCANTADA - PARTE I

 Foi na manhã deste domingo, 27 de setembro de 2020 que eu resolvi sair pedalando pelas ruas de Parnamirim-RN, com o objetivo de registrar lugares que muitas vezes passam despercebidos ao nosso olhar.  O poeta Antonio Francisco, ao prefaciar o livro "Histórias de Rio Pequeno - Uma viagem poética sobre a história de Parnamirim", da autoria de José Acaci, ele escreveu:

Parnamirim hoje é
Uma cidade encantada
Cantada por todo canto
Por todo canto cantada
Pela voz de um cantador
E poeta de bancada 
(Antonio Francisco)
 
Meus pés eram de ciclista, mas meu olhar de poeta,  e assim  pedalei descobrindo este encanto.  Sei que ainda tenho outras cenas para mostrar e breve farei isso, mas a pesquisa de campo de hoje já é suficiente para escrever esta crônica.
 
 Na rua Câmara Cascudo - Parque de Exposições - tem um banco em um canteiro, guarnecido por duas pequenas esculturas: um jamaicano e do outro lado um macaco.
 


Qual a razão deles estarem alí? Se Cascudo estivesse vivo, com certeza saberia dar a resposta.
 

 
 Ainda dentro do mesmo bairro, não muito distante do banco,  na rua Geraldo Pontes, eis que há um cruzeiro. Existem outros em Parnamirim.  Este fica lateral à linha férrea. 
 
 
Há uma cruz naquela rua 
Lembrando ao transeunte
Que Jesus é luz do mundo
Quem a fez? Não me pergunte!
Só sei dizer que Jesus
Tira-lhe todo besunte.
 (Mané Beradeiro)
 
Saindo do Parque de Exposições eu pedalei até o Centro.  Parei na avenida Tenente Medeiros, onde é preciso olhar mais alto e ver a beleza das palmeiras imperiais.
Palmeiras Imperiais nos ensinam que quando crescemos ficamos mais perto do céu, e muitas vezes somos ignorados por quem passa ao nosso lado.
Do Centro até o bairro COHABINAL,  onde eu registrei aquela que provavelmente é a menor praça pública de Parnamirim, localizada na rua Professor Clementino Câmara.
No bairro  Rosa dos Ventos eu encontrei um lugar, onde mora a galinha azul. Estava lá debaixo de um coqueiro, protegendo-se do sol. 
Até conversamos um pouco:
-Bom dia dona galinha!
-Bom dia!
-Qual o nome desta rua?
- Rua São Sebastião! Aqui nesse local, antes era usado por  descarte de lixo e podas. O pessoal da rua se organizou e me trouxe para cá. Tinha até mais coisas, infelizmente, roubaram algumas plantas e jarros. Hoje só resta eu e o pássaro aí.

Agradecido sai dali pensando o quanto é importante a cidadania, o conhecimento e sua prática. Rosa dos Ventos é um bairro com nome poético.

Na Trampolim da Vitória
Um bairro tem nome lindo
Rosa dos Ventos existe
A ele seja bem vindo
Lá mora a "Pintadinha"
Galinha que vive rindo.
(Mané Beradeiro)

E  continuei pedalando. O sol já estava ficando forte. Um senhor me disse que no bairro de Santos Reis também há um canteiro bem organizado. Deu-me as diretrizes e eu fui ver o local.  Um recanto cheio de beleza: rua Lindalva Santos.


Estava chegando ao fim do meu passeio ciclístico. Antes, lembrei que tinha visto dias atrás uma casa com um temível guardião, lá no bairro Vale do Sol, nas proximidades da casa do poeta José Acaci.

Até pensei em conversar com ele, mas desisti quando vi aquela boca aberta e lá na parede  o número 312, a quantidade de pessoas que ele já comeu. Sai em disparada e só parei em casa, no Parque Industrial.
 
Francisco Martins
27 de setembro 2020
 

 
 
 



quarta-feira, 23 de setembro de 2020

"O CUSCUZ NOSSO DE CADA DIA" - O MAIS NOVO CORDEL ESCRITO POR MANÉ BERADEIRO

 

Mané Beradeiro

No cordel cabe tudo! Com ele é possível poetizar sobre inúmeros temas. O poeta Mané Beradeiro sabendo disso escreveu em dezembro de 2019, o  cordel que tem como título "O Cuscuz nosso de cada dia". O texto é formado por 32 estrofes, sendo 31 em septilhas (estrofes com sete versos) e 1 décima (dez versos). A ilustração da capa foi feita pela artista plástica Lívia Nunes Duarte, da distante cidade de São Manuel/SP (veja  matéria sobre isso clicando aqui: Lívia Nunes)

Lívia Nunes
Embora tenha terminado de escrevê-lo em 25 de dezembro do ano passado, o folheto só foi editado agora. O poeta  apresenta o cuscuz como comida universal, tendo sido provado,  de forma fictícia,  por Moisés, Alexandre ( O Grande), Jesus Cristo, Napoleão e Lampião. Seria esta comida o manjar dos deuses?

 


 O cuscuz é alimento

Pão que é abençoado
Fortalece a família
Deixa o homem acordado
Quem não gosta de cuscuz
Carrega uma triste cruz
De morrer descuscuzado 
(p.3) 
 
Esse é o 47º folheto de cordel impresso de Mané Beradeiro. Há outros trabalhos escritos, mais ainda não publicados e também  nove folhetos que não entram  na classificação de cordel.
 

Quem desejar adquirir o folheto é só mandar mensagem de texto para (84) 9.8719-4534.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

A FÁBULA DO DOUTOR BUTI CONTADA PELO PRÓPRIO AUTOR

Olha só que legal! o autor do livro" Doutor Buti", resolveu gravar a história. Agora você pode mostrar para suas crianças ( alunos, filhos,netos ou amigos) a fábula do Doutor Buti. Vai lá! Aproveita e se inscreva no canal, clique em "gostei" e ative o sininho para receber os próximos.

BANANEIRAS: UMA LINDA CIDADE

Viajar é uma das melhores coisas da vida. A gente conhece novos lugares, aprende história, escuta conversas, degusta da gastronomia local, recompõe as energias. Viajar é uma forma de oração, em trânsito. É sentir a presença de Deus nas paisagens, nas belezas que estão nas pessoas e na natureza. 

No último domingo eu fui com minha esposa e um dos meus filhos, que estava acompanhado da sua namorada, conhecer a cidade de Bananeiras, no brejo paraibano. Fomos pela Fortur, uma empresa que realiza passeios turísticos com muita qualidade.


 Bananeiras-PB está a 552 metros acima do nível do mar. Distante 150 km de Natal. Não é uma cidade para ciclistas, pois suas ruas são íngremes. Na região rural é possível ver vales profundos. 

 

Andei por ali lembrando de Maria da Guia, uma telefonista nascida em Bananeiras, com quem trabalhei  em 1983, na Arquidiocese de Natal. Ela sempre me falava sobre a beleza de Bananeiras. Onde andará  D'aguia?


 Não posso esquecer de registrar que  fomos recepcionados em Bananeiras-PB pelo guia turístico Washington Cirne, um jovem que demonstrou ter bastante conhecimento sobre a cultura local. A ele deixo aqui registrada a minha gratidão.


Os guias turísticos  são indispensáveis nas viagens. Eles são como bússolas  nos norteando, mostrando horizontes, indicando coisas belas.

Um dia, e que este dia não esteja tão distante, voltarei àquela cidade. Quem sabe contar histórias  na praça para os pequeninos!


Francisco Martins

22 setembro 2020


#fortur

#brejo paraibano

#bananeiras

#washigntoncirne






segunda-feira, 21 de setembro de 2020

ACLA VAI PROMOVER A IV LIVE - DESTA VEZ SERÁ COM A ACADEMIA DE LETRAS DE CANGUARETAMA

 

 


 

Ainda está pra vir

Academia como a nossa

Destemida, tão guerreira.

Imponente sem ser grossa

Tem a doçura da cana

Com ela não há quem possa

 Mané Beradeiro

terça-feira, 15 de setembro de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: FLOR DE SAL - PERFIS BIOGRÁFICOS

 


Recebi  de presente o livro “Flor de Sal – Perfis Biográficos”, um conjunto de 84 perfis femininos.  Antes de ser  escritor e poeta, eu sou um leitor. Gosto dos livros e quando eles  me dão ensinamento, aí o gosto aumenta mais e mais. Foi assim com “Flor de Sal”.  Uma coletânea com histórias de mulheres que  não temeram em escrever sobre suas vidas, seus talentos, seus sonhos, suas realizações. Tudo carinhosamente organizado por Flauzineide  Moura, Presidente da  Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares - ALAMP. Algumas histórias penetraram no meu coração e abalaram as cordas da vida. Fiquei  sensibilizado com a saga de Alzenira Araújo na sua trajetória pela educação;  o pioneirismo de Célia Melo  dentro da Corporação da Polícia Militar;  a saga de Cláudia Borges em busca dos seus acertos;   o testemunho de Danda Trajano e sua resistência diante das dificuldades;  Eva Potiguar e  a história dos seus tênis azuis; a fibra  empreendedora de Francisca Henrique; a luta de Kátia  Fonseca para vencer uma doença. Esses são apenas alguns perfis que consegui lembrar, mas o livro está repleto de lições sobre a vida. Temos nele as mais variadas idades, diversas  profissões. “Flor de Sal” é como uma linda colcha de retalhos, divinamente construída com as nuances trazidas pelas suas participantes. Coube a Flauzineide Moura juntar esse material e deixa-lo organizado. Um livro vivo, instigante, que aguça a curiosidade do leitor. E essa mulher? O que terá a me dizer? Era a pergunta que eu me fazia sempre que iniciava a leitura de um perfil. Esse é o tipo de livro que não pode deixar de ter em toda biblioteca. Primeiro porque ele mostra que a arte imita a vida,  segundo que a sua personagem central, que é a MULHER,  tem uma participação maravilhosa no mundo da cultura. Diria que "Flor de Sal" é um livro que tem a função de ser um divisor na história da literatura potiguar. Já foram publicadas antologias femininas antes dele, mostrando os frutos que foram produzidos por poetas e escritoras, mas esse tem a peculiaridade de abrir as cortinas e nos revelar a alma feminina que há na poeta e escritora. Ele, nos diz, muito mais do que está escrito. Entre uma linha e outra, o leitor amadurecido perceberá o quanto a mulher alampeana é corajosa, determinada, focada em seus objetivos. Parabenizo a todas que participaram deste projeto e agradeço a Flauzineide Moura o presente do livro. Quando terminei de ler “Flor de Sal”,  tive uma ideia. Mas isso é outra história, coisa minha e já do conhecimento de Flauzineide Moura. Aguardemos!

Francisco Martins

15 setembro 2020

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

ANLiC VAI DÁ POSSE AOS NOVOS IMORTAIS

 


ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LITERATURA DE CORDEL

Endereço: Estação do Cordel –  Rua João Pessoa – nº 58, Cidade Alta – Centro.

 

EDITAL Nº. 01/2020

 

A Presidente da ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LITERATURA DE CORDEL (ANLiC), Antonia Mota do Nascimento, comunica aos sócios desta entidade e à comunidade em geral, que  no próximo dia 23 (vinte e três) de setembro, do corrente ano, às 15 (quinze) horas, na Escola Estadual Winston Churchill, situada à Avenida Rio Branco, nº 500, bairro Cidade Alta- nesta Capital, haverá a Sessão Solene de Posse dos eleitos em dia 30 de novembro de 2019. Os Acadêmicos que se fizerem presentes informamos que devem usar a pelerine na ocasião da cerimônia. Os novos imortais da ANLiC são os poetas:

1)  Antonio Rodrigues Neto – cadeira 7

2)  Hélio Alexandre Silveira e Souza– cadeira 11

3)  Hélio Pedro Souza – cadeira 15

4)  Francisco Rariosvaldo de Oliveira – cadeira 18

5)  Antonio Carneiro Calaça – cadeira – cadeira 22

6)  Geralda Efigênia M. da Silva – cadeira 23

7)  Jefferson de Lima Campos – cadeira 34

8)  Helena Bezerra de Araújo – cadeira 38

9)  Manoel dos Santos Silva – cadeira 40

  

Natal/RN, 14 de setembro de 2020.

Antonia Mota do Nascimento

Presidente da ANLiC

 

 

CORAGEM DE FALAR

 Hoje eu amanheci com uma grande vontade de dizer: Eu te amo!

Digo isso para minha esposa, com toda a intensidade que possa ter as batidas do meu coração.

Mas, com a natureza do amor ágape, digo também para minhas amigas. E eu tenho amigas que não troco por nada neste mundo.

Algumas bem perto de mim. Outras que só converso pela internet.

Que importa! "Amar é verbo  intransitivo" já disse o poeta.

Então, que se dane o tempo, que se vá a distância. Eu te amo e  ponto final.

Final? Não! reticências (...) Pois o amor jamais acaba.


Francisco Martins

14 setembro 2020

ALAMP - UM ORGULHO COR DE ROSA QUE MOSTRA A FORÇA DA MULHER POTIGUAR

No dia 25 de agosto, final da tarde, eu estive com a Professora, poeta e ativista cultural Flauzineide Moura, que me recebeu em sua casa, onde conversamos sobre o mais recente livro (Flor de Sal) que ela organizou e publicou, com os perfis biográficos de várias mulheres alampeanas.

Fui buscar informações sobre este trabalho e  sai de lá com muitas informações sobre a trajetória da ALAMP. 

 A ASSOCIAÇÃO E SEU OBJETIVO

 ALAMP - uma sigla que se formos perguntar a algumas pessoas, com certeza elas dirão que não sabem o significado. Não é para ficarmos surpresos, pois quando se trata de cultura, infelizmente, a quantidade de pessoas que abraçam esta causa é ínfima, comparada a outras áreas. Mas isso não tira a grandeza da entidade que eu apresento aos  meus leitores.

 

Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares - ALAMP tem como principal objetivo difundir a cultura das mulheres do Rio Grande do Norte, dentro dos  campos artístico e literário,  possibilitando que elas sejam vistas, ouvidas e tenham  empoderamento cultural.

A história da ALAMP é como a de uma mulher, cheia de fases, repleta de esperanças, regada por sonhos, alimentada com a resistência.

Com apenas três anos de  fundação, a ALAMP mostra que veio para enriquecer a cultura do Rio Grande do Norte e ser um porto seguro para muitas mulheres que são literatas, escritoras, poetas, cordelistas, contistas, jornalistas, trovadoras artistas plásticas, pintoras,  artesãs,  fotógrafas, desenhistas, atrizes, humoristas, contadoras de histórias, etc. 

A ALAMP é como o colo materno, sempre acalentando, àquelas que as procura. Por tal razão está sempre em crescimento. Atualmente já conta com mais de 170 associadas. É com certeza uma das maiores instituições culturais e inclusiva do RN.

 COMO NASCEU A ALAMP

 

Dezessete anos passaram

Foi tudo muito encantado

Quando li  pra meus alunos

O meu livro muito amado

Para mim tudo era belo

Meu poetizar singelo

Um sonho há tempo esperado

(Flauzineide Moura) 

O alicerce da ALAMP  tem o nome de Projeto Difusão da Literatura Feminina Potiguar -PDLFP, idealizado e criado pela Professora Flauzineide Moura, que de 2003 a 2016 realizou um excelente trabalho de divulgação das escritoras potiguares, pelas escolas do Rio Grande do Norte. Flauzineide conta essa história na entrevista abaixo.

 OS LIVROS PUBLICADOS


Os frutos colhidos ao longo desses três anos é que além dos projetos cultu
rais que são desenvolvidos com o público, a ALAMP já publicou seis livros:

1) "Antologia Literatura Feminina Potiguar" (2017)

2) "TANTOCANTO em versos e prosas" (2018)

3) " A Mulher em  Estações" (2019)

4) "SEMEAR Poesias para crianças" (2019) o primeiro livro voltado para o público  infantil

5) "Bendita a mulher e a sua literatura" (2019).

6) "Flor de Sal - Perfis Biográficos" (2020) 

 


 Sobre este livro vamos conhecer um pouco mais, com a entrevista que a Presidente da ALAMP - Flauzineide Moura  deu a este bloguista.

1) O que a motivou a organizar o livro?

Início do ano letivo de 2003 eu lia poemas de meu primeiro livro " Poética Minha" para meus alunos da Escola Estadual Berilo Wanderley, em Natal. Após a leitura, certo dia um aluno perguntou: "Neidinha essa mulher é do Rio ou de São Paulo?" Respondi cuidadosamente. A seguir outra pergunta: "Ela é viva ou morta?" Respondi feliz que era viva. Veio a terceira pergunta: "Ela é nova ou velha?" Hesitei em responder, mas respondi (rsrsrs). Terminou a aula e fui para casa me fazendo várias perguntas. Encontrei algumas respostas pesquisando no Google e pensei: já sei o motivo dessas interrogações. Fiquei reflexiva e cheguei a uma conclusão: pesquisar e pesquisar, mas não encontrei contemporânea, perguntei de diversas formas, mas não consegui e foi por acaso, no corpo a corpo que encontrei as primeiras escritoras potiguares. Fiz o convite para elas irem ter com meus alunos e elas aceitaram. No dia marcado recebemos Aldenita Sá Leitão e Leda Marinho Varela. Foi um encontro inesquecível, projetamos um lindo sarau. Elas levaram de presentes livros autorais e uma Antologia da Associação de Jornalistas e Escritores do Brasil - AJEB/RN, coordenada por Aldenita. A antologia era composta por 11 mulheres. Amei!Já havia convidado outros escritores que não puderam ir. Chegando em casa refleti e criei o Projeto Difusão da Literatura Feminina Potiguar. Daí tudo fluiu, fui pesquisando, conhecendo-as, convidando-as e elas foram chegando e eu senti que estava no caminho certo. Não demorou muito e fomos formando um grupo que crescia a cada dia.  Fui convidada por Aldenita a ser membro da AJEB e lá conheci tantas outras mulheres, entre essas estava Zelma Furtado, que era a Presidente da Academia Feminina de Letras do RN.
Estudando o meu projeto eu vi que era produtivo, instigante e motivador para meus alunos e juntar mulheres progressistas, me realizou, tudo era mais fácil para todas as partes.

Agora sim, responderei a sua primeira pergunta. O que me motivou a projetar está Coletânea? Foi trazer as histórias mais completas(hoje às biografias estão acrescentadas por mais informações... rs) e em um mesmo livro, pois essas biografias estavam separadas em diversos livros autorais e Antologias.
Agora através da Coletânea Flor de sal - Perfis biográficos, em mãos a pesquisa está bem mais acessível e todos(as) podem saber mais sobre essas escritoras e artistas da ALAMP em um só livro.

2) Quais foram as principais dificuldades encontradas? 

 Não sei se você vai acreditar, mas não houve dificuldade, foi super prazeroso fazer esse livro. Criei um grupo só com as partícipes e no grupo combinávamos tudo.

3) Quantas mulheres participam?

 O projeto estava previsto para 50 partícipes, confesso,  achei que não alcançaria meu objetivo, pra minha surpresa, elas foram chegando e somamos 84 mulheres potiguares e uma gaúcha  convidada que é parceira  nossa desde 2016, quando organizamos juntas, Dra Juçara e eu e fizemos nossa primeira "Antologia Literária Feminina Potiguar"

4) Teve alguma convidada que declinou da participação?

 Não! Ao contrário, três alampeanas  arrependeram-se de não terem vindo conosco

5) Qual a importância dessa obra para a literatura ?

Do meu conhecimento, a Flor de sal - Perfis biográficos é a maior coletânea em tratando-se de histórias de mulheres potiguares, são 354 páginas dedicadas às mulheres e mais duas páginas com as partituras do "Hino Oficial da ALAMP", com letra de versos de Ângela Rodrigues, Ninita Lucena   e Socorro Evangelista.
Música de Roberto Lima. As orelhas trazem a letra do nosso Hino.
Assim sendo nosso livro contribue para somar-se ao que já existe na história da literatura norte-rio-grandense.

  6) A edição foi de quantos exemplares?

Chegamos a 886 exemplares.

7)  Teve ou haverá algum lançamento pelas redes sociais?

 Ainda não, já pensamos e repensamos, gostaríamos que esse momento fosse comemorado como sempre fazemos com muitos sorrisos, abraços e felicidades. Aguardemos...

 8)  Qual o preço do livro e onde pode ser adquirido?

Modéstia à parte, (rsrs), essa riqueza custa apenas R$ 30,00 e pode ser adquirido com as coautoras, é só escolher com qual delas você quer fazer contato e marcar pelas redes sociais de cada uma onde elas estão divulgando.
 

9) Flauzineide tem outro projeto para 2020?

Fizemos em julho o lançamento de um projeto meu, intitulado ALAMP alumiando em cordéis, onde já apresentamos a Série 1 com
Vinte histórias e um só mote: Mulheres alampeanas.
Estamos produzindo a série  2 para lançarmos no mês de setembro.

Fechamos uma parceria com o Programa "Quintal da Tarisca" toda quinta feira, é exclusivo com a ALAMP, e sob o comando de Tarisca, nossa alampeana humorista.

Temos também a cada 15 dias, aos sábados a "Vitrine ALAMP" com a mediadora alampeana, Dra. Núbia Frutuoso que entrevista as pioneiras do PDLFP, nosso projeto que é o berço da ALAMP.

A convite do Programa  "Cultura no Ar" estamos participando do supracitado programa, com recitações em áudios de autoria de nossas alampeanas. É um programa que acontece aos sábados  às 19h na Rádio Princesa do  Vale em Assu.

10)  Como você avalia em geral a participação das academias e associações literárias no RN?

Cada uma tem seus méritos e frutos e desenvolvem suas ações dentro de seus objetivos e projetos.


Projetos e ações:

ALAMP - Alumiando em cordeis -  Vinte Histórias e um só mote: Mulheres Alampeanas.

Caminhada das Flores Potiguares

ALAMP Solidária

Quintal da Tarisca

Vitrine ALAMP

Cultura no Ar ( Rádio Princesa - Assu/RN)

 

Francisco Martins

14 setembro 2020

 


sexta-feira, 11 de setembro de 2020

TOMISLAV FEMENICK, O CROATA MOSSOROENSE



Nele, nada é usual. Tudo foge aos padrões normais. É incomum, insólito, estranho ou inabitual. Até aos sete anos não falava nada, embora entendesse quase tudo o que se dizia. Começou a falar e a escrever ao mesmo tempo. Como resultado, falava e escrevia com muitos erros. Aos doze anos sua família se transferiu para Alagoas. Um ano depois, ainda sem saber escrever direito e para se corrigir, arranjou emprego como repórter nos Diários Associados, na época a maior cadeia de comunicação do país. Aos quinze anos assumiu a sub-secretaria do Jornal de Alagoas e, entre outras façanhas, entrevistou Juscelino Kubitschek, quando ainda candidato a presidente, o general Janari Nunes, presidente da Petrobrás, João Agripino Filho, então secretário geral da UDN e futuro governador da Paraíba, Arnon de Melo, o pai de Fernando Collor de Melo e na época governador de Alagoas e muitas pessoas que fizeram história neste país.

Era conhecido como o benjamim da imprensa alagoana, isso é, o mais jovem dos jornalistas da terra dos marechais (Benjamim foi o filho mais novo de Jacó com Raquel, líder de uma das doze antigas tribos que formaram o povo de Israel).

No mesmo dia conheceu Filinto Müller, o temível chefe da polícia política de Getúlio Vargas durante o Estado Novo, e o coronel João Bezerra, o homem que comandou o cerco da grota de Angicos, quando mataram Lampião. Aos dezesseis pediu uma entrevista a Gilberto Freire. Entrevista concedida, perguntas feitas e respondidas em menos de meia hora. Eis que o nosso homem (então uma criança) sacou uma lista com mais de vinte dúvidas sobre duas obras do mestre: Casa grande & senzala e Interpretação do Brasil. Foram mais quatro horas de conversa.

Além de jornalista já foi publicitário, bancário, dono de bar e boite (ressalve-se, uma das melhores casas noturna do Estado, mais para clube da sociedade que para boite), corretor do mercado de capitais (ações e câmbio), sócio-diretor de agência de notícias, especialista em elaboração de projetos econômicos e em O&M, até que resolveu “fazer São Paulo”. Lá “explorou o mundo”.

Sua formação é a mais eclética possível: bacharel em ciências contábeis, especialista em economia para executivos e mestre em economia. Não contente, fez extensão em sociologia e história. Seus mestres foram os melhores de cada área: em contabilidade foi assistente de Hilário Franco, em economia teve como mestres Paul Singer, Guido Mantega e Francisco de Oliveira, em história Fernando Novais e em sociologia Octavio Ianni – todos expoentes máximo de suas respectivas áreas de conhecimento.

No país dos paulistas, sua ação profissional foi tão diversificada quanto a sua formação acadêmica. Primeiro dedicou-se a trabalhar como auditor, depois como consultor em assuntos administrativos, diretor de seguradora, promotor de eventos (seminários, congressos, feiras etc.) no Brasil e nos Estados Unidos, especialista em hotelaria e turismo, perito contábil e, novamente, como auditor – hoje tem uma empresa de auditoria e consultoria, cuja primeira sede foi na Avenida Paulista, a meca financeira do país – e professor universitário.

Gerenciou a auditoria externa no Banco Mercantil de São Paulo, no Banco Real, no Brasilinvest e, crème de la crème, no Banco do Brasil, inclusive coordenando os exames das agências do exterior. Suas publicações (livros, ensaios, monografias, artigos) versam sobre os mais variados assuntos: economia, política, contabilidade, custos, hotelaria, turismo e, principalmente, história – não história local, regional ou mesmo do Brasil; são sempre sobre assuntos mais amplos: história da escravidão no Novo Mundo, história da Península Ibérica na baixa idade média, dos descobrimentos, da América, do Rio da Prata etc.

Todas as suas idas ao exterior, viagens de negócios ou turismo, transformaram-se em pesquisas de seu tema favorito: a escravidão. Europa, América e África viram um pesquisador curioso e não contente com as verdades oficiais. Foi detido por alguma horas em Luanda, Angola, durante o regime comunista. Foi preso em Buenos Aires, na Argentina, e em Montevidéu, no Uruguai, durante os governos militares de direita. No primeiro caso porque queria saber das atividades de traficante de escravos da Rainha Nzinga, considerada pelo governo local heroína na luta contra o colonialismo. Nos dois últimos simplesmente porque queria dados do século XIX, sobre a população negra nas duas capitais. Em Cuba recebeu o tratamento diferenciado: o desestímulo pela burocracia e a proibição pelas autoridades de manter contactos não autorizados. Note-se que nunca recebeu ajuda de qualquer espécie para as suas pesquisas. Tudo foi feito às suas custas.

Se tudo isso não bastasse para ser um homem inusitado, é de origem croata, nasceu em Mossoró e fuma cachimbo – seu pai é de uma das mais tradicionais família de Varazdin, no norte da Croácia, e sua mãe pertence a duas das mais tradicionais famílias do Estado: Rodrigues e Mota. O padre Antonio Joaquim Rodrigues e o industrial Miguel Faustino do Monte eram tios do seu avô, o também industrial José Rodrigues Lima (uma das figuras mais injustiçadas da história de Mossoró), assim como eram seu tio o Padre Mota (o grande prefeito de Mossoró) e seu primo o deputado Mota Neto.

É claro que estou falando de Tomislav Rodrigues Femenick, grande amigo do meu pai, Rafael Negreiros – ambos viviam brigando somente para terem motivo para fazer as pazes. Tomislav agora não é mais migrante, voltou a morar no Rio Grande do Norte, o que para nós, seus amigos, é uma grata notícia. E isso devemos a sua neta única, Débora Luiza, filha de sua filha Terenza, também única. Dizem que os filhos são ótimos, mas que os netos são os filhos com açúcar. Parece que para o meu amigo croata-mossoroense isso é verdade.

Tomislav veio e veio cheio de novidades. Sua biblioteca é grande e, coisa rara nas grandes bibliotecas particulares, é selecionada e organizada. Seu escritório é aconchegante. Sua hospitalidade e de sua esposa, D. Goreth, é apenas o que se é de esperar de pessoas de nível: indescritível. Mas o melhor de tudo é o papo descontraído, fluente e inteligente seu e de seus convidados. O ambiente provoca essa incrível sinergia. Como se não bastasse há o seu novo livro – Os escravos: da escravidão antiga à escravidão moderna. É uma obra de fôlego, erudita, que vale quanto pesa – São 672 páginas, com uma bibliografia de quase 700 títulos, pesando mais de um quilo. Mas isso é assunto para mais um artigo
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                                                      AUTOR: ARMANDO NEGREIROS