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terça-feira, 19 de novembro de 2024

O CASO DE ANA AMÉLIA FERREIRA VALE

     Josué Montello quando foi escrever  " Os Tambores de São Luís", livro que tem 20 anos de pesquisa e  dois anos de produção, ele teve a  ideia de trazer para dentro do romance, fatos históricos da sociedade do Maranhão. Um desses fatos é sobre ANA AMÉLIA FERREIRA VALE.  Conheça lendo o texto abaixo. Vem a calhar nesta Semana Nacional da Consciência Negra

"O nosso Gonçalves Dias, amigo íntimo do Dr. Teófilo Leal, apaixonou-se por uma cunhada deste, a Ana Amélia, e a pediu em casamento à Dona Lourença Vale, mãe da moça e que Vossa Reverendíssima também conhece. O Gonçalves Dias não é um homem qualquer – é o maior poeta do Brasil e amigo pessoal do Imperador. O Maranhão não tem glória mais alta. Pois nada disso teve o menor significado para a nossa Dona Lourença, diante deste fato, de que o Gonçalves Dias não tem culpa: – ser ele mestiço e filho bastardo. E respondeu ao poeta, numa carta seca, com um não redondo. Não dava a filha a um mestiço. Mas a verdade é que o Gonçalves Dias, se quisesse, podia vir a São Luís, e levar a Ana Amélia, que estava disposta a fugir com ele. E não foi isso que fez. Humilhado, guardou a mágoa. E ao chegar ao Rio, casou numa das mais importantes famílias da Corte. A Ana Amélia, coitada, não perdoou a família. E quando o Domingo Porto, que é também bastardo e mestiço, lhe arrastou a asa, não hesitou em casar com ele, amparada pela Justiça. Vossa Reverendíssima já sabe que o casamento dela, aqui em São Luís, foi um deus-nos-acuda. Parecia que o mundo estava vindo abaixo. As amigas de Dona Lourença passaram a andar de preto, solidárias com o luto fechado da família Vale. O pai da Ana Amélia, instigado por Dona Lourença, foi ao cartório do Raimundo Belo e deserdou a filha, sob a alegação de que a moça tinha casado com o neto da negra Eméria, antiga escrava do coronel Antônio Furtado de Mendonça.

O Dr. Olímpio Machado estava agora debruçado sobre a cadeira, com os antebraços apoiados na madeira do espaldar. E procurando os olhos de Dom Manuel, depois de uma pausa:

– Vossa Reverendíssima já sabia desse fato? Asseguro-lhe que é absolutamente verdadeiro. O Domingos Vale deserdou a filha, por escritura pública, apenas porque o genro, Vice-Presidente da Província e Comandante da Guarda Nacional, é neto de uma escrava! Coisas deste nosso Maranhão, Senhor Dom Manuel da Silveira! Coisas deste nosso Maranhão!

E endireitando o busto, após outra pausa:

– Vossa Reverendíssima pensa que a família Vale se deu por satisfeita? De modo algum. Fez mais. Decidiu levar o Domingos Porto à ruína, na sua casa de comércio. De um dia para o outro, o Porto se viu com todos os seus créditos cortados. Ninguém quis mais negociar com ele. O resultado foi a falência, e o pobre do Porto obrigado a sair do Maranhão às pressas, para não cair nas unhas de seus perseguidores! Um horror, Senhor Bispo! Um verdadeiro horror! Eu, como Presidente da Província, nada pude fazer para ampará-lo. Só encontrei negativas. Era a cidade inteira contra um homem. E tudo por quê? Porque o Domingos Porto, que é um homem de primeira ordem, culto, educado, finíssimo, tem a desgraça de ser neto de uma escrava! Que é que Vossa Reverendíssima me diz a isto, Senhor Dom Manuel? Em que século estamos? E que terra é esta?"


Fonte: "Os Tambores de São Luís" - Josué Montello - EDitora José Olympio - 1975. 1ª ed. Rio de Janeiro, páginas 112 e 113.


quinta-feira, 24 de outubro de 2024

ENTRE VISLUMBRES E LETRAS - UM LEITOR SATISFEITO


O silêncio é útil para que o poeta grite. Pelo menos é com esta técnica que a poeta Josimey Costa faz uso para temperar seus escritos.

Fiz a leitura de "Entre vislumbres e letras", livro de Josimey Costa. Imagens e palavras, dois elementos que se associam em um belo trabalho poético. O leitor lê a figura, que em si derrama mil palavras, e a poeta exprime numa única estrofe o que para ela a cena transmite.

As estrofes nos dão frases grávidas de filosofia, de vivência, que por sua vez nos fazem conhecer a profundidade da poética nascida na pena de Josimey Costa.

Ao terminar a leitura eu fiquei pensando: "e agora? Todas as vezes que eu olhar um quadro, uma paisagem, perguntarei que poema escreveria Josimey aqui"

A lição que me deu é que a poesia sempre permanece em nosso olhar. Faça-se poeta "entre vislumbres e letras".

Gostei de tudo, mas o que me tocou de forma intensa foi o poema da página 91 - "a saudade me olha na parede..." Ele tem a mesma sonoridade do verso de Drummond: "...Itabira é apenas uma fotografia na parede, mas como dói".


Francisco Martins

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

COMO APARECEU TIBÚRCIO GAMA

 Hoje iniciamos uma série de postagens sobre curiosidades da literatura e escritores. São textos colhidos nas minhas leituras que estarei disponibilizando a você, que sempre passa por aqui e curte as postagens.

A primeira é sobre  Artur de Azevedo.

COMO APARECEU TIBÚRCIO GAMA

    Todos os domingos, desde a fundação do Correio da Manhã, publicava Artur Azevedo, na primeira página do jornal de Edmundo Bittencourt, um conto de inspiração jovial. 
   Regularmente, o contista surgia com a sua anedota, o seu pequeno caso brejeiro, ou a historieta de passatempo, e divertia os leitores com a espontaneidade de sua graça.
     Não tardou surgissem no caminho do velho escritor as críticas hostis das novas gerações. O conto, assim como Artur Azevedo o construía, parecia-lhes modalidades obsoletas de narrativa. Havia agora uma plêiade mais ágil e mais interessante de contistas modernos, sensivelmente superiores ao autor dos Contos Possíveis. Por que não dar oportunidade a esses valores novos?
    E Artur Azevedo, um dia, recebe a notícia de que o Correio da Manhã não mais publicaria o seu conto dominical. Em vez da página habitual do antigo colaborador, o jornal abrira um concurso destinado a selecionar, entre os trabalhos da nova geração, os de mais alto merecimento.
    Com efeito, assim se fez. E o premiado, na primeira seleção do Correio da Manhã, é, na verdade, um desconhecido: Tibúrcio Gama.
    Ao ser conhecido o resultado do concurso, Artur Azevedo se apressou em escrever uma carta ao jornal, com esta notícia: o Tibúrcio Gama era ele! o conto premiado era seu!
   Interessado em saber se poderia ombrear com os escritores novos, o velho mestre recorrera ao expediente de remeter um conto sob pseudônimo, e com outra letra, para a seleção do jornal...
    E concluía: "Confesso" - Escreveu, fechando a carta - "que a escolha não me contrariou, mas como não posso nem devo receber o prêmio de um torneio oferecido aos moços, rogo aos meus ilustres colegas que destinem os 50$000 de Tibúrcio Gama a um conto suplementar, que seja efetivamente escrito por um moço."
 
 

Fonte: Anedotário Geral da Academia Brasileira -  Josué Montello - 3ª edição - Livraria Francisco Alves Editora S.A,  Rio de Janeiro, 1980.    


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

RECANTO CULTURAL DA CASA DURVAL PAIVA RECEBE FRANCISCO MARTINS

A Casa Durval paiva oferece  aos seus clientes, a oportunidade de um encontro com a arte, que ela intitula "Recanto Cultural". Hoje, Francisco Martins vai estar presente,  contando histórias e falando de livros e leitura.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

ESCREVEU COM AUTORIDADE, VATICINOU COM IMPERFEIÇÃO


Não queira ir além das suas aptidões. Com elas você pode ser bom, extremamente genial, mas entrar em campos que não lhe dizem respeito pode levá-lo a dizer e fazer coisas  não louváveis. 

Veja o exemplo de Victor Hugo, escritor francês, consagrado internacionalmente. Em 16 de julho de 1870 plantou um carvalho no jardim da sua casa e disse: "Dentro de cem anos, não haverá guerras nem papa".  Errou feio. 154 anos depois, ainda temos guerras e há papa.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: "ESCRITOS PARA BELISÁRIA"


A Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares - ALAMP, entrega à comunidade leitora a 11ª antologia, dessa vez homenageando Belisária Lins Wanderley de Carvalho e Silva
"Escritos para Belisária - A baronesa da liberdade" foi organizada por Flauzineide Moura e Mona Lisa Machado. 138 páginas que se dedicam a enaltecer uma figura feminina e histórica do século XIX.
A escritora Leide Câmara abre a antologia, após a Apresentação e Prefácio. O Perfil Biográfico de Belisária, traçado por Leide Câmara, tem importantes informações históricas e genealógicas sobre a Baronesa de Serra Branca. Depois dela, outras mulheres alampeanas escrevem  na prosa e poesia sobre a homenageada.
Muitas perguntas ainda esperam respostas nesta temática apresentada no livro. Elas hão de vir com o tempo. Torço para que sejam trazidas também por mulheres.
Fecha-se o livro com o Posfácio de Auricéia Antunes de Lima, jornalista e escritora. Aplausos e concertos para as mulheres que participam dessa antologia. A qualidade dos textos é como uma geografia de planaltos e planícies, cabe ao leitor discernir.
Gostei muito das ilustrações. Faço duas observações para futuras edições, a saber: estabeleçam a grafia correta para o termo que define o topônimo da Baronesa, há Assu e Açu. A outra coisa é um pedido, sei que Renato Caldas é bom e grande poeta, mas ele entrou aqui de cabido. Substitua-o por uma poeta.
De resto, viva a Baronesa, a ALAMP e o livro, instrumento de liberdade.

Francisco Martins

19 de setembro de 2024

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: NÉVOA, DE UNAMUNO

 

Este é Miguel de Unamuno, espanhol, escritor, poeta, pensador. Viveu entre 1864 a 1936.
Tive a alegria de conhecer um pouco do seu trabalho, quando tomei emprestado o livro "Névoa", ao poeta Paulo de Tarso Correia de Melo.
A leitura foi feita de 29 de agosto a 4 de setembro do corrente. Uma história aparentemente simples, que envolve poucos personagens, sendo Augusto Perez o mais importante da novela. Não é volumoso, são apenas 187 páginas, o suficiente para o leitor compreender porque "tudo o que se ganha em extensão perde-se em intensidade". Pois é nesse livro que eu, leitor voraz, encontrei um dos mais lindos capítulos da literatura ficcional. Esplêndido, empolgante! Nada direi sobre isso, pois desejo que a curiosidade faça-o procurar ler também "Névoa", que teve a sua primeira edição em 1914 e foi traduzida sete anos depois para 10 idiomas. Obrigado poeta Paulo de Tarso por oportunizar conhecer Unamuno aos meus sessenta anos.

Francisco Martins

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

A IDADE DO HOMEM

     "Deus fez o homem, deu-lhe trinta anos de vida e assegurou-lhe um destino de felicidades sobre a terra. Em seguida fez o burro, dando-lhe a condição de ser escravo do homem, com direito de viver cinquenta anos. O burro pensou, pensou, e refugou vinte. Logo depois, o Senhor fez o cão, para o ofício de guardar o homem e roer um pedaço de osso, com trinta anos de existência. O cão achou que dez lhe bastavam e abriu mão do resto. Por fim, criou Deus o macaco, a quem deu cinquenta anos de vida, com o ofício de fazer rir o homem. O macaco coçou a cabeça, fez uma careta e dispensou vinte anos: para palhaço, bastavam-lhe trinta.
    E aí entrou o homem, com o seu pedido velhaco, que o Senhor prontamente atendeu:
    _ Vinte anos que o burro não quis, vinte que o cão enjeitou, vinte que o macaco recusa, dai-nos, Senhor, eu ficarei com eles.
    E assim se explica a vida do homem: até os trinta, vive forte e feliz; dos trinta aos cinquenta, com os encargos de família, vive a idade do burro; dos cinquenta aos setenta, de sentinela à família, vive o tempo do cão; e afinal, dos setenta aos noventa, vive a parte do macaco, fazendo rir a família com a sua rabugem e a sua caduquice."

Você provavelmente já leu a história acima ou talvez tenha ouvido. Ela é propagada  pelas redes sociais, contada em conversas de amigo e outros meios. Eu mesmo sou testemunha disso. Já não sei quantas vezes escutei alguém contar essa história. Mas quem é o autor ou a fonte dela?

Hoje, gostaria de fazer justiça a isso. Chamo então a atenção do leitor para a existência do escritor Xavier Marques, baiano, natural de Itaparica, que viveu entre os anos de 1861 a 1942. Veja sua biografia clicando aquiXavier Marques.


Foi ele o autor do livro  " A Cidade Encantada", publicado em 1919, coisas de 105 anos passados, onde vamos encontrar a publicação do apólogo.

Eis aí as fontes que chegam para escoimar a falha de que esse texto é de autoria ignorada.

Francisco Martins
2 de setembro 2024


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

UM FLATO DE 30 ANOS

Tenho um texto em prosa, (no tamanho de um folheto de cordel) escrito por Renato Posterli, que trata sobre um assunto muito curioso, a saber: pum, peido ou flato.

O autor é médico psiquiatra e professor de medicina legal da Universidade Federal de Goiás-UFGO e outras instituições.

O trabalho não é de hoje, mas coisa de 30 anos passados. Foi lançado pela Boágua Editora, em Natal, 1994. Não é um trabalho chulo, mas sim feito com seriedade.




quarta-feira, 3 de julho de 2024

DIA DA LEITURA POTIGUAR VAI SER CELEBRADO NO LOURDINHA GUERRA

 


O Centro Estadual de Educação Profissional Professora Lourdinha Guerra, em Nova Parnamirim, não vai deixar o Dia da Literatura Potiguar passar sem celebração. A biblioteca local promove um evento para os alunos, com participação de mulheres que fazem a cultura acontecer.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

LEITURA E LITERATURA: UM BINÔMIO EM CONSTRUÇÃO

 

                                                        “Não há problema que a leitura não possa solucionar”  Charles Bukowsky

 

Ler, verbo  irregular. Irregular é algo que foge as regras. Ler, então, pode ser perigoso ou provocar algo que de repente mexe com muita gente e até mesmo instituições. Mas isso pode ser bom, aliás, muito bom! dependendo do objetivo proposto.

Conselheira Eulália Barros

A Conselheira1 Eulália Duarte Barros, na sessão que aconteceu no dia 28 de maio deste ano, apresentou aos seus Pares, o artigo “ Uma literatura potiguar feminina, indígena, negra e livre”, que tem como autoras Andrielle Mendes e Josimey Costa2, que foi publicado na Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, edição 74 (janeiro a março de 2023, páginas 19 a 23).

A Conselheira Eulália Duarte Barros apresentou o artigo e ele foi muito bem aceito pelo Plenário, pois despertou na sessão, o desejo de que o CEC enquanto instituição cultural deve se juntar a outros órgãos, buscando a implementação do ensino da literatura potiguar nas escolas públicas e privadas, que está banida da grade de ensino já faz muitos anos e também dos cursos de letras, salvo a especialização do IFRN.

Participantes da sessão do CEC/RN, em 25 de julho. Da esquerda para direita,  em pé: Fabiano Moreira, Valério Mesquita, João Morais, Ivan Lira de Carvalho, Eulália Duarte Barros, Aécio Cândido, Armando Holanda e Paulo de Tarso Sentadas: Andrielle Mendes, Délia Barbosa, Rejane de Souza, Josimey Costa, Leide Câmara e Diva Cunha. (os nomes em negrito são membros do CEC)

Notem o quanto é importante ler e na medida do possível compartilhar, externar as leituras. Se a Conselheira Eulália Barros não tivesse pautado esse assunto, a história da literatura potiguar continuaria em berço esplêndido. Entretanto, seu gesto provocou uma onda no lago. O próprio CEC se mobilizou para levar o assunto adiante e na terça-feira, dia 25 de junho, o Presidente do Conselho Estadual de Educação, Professor e Doutor Aécio Cândido, juntamente  com  a Coordenadora do Núcleo do Livro, Leitura e Biblioteca-NULLB, do Programa de Incentivo à Leitura-PROLER – Secretaria Estadual de Educação e Cultura – Professora Délia Barbosa e o responsável pelo PROLER Potiguar, Professor Fabiano Moreira, que atenderam ao convite do CEC para germinar a ideia de voltar a se ensinar literatura potiguar nas escolas do Rio Grande do Norte.

Andrielle Mendes

Josimey Costa

Andrielle Mendes e Josimey Costa estão de parabéns por terem sidos as autoras do artigo que serviu de base a esse assunto e com certeza estão felizes, ao acompanharem a caminhada que ora tem início. Muitos frutos virão, tudo é uma questão de tempo.

Se depender de leis já estamos bem fornecidos. Existem várias sobre o  tema de livros, leitura e ensino. O que nos falta, realmente, são professores capacitados para levar ao público estudantil, em todas as esferas, o ensinamento sobre a literatura potiguar, os autores e autoras e seus gêneros textuais.


Francisco Martins

Secretário Administrativo do CEC

 

 1Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte

2Conselheira


segunda-feira, 24 de junho de 2024

UM CLÁSSICO DE VICTOR HUGO GANHA RELEITURA EM CORDEL



Escrito por Victor Hugo, e publicado em 1862, na França, o livro "Os Miseráveis" registra o grito dos pobres na sociedade francesa do século XIX.  Não demorou para se tornar um clássico da literatura mundial.

Li "Os Miseráveis" nos anos 90 e confesso que ainda não assisti o filme. Gosto mais de criar as próprias cenas na leitura, embora saiba que a sétima arte é formidável.

Hoje eu quero focar meu olhar de crítico para um recente trabalho, do autor Gilberto Cardoso, "Os Miseráveis - em cordel".

Vinte e quatro capítulos formam o livro, todo escrito em estrofes com sete pés (ABCBDDB). Um trabalho construído no tempo da Pandemia do Corona Vírus, que exigiu muito do autor, mas o resultado foi digno de aplausos.

Convido os professores da língua portuguesa, e principalmente os que trabalham com Literatura no RN, a tomarem conhecimento dessa obra escrita por Gilberto Cardoso.

Apresentá-la aos alunos do Ensino Médio é atingir o alvo com várias setas, de forma simultânea. Vejamos:

1º) O professor estará cumprindo o que determina a Lei nº 11.231, de 4 de agosto de 2022, que inclui a Literatura Potiguar nas Escolas da rede estadual de ensino e particular.

2º) A escola incentiva o fomento à literatura de cordel (Lei nº 10.950, de 13 de julho de 2021).

3º) Incentiva a Cultura da Leitura e da Escrita ( Lei nº 10.690, de 11 de fevereiro de 2020).

4º) O leitor tem a oportunidade de conhecer a releitura de um clássico francês, no gênero de cordel.

Esse é o tipo de cordelivro que nasceu para somar e fazer parte de um conjunto de obras congêneres, que contam histórias clássicas, nesse gênero de poesia, o cordel.

Gilberto Cardoso construiu 539 estrofes, totalizando 3.773 versos. Tendo a capacidade de escrever e recontar "Os Miseráveis", sem levar ao leitor a sensação de cansaço.  Breve irei assistir o filme e então poderei dizer: li o livro, o cordel e vi o filme. Louvo o autor e poeta cordelista, Gilberto Cardoso.Parabéns!

Mané Beradeiro - 24 de junho de 2024



 


terça-feira, 3 de outubro de 2023

LANÇAMENTO LITERÁRIO NA BIBLIOTECA OLEGÁRIO VALE (CAICÓ-RN)

 


📚🌟 Em comemoração à Semana da Criança, a Biblioteca Municipal Olegário Vale, em Caicó (RN), tem o prazer de convidar pais, educadores e amantes da literatura para um evento especial! 🎉✨

No dia 06 de Outubro, às 19 h, a biblioteca terá a honra de receber o talentoso escritor e ilustrador paraibano Júnior Misaki para o lançamento de sua obra infanto-juvenil mais recente, "Miguel e o Celular". 📱👦

A história gira em torno de Miguel, um jovem que, ao receber um celular de presente de seu pai, passa a enfrentar desafios tanto na escola quanto em sua saúde física e emocional. Uma narrativa envolvente que nos leva a refletir sobre o uso responsável da tecnologia e suas consequências. 📖💡

Não perca essa oportunidade de conhecer o autor e mergulhar nesse universo literário! 🎈📚 Participe conosco desse momento especial e inspire-se com a magia da leitura. 🌟


segunda-feira, 2 de outubro de 2023

REVISTA DA ANRL - EDIÇÃO 76 - JULHO A SETEMBRO 2023

 

Saiu hoje a edição nº 76 da Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, correspondente ao trimestre de julho, agosto e setembro de 2023. A capa é uma arte de Carlos de Miranda Gomes, advogado, professor universitário (aposentado) e escritor. A revista, como sempre, oferece um bom menu literário  aos leitores. Traz artigos e ensaios, contos, crônicas, poemas e discursos. São 185 páginas de cultura.  O poeta Mané Beradeiro  participa dessa edição, com o seu texto " Iaperinópolis - a encantada cidade dos contos", que está presente nas páginas 113 a 118.



terça-feira, 26 de setembro de 2023

RESTAURANTE LITERÁRIO

 


O escritor Francisco Martins estará nesta quarta-feira, das 14:30 às 16:30 h, na Escola Eulina Augusta, conversando sobre livros e leitura e contando histórias para os alunos.



quinta-feira, 21 de setembro de 2023

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - A INCRÍVEL HISTÓRIA DE JOÃO DE SOUZA ... 16º/2023

 

Tony de Sousa, escritor natural do Rio Grande do Norte, residente em São Paulo, escreveu vários livros e o primeiro dele que li, por sinal foi ontem à noite, tem como título: "A Incrivel História de João de Souza, Vaqueiro da Paraíba, na Terra da Garoa",  lançado em 2020, pela editora Matarazzo, São Paulo. Julgando o livro pela capa fiz um pre-juízo de que se tratava de alguma ficção  no eixo Nordeste -Sudeste. Puro engano! Trata-se um ensaio biográfico, do seu tio João de Souza.


O livro é narrado na primeira pessoa e escrito de tal forma que o leitor tem a sensação de que está ouvindo o próprio João de Souza nos contar as histórias nele presente. João, um nome tão comum no seio das famílias nordestinas e que ao mesmo tempo carrega consigo a indelével marca  de homens que souberam fazer o mundo melhor. Esse João não foi diferente. É um herói, um vencedor, sua guerra durou toda a sua existência. Venceu a si próprio para poder derrotar as circunstâncias adversas aos seus objetivos. Nem quero citar aqui para não diminuir a vontade do leitor de ler.

João de Souza é sem dúvida um bom livro. Parabéns a Tony de Sousa por ter escrito esse texto biográfico e enriquecido o baú da literatura brasileira.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

BREVE MAIS UMA EDIÇÃO DA REVISTA DA ACADEMIA NORTE -RIOGRANDENSE DE LETRAS

 

Recebo a notícia do editor da revista da ANRL, Thiago Gonzaga, que até o final do mês estará disponível ao público a nova edição da revista, referente ao trimestre de julho a setembro de 2023.  Pela primeira vez o poeta Mané Beradeiro terá um cordel publicado na revista: Iaperinópolis - a encantada cidade dos contos. Aguardemos!

ESCRITOR FALARÁ SOBRE LEITURA PARA ALUNOS EM EMAÚS


 Falar da minha experiencia como leitor é sempre prazeroso. O testemunho que compartilho com os alunos, as experiências que vivi  graças a leitura, é como se fosse um tesouro. Amanhã, nos turnos matutino e vespertino, na Escola Municipal Nossa Senhora da Guia, em Emaús - Parnamirim-RN, estarei conversando sobre o tema com eles.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

CONSELHO DE LEITURA - UMA SÉRIE DO CEC ATRAVÉS DO INSTAGRAM ÀS REDES SOCIAIS

 O Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte - CEC/RN deu início na manhã de hoje, através da sua conta no Instagram, a uma série de publicações, que traz o título de CONSELHO DE LEITURA, nela, Conselheiros, Conselheiras e convidados estarão compartilhando  o que  leem. A primeira participação é com o Conselheiro Cícero Macedo. Transcrevemos abaixo:



SÉRIE CONSELHO DE LEITURA - 01/2023

Hoje iniciamos nas redes sociais, partindo do Instagram, a Série Conselho de Leitura. Nela vamos compartilhar livros que foram ou estão sendo lidos pelos Conselheiros e Conselheiras e convidados.

Iniciamos com o Conselheiro Cícero Macedo

"A leitura do momento" é o livro de Richard Zenith - Pessoa: uma biografia (Companhia das Letras), lançado no final do ano passado e que chegou recentemente ao Brasil. Trata-se do mais completo relato biográfico sobre um dos maiores poetas de todos os tempos, Fernando Pessoa, com base feita em mais de 25 mil documentos deixados pelo poeta lusitano. De todas as obras bibliográficas sobre o poeta, essa é sem dúvida  a maior e mais documentada, esclarecendo muitas facetas  da sua imensa obra poética, com destaque para o que o autor chama de "princípio da incerteza", que percorre todo o universo dos escritos do poeta que detestava os atos decisivos e os pensamentos definidos. Tantos anos depois da morte do poeta, a obra de Pessoa continua se expandindo e surpreendendo, agora pelas mãos de um dos maiores pesquisadores. Vale a pena mergulhar nas mil páginas dessa obra espetacular "

sexta-feira, 23 de junho de 2023

A CONVERSA QUE EU NÃO TIVE COM A POETA NÍSIA BEZERRA DE MEDEIROS

 



FRANCISCO MARTINS: QUAL FOI A SUA EXPERIÊNCIA COM A DOR?

NÍSIA BEZERRA:  Toquei a dor com as mãos, e senti medo. Ah! se você soubesse! o sabor de sangue, o gosto de dor que eu sinto no peito. Sou feita de dor, doendo, na minha dor meio amarga, eu sinto o mundo, estrangeiro.

 FM: O QUE É QUE LHE DÁ MEDO?

 NB: O amor, a amizade, o querer bem. O desamor, o desalento, a traição. A mistura disto tudo que é a vida.

 FM: SE PUDESSE VOLTAR AO TEMPO O QUE VOCÊ FARIA?

 NB: Um tempo para nascer de novo. Ser outro alguém, e não morrer tanto como eu morro.

 FM: O HOMEM É UM BICHO SELVAGEM? COMO VOCÊ CONTEMPLA?

NB:Preciso olhar frente a frente. Ver de perto se as certezas dos homens têm sentido. É bicho selvagem no absurdo ato de viver.

 FM: NÍSIA BEZERRA É UMA MULHER DE FÉ?

 NB: A minha fé é fraca. É como um rio que seca no estio. Eu quero a fé de Abraão e Jacó. Eu quero mais esperança cada dia que chegar.

 FM:   Para encerrar: Você é poeta?

NB: Sou terra seca, terra molhada, húmus de terra. Eu nunca fui poeta, nem asceta. Sempre fui peregrino.


Nota: Conforme anuncio no título, essa conversa nunca foi real. Perguntas e respostas foram montadas a partir da leitura que eu fiz do livro "Grito Interdito", Natal-RN, 2022.