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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

UM NATAL DIFERENTE NO CORAÇÃO DE MUITA GENTE: JENNY AIRES PARTIU

 

Jenny Aires da Cunha, professora da rede municipal de Parnamirim-RN, trabalhava  na Escola Jussier Santos, bairro de Santa Tereza, exercendo a função de Mediadora de Leitura.  Era uma profissional  dedicada. Cuidava da biblioteca escolar com tanto zelo que eu muitas vezes dizia para mim mesmo: "são poucas as que se entregam dessa forma".

Incontáveis vezes atendi os seus convites. Estive lá como Mané Beradeiro, Palhaço Leiturino e o escritor. Divulgava meus trabalhos, e também dos colegas. Vinha lutando contra um câncer e faleceu no dia 24 de dezembro. Dia seguinte seria seu aniversário, e hoje, 26, a escola tinha programado uma celebração. Tudo mudou! Tristeza, sentimentos de perda, saudades, etc. Eu fiquei com  angústia por não ter podido ir ao velório e sepultamento, estava longe.

Ontem, quando regressava para casa escrevi este texto abaixo, uma singela homenagem àquela que tem lugar guardado na minha memória. Obrigado por tudo Jenny Aires.

Jenny está no céu.

Chegou ontem, anjos a receberam com festividade.   Honrarias foram feitas. Paulo Apóstolo, o maior Mediador de Leitura do primeiro século cristão, foi o cicerone de Jenny.

Ela não sentia dores, não havia trevas. Tudo luz!

Ela agradeceu a recepção e presenteou anjos e santos com os cordeis de Mané Beradeiro, Acaci, Geraldo Tavares, Antonio Francisco. Distribuiu também livros de Paula Belmino, José de Castro, Salizete Freire.

O seu olhar foi longe e atravessou o terceiro Céu, aí então,  alguém tocou em seu ombro e falou:

- Bem que eu disse:  "Tudo vira outra história".


Francisco Martins
25 de dezembro de 2023

terça-feira, 28 de junho de 2022

INAUGURAÇÃO DO ESPAÇO INFANTIL NA BIBLIOTECA DO IFRN - PARNAMIRIM

 Vai ser amanhã, à tarde, com início às 14 h, que Mané Beradeiro se apresentará na inauguração do Espaço Infantil da Biblioteca Nísia Floresta - que fica localizada dentro do IFRN- Parnamirim. O poeta e contador de histórias levará ao publico um repertório cheio de coisas boas, que tratam sobre os livros e seus encantamentos. Como  não podia ser diferente, com ele estarão também Ananias e Sarauê.



domingo, 26 de junho de 2022

PROJETO DAS ARTES VAI REALIZAR EVENTO NA PRAÇA ALUÍZIO ALVES



 O Projeto das Artes, uma iniciativa popular, sem fins políticos, fruto da consciência de umas pessoas que reconhecem o quanto a cultura, em suas mais variadas formas de apresentações é importante para o prazer, formação e crescimento da cidadania, vai realizar brevemente, no dia 16 de julho, na Praça Aluízio Alves,  localizada no Jardim Aeroporto, bairro Emaús, em Parnamirim-RN, o SÃO JULHÃO DO PROJETO, tendo início às 17:30 h.

Muitas barracas com produtos alimentícios e artesanato, plantas, roupas, livros, cordéis, etc estarão disponíveis para o público, com preços especiais. Desta forma, o projeto une o útil ao agradável, trazendo alegria e promovendo a economia do bairro.

Como já escrevi acima, o Projeto das Artes vive exclusivamente das contribuições que a própria comunidade oferta, quer seja através das pessoas físicas e os estabelecimentos comerciais, sem receber nada do poder público, em qualquer esfera. Para poder alugar uma tenda, visando proteger os expositores, o Projeto está oferecendo às pessoas, bilhetes de um balaio julhino, ao preço de R$ 2,00 (dois reais, que será sorteado no evento).


Ontem à tarde, teve a reunião sobre essa ação e o local não podia ser outro: a Praça Aluízio Alves, afinal como escreveu o poeta Castro Alves, "A Praça é do povo".


Francisco Martins

26 de junho de 2022


terça-feira, 14 de junho de 2022

POR UM RIO DE LEITURA QUE NÃO SEJA ESTAGNADO

 

O Projeto Rio de Leitura, que funciona em Parnamirim-RN, nas escolas municipais e tem como objetivo principal formar leitores, tem sofrido perdas neste ano de 2022, quando a Secretaria Municipal de Educação retira da Biblioteca, o Professor Mediador de Leitura, que atua nas séries do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II.

Diante disso, eu, Francisco Martins, escritor, poeta, cordelista, editor de livros cartoneros e outras coisas afins, veio me solidarizar com todas as pessoas envolvidas no Projeto Rio de Leitura e afirmar de forma contundente a não aceitação dessas ações que minam um dos projetos mais lindos do Brasil e que tantos frutos tem dado à cidade de Parnamirim-RN.

Senhores gestores, tenham a dignidade de dar aos munícipes portas abertas de bibliotecas, livros nas mãos de alunos, Mediadores semeando o prazer da Leitura e assim, somente assim, a comunidade terá a colheita de homens e mulheres que edificam uma sociedade.

 

Francisco Martins

14 de junho de 2022

 

sábado, 11 de junho de 2022

CACIMBA DE SÃO TOMÉ



Em tempo: Cacimba de São Tomé é uma série de imagens com prosa e poesia que tratam sobre nossa História.
Assunto: 1ª casa de alvenaria de Parnamirim
No centro de  Parnamirim-RN, na Rua Otávio Gomes de Castro, existe a primeira edificação em alvenaria de Parnamirim. Devemos preservar a nossa história.

Ela é a mais antiga
Que na cidade foi feita
Otávio Gomes de Castro
Nela deixou a peleita
A cultura diz "é berço"
Nós queremos com apreço
Mantê-la a mais perfeita

Mané Beradeiro
11 maio 2022


terça-feira, 3 de maio de 2022

QUANDO UM ARTISTA ENCONTRA UM MURO

 A arte é uma expressão divina. Ela comunica beleza, harmonia,  sentimentos, vida. A arte transforma e tem a capacidade de fazer o mundo melhor. Quando um artista plástico encontra um muro e a ele são dadas condições para criar, então acontece algo maravilhoso.  Comprovem vocês mesmo o que fez um grupo de artistas da cidade de Parnamirim-RN, que integram o Projeto das Artes, que tem como objetivo fomentar a economia, cultura e lazer, revitalizando os espaços públicos. No projeto não há fins lucrativos, tampouco político. Os comerciantes do bairro e os moradores contribuem conforme suas possibilidades. Tudo começou em 2018, com uma ação na Praça Aluízio Alves, conjunto Jardim Aeroporto, no Parque Industrial.

Jefferson Coquinho, Alexandre Fernandes, Mônica Rocha e Thompson Costa foram os artistas plásticos que pintaram o lindo painel no muro da Escola Municipal Manoel Machado, no Jardim Aeroporto, com o tema "Encanto Nordestino, no qual foram homenageados dois poetas cordelistas: Antonio Francisco (Mossoró-RN) e Mané Beradeiro, o Francisco Martins, que reside naquele bairro.


Os artistas dedicaram várias horas na elaboração do painel, desde a pintura do muro até a arte final. A entrega aconteceu no sábado último, numa ação cultural que começou às 17h e se estendeu até 21h, com apresentações musicais do cantor Abmael e  a turma do Forrozão Sol Luar, além de artesanato, poesia, vendas de livros e cordéis e barracas com lanches 


O Projeto das Artes está de parabéns por ações tão louváveis e enriquecedoras à alma coletiva dos parnamirinenses. É importante dizer que os artistas plásticos citados acima, receberam apoio da equipe que não domina o pincel, mas faz a coisa acontecer: Suila Medeiros, Georgia Regina,Sabrina Menezes e Oreny Júnior.

Continua valendo a frase de Leonardo da Vinci: "A arte  diz o indizível;  exprime o inexprimível, traduz o intraduzível".

sábado, 2 de abril de 2022

RÔMULO CHAVES WANDERLEY - UM HOMEM QUE BEM SERVIU A CULTURA

 Amanhã, domingo, 3 de abril é a data natalícia do escritor Rômulo Chaves Wanderley, que veio ao mundo em 1910 , tendo como palco a cidade de Assu. Seus pais se chamavam Rodolfo Chaves Wanderley e  Júlia da Silva Wanderley. Ele, de Assu, ela de Mossoró. Muito cedo, o menino Rômulo começou a escrever poemas nos jornais de Assu, e mesmo quando se mudou para Angicos, não deixou de contribuir com os periódicos da sua terra natal.


Em 1937, então com 27 anos, veio morar em Natal. Trabalhou no jornal "A República", começando como revisor e depois foi redator. Deu suas contribuição para outros jornais, como "O Diário de Natal", mas foi na "Tribuna do Norte", onde ele sedimentou sua trajetória jornalística, mantendo por muitos anos, a coluna "A Nota da Manhã", iniciada em 1950.

Foi professor, do Atheneu e da Faculdade de Filosofia,  advogado ( formado na turma de 1945),  Secretário Geral do Governo José Varela, Procurador  do Tribunal de Contas do Estado (Governo Aluízio Alves). Fez parte de algumas instituições culturais do Rio Grande do Norte, entre elas a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, onde  por 17 anos foi o ocupante da cadeira 16 e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Veríssimo de Melo assim descreve a imagem física de Rômulo Wanderley: " cabeleira leonina, gordo e lento, era espírito alegre e bonachão,  amando o bom papo, a boa pilhéria (nos velhos tempos regada à cerveja ou vinho português), e sem pressa até mesmo de atravessar rua movimentada".

Como escritor teve as seguintes obras publicadas:

1) Uma Tempestade num copo d'água ( crônicas), 1951

2) Arca de Noé (perfis de deputados), 1952

3) A geografia Potigar na sensibilidade dos poetas (ensaios), 1962

4) Canção da terra dos Carnaubais (poemas). 1ª edição 1965, 2ª ed 2010

5) Panorama da poesia Norte-Rio-Grandense. 1ª 1965

6) Luis da Câmara Cascudo e os trovadores (louvação em prosa e verso), 1966

7) Noções de história e geografia do Rio Grande do Norte - Volume I, 1968

8)  Romance da vida e dos milagres do Padre João Maria  - 1968

9) História do Batalhão de Segurança, 1969

10)  Noções de história e geografia do Rio-Grande do Norte - Volume II, 1972, obra póstuma

Deixou alguns trabalhos inéditos, como por exemplo o romance  "Tabatinga".  O texto original encontra-se guardado no IHGRN.

Casou com Maria Amélia Pinheiro Wanderley, gerando  três filhos: Berilo Wanderley ( escritor, poeta, cronista), Gilberto Wanderley (médico) e Maria Leonora, que faleceu aos 11 anos.

Faleceu no dia 7 de janeiro de 1971, aos 60 anos e 9 meses. Rômulo Chaves Wanderley é Patrono da Biblioteca Municipal de Parnamirim, que está celebrando 50 anos de criação.

Francisco Martins


Fontes

Patronos e Acadêmicos -  Volume II - Veríssimo de Melo -  Editora Pongetti - Rio de Janeiro, 1974

A Grande Pesquisa -  Homenagem aos 80 anos  da ANRL (1936-2016) -Francisco Martins - 8 Editora - Natal, 2016

Memória Acadêmica - Leide Câmara - Editora IFRN - Natal 2017 - páginas 306 a 308.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

VIAGEM A PIRANGI, NO TÚNEL DO TEMPO, COM DIOCLÉCIO DUARTE

    Fim do veraneio no litoral potiguar. Muitas famílias foram para Pirangi, hoje município de Parnamirim-RN. Trago para o deleite dos leitores, a crônica escrita por Dioclécio Duarte. Uma página repleta de testemunho e saudade. Um texto com 83 anos.



PIRANGI

 Cinco intermináveis horas em cavalo "chotão"... Atravessamos, primeiramente, espessa mata. Depois marchávamos ao longo do tabuleiro para, em seguida, nos enterrarmos nas areias movediças das dunas.

    Inúmeras mangabeiras que, mais tarde, desapareceram ao corte das foices e machados assassinos eram ornamentos dos terrenos arenosos.

    Os homens ignorantes dos crimes que cometiam transformaram os troncos das árvores raquíticas em caçuás e sacos de carvão vendido na cidade por preços ínfimos.

    E eu sei que ainda hoje não parou a devastação. As saborosas mangabas diminuíram. Custo a descobrir dentro das enormes cuias que, antigamente, as pretas velhas conduziam na cabeça oferecendo à porta das casas ricas.

    Entre as mangabeiras, desordenadamente, os batiputás surgiam. Os antigos aprenderam com os índios a fabricação do óleo que empregam na cozinha do peixe, dando-lhe gosto especial.

    De quando em vez se erguia um cajueiro florido.

    As mangabeiras, as árvores de bati e os cajueiros são as frutas preferidas desses sítios. Somente na proximidade da praia é que se desvendam os altivos coqueiros.

    Depois... O tempo correu veloz. Amigos morreram. Não mais existe o professor Mendes, um homem alto e magro, de extrema palidez. Andava sempre de luto e tossia como se a tísica lhe roesse continuamente os pulmões cansados.

    Onde está a família Pulga? As meninas envelheceram e abandonaram a praia carregada de filhos. Deixou de fazer rendas a velhinha de cabelos brancos entre cujos dedos esguios os bilros cantarolavam para dormirem ao contacto da almofada de palha.

    Isso foi há muitos anos. Eu não passava de uma criança travessa que gostava de apreciar as jangadas e ouvir a história feiticeira dos pescadores.

    Os meus amigos pescadores! Mas eles não me acompanham... A paisagem primitiva não aparece perante os meus olhos.

    Pirangi no meu tempo de menino era uma praia alegre. As ondas não tinham a irritação das suas irmãs. O mar era suave o tranquilo. Permitia que andássemos, com água pela cintura, 500 metros ou mais sem receios de precipícios e ressacas.

    Era um mar generoso e amigo. Quando as jangadas chegavam carregadas de "xaréus", "ciobas", "galos", "cavalas", "serras", "dourados", "garoupas", ajudava a arrastá-los até a areia da praia, onde a algazarra era enorme.

    Voltei agora a Pirangi. Não conhecia a estrada. Em lugar do animal bisonho corria o automóvel. Tudo para mim estava mudado. Os pescadores perderam também a confiança na amizade do mar.

    Poucas as jangadas. Botes raros. Apenas meia dúzia de "currais" roubam a bravura do pescador e o seu contacto destemeroso com o oceano. Os "currais" simbolizam a preguiça. E não pertencem ao pescador. Ficam os seus donos embalados e sonolentos nas redes até a hora em que os empregados vão colher a safra das armadilhas nocivas.

    Foram os tresmalho substituídos pelos "currais". Os pescadores desertaram. Não encontram ocupação. Um "curral" exige o serviço de seis homens. O tresmalho de trinta. Mas o tresmalho é mais trabalhoso, como a jangada e o bote são mais arriscados. Escasseiam os peixes. Passam fome os pescadores. Os "currais" destruíram os cardumes e mataram o animo dos pescadores. As praias perderam também a existência pitoresca e encantadora.

    Pirangi é uma vítima, pobre vítima da indolência dos homens e do espírito displicente da autoridade que preferia deixar de cumprir a lei a experimentar incômodos, desatendendo a compadres e correligionários, a quem era difícil esclarecer e mostrar o erro de não ser patriota.  

DIOCLÉCIO D. DUARTE 

 Jornal "A República", 9 de fevereiro de 1939, página 3.


Imagem: site https://natalrn.com.br/parnamirim-rio-grande-do-norte/, visualizado em 08 de fevereiro de 2022.


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

O POETA E A "JUMENTA PRETA"

 Com a chegada da pandemia eu comecei a fazer pão caseiro para vender, era o mês de maio de 2020 e logo tive que pensar numa forma mais econômica para entregar meus produtos, de carro ficava inviável e de bicicleta, cansativo. A solução foi  comprar uma moto. Será que daria certo? Não tinha experiência nenhuma como motociclista. Sempre achei que moto é o esposo da morte.

O poeta padeiro

E depois de uma pesquisa de preço pelas lojas decidi que a opção mais em conta para mim seria uma moto de baixa cilindrada, a famosa cinquentinha (50 cc). Não correria muito e para quem estava começando a pilotar era suficiente.  Some-se a isso o fator de consumo do combustível que é muito baixo. Pronto! Seria uma cinquentinha.  Fui à  DM Motos - Peças Shineray, em Parnamirim-RN e lá fechei a compra. Até tentei trazê-la para casa, mas como não estava seguro, pedi ao vendedor que viesse deixá-la. Foi um dia muito feliz para mim, pois aquela compra tinha muito do meu suor, oriundo das vendas dos pães e também da minha esposa que deu uma contribuição para completar o valor.

Eu e Ricardo da Shineray Motos

Tinha duas opções de cores: vermelha e preta. A segunda foi a escolhida. À noite saia pelas ruas menos movimentadas do meu bairro, treinando no volante: equilíbrio, marchas, luzes, sinalização, etc. Uma semana depois eu pensei: já tenho condições de ir entregar meus pães em Parnamirim. E assim fui.  Suava mais que chaleira no lume.  Naquela tarde eu fiz a primeira e a segunda entrega pelo Centro de Parnamirim. Ao me dirigir para o bairro Boa Esperança eu fui surpreendido numa rua estreita por um caminhão.  Nervoso não consegui controlar a moto e para não acontecer o pior puxei para o lado e fui ao chão.  Menos de uma semana com a moto e já estava sendo batizado. Literalmente um batismo de sangue, pois meu pé, panturrilha e joelho da perna direita sofreram escoriações. Junte-se a isso que a moto quebrou um retrovisor e arranhou parte da carenagem. O motorista do caminhão, um jovem, desceu muito nervoso e  me pediu por tudo no mundo para não chamar a polícia de trânsito, pois ele estava sem carteira, aprendendo a dirigir aquele veículo. Eu falei:
-Vá em paz, somos dois aprendizes. Eu também não tenho habilitação para pilotar moto. Quando cheguei em casa, minha esposa disse que não daria certo ficar com a moto. Eu argumentei que não senti medo e estava feliz por isso ter acontecido na minha primeira saída.  Ia ficar triste se tivesse sido com trinta dias ou mais.
Marco Zero da BR - 101 - destino a São Miguel do Gostoso
Aos poucos fui adquirindo experiência e segurança. Hoje, se depender de mim eu vou de ceca à meca, em busca das coisas e pessoas que gosto.  Até agora não fiz grandes viagens, as maiores foram as seguintes ( km de ida e volta)
Jandaíra-RN -  280 km - BR 406 
São Miguel do Gostoso - 238 km - BR 101
Barra de Cunhaú -RN - 140 km - BR 101
Portal de Barra do Cunhaú
Papai sempre batizava os carros e animais que ele tinha. Também gosto disso e chamei a minha moto de "Jumenta Preta". Se fosse mais potente e veloz com certeza iria denominá-la de  Pegasus,  o mitológico cavalo alado. Quem sabe se um dia não terei!


Se minha Jumenta Preta não consegue andar na velocidade que muitos esperam, às vezes sou atormentado por aqueles que não têm paciência e ficam buzinando, como se agindo assim aumentasse a potência da cinquentinha. Pensando nisso resolvi alertá-los com uma estrofe  no estilo de cordel. Ei-la:


Ah!  ainda em tempo  posso dizer que se você não gostou do nome "Jumenta Preta", pode chamá-la de Muar Azeviche, nome dado pelo Acadêmico (ANRL) João Batista Rodrigues.


E assim,  o poeta a  "Jumenta Preta" vão levando alimento para o corpo e a alma.  Até mesmo, Ananias está querendo também ser motociclista.


Ananias meu jumento
Disse que vai aprender
Dominar a cinquentinha
Para com ela correr
Sair pelo mundo afora
outros asnos conhecer

Francisco Martins

22 de novembro 2021



sexta-feira, 30 de outubro de 2020

CRÔNICA COM SABOR DE FANTASIA NUMA CIDADE ENCANTADA - PARTE II

 Numa esquina que fica localizada no bairro Monte Castelo, em Parnamirim-RN, existe um exemplo de superação. Não é dado por uma pessoa nem animal, o exemplo vem de uma planta


 Eu a conheci na semana passada, quando trafegava por ali, montado na minha Muar Azeviche* e fazia entrega de pães. Fiquei curioso com aquela  "árvore", nunca tinha visto nada igual na  Cidade Trampolim da Vitória. Parei a Muar  Azeviche  e fotografei. Foi quando ouvi um  psiu de alguém me chamando. Olhei para os lado e não vi ninguém. Liguei a Muar e o psiu voltou a ser dado de forma mais forte. Só assim percebi que era a própria árvore que eu tinha fotografado, que me chamava.

-Venha aqui! Sei que você consegue escutar a gente, assim como um dos seus escritores favoritos também escutava

Fiquei pasmo, pálido, tremi nas bases, mas fui.

-Olá dona árvore! Como vai?

 -Não sou árvore, sou uma trepadeira, unha-de-gato, que cresce  agarrada aos muros das cidades. Sou muito usada em paisagismo, mas eu resolvi ir mais além. Quis ser árvore! Sempre desejei  crescer para cima ter raízes sólidas, ver mais além.

-Verdade! Agora que percebo que a sua folhagem é de uma vegetação totalmente diferente das árvores. Como conseguiu esta proeza?

-Com determinação, força de vontade e muita superação. Não foi fácil mas estou aqui. Sou única!

-Parabéns! Posso  dizer isso lá no meu blog?

-Sim. 

-Qual seu nome pessoal?

-Eu sou Darci. Agora pode ir. Espalhe minha história.

E foi assim que eu, poeta, padeiro, pude perceber que em tempo de pandemia até a vegetação busca se aventurar. Viva Darci!


Francisco Martins

30 de outubro 2020

 

*Jumenta preta, minha moto de 50cc