O poema de minha autoria "A justiça e a paz", foi classificado e selecionado para a antologia do PRÊMIO OFF FLIP 2024 - Poesia.
A eterna voz de Deus na consciência de todos os povos.
A justiça não tem dono. É um bem universal.
A justiça não é urdida de intrigas, nem se prevalece de vantagens reais.
É independente. Não se banqueteia com poderosos
E, sem favoritismos, acolhe os fracos e desvalidos dos bens sociais.
A justiça não é vingativa. Pressupõe a inocência.
É equânime, mas não favorece jamais a impunidade,
Sendo, por isso, reconhecida a magnitude de sua dignidade.
A justiça é indulgente com o argueiro no olho do acusado,
Mas há de ser inexorável com a trave no olho dos que o condenam
Ruidosamente, fundados em controversas razões parciais.
A justiça é meridiana. Não permite nem faz sombras à verdade,
Mas é, nela, que se ilumina e se sustenta. Sua fala é a verdade
E diz, em plena claridade, do que é, que é; do que não é, que não é.
A justiça não está nos códigos, nem nas supremas leis,
Mas no imperativo do que deve ser feito e não procrastinado,
Realizando-se rigorosamente, no tempo preciso, o seu desígnio maior.
A justiça falha quando erra e erra quando tarda e é complacente,
Ou omissa até com as próprias falhas de consequências irreparáveis.
Justiça tardia e lassa não é justiça. É cumplicidade falaz.
A justiça não é perseguição, mas determinação;
Não é contingência, mas diligência em sua suprema função
De garantir uma sociedade justa e organizada que a todos compraz.
Ai dos traidores da justiça! dos que detêm e concentram o seu poder,
E, em seu nome, praticam a iniquidade, surdos à voz do Infinito Poder,
Porque a sua Lei é implacável, e a sua dosimetria é a eternidade!
Não é cega a justiça e não será jamais. Vê que é bom, tudo o que faz
E constrói, com o trabalho dos justos de boa vontade, o luminoso dia
Em que vem, para todos, ela mesma, a justiça abraçada com a paz!