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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

HOJE É A DATA DOS 70 ANOS DA POSSE DE JOSUÉ MONTELLO NA ABL


 Josué Montello nasceu em 21 de agosto de 1917, no Maranhão, e  faleceu no dia 15 de março de 2006. Assim, desta forma tão sucinta se expressa o nascer e o morrer de um homem que existiu por 88 anos.

Ele foi um gigante na literatura brasileira, um cidadão que prestou serviços relevantes ao seu país,  aqui e no exterior. Há muito para dizer sobre Josué Montello e muito mais para se aprender sobre ele e com a sua obra.

Imortal, entrou na Academia Brasileira de Letras em 4 de novembro de 1954, onde viveu por quase 52 anos, sendo o ocupante da cadeira 29. O poeta Mané Beradeiro, celebrando os 70 anos da posse de Josué Montello na ABL, está escrevendo um cordel bibliográfico sobre o mesmo, que vai ser lançado brevemente.

 

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

ABL DECLARA OFICIALMENTE VAGA A CADEIRA 27 E COMEÇA A RECEBER INSCRIÇÕES PARA A MESMA

 A Academia Brasileira de Letras realizou  quinta-feira passada a Sessão da Saudade em homenagem a Antonio Cicero, morto no dia 23 e após, declarou oficialmente vaga a cadeira 27. O presidente Merval Pereira já recebeu a primeira carta de inscrição, vinda do embaixador Edgar Teles Ribeiro. Foi candidato em 2023 na eleição de Lilia Schwartz. As inscrições ficarão abertas durante 15 dias e a eleição será no dia 11 de dezembro, em sessão especial.

Antonio Cícero

Edgar Teles Ribeiro é escritor e diplomata aposentado. Iniciou sua carreira como crítico de cinema no Rio de Janeiro, onde também escreveu para os suplementos literários de O Correio da Manhã e O Jornal.

Estudou cinema na (UCLA), onde dirigiu alguns curtas-metragens. Em 1980, um de seus filmes (“Vietname, viagem no tempo”) foi exibido no Festival de Cannes. Entre 1978 e 1982, foi professor de cinema na UNB.

Como escritor, é autor de 14 livros, entre romances e livros de contos. Críticos da relevância de Antonio Candido, Antonio Houaiss e Wilson Martins, entre outros, elogiaram sua obra. O romance Olho de rei, recebeu o prêmio da Academia Brasileira de Letras para Melhor Obra de Ficção de 2006.

Edgar Teles

O primeiro romance de sua trilogia, sobre a ditadura militar brasileira (O punho e a renda), conquistou o prêmio de Melhor Romance do Pen Clube em 2011. Dois de seus livros foram finalistas dos prêmios Jabuti (segundo e terceiro lugares). Algumas de suas obras foram publicadas nos Estados Unidos e em diversos países europeus, entre elas O criado-mudo, O punho e a renda, O impostor e Larvas Azuis da Amazônia.

Como Diplomata, serviu em diversos países (Estados Unidos, Equador, Guatemala, Nova Zelândia, Malásia, Tailândia). Quando em Brasília, trabalhou sobretudo na área cultural do Ministério das Relações Exteriores, e chefiou o departamento cultural entre 2002 e 2005. É autor da tese acadêmica “Diplomata Cultural, seu papel na política externa brasileira”.


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

COMO APARECEU TIBÚRCIO GAMA

 Hoje iniciamos uma série de postagens sobre curiosidades da literatura e escritores. São textos colhidos nas minhas leituras que estarei disponibilizando a você, que sempre passa por aqui e curte as postagens.

A primeira é sobre  Artur de Azevedo.

COMO APARECEU TIBÚRCIO GAMA

    Todos os domingos, desde a fundação do Correio da Manhã, publicava Artur Azevedo, na primeira página do jornal de Edmundo Bittencourt, um conto de inspiração jovial. 
   Regularmente, o contista surgia com a sua anedota, o seu pequeno caso brejeiro, ou a historieta de passatempo, e divertia os leitores com a espontaneidade de sua graça.
     Não tardou surgissem no caminho do velho escritor as críticas hostis das novas gerações. O conto, assim como Artur Azevedo o construía, parecia-lhes modalidades obsoletas de narrativa. Havia agora uma plêiade mais ágil e mais interessante de contistas modernos, sensivelmente superiores ao autor dos Contos Possíveis. Por que não dar oportunidade a esses valores novos?
    E Artur Azevedo, um dia, recebe a notícia de que o Correio da Manhã não mais publicaria o seu conto dominical. Em vez da página habitual do antigo colaborador, o jornal abrira um concurso destinado a selecionar, entre os trabalhos da nova geração, os de mais alto merecimento.
    Com efeito, assim se fez. E o premiado, na primeira seleção do Correio da Manhã, é, na verdade, um desconhecido: Tibúrcio Gama.
    Ao ser conhecido o resultado do concurso, Artur Azevedo se apressou em escrever uma carta ao jornal, com esta notícia: o Tibúrcio Gama era ele! o conto premiado era seu!
   Interessado em saber se poderia ombrear com os escritores novos, o velho mestre recorrera ao expediente de remeter um conto sob pseudônimo, e com outra letra, para a seleção do jornal...
    E concluía: "Confesso" - Escreveu, fechando a carta - "que a escolha não me contrariou, mas como não posso nem devo receber o prêmio de um torneio oferecido aos moços, rogo aos meus ilustres colegas que destinem os 50$000 de Tibúrcio Gama a um conto suplementar, que seja efetivamente escrito por um moço."
 
 

Fonte: Anedotário Geral da Academia Brasileira -  Josué Montello - 3ª edição - Livraria Francisco Alves Editora S.A,  Rio de Janeiro, 1980.