A cultura local perdeu hoje o músico, compositor, jornalista e servidor do TRT Manassés Campos. Após uma cirurgia cardíaca bem sucedida, e alguns dias de alta em casa, ele sentiu-se mal ontem à noite e veio a falecer na madrugada de hoje.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
A MULHER SEM SORTE
Numa certa manhã, de um dia e ano que não gravei as datas, eu e minha esposa estávamos numa clínica no bairro de Tirol, onde seríamos atendidos por um cardiologista. Naquele mesmo local também se encontrava meu amigo João Batista Pinheiro Cabral. Escutei quando a recepcionista anunciou o seu nome para fazer um exame. Quando ela saiu do consultório, dirigi-me até ele e como sempre, foi aquela alegria! Sorriso largo, sentimento gostoso de uma amizade. Chamei Sandra e a apresentei:
-Doutor João Batista, esta é Sandra, minha mulher!
Ele a olhou. E como não podia deixar de fazer, aproveitou a oportunidade para fazer uma das suas peraltices, pois naquele homem sempre prevalecia o humor e o espírito de um menino peralta.
-Muito prazer em conhecê-la. Deixe-me dizer que a senhora é a SEM SORTE e ele é o CONSORTE.
Os trocadilhos de João Batista deixava a vida mais alegre!
O consorte e a sem sorte |
Francisco Martins
16 fevereiro 2023
ASSIM DISSERAM ELES...
"Um povo que cresce habituado a má literatura é um povo que está em vias de perder o pulso de seu país e de si próprio"
Ezra Pound
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
POEMA DEDICADO AO POETA OTONIEL MENEZES
(WALFLAN DE QUEIROZ)
O mundo não será jamais extinto pela água.
Não haverá mais dilúvios.
Um grande hotel foi construído no cimo do monte em que [parou a Arca de Noé.
O mundo agora pode ser extinto pela falta de amor entre [os homens.
Acredito que desta vez ele não se salvará.
A não ser que os seus poetas o salvem.
Só uma coisa causa medo: o desaparecimento da poesia.
Meu Deus! Para onde irão os poetas depois da morte?
Todo poema é comunicação.
O poeta quando fala oferece aos outros, como dádivas, os seus [sentimentos mais puros.
Nenhum poema pode ser reflexo de um coração de pedra.
Meu Deus! Livrai-nos dos homens vazios!
E dai-nos esta pureza que nos torna semelhantes aos vossos [anjos,
E causa raiva ao imperador dos antros infernais!
Não haverá mais dilúvios.
Um grande hotel foi construído no cimo do monte em que [parou a Arca de Noé.
O mundo agora pode ser extinto pela falta de amor entre [os homens.
Acredito que desta vez ele não se salvará.
A não ser que os seus poetas o salvem.
Só uma coisa causa medo: o desaparecimento da poesia.
Meu Deus! Para onde irão os poetas depois da morte?
Todo poema é comunicação.
O poeta quando fala oferece aos outros, como dádivas, os seus [sentimentos mais puros.
Nenhum poema pode ser reflexo de um coração de pedra.
Meu Deus! Livrai-nos dos homens vazios!
E dai-nos esta pureza que nos torna semelhantes aos vossos [anjos,
E causa raiva ao imperador dos antros infernais!
DEDICATÓRIA DO AUTOR
FONTE: O tempo da solidão, Walflan de Queiroz, poesia, Edições Cactus, Natal-RN, 1960, página 34
sábado, 11 de fevereiro de 2023
JOÃO BATISTA PINHEIRO CABRAL: UM SÁBIO
“De fato, os dias de nossa vida chegam a setenta anos, ou a oitenta para os que têm mais saúde; entretanto, a maior parte dos anos é de labuta e sofrimentos, porquanto a vida passa muito depressa, e nós voamos!”
Salmo 90:10 (versão King James atualizada)
João Batista Pinheiro Cabral viveu exatos 81 anos e 8 meses. Nasceu em Assu, no dia 7 de junho de 1941. Seus pais foram Heitor Cabral e Gisélia Pinheiro Cabral. Foi sempre um homem voltado à cultura, quer seja sendo professor ou atuando como escritor, pesquisador e historiador.
Viveu mais de 25 anos fora de Natal, para cumprir, como ele mesmo escreveu, “o destino profissional, funcional e magisterial que me foi ditado pelos desígnios da Providência Divina”. Sua formação primária se deu no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, da Congregação “Filhas do Amor Divino”, em Assu e depois, em 1953, foi aluno do Colégio Estadual do Atheneu Norte-rio-grandense. Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 1968, tornou-se depois Mestre em História (1972) e depois Doutor em História da América Latina, concluindo em 1979. Foi professor titular da Universidade de Brasília, mas antes, trabalhou em várias escolas de Natal, ministrando aulas de História e Inglês em instituições públicas e particulares. De 1965 a 1969, foi diretor da Escola Estadual Padre Miguelinho, em Natal. Ao todo, foram 32 anos de magistério.
Escrevia em vários idiomas. Quando esteve estudando nos Estados Unidos da América, casou-se com Joan Marie Cabral e constituiu família. No Brasil, também Foi funcionário do TRT-21ª Região, cursou a Escola Superior de Guerra (1984), foi diretor do SENAR e Oficial de Gabinete do Governo Aluízio Alves. Sua participação em simpósios, seminários e congressos é extensa.
Foi eleito para a Academia Norte-rio-grandense de Letras no ano de 1994 e tomou posse em 23 de março de 1995, na cadeira 6, que tem como patrono Luís Carlos Wanderley (Assu), sendo fundadora e primeira ocupante Carolina Wanderley (Assu), tendo como primeiro sucessor Gumercindo Saraiva (João Câmara), a quem João Batista sucedeu.
Seu primeiro livro foi “Partido Liberal Mexicano e a Greve de Cananeia” (1981) e depois vieram outros trabalhos. Escreveu em vários jornais e muito contribuiu com seus artigos para a Revista da ANRL, onde publicou 14 textos.
Foi sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, que diante da sua grandeza cultural, por iniciativa da Diretoria do IHGRN, passou a ser sócio honorário, compondo uma lista de renomados nomes de homens e mulheres que se dedicam à cultura. Na Revista do IHGRN, Joao Batista Pinheiro Cabral também deu sua contribuição. Estão lá nas edições de 1980, 1981 e 1987.
O intelectual João Batista Pinheiro Cabral atendeu, no dia 8 de fevereiro último, ao chamado da “Moça Caetana”, e quando o leitor estiver lendo esse artigo, nosso honrado e saudoso escritor e historiador já estará recebendo as insígnias que a ele estavam reservadas, na eterna “Potyguarânia Cósmica”.
A morte não irá ofuscar a sua trajetória, seus passos ficarão durante muitos anos nas estradas por onde passam seus amigos, as instituições culturais das quais participou saberão cuidar do seu legado.
Francisco Martins
Sócio efetivo do IHGRN, da Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes–ACLA – Pedro Simões Neto, da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel-ANLiC e do Conselho Estadual de Cultura do RN (Secretário Administrativo).
Fontes Consultadas:
Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, nº 25, Janeiro 1996
Memória Acadêmica – Leide Câmara –Natal:IFRN, 2017
Site do IHGRN – www.ihgrn.org.br
https://ihgdorn.blogspot.com/2023/02/joao-batista-pinheiro-cabral-um-sabio.html?m=1
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
A SOLIDÃO DA IMORTALIDADE
Fui ao Morada da Paz me despedir de João Batista Pinheiro Cabral. Era seu sepultamento. Poucas pessoas compareceram ao ato. Muitas mulheres, alguns homens, e do círculo cultural eu só consegui identificar Doutor Armando Holanda. Se tinha outros, não os conhecia.
Fiquei pensando na "irmandade " ou "confraria" que realmente é cultivada pelas instituições que ele pertencia. Onde estavam aqueles que o procuraram para obter o seu voto quando se candidataram?
A imortalidade pode até se vestir de capelo, túnica, murça, pelerine ou qualquer outro nome que a ela seja dado, mas de uma coisa eu tenho certeza: a imortalidade é seca e solitária. Zombemos dela enquanto vida tivermos! Não tenhamos a pretensão de que multidão estará se despedindo do nosso corpo, excerto se tivermos sidos políticos ou magistrados.
O sepultamento de um escritor é silencioso, como as letras de um alfabeto. E é com elas que eu formei as palavras: Adeus, gratidão e obrigado.
Francisco Martins
10.02.2023
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023
JOÃO BATISTA PARTIU PARA A ETERNIDADE
João Batista Pinheiro Cabral, um pequeno grande homem, deixou-nos na manhã de hoje.
De todos os imortais da Academia Norte-rio-grandense de Letras ele foi o que desfrutei de maior intimidade. Visitava o casal, tomávamos café, falávamos de livros e pessoas.
Ele, um esplêndido contador de causos, que me fazia rir às gargalhadas.
João Batista parte e deixa um espaço vazio no meu coração.
No Barro Vermelho, onde já morou Auta de Souza, Natal está mais pobre de homens bons da magnitude de Cabral.
Adeus amigo!
Francisco Martins, que se sentia feliz em ser seu secretário.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
AMIGO DO JABÁ
Tem certas coisas que a gente deve tomar muito cuidado antes de fazer. Uma delas é postar em contas do Whatsapp, imagem que são verdadeiras tentações gastronômicas. Hoje eu fui ferido pelo amigo Ormuz Barbalho. Pois o sujeito, que vive em Pipa-RN, praticou um ato de tortura com os amigos.
Ele mandou fotos de um prato com carne de charque paraibana com jerimum de Punaú.
Veja você mesmo, caro leitor, e depois me diga se isso não é um ato que provoca infarto.
Como poeta eu só pude escrever a sextilha abaixo:
Eu vejo um prato bonito
Dentro dele tem jabá,
Jerimum de Punaú,
Cebola pra enfeitá
Isso é coisa do Divino
Ormuz, pode acreditá
Mané Beradeiro
UM ARTIGO FORMIDÁVEL
A mais recente revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, edição 73, outubro a dezembro 2022, tem um artigo espetacular, digno de aplausos, pelo seu teor e a profundidade da pesquisa. O autor Rogério de Meneses Fialho Moreira escreveu sobre o poeta Antonio Joaquim Pereira da Silva, natural de Araruna-PB e o primeiro paraibano a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Volto a afirmar: um texto rico de informações sobre o assunto em pauta. Diria que o mais completo da atualidade. Parabéns à Revista da ANRL e ao autor.
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