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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

COLEÇÃO DOS LIVROS DE JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS TERÁ CAPAS PERSONALIZADAS

 Muitos sabem que sou fã do escritor José Mauro de Vasconcelos, tenho todos os livros que ele publicou. Um dos mais famosos é o clássico "O Meu Pé de Laranja Lima". Só deste título eu possuo várias tiragens. Este ano, mais precisamente ontem, comecei a concretizar uma ideia que tive no início do ano, que é personalizar todas capas. Penso no futuro vender esses livros a colecionadores. Vejam o primeiro livro personalizado.






Para esse projeto eu usei papel, tecido, couro e papelão. O  livro ficou com lombada arredondada e recebeu nervuras. Vejam o vídeo abaixo.


Aproveito a oportunidade para pedir que se ainda não está inscrito no meu canal que faça agora. Muito obrigado.


Francisco Martins

29 de dezembro 2022


segunda-feira, 25 de maio de 2020

O PEIXINHO QUE QUERIA CONHECER O MUNDO

Neste tempo em que as crianças não estão podendo ir à escola, alguns professores tem enviado tarefas pelas redes sociais para seus alunos. Hoje eu gravei um pequeno vídeo, com Ananias, para o público estudantil da Escola Municipal Irene Soares (Parnamirim-RN).  Contei a fábula do Peixinho Oscar, que está no livro "Coração de Vidro", de José Mauro de Vasconcelos.

 

sexta-feira, 24 de abril de 2020

CACIMBA DE SÃO TOMÉ - A CASA DE ZEZÉ




Nesta casa da subida
Morou belo pequenino
Um escritor conhecido
Que viveu o seu destino
Lembramos seu centenário
Neste solo nordestino

Mané Beradeiro 

Foi aqui, na atual Avenida Câmara Cascudo, na divisa da Ribeira com a Cidade Alta, que morou José Mauro de Vasconcelos, cujo centenário de nascimento celebramos este anos (1920-2020). Ele foi autor de 21 livros. Dois deles falam do tempo em que morou na cidade, infância e adolescência (Vamos aquecer o sol e Doidão). Escreveu também "Barro Blanco", romance que se passa em Macau-RN. Seu livro mais conhecido é "O Meu Pé de Laranja Lima".

sábado, 18 de abril de 2020

ALDEIA GLOBAL - GILBERTO MENDONÇA TELES

Eu tento, eu juro para vocês que eu tento, mas não consigo. Vivo me policiando para não escrever mais um texto sobre José Mauro de Vasconcelos, na expectativa de que outros  façam. E eis que de repente eu me entrego a esta paixão.  Quando não escrevo, descubro, como por exemplo este poema. Amanhã, 19 de abril, Dia do Índio, quero homenagear os primeiros brasilianos deste solo. Farei isso com um poema de Gilberto Mendonça Teles (1931) que ele  dedicou àquele que em 2020 faz 100 anos de nascimento.

ALDEIA GLOBAL

A  José Mauro de Vasconcelos

 I
No meio das tabas há menos verdores,
Não há gentes brabas, nem campos de flores.

No meio das  tabas cercadas de insetos,
Pensando nas babas dos analfabetos,
Vou chamando as tribos dos sertões gerais,
Passando recibos nos vãos de Goiás.

Trago o sol das férias e algumas leituras,
E trago as misérias dessas criaturas
Para por num brinde os sinais que são
A força dos índios escutando o chão.

Venham os xerentes,  craôs e crixás,
Bororos doentes e xicriabás.
E os apinajés,  os carajás roídos,
E os tapirapés e os inás perdidos.

Tupis canoeiros e jés caiapós,
Xavantes guerreiros, fulvos caraós,
Índios velhos, novos,  os sobreviventes 
Das nações e povos mortos ou presentes.

Venham com seus mitos e lêndeas na língua.
Tragam periquitos, tartarugas e  íngua.
Tragam rede suja e sexo escorrendo
(O olho de coruja fechado, mas vendo)

Vinde todos, vinde como o curupira,
Para que vos brinde no avesso da lira.
Vinde, vinde ao poema e gritai safados
Como siriema nos ermos cerrados.

2

No meio das tabas não quero ver dores
Mas morubixabas e altivos senhores.

Quero a rebeldia das tribos na aldeia.
Nada de poesia. Quero cara feia:
Cor de jenipapo e urucum no peito,
Não índio de trapo falando sem jeito.

Quero todos prontos, sabendo de tudo.
Não quero índios tontos, índios sem estudo.
Quero todos dentro de uma lei que existe
Como luar no centro de seu mundo triste.

Quero ver as danças dos índios goianos,
Cheios de esperanças, cercados de enganos.
Quero ouvir os gritos dos índios bororos,
Cheios de mosquitos, fortes como touros.

Ouvir a risada tupi ou tapuia
Na língua travada como nó de imbuia.
Sabê-los envoltos no sim do momento
E admirá-los soltos como a luz no vento.

Escutar estórias, as dicções agudas;
Saber as memórias, as coisas miúdas
Ditas nos gerais como quem dedilha
As cordas vocais de uma redondilha.

"-Índio  caiapó
Vai queimar os matos,
Vai por cal e pó
No rumor dos fatos"

"-Índio canoeiro
Vai beber cauim
E lutar ligeiro
Pelo Tocantins."

"-Índio carajá
Quer comer pipoca?
Índio agora já
Vai querer popica."

"-A onça comeu
Cachorro meu um.
Berocan encheu
E chegou pium."


3
Mas o índio guaiá parecido fera,
Olha o rio lá da sua tapera
E, cheio de doença, de fome e de mugre,
Não vê diferença no comum do bugre.

Dança a aruanã, bebe muito e dorme,
E sonha a manhã como um sol enorme 
Queimando cachaça com os  Anhangueras.
E então acha graça sem saber deveras

Que os índios goianos
(Índios brasileiros)
Só conhecem danos
Sendo os verdadeiros
Donos desses rios, desses campos e ervas,
Donos dos desvios de suas reservas.

Donos da linguagem no fundo da boca,
Donos da folhagem, da raiz, da pouca
Certeza doída de quem sabe a priori
Que até sua vida vai virar folclore.

Fonte:  Poesia Sempre (Revista Semestral de Poesia), Biblioteca Nacional,.  Ano 2, número 3,  Fevereiro 1994, páginas 209 a 211





segunda-feira, 13 de abril de 2020

MÊS DE MAIO TRAZ NOVO LIVRO DE FRANCISCO MARTINS

 No ano em que se celebram os 100 anos de nascimento de José Mauro de Vasconcelos (1920-2020), um  dos escritores brasileiros de maior sucesso, desde 1946. O escritor e pesquisador Francisco Martins vai lançar em maio próximo, uma plaquete que tem como título: RESENHAS E OUTROS TEXTOS, na qual contempla comentários e críticas referentes aos 21 livros publicados pelo autor, além de trazer curiosidades sobre a vida e a obra de José Mauro de Vasconcelos,  e como diz o próprio título: outros textos.

sábado, 11 de abril de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - O GARANHÃO DAS PRAIAS

Partindo da loa cantada, atribuída a Maria Antonia, que diz:"A Lua tem quatro quartos/ Nenhum quarto tem amor/ Neles moram o desengano/ O frio, a tristeza, a dor",  o escritor José Mauro de Vasconcelos vai narrar por treze capítulos as histórias de  "Canário", Dóttie, Hanna, Mariaualê personagens que vivem dentro da selva, numa aldeia indígena.
Dóttie é enfermeira,  com um passado que a tranca dentro do quarto minguante, onde mora o frio. Sua história é triste, mas sua lição de vida é transformadora.
Hanna, uma missionária que não consegue êxito em sua missão, habita o quarto do desengano. "Canário", o garanhão, homem  que vive naquela aldeia por mais de vinte anos, trabalhando como vaqueiro, é o maior conquistador e desejado pelas mulheres, por causa da sua beleza física.  Se a vida vai proporcionar a "Canário" muitos momentos de prazer, isso não assegura que faz dele uma pessoa feliz. Ele sabe que é morador do quarto crescente, dentro do qual divide o espaço com a tristeza.
"Canário" é o tipo de homem que não dispensa ninguém num ato sexual,  deu abertura, ele entra, literalmente! Foi assim com Dóttie, com  a índia Mariaualê (sexo oral, respeitando que ela ainda era jadomã  -virgem), com Rucanaro, com Felícia e até mesmo um frade. O livro deve ter causado um impacto junto ao público quando foi lançado em 1964, dada as cenas de sexo que relata. Textos picantes,  como estes:
"- Beije-me todo, Dóttie.
-Nunca fiz isso, Canário.
-E por quê? O que tem demais? Tudo é corpo. Cada pedaço do corpo é corpo.
Ela arfante de prazer jogou a cabeça entre as coxas fortes de canário" (p. 68 e 69).
 Não pense o leitor  que vai encontrar apenas aventuras sexuais, ou como queira xuque-xukre, no linguajar indígena. Em "O Garanhão das Praias", você vai se deparar também com a realidade da pobreza em que viviam aqueles índios e as poucas condições de trabalho que tinha o então Serviço de Proteção aos Índios, enfrentando epidemias, com vacinas de Paludan e comprimidos de Malezim. Na última página, o autor  conclui a narrativa determinando que  escreveu em Aruanã (antiga Lepoldina), estado de Goiás.

Francisco Martins
8 de abril de 2020







quinta-feira, 9 de abril de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - O VELEIRO DE CRISTAL



Eduardo tem apenas 12 anos e todos eles recheados de sofrimento. Deficiente físico, parte de uma família que o despreza e a fonte de carinho que ele recebe vem do coração de Anna, a tia. Eduardo é muito imaginativo. 






Assim como Zezé*, ele também fala com as coisas e é exatamente neste exercício, que o livro "O Veleiro de Cristal" nos entrega uma fábula linda, com a presença de Garusha (trigre), Mintaka ( a coruja), Bolitrô (o sapo) e Janirana (a cobra). Bullying, superação, esperança, solidariedade, amor e principalmente sonhos são os elementos significantes desse livro que nos dá lições. Escrito em 1972/73, foi publicado pela Melhoramentos e traz ilustrações de Jayme Cortez, que são à parte uma beleza artística. É livro que pode ser compartilhado com crianças sem nenhum problema.

* Personagem central do livro "O Meu Pé de Laranja Lima" 

Francisco Martins

leia também as resenhas de:

Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã 
Arara Vermelha 
Chuva Crioula 


 

terça-feira, 7 de abril de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - CHUVA CRIOULA

Escrito em 1971/72 o romance "Chuva Crioula" vai tratar sobre a a mais antiga profissão: a prostituição. Tendo por palco o estado de Goiás, José Mauro  de Vasconcelos conseguiu transpor às páginas como viviam as mulheres naqueles cabarés. A protagonista, morena, cabelos negros, corpo escultural e com olhos verdes é a bússola que vai nortear os capítulos deste romance. Estrupo, pobreza, selvageria, amizade, traição são pontos sobre os quais o autor construiu a história de Esmeralda - a Chuva Crioula. Quero acreditar também que este seja um dos romances da literatura brasileira, que teve a ousadia de tratar sobre o homossexualismo, dando espaço a Suzi e Turquinha, dois gays. A trama vai prender o leitor não apenas pela beleza do texto, as imagens construídas, mas também pelo enredo. Há sofrimento? Sim.Existe também muito humor causado pelos personagens. O encontro de Chuva Crioula com Daniel é ao meu ver uma das cenas mais lindas deste livro, com ele, Esmeralda vai aprender "não existe nada fora do alcance do amor de Deus" (p.107). Poderia escrever mais sobre o livro, no entanto, prefiro aguçar a sua curiosidade para que ponha em sua lista de leitura. Esta foi a segunda vez que o li. C.S.Lewis afirmou: Para mim, um livro não é bom enquanto eu não o ler duas ou mais vezes".

Francisco Martins 

 Leia também  as resenhas: 

Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã 
Arara Vermelha 


sábado, 4 de abril de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - ARARA VERMELHA

O estado de Goiás  deve conhecer os livros escritos por José Mauro de Vasconcelos, aqueles que tratam sobre histórias romanceadas, que integram o círculo do índio. Aprende-se muito sobre a cultura indígena quando lemos os livros de José Mauro de Vasconcelos.
Tenho quase certeza que ele é um escritor desconhecido daquele público, assim como ainda é da maioria dos brasileiros. Quando falamos o nome de José Mauro geralmente as pessoas lembram do livro "O Meu Pé de Laranja Lima", mas ele foi muito maior do que aquela obra. Quem  não tem a dimensão do que estou afirmando, aconselho ler as resenhas que estão publicadas aqui. Os links estão todos abaixo.

Hoje eu quero escrever sobre o livro "Arara Vermelha" (1953). Nesse  romance, o grande personagem é o Rio Araguaia, que na língua dos carajás  é Beé Rokan.  Ele vai correr por todas as páginas do livro e mostrar a sua  beleza e grandeza.
Rio Araguaia - foto da internet
A história tem início na cidade de Leopoldina, que está totalmente diferente daquela que foi apresentada  em "Longe da Terra"(1949). A feição do lugar é outra.  Tori  (homem branco) está invadindo a floresta e matando os animais para vender as peles na cidade - são os mariscadores. Somam-se a esses caçadores a ação dos garimpeiros e Camura e Kanaú começam a jornada pelo Araguaia em busca de resgatar um diamante roubado, uma grande pedra preciosa, que está  sendo levada por um Tenente, sua esposa e outras duas pessoas numa canoa.
Kanaú é  índio carajá que tem crise de identidade depois que foi levado para a cidade, chegando a conhecer Rio de Janeiro e São Paulo. Dividido entre as culturas do seu povo e do homem branco, ele reluta fazer as marcas que caracterizam todo índio carajá, isto é, os círculos na face, chamados de Omarira.
Índio da tribo Carajá ´atente para  Omarira (imagen da internet)



 "A noite tinha mil olhos e era dona de mil gritos" p. 237

A trama vai se desenrolando à semelhança da correnteza do Araguaia, hora calma, outras velozes. Tem  elementos da natureza humana que estão presentes tanto no índio como no branco: violência, roubo, morte, dor, crença, etc. Até a metade do livro o leitor não viverá grandes emoções, mas a leitura começa a ficar cativante e provocadora a partir daí. Quem ficará com o diamante? O Tenente? Daniel? Kanaú?  Camura? Tilde? Quais mistérios podem apresentar a floresta para eles? Quem sobreviverá? Vá buscar as respostas lendo "Arara Vermelha".
Quero trazer duas curiosidades que estão neste livro, entre tantas, que serviram de motes para a construção de outros livros do autor. A primeira está logo no início, quando o índio Camura chega em Leopoldina, numa canoa que ele chamava de "Rosinha". Sete anos depois, José Mauro escreveu "Rosinha, Minha Canoa". A segunda é a presença de  Kuriala, aqui bem velho.  Sobre ele José Mauro escreveu Kuriala: Capitão e Carajá.

Tenho ou não razão quando afirmo que Goiás deve descobrir José Mauro de Vasconcelos?

Francisco Martins
04 abril 2020


Leia também as resenhas dos livros:

Banana Brava
Longe da Terra
Vazante
Farinha Órfã 




quarta-feira, 1 de abril de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS : LONGE DA TERRA

Um lugar que era dos índios Karajás, e o tori (homem branco) achou por bem "colonizar". Deram-lhe o nome de Leopoldina (Hoje é Aruanã). É nesse povoado que vai viver por quase três anos seguidos o jovem José Mauro de Vasconcelos. Fugindo das cidades grandes ele buscou a selva e com ela se identificou. O sangue de índio pinagé, que corria em suas veias, encontrou a paz e a felicidade diante da beleza que a natureza lhe apresentou. "Longe da Terra" é uma grande crônica, com lances de romance, uma mistura dos dois gêneros. Zé Mauro vai mostrar o quanto era pobre e pequenina Leopoldina. As chuvas que chegavam por lá e duravam oito meses; a indolência da população; os costumes dos Karajás, etc. Foi nessa estada que Zé Mauro garimpou material para escrever "Banana Brava".
"Um dia, se eu escrevesse um livro, Gregorão estaria dentro de um dos tipos principais" (p.67). É foi em Leopoldina que ele serviu como professor das crianças índias, de fez às vezes de "médico" à população, sendo chamado de "dotô". Chegou até a ser sacristão do Padre Gonçalo que chegou junto com ele e só aguentou quatro meses. "Longe da Terra" veio ao público em 1949, mas o que nele está narrado foi vivido nos anos de 1940/42. O jovem Zé Mauro vivia a vida em toda a sua intensidade e dela fazia parte as cenas de amor com Teluíra, índia karajá, nas areias do grande rio Araguaia, o Beé Rokan.
Sabe aquela história de que Zé Mauro estudou medicina? Pois é neste livro que ele deixa bem claro porque abandonou três anos do curso(p.164 a 173).
Aruanã precisa tomar conhecimento sobre este trabalho de Zé Mauro.
"Eu morrerei um dia e a vida continua" (p.187).

A capa do livro é de Jayme Cortez.

terça-feira, 31 de março de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: VAZANTE

A história se passa numa ilha, onde há um presídio, uma comunidade de pescadores. 200 pessoas no máximo habitam aquele lugar. Diogo,o delegado, Saturnino, o médico e Nina, a estrangeira, são os personagens principais. O livro é extremamente triste, com poucas cenas de felicidades. Lançado em 1951, Vazante é um livro que exige do leitor a capacidade de enxergar muito mais do que se propôs escrever o autor. Há várias ilhas nesse romance. Cada personagem está rodeado de lembranças e experiências que marcaram suas existências.
De 1 a 5, atribuo nota 3.

terça-feira, 24 de março de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - BANANA BRAVA


C.S Lewis diz: o homem literário relê, outros homens simplesmente leem. Estou aproveitando esse tempo em casa para reler alguns livros de José Mauro de Vasconcelos. Ontem foi a vez de "Banana Brava", escrito em 1942, quando o autor tinha 22 anos. São 27 capítulos que narram prostituição, traição, adoção, companheirismo, caridade, vingança, suicídio e assassinato, num espaço de garimpo. José Mauro esclarece o leitor "o que escrevo não é meu, é da vida. Apenas copio a vida" (p.12).
"Banana Brava" é um garimpo, em Goiás, onde Gregório e Joel são os protagonistas do enredo. Gregório é a representação da força muscular. Joel, a parte racional, tão necessária num lugar "que prende mais do que algemas. Prende o corpo, prende a alma"(p.45). 78 anos depois do seu lançamento, "Banana Brava" ainda é um romance desconhecido por muitos. Bem escreveu Janilson Sales de Carvalho: "Saiu da coragem de um jovem de 22 anos que se embrenhou na selva para descobrir esse povo e suas histórias. É hora desse povo (e de cada brasileiro) descobrir José Mauro de Vasconcelos".