segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ ANO NOVO

A todos os meus amigos, leitores, que sempre encontram um tempo para visitar meu blog desejo um ano novo  repleto de paz e harmonia. Que 2013 possa trazer a cada um de vocês a realização dos seus sonhos. Muito obrigado por fazerem parte da minha vida. Sintam-se imensamentes abraçados.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ASSIM DISSERAM ELES...


"Os outros se orgulham dos livros que escreveram, eu me orgulho dos livros que li"

Jorge Luis Borges


MOSTRE SEU TALENTO






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Prêmio Poesia Livre 2013
Concurso Nacional Novos Poetas
Inscrições Gratuitas

De 01 de dezembro de 2012 a 05 de janeiro de 2013
www.poesialivre.com.br

Apoio Cultural: Revista Universidade

Realização: Vivara Editora Nacional



MINHAS LEITURAS - O QUE É CORDEL

Livro: O que é Cordel
Autor: Franklin Maxado
Editora: Queima Bucha
Ano 2012
Páginas: 160

Li e reli este livro recentemente. A primeira leitura foi como  quem vai ao pote com muita sede. A segunda fiz com mais calma, pois já sabia o que vinha pela frente. É sem dúvida um ensaio muito interessante sobre a Literatura de Cordel. Seu autor Franklin Maxado, natural de Feira de Santana-BA, é bacharel em Direito e a vida o fez  autoridade na Literatura de Cordel. Ler "O Que é Cordel" é  como ter acesso a um seminário onde de entrada você vai ouvir Arievaldo Viana, Crispiniano Neto e Paulo Dantas fazendo uma apresentação do que virá depois na fala de Franklin. No entanto, gostaria de registrar que há umas anotações a serem feitas para a terceira edição, a saber:  na página 22, quando o autor escreve Gonçalo Fernandes Troncoso, não veria ser Trancoso? a citação " Fora da Igreja não há salvação", página 23, atribuída a São Francisco de Assis não procede, pois quem decretou isso foi o Concílio de Niceia, no ano 323, por último, a terra natal de Moisés sempre foi o Egito e não a Terra Prometida, como consta na página 29. Fora isto, o livro é uma fonte formidável de estudo e consulta sobre a história do Cordel.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA A CADEIRA 39 DA ANRL





ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE  DE LETRAS
EDITAL

Em obediência ao disposto nos Estatutos, e por solicitação do Presidente Diógenes da Cunha Lima, comunico que estão abertas as inscrições para a Cadeira número trinta e nove, desta instituição, da qual é Patrono Antonio Damasceno Bezerra, sendo o Primeiro Ocupante Raimundo Nonato Fernandes. Os candidatos devem apresentar Curriculum Vitae, exemplares de obras publicadas e requerimento de inscrição, na sede da Academia, à Rua Mipibu, 443, Petrópolis, Natal, RN,  com prazo de até trinta dias  desta publicação. A presente vaga, conforme nossa norma se destina a conterrâneo residente dentro e fora do Estado. Natal, 17 de dezembro de 2012.

Anna Maria Cascudo Barreto
Secretária Geral.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Láureas a quem de fato merece o reconhecimento na Educação

Francilene e Angélica Vitalino

  Para Paulo Freire: “Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!” Foi procurando dar um sentido ou talvez notar a excelência do trabalho desempenhado por alguns profissionais engajados na educação, que a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Parnamirim decidiu laureá-los neste último dia 21 de dezembro de 2012.

          Durante as comemorações natalinas, um representante de cada setor educacional foi escolhido, na certeza de que cada um deles reservará, em suas memórias, este dia em que foi celebrado o que tem sido feito em favor da educação de Parnamirim.

           Os homenageados foram saudados com o tema “Bodas”, uma vez que esta palavra, originária do latim, significa “celebração por uma promessa”, “aliança que foi feita em algum lugar e espaço histórico”.  

          E representando toda a classe dos mediadores de leitura, escolhida com base em critério pré-estabelecidos, a Profª Francilene Nunes, da Escola Municipal Íris de Almeida, que celebrou bodas de prata (25 anos de serviço) em que a perseverança, em meio a uma realidade que tenta ofuscar o brilho da jornada.

Fonte:  http://riodeleitura.blogspot.com.br/2012/12/laureas-quem-de-fato-merece-o.html

domingo, 23 de dezembro de 2012

MÉRITO ALBERTO MARANHÃO

O Governo do Estado e o Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte  concederam na noite de ontem, 22 de dezembro de 2012, a entrega do Mérito Alberto Maranhão às personalidades culturais que contribuiram para o desenvolvimento do Estado.
A cerimônia aconteceu no salão nobre do Teatro Alberto Maranhão e contou com a presença da Secretária Extraordinária de Cultura, Isaura Rosado, do Presidente do Conselho Estadual de Cultura, Iaperi Araújo, do Presidente da Academia  Norte-Rio-Grandense de Letras, Diógenes da Cunha Lima, além dos Conselheiros Paulo de Tarso Correia de Melo, Jurandyr Navarro, Eulália Duarte Barros e Valério Andrade.
às 18: 40 minutos foi iniciado o evento, com palavras de saudações do Presidente Iaperi Araújo, que falou também sobre a criação do Mérito Alberto Maranhão e aproveitou para explicar que  embora fosse naquele momento agraciado com a medalha, a indicação do seu nome foi feita em 2009, quando Paulo de Tarso Correia de Melo presidia o Conselho Estadual de Cultura.
No total  foram 12 agraciados, a saber:
1) Antonio Marques
2) Benedito Vasconcelos
3) Iaperi Araújo
4) José Ferreira de Melo
5) Almir Barreto
6) Marcelo Navarro
7) Walter Nunes da Silveira
8) Nevaldo Rocha
9) Almino Afonso
10) Enélio Lima Petrovich - In memorian
11) Raimundo Nonato Fernandes - In memorian
12) Walter Dory - In memorian
Após a entrega da medalha e do diploma, o Desembargador Marcelo Navarro falou em nome dos homenageados e após as suas palavras, a Secretária Extraordinária da Cultura, Isaura Rosado, leu a mensagem da Governadora Rosalba Ciarlini encerrando a cerimôni.

ENTREGA DO MÉRITO ALBERTO MARANHÃO






http://www.facebook.com/media/set/?set=a.449670435094070.102874.100001533520654&type=3

sábado, 22 de dezembro de 2012

A FORMIGA SOLITÁRIA



Entrei no banheiro dos homens e foi impossível não notar a presença dela naquele lugar. Era um pequeno ponto, num canto da parede, imóvel. Pensei que ela estava morta. Com um fiapo de vassoura mexi com ela e tive a certeza que estava viva.
O que estava fazendo uma formiga ali? Perguntei-me.
Os dias seguintes, sempre que ia ao banheiro, ela estava lá. No mesmo local. Aquilo ia me deixava curioso. Por que ali? Formigas não vivem em grandes comunidades? Chamei Professor Paulo, que leciona Ciências. Ele veio, olhou a formiga e sentenciou: “-Formigas não vivem sozinhas. Esta deve ter sido expulsa do formigueiro, ou então está perdida”.
A semana terminou o mês também. Já se passaram três meses e minha amiga continua morando lá, naquele canto de parede, num banheiro masculino da Escola Municipal Manoel Machado, em Parnamirim, Rio Grande do Norte. Em princípio procurei manter um relacionamento com ela mais foi difícil. Ela não me entendia, nem eu a ela. Mas, dentro de mim, queimava a vontade de saber o motivo dela viver longe de tantas outras formigas. Não tive alternativa a não ser procurar ler tudo sobre a família Formicidae.
Entrei na internet com vontade, e depois que achava que sabia tudo sobre formigas tomei coragem e fui mais uma vez tentar um diálogo com ela. Coisa de louco você pode pensar. Desta vez apaguei a luz do banheiro, pois algo me dizia que talvez assim teria maior chance, e acreditem, eu não estava errado. Consegui conversar com ela.
Clic! Apaguei a luz. Entrei vagarosamente. Fui até perto dela e falei:
-Você sabia que sua família apareceu na Terra há aproximadamente cem milhões de anos, quando o Brasil e a África eram uma só massa de terra?
Silêncio... Ela nem sequer se moveu. Não desisti.
-Eu tenho a impressão que você não gosta de multidão, por isto abandonou o formigueiro. Lá tem milhões de formigas, não é?
Novamente aquele silêncio. Mas deu para perceber que ela movimentou uma das anteninhas. O que significaria isto? Sinceramente não sabia.
-Olha eu trouxe um torrão de açúcar para você. Tenho notado que não há muito que comer por aqui. Vou deixá-lo aqui, pertinho de você está bem?
Depositei o açúcar e fiquei por alguns segundos pensando no que falar para aquele ser tão pequenino.
Eu estaria louco? Sim, só poderia estar. Levantei-me e disse para mim mesmo: “Tome juízo homem, você já não é mais criança para ter estas fantasias”. Ainda pensava quando percebi que ela queria dizer-me algo e para escutá-la foi preciso que me aproximasse o máximo possível.
-Obrigado pelo açúcar. Falou-me.
-Não tem que agradecer. Respondi sorrindo e eufórico em poder dialogar com uma formiga.
-Qual o seu nome. Perguntei
-Rafael
-Rafael? Você então é uma formiga macho?
-Sim. Eis a razão pela qual estou sozinho neste mundo.
-Poderia explicar melhor?
-Nós, as formigas machos, só servimos uma única vez, para fecundar a rainha. Depois disto nos tornamos descartáveis. Não podemos nem sequer entrar no formigueiro, pois seremos barrados e se insistirmos nos matam.
-Ah! Então você foi expulso da sua colônia?
-Isso mesmo. Agora eu sou uma formiga eusocial, destinada a viver sozinha.
-E lá no formigueiro não tem nenhum outro macho?
-Não! A rainha controla tudo. Ela só põe ovos femininos e estéreis, é por isto que tudo funciona tão bem lá dentro, não há macho, nem choques entre sexo. Tudo é harmoniosamente preparado. Ela anda dentro do formigueiro e vai percebendo a necessidade se precisa de operárias, pões ovos que geram operárias, se precisar de soldados, que também são fêmeas, põe ovos dos quais eclodem soldados.
 -Então quer dizer que um formigueiro é na verdade um grande campo de organização feminina. Um exemplo para a nossa sociedade...
-Não diga isto meu bom rapaz. Veja mais além. Lá dentro não existe igualdade, direitos, só deveres, olhe por exemplo, a vida da casta das operárias, trabalham dia e noite até morrer. Vivem no máximo quatro meses, enquanto a rainha, dependendo da espécie pode viver de dois a vinte anos. Isto é injusto, jamais houve ou haverá uma operária anciã.
Perguntei se ela gostaria de ser transportada para a reserva florestal, conhecida como Mata da Viúva, que fica alí perto. Ela respondeu-me:
-Não, não quero morar lá em hipótese alguma. Enquanto estamos dentro do formigueiro temos proteção, mas agora, seria suicídio. Serviria de alimento para pássaros, lagartos e outros predadores. Aqui me sinto seguro.
-Tamanduá também! Completei, eles comem por dia trinta mil formigas.
-De tamanduá eu não tenho medo, pois na minha infância fui amigo de um tamanduá, e ele me deu uma senha que salvaria minha vida de todos os tamanduás.
-Que senha? Fui curioso, embora achasse que Rafael jamais me revelaria.
-Para você posso falar, pois os humanos não fazem parte do cardápio deles. A senha é a seguinte: sempre que um tamanduá jogava a língua em minha direção eu deveria gritar: OLHA A ONÇA TAMANDUÁ!
 -E funcionou alguma vez?
-Sim, sempre com infalível precisão. Tamanduá não pode ouvir isto que se senta imediatamente e abre os braços.
-Ah! Então é por isto que as pessoas falam em “abraço de tamanduá”.
-É, o bicho aguarda sentado que onça o ataque e ele crava suas unhas afiadas e poderosas nas costas dela, para se defender.
Aquela revelação foi importante para mim. Quis saber mais sobre o universo das formigas, e perguntei o que ele faria da vida. Querem saber da resposta? Ei-la:
-Vou descansar um pouco e aventurar sair por aí. Quem sabe poderei ter a felicidade de encontrar outros machos que também foram banidos das suas colônias.
Rafael sabia que não teria muito tempo para viver. E tinha certeza que naquela área não haveria perigo de se encontrar com um Tamanduá.
Despedi-me de Rafael levando comigo uma grande lição, a saber: alegria de formigueiro é ver tamanduá sendo atacado por onça.

Francisco Martins

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

UM ANO PARA SER E FAZER DIFERENTE: DEPENDE DE VOCÊ



Terminamos mais um ano. Os homens são sedentos pelas frações do tempo, quer sejam em séculos, décadas, anos, meses, dias, horas, minutos, segundos. Isto vem de longe, duma época bem distante. Contar os dias é algo tão peculiar do ser humano, assim como é próprio do rio correr à foz.
Mas os grandes, aqueles que constroem um mundo a parte e vivem numa dimensão muito mais superior, não se preocupam com o fator tempo, aliás no que tange ao transcendental o cronos não existe.
Há pessoas que passam por aqui muitos anos, no entanto, nada edificam, são adeptos da pior filosofia da existência: a normose, que assim é definida pelo grande mestre Hermôgenes: “Os maus hábitos cristalizados como normais pela sociedade, tais como o consumismo e a corrupção”.
E o pior é que a grande maioria segue a normose e não sabe. São escravos sem horizontes a libertação. Que em 2013 sejamos capazes de fazer um ano diferente em nossa vida. Sejamos idealistas e não e apenas sonhadores, pois a diferença entre este e aquele é que o idealista luta para realizar aquilo que sonha.
Que os homens possam no ano vindouro ser mais poetas, cantar a vida, viver a fé. Que cada mulher cultive durante todo o ano novo não apenas a beleza exterior, mas sobretudo a interior.
Que os pais tenham sabedoria para transmitir aos filhos. Que os professores, ah! os mestres, bem a eles desejamos um 2013 paradisíaco. Aos jovens deixamos a tarefa para que cada um possa vir a obedecer a si mesmo, não sem freios, sem limites, sem horizontes, mas com foco. Pois aquele que não obedece a si mesmo é regido pelos outros.
E às crianças, tesouro de cada lar, que para elas haja em 2013 uma Civilização de Amor. Feliz Ano Novo!

O MUNDO ACABOU?


O mundo acabou para quem não aprendeu amar, para àqueles que não sabem perdoar. Acabou para quem não nutre sonhos.
Terminou definitivamente para todo homem que tomou a ressolução de continuar machista.
O mundo acabou para o ancião que se entregou às dores e solidão
Teve fim o mundo para quem não quer realmente ser melhor.
E o mundo será sempre a mais pobre esperança para quem não acredita que além deste globo efêmero e selvagem há a existência de Deus a cuidar daquele que permite por Ele ser amado.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ÚLTIMO SHOW DE MANÉ BERADEIRO EM 2012










Foi hoje pela manhã, na Escola Municipal Cícero de Souza Melo, no bairro Passagem de Areia, em Parnamirim, que Mané Beradeiro fez a última apresentação de 2012. O show foi uma culminância do ano letico daquela escola, com a presença de alunos e professores do turno matutino. Houve várias apresentações culturais antes do momento com Mané Beradeiro.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O NATAL QUE EMANUEL CONHECE




               Emanuel, doze anos, todos eles vividos numa pobre casa de pau a pique, coberta com palhas de coqueiros. Lá não há luz elétrica, em sua casa ainda se usa lamparina, alimentada com querosene. Também não tem água saneada, usa-se água de cacimbas, tão branca que é preciso acrescentar algumas gotas de limão para fazer o barro assentar.

            A escola que fica mais próxima da sua casa está há uns cinco quilômetros, não tem nenhum transporte que o leve até ela, se quiser estudar tem que ir a pé. Emanuel tem nos olhos o brilho da esperança, na pele, desidratada, a marca da fome. Maria e Zé, seus pais, são analfabetos, ele trabalha na roça, ela, raspando mandioca numa casa de farinha. Sobrevivem, não têm carteira assinada, plano de saúde, salário fixo, feriados e dias santos.
      Alguém perguntou a Emanuel o que é o Natal.
      -Natal? É festa que existe lá na cidade, nas ruas bonitas. Aqui não há nada disto não, respondeu ele.
      -Então que dizer que você nunca recebeu um presente de Papai Noel?
      -Nem dele, nem do meu pai. Foi a resposta dada por Emanuel, lançando seu olhar na linha do horizonte, como quem aspirava ver chegar o inesperado.
      Que estaria pensando Emanuel?
      Será que ele tinha conhecimento que muitas vezes jogamos fora, esbanjando alimento, que para nós não tem sabor nenhum, mas, que para ele e sua família pode ser o único pão daquele dia?  Talvez alguém tenha dito a ele, que em algumas casas, não tão distante dali, neste mesmo País, Estado e Cidade, vivem pessoas que se dão ao luxo de usar uma camisa, calça ou sapato uma vez por mês, posto que, têm um guarda roupa  com muitas peças.
      Emanuel levou a mão até acima dos olhos, o polegar ficou perpendicular a sobrancelha direita, os demais, unidos, protegiam a vista de Emanuel, que já na ponta dos pés, conseguiu ver o vulto do seu pai apontava no poente, tendo como moldura o sol se pondo, as nuvens vermelhas.
      Vi Zé chegar, vinha do trabalho, trazia numa bolsa de couro, dois preás. Estava garantido o salgado daquela noite e do dia seguinte. Com certeza Maria não faltaria com a farinha.
      Fui embora, pensando que há uns dois mil e sete anos atrás, também numa aldeia de Belém houve um José e uma Maria, que nos trouxeram Jesus, Emanuel, Deus Conosco. 
      Feliz Natal!!! 

(publicado originalmente  em 13 de dezembro de 2007, no blog Chaminé)