segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

LEITURINO FAZ PARTE DA HISTÓRIA CIRCENSE DO RN

 "Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais ele fará" (Salmo 37:5) estas palavras dizem muito sobre minha vida de artista cristão, sei o quanto é difícil fazer cultura, principalmente quando se tem como meta levar algo mais do que a arte em si. Mas, Deus tem cuidado de tudo, e quando menos espero, recebo um presente desta magnitude. Cefas Carvalho fez esta matéria comigo no ano passado e achei que a mesma tinha ficado engavetada, e hoje, para alegria minha, recebo o livro acima, que faz parte  da Coleção Cultura Potiguar/Fundação José Augusto, nº 58., 2014.  Estou presente nas páginas 109 a 112. O título da matéria é: Leiturino - um palhaço a serviço do incentivo à leitura nas escolas.







sábado, 24 de janeiro de 2015

O PRIMEIRO CORDEL DA TRILOGIA A SAGA DA LIBERDADE




 (Este cordel é dedicado a Fabião das Queimadas)

Liberdade é palavra
Que derruba sofrimento
Esteja ele na alma
Ou brotando em tormento
Viver sem ser maltratado
É do homem pensamento.

Deus criou o homem livre
Pra viver sem a corrente
Seja ela de metal
Ou apenas lá na mente
Ser escravo nunca foi
Coisa do Onipotente.

“-Mas então caro poeta
Responda-me com razão:
Quem teve o pensamento
De trazer escravidão
A este Brasil amado
Plantando judiação?”

 Pedirei inspiração
A quem manda Sol nascer,
Que enche as nuvens d’água,
E os rios faz  correr,
Dando vida aos riachos
Em cada alvorecer.

Preste bem atenção
Em tudo que vou narrar
Faremos neste cordel
Viagem em alto mar,
Não veremos oceanos,
Os livros vamos içar.

Comecemos a jornada
Ouvindo LUNA falar
Que índios foram primeiros
A escravidão provar
Mas a raça não deu certo
E negros  foram buscar.

Do outro lado do mundo
Continente africano
Arrancaram sem pedir
O negro moçambicano,
Mas caçaram como bicho
Os homens nigerianos.

Se a pele fosse preta
No século dezesseis
Nem nascido em Angola
O sujeito tinha vez
O tráfico desumano
Tinha apoio dos reis.

Ao Brasil então vieram
Muitos negros em navios
Maltratados nos porões
E com grandes desafios
Trabalhar nas lavouras
Debaixo de sol a fio.

Homem, mulher e menino,
Vendiam-se nos mercados
Braços fortes pro trabalho
Os negros  acorrentados
Despidos de esperanças
Eram todos separados.

Os Senhores de Engenhos
Gente rica do país
Levavam pra suas terras
O negro tão infeliz
Que dormia na senzala
Já cheia de cicatriz.

Estudante não esqueça
Que dentro desta nação
Existe com muito sangue
Uma grande exploração
Aos negros que da África
Nos deixaram geração.

“-Poeta estou sentindo
O meu sangue fervilhar
Pensando no sofrimento
Deste povo além -mar
Que tanto deu ao Brasil
Suas mãos para calejar”.

Três séculos de história
 A escravidão cantou
As carnes negras abertas
Sal e vinagre lavou
E foram muitos ladinos         
Que aqui desembarcou.

Falam-se, assim por média
Que oitenta mil por  ano
Pisaram em nosso solo
Tão fértil e desumano
Contando de forma certa
Somos todos africanos.

A escravidão, seu moço
Enricou essa nação
Não apenas no trabalho
Mas com a tributação
Pois se pagava imposto
Pela negociação.

A Coroa tinha lucro,
Escravista de montão,
Nas águas do oceano
Tombeiros  sem compaixão
Ancoravam   no Brasil
Sem nenhuma confusão.

“-Poeta, o que me conta
Aguça meu pensamento
E quero  saber agora
Se não tinha argumento
Por parte religiosa
Pra acabar o tormento?”

A Igreja acatava
Sem fazer um rebuliço
Pois o  clero também tinha
Crioulos em seus serviços
As Ordens Religiosas
Não abriam a mão disso.

Pombal quando expulsou
Jesuítas do país
 Lá no Rio de Janeiro
800 infeliz
Foram  eles confiscados
Da Ordem que tinha giz.

E assim nesta cadência
O negro foi ajudando
A formar esta Nação
E outros passos foi dando
Cafuzo e mulatos
Aos poucos foram chegando.

Mas o negro também deu
Além de sangue e suor
A cultura africana
Trazida na sua dor
Capoeira, afoxé
Exemplos do servidor.

Na cozinha fez melhor
Temperando a panela
Acarajé, Vatapá
Ganhou  logo clientela
E o negro foi firmando
Sua vida além da cela.

Mas o tempo foi passando
O escravo planejando
A maior libertação
Quilombos foram chegando
E sobre isto direi
No cordel que estou montando.

Fim



Glossário
Afoxé:  folguedo típico do estado da Bahia
Acarajé:   comida africana
Cafuzos:  Cruzamento da raça negra com índio.
Capoeira: Arte marcial desenvolvida pelos escravos
Crioulos:  eram os negros nascidos no Brasil.
Ladino: era o nome dado ao escravo vindo da África.
Mulatos: Cruzamento da raça negra com branco.
Ordens Religiosas: Jesuítas, Carmelitas, Capuchinhos, Beneditinos.
Pombal:  Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo
Tombeiros:  os navios negreiros.
Vatapá:  comida africana.


Referências:
LUNA, Luiz. O negro na luta contra a escravidão. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Cátedra de Brasília, 1976.
http://educacao.uol.com.br/biografias/marques-de-pombal.jhtm. Visualizada em 15 Jan 2015, às 20:00h


Informações catalográficas.
Título: A Saga da Liberdade – A Origem no Brasil
Autor: Mané Beradeiro
Data: 16 de janeiro de 2015
Capa: http://blogdoambientalismo.com/wp-content/uploads/2010/11/escravos.jpg
Métrica:  Estrofes em sextilha, com 7 sílabas poéticas
Rima: xaxaxa
Marcadores: História do Brasil, escravidão liberdade, miscigenação, cultura africana.

 





sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

FRANCISCO MARTINS PARTICIPOU DO CAFÉ LITERÁRIO DA NOBEL

Aconteceu ontem à noite, a terceira edição do Café Literário da Nobel ( Av. Salgado Filho), que tem como objetivo aproximar o escritor do público leitor. O evento está sendo uma realidade graças ao empenho da Editora CJA e a Livraria Nobel. Acontece todas as quintas feiras. Ontem, os escritores Francisco Martins, Rafael Marques e Léia Carmona apresentaram para o público seus mais recentes trabalhos editados pela CJA. Falaram também sobre suas experiências e responderam perguntas. Foi uma noite de conhecimento e compartilhamento.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

ASSIM DISSERAM ELES...


Durante toda a vida, gastamos, em média, seis meses esperando os faróis de trânsito, quatro meses abrindo correspondências inúteis, quinze meses procurando coisas que perdemos e cinco anos aguardando a nossa vez nos mais diversos tipos de fila.

Jaime Kemp

WHATSAPP

 Autora: Izabel Nascimento
 Aracaju-SE

Esse tal de "zap zap"
É negócio interessante
Eu que antes criticava
Hoje teclo a todo instante
Quase nem durmo ou almoço
E quem criou esse troço
Tem uma mente brilhante

Quem diria que um dia
Eu pudesse utilizar
Calculadora e relógio
Câmara de fotografar
tudo no mesmo aparelho
Mapa, calendário, espelho
E telefone celular.

E agora a moda pegou
Pelas "Redes Sociais"
é no "Face" ou pelo "Zap"
Que o povo conversa mais
Talvez não saiba o motivo
Que esse tal de aplicativo
É mais lido que os jornais.

Eu acho muito engraçado
porque muita gente tem
Um grupo só pra Família
Um do Trabalho também
E até aquele contato
Que só muda de retrato
Mas não fala com ninguém!

Tem o grupo da escola
O grupo da Academia
Grupo da Universidade
O grupo da Poesia
Tem o Grupo das Baladas
Das Amigas Mais chegadas
E o da Diretoria

Tem quem mande Oração
"Bom dia", de vez em quando
Que só mande figurinhas
Quem só fique reclamando
No Grupo que é parada
Dia, noite, madrugada
Sempre tem alguém teclando.

Cada um que analise
Se é bom ou se é ruim
Ou se a Tecnologia
É o começo do fim
Talvez um voto vencido
Porém o Zap tem sido
Até útil para mim.

Comunicação é bom
Vantagem que hje se tem
Feliz é quem tem amigos
Fora das Redes também
A vida só tem sentido
Quando o que é permitido
É aquilo que convém.

Pra quem meu verso rimado
Acabou de receber
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"Que finaliza a dizer:
"Viva a vida intensamente"
porque é pessoalmente
Que se faz acontecer!"

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

MANÉ BERADEIRO ESCREVE TRILOGIA SOBRE A HISTÓRIA DO NEGRO

O poeta cordelista Mané Beradeiro começa 2015 escrevendo A SAGA DA LIBERDADE, uma trilogia versificada em folhetos de cordéis, que tratará sobre a História do Negro no Brasil. O primeiro folheto ficará pronto ainda este mês de Janeiro, e os demais em Fevereiro.  É um material muito bom para ser usado junto aos alunos, onde o professor poderá trabalhar história, cultura afro-brasileira, costumes, culinária, liberdade, racismo, etc.
A Saga da Liberdade sairá com os seguintes folhetos:
1º) A Saga da Liberdade: A origem no Brasil ( enfocando a chegada dos escravos até o pensamento da formação dos Quilombos)
2º) A Saga da Liberdade: O Grito da cor Negra (a luta pela liberdade até a Abolição)
3º) A Saga da Liberdade: Os Heróis pós Abolição (nomes de brasileiros do século XX que lutaram contra o preconceito racial)

Algumas estrofes do primeiro folheto:



Liberdade é palavra
Que derruba sofrimento
Esteja ele na alma
Ou brotando em tormento
Viver sem ser maltratado
É do homem pensamento.
...


Se a pele fosse preta
No século dezesseis
Nem nascido em Angola
O sujeito tinha vez
O tráfico desumano
Tinha apoio dos reis.