sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

SPVA REALIZA SÁBADO ASSEMBLEIA GERAL


SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS E AFINS DO RIO GRANDE

CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA GERAL

Estando Presidente da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVARN), no uso de minhas atribuições legais, conforme Capítulo VII, Art. 19°, inciso III, do Estatuto dessa entidade, convoco seus associados para uma Assembleia Geral, no dia 21 de fevereiro de 2015, às 16:00 horas em primeira convocação e às 16:30 horas, em segunda convocação, com qualquer número de presentes, na Livraria Nobel Salgado Filho, Bairro Tirol, Natal /RN – em frente ao Hospital Walfredo Gurgel.

Pauta:
·         Agendamento do recadastramento associativo e cadastro de novos associados;
·         Apresentação das atividades a serem desenvolvidas pela SPVA/RN, nas programações em comemoração à Semana da Poesia promovida pela Fundação Capitania das Artes e Fundação José Augusto e planilha de pagamentos de cachê proporcional a cada atividade;
·         Processo de produção da Antologia Literária da SPVA/RN - Volume 7, apresentação da planilha de custos do seu projeto e agendamento de data de lançamento da mesma.

            Pautado no Capítulo VI, Art. 13 do nosso Estatuto, comunico que essa assembleia somente tratará dos assuntos para os quais foi convocada.
            A participação de todos é de grande importância.

Natal, 13 de fevereiro de 2014.



José Antônio Martins Neto
Presidente da SPVA/RN


SUGESTÃO DE FILME : DESEJO E REPARAÇÃO

DESEJO E REPARAÇÃO, de Joe Wright.
(Inglaterra, 2007)
Em 1935, no dia mais quente do ano na Inglaterra, Briony Talles (Romola Garai) e sua família se reúnem num fim de semana na mansão familiar. O momento político é de tensão, por conta da 2ª Guerra Mundial. Em meio ao calor opressivo emergem antigos ressentimentos familiares. Cinco anos antes, Briony, então aos 13 anos, usa sua imaginação de escritora principiante para acusar Robbie Turner (James McAvoy), o filho do caseiro e amante da sua irmã mais velha Cecília (Keira Knightley), de um crime que ele não cometeu. A acusação, na época, destruiu o amor da irmã e alterou de forma dramática várias vidas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

MANÉ BERADEIRO E ANANIAS PARTICIPARAM DA 17ª CONSCIÊNCIA CRISTÃ

No período de 14 a 17 de fevereiro estive pela segunda vez participando  do grande encontro Consciência Cristã, 17ª edição, que acontece na cidade de Campina Grande-PB. Este ano o tema escolhido foi: Fazei tudo para a glória de Deus.


Vivi momentos repletos de sabedoria. Ouvi homens santos, cheios da Palavra de Deus, que se deixaram usar por Ele e para Ele, edificando desta forma a vida dos ouvintes. Por noite, só no pavilhão dos adultos, havia a presença de nove mil pessoas.

Tive também a alegria de mostrar meu trabalho para o público infantil, no pavilhão kids, quando na noite de 16 de fevereiro fiz uma apresentação com Ananias.



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

COMENTANDO MINHAS LEITURAS - POR QUE LER MANUEL BANDEIRA


Livro: Por que ler Manuel Bandeira
Autor:  Júlio Castañon Guimarães
Editora: Globo
Ano: 2008
Páginas: 162


Desde cedo me foi apresentada a poesia de Manuel Bandeira. Já li e reli muitos poemas de sua autoria, mas somente agora, depois de degustar as páginas do livro Por que ler Manuel Bandeira,  é que fiquei conhecendo pormenores da vida deste grande poeta.  Agora eu entendo melhor porque ele escreveu a frase: "Eu faço versos como quem morre". Convido vocês leitores a fazerem também a leitura desse livro e se encantarem com a luta desse homem que podemos nomeá-lo como um herói da literatura brasileira. Em 1906, aos 20 anos, doente, com febre aos 40º, ele, sem saber fez a poesia abaixo:

Renúncia

Chora de manso e no íntimo... procura 
Tentar curtir sem queixa o mal que te crucia: 
O mundo é sem piedade e até riria 
Da tua inconsolável amargura. 

Só a dor enobrece e é grande e é pura. 
Aprende a amá-la que a amarás um dia. 
Então ela será tua alegria, 
E será ela só tua ventura... 

A vida é vã como a sombra que passa 
Sofre sereno e de alma sombranceira 
Sem um grito sequer tua desgraça. 

Encerra em ti tua tristeza inteira 
E pede humildemente a Deus que a faça 
Tua doce e constante companheira...

Mais tarde confessou isso ao amigo Mário de Andrade.   

O poeta Manuel Bandeira (1886-1968) deixou vasta contribuição à nossa literatura. 24 livros de poesias, 14 livros de prosa, 13 livros organizados por ele, 16 obras traduzidas para o português, além d críticas e artigos em jornais.

Foi membro da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 30 de novembro de 1940. Bandeira hoje é eterno em Pasárgada, lá, ele é amigo do rei.

ASSIM DISSERAM ELES....

"...Se há algo que nossos alunos em geral não desenvolvem durante sua vida escolar é exatamente a independência de pensamento. O estudante brasileiro (e, muitas vezes, também o professor) é tipicamente dependente, submisso à autoridade acadêmica, convencido de que a verdade se encontra, pronta e acabada, nos livros e na cabeça das sumidades".

Referência

PERINI, Mário. Gramática descritiva do Português. São Paulo: Ática, 1996, p.31

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

CONCURSO LITERÁRIO DA EDITORA AMCGUEDES

REGULAMENTO

1 – O presente Concurso Literário se divide em 2 categorias:

1) Poesias
2) Contos


2 – A temática é livre, assim como não há barreiras de nacionalidade e os textos devem ser obrigatoriamente em língua portuguesa. Não há exigência de ineditismo nos textos e os seus autores se responsabilizam pelo conteúdo e pela autoria dos mesmos.
3 – As inscrições terão início no dia 04 de fevereiro de 2015 e se encerram impreterivelmente no dia 07 de abril de 2015;
4 – As inscrições serão feitas única e exclusivamente através da Internet, pelo email editora@editora-amcguedes.com.br
5 – Os textos deverão ter as seguintes disposições:
POESIAS – até 2 páginas
CONTOS – até 5 páginas
Os textos devem ser enviados em arquivos em anexo ao e-mail. Devem ser elaborados em editor de texto Word, tamanho A4, com espaço 1,5 e corpo 12 e deverão conter apenas o título da obra, não podendo ter qualquer outra forma de identificação(nome,endereço completo,CPF). No corpo do e-mail o autor deverá colocar seus dados de identificação, bem como os títulos das obras.
6 – Cada inscrição ganhará um número aleatório o qual passará a identificar o autor com a(s) obra(s) inscrita(s);
7 – Todas as inscrições regularmente aceitas serão confirmadas através de e-mail.
8 – Cada inscrição, no valor de 30 reais, permite a inserção de 3 textos.
O pagamento deverá ser feito através de depósito bancário e o comprovante enviado para editora@editora-amcguedes.com.br.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
ANTONIO MARCELO CAVALCANTE GUEDES
AGÊNCIA: 4147
OPERAÇÃO: 003 (CONTA EMPRESARIAL)
CONTA: 00000710-8
CNPJ: 13.003.755/0001-91
9 – Os autores podem fazer quantas inscrições desejarem.
10 – Os resultados serão divulgados pelo site www.editora-amcguedes.com.br no dia 09 de junho de 2015.
11 – Cada Comissão Julgadora será composta por três membros.
12 – As premiações serão concedidas a TEXTOS INDIVIDUAIS e não por AUTOR e serão assim distribuídas:

PRÊMIO DE PUBLICAÇÃO: Serão escolhidos 24 textos (12 textos de cada categoria), sem ordem classificatória, que serão publicados em forma de Antologia e cada autor receberá 10 exemplares sem qualquer ônus, inclusive postagem nos correios.
PRÊMIO DE DIVULGAÇÃO:
Cada um dos 24 autores premiados com a publicação poderá indicar 2 bibliotecas públicas (fornecendo o endereço das mesmas) que receberão 2 exemplares da obra publicada
13- A data prevista para a entrega dos exemplares é : 03/08/2015

14 – O ato de inscrição implica na aceitação do presente regulamento e as questões omissas serão decididas pelas Comissões Julgadoras, cujas decisões são irrecorríveis.

Rio de Janeiro, 04 de fevereiro de 2015.

www.editora-amcguedes.com.br
editora@editora-amcguedes.com.br
Tel: (21) 3174-0556

TRÊS CENTENÁRIOS DE NASCIMENTO NA ANL EM 2015

O ano de 2015 assinala o centenário de nascimento de três escritores que foram membros efetivos da Academia Norte-rio-grandense de Letras, são eles: Gumercindo Saraiva, Alvamar Furtado e Ascendino Almeida.
Gumercindo Saraiva ocupou a Cadeira 6, com a vaga deixada por Carolina Wanderley. Ele era natural de João Câmara-RN, nascido em 2 de junho de 1915. Tomou posse na Academia no dia 21 de janeiro de 1977. Alvamar Furtado foi o fundador da Cadeira 34,  natural de Natal, nascido em 13 de abril de 1915. Entrou na Academia com posse em 14 de novembro de 1969. Ascendino Almeida, paraíbano de Catolé do Rocha, viveu sua infância em Patu-RN, foi ocupante da Cadeira 5, nasceu em 25 de fevereiro de 1915. Sua posse na ANL se deu na noite de 22 de fevereiro de 1977. Breve escreverei sobre cada um deles.

CONCEITO DE SERTÃO, POR OSWALDO LAMARTINE DE FARIA

"... O Sertão é mais que uma região fisiográfica. Além da terra, das plantas, dos bichos e do bicho-homem, tem o seu viver, os seus cheiros, cores e ruídos. O cheiro da água que nos desertos também cheira. O da terra molhada, do curral, da lenha queimada e de cada flor. O belo-horrível-cinzento dos chãos esturricados, o arrepio-verde da babugem, a explosão em ouro das craiberas em flor. Os ruídos dos ventos, das goteiras, do armador de rede, o balido das ovelhas, o canto do galo, o estalo do chicote dos matutos, o ganido dos cachorros em noite de lua, os tetéus, o dueto dos casacas de couro, os gritos do socó a martelar silêncios, os aboios, o bater dos chocalhos, o mugido do gado e tantos outros que ferem nas ouças da saudade"

Referência

MELLO, FREDERICO PERNAMBUCANO DE,  Oswaldo Lamartine de Faria: Pesquisador Emérito da Fundação Joaquim Nabuco - 2002. Revista da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Natal, nº 34, p.55,Julho 2005.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

ASSIM DISSERAM ELES ...

"Na boca de quem não presta, quem é bom não tem valia. Nunca: segundo prato, tira o gosto do primeiro. Porque, quando o rico geme, o pobre é que sente a dor".

João Martins de Ataíde, poeta popular

A SAGA DA LIBERDADE - O GRITO DA COR NEGRA

Dedicado a Dona Militana (São Gonçalo do Amarante-RN)
 

O negro não aceitou
Existir em cativeiro
E em tudo que pensava
Havia sempre roteiro
De fugir daquela vida
Era seu sonho primeiro.

Nas cidades ou fazendas
Não se davam compaixão
Cavalos valiam mais
Que qualquer negro então
E ainda espalhavam:
“Eles não tem alma não!”

Ferramentas de tortura
Naquela pele escura
Registraram a história
Escrita com amargura
Pintada no corpo negro
A moldura da bravura.


Os tambores que tocavam
Emitiam sons de dor
Que clamavam das senzalas
Um grito que tinha cor
E no batuque noturno
O negro se via senhor!

Pelourinho foi altar
Que as lágrimas ungiu
Nascidas nas almas  negras
Que  as dores exprimiu
E tinha também o tronco
Que a muitos afligiu.

Capataz tinha  nas mãos
Instrumento bacalhau
Chicote de couro cru
Cinco tranças sem igual
Que rasgava pele preta
De forma tão crucial.
 
O negro para fugir
Sabia o que enfrentava
Se fosse capturado
Seu corpo agonizava
Usando a gargalheira
Coleira que  maltratava.

Os negros trabalhavam
Quinze horas cada dia
Em jornada tão pesada
Pensavam em alforria
E o banzo era forte
Na vida em agonia.

Naquele tempo surgiu
Redutos de resistência
Quilombos que acolhiam
Fugidos da dependência
Os que unidos buscavam
Construir a consciência.

No Brasil colonial
Quilombos em toda parte

Ameaçavam a paz
Vivida nos baluartes
E os homens do poder
Deram mãos ao bacamarte.

Os quilombos existiam
Em diversas regiões
Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e extensões
 Na Bahia tinham vários
Lutando contra barões.

Esta luta deu origem
A uma nova profissão
O caçador de escravos
Chamado de Capitão
Que ganhava por cabeça
Devolvida ao “patrão”.




Os escravos que fugiam
Tinham todos a razão
Pois viviam num inferno
Transbordando aflição,
Eram eles as muletas
Do Império sem ação.

E o grito da cor negra
Ecoou pelo Brasil
Lá na serra da Barriga
A “Troia Negra” surgiu
Eram quase duas mil casas
Com o sangue varonil.

República dos Palmares
Ficou sendo o lugar
Com trinta mil habitantes
Dispostos a pelejar
Liderados por Zumbi
A história faz narrar.
 
Foi o maior dos quilombos
Que o Brasil conheceu
Nas seis décadas de vida
A liberdade nasceu
Com a luta dos Palmares
Colônia estremeceu.

Mandaram seis mil soldados
Acabar com a nação
Que em terra nordestina
Nos deixou grande lição:
Sem  sangue a derramar
Não brota a libertação.

E em vinte de novembro
De um ano destrutível
O Domingos Jorge Velho
Fez um ato  desprezível
Degolando Rei Zumbi
O herói inesquecível.
 
Esse grito foi maior
Atingiu o infinito
Causando grande tumulto
Atiçando o conflito
Já não era mais possível
Negar o que foi escrito.

Outros homens se uniram
Neste grande ideal
Os abolicionistas
De espírito colossal
Que travaram com palavras
A mudança social.

Os nomes vamos lembrar
E também  assinalar
Que sem o Joaquim Nabuco
Grande orador sem par
Sem José do Patrocínio
Que imprensa fez usar.

Luiz Gama, Rui Barbosa
Todo mundo a lutar
Foi possível ver o sonho
Então se realizar
Só restando à Princesa
A  Lei Áurea assinar

Houve festa na nação
Por tão grande decisão
Estaria o negro livre?
Cantaria uma canção?
Acabou o sofrimento?
Ou foi tudo ilusão?

A escravidão deixou
A semente do racismo
Que nos séculos seguintes
Deu a luz a um abismo
Fazendo acepção
Com a cor do egoísmo.

Fim


Informações catalográficas
Título: A Saga da Liberdade – O grito da cor negra
Autor: Mané Beradeiro
Data: 27 de janeiro de 2015
Capa: http://napolitica.com/popup.php?/noticias/fotos/img/escravatura.jpg
Métrica:  Estrofes em sextilha, com 7 sílabas poéticas
Rima: xaxaxa
Marcadores: História do Brasil, escravidão, liberdade, miscigenação, quilombos, Zumbi, abolocionismo.


Glossário
Bacalhau: chicote feito de couro para castigar
Banzo:  grande saudade da África
Capitão-de-Mato : Aquele que vivia nas matas procurando escravos fugitivos
Domingos Jorge Velho:   Bandeirante, invadiu e destruiu Palmares em 1692
Gargalheira: coleira de ferro que eram postas nos escravos capturados
Muletas:  “a escravidão era uma das muletas da monarquia” Austricliano de Carvalho
Pelourinho: Poste fincado numa praça no qual os escravos apanhavam
Quilombos: Comunidades de negros ( e índios) que fugiam da escravidão
Tronco: Instrumento de tortura que prendiam os pés e as mãos dos escravos
Troia Negra:  A República dos Palmares, na expressão de Oliveira Martins.
Zumbi: O maior líder dos Palmares foi assassinado em 20 de novembro de 1695.

Referências
LUNA, Luiz. O negro na luta contra a escravidão. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Cátedra de Brasília, 1976.