terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

UM SEDENTO PESQUISADOR - MONTA A HISTÓRIA DA COMENDA ALBERTO MARANHÃO

Francisco Martins - no acervo da Tribuna do Norte - 14.02.2017
O escritor Francisco Martins está empenhado em várias pesquisas da área cultural do Rio Grande do Norte. Brevemente irá disponibilizar ao público a história da Comenda Alberto Maranhão, a principal medalha do  estado. A Comenda foi criada em 1959, no Governo Dinarte Mariz e já foi entregue a mais de 70 personalidades. A  pesquisa está sendo feita nos arquivos do jornal A República, Tribuna do Norte, Teatro Alberto Maranhão, Fundação José Augusto e Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

AFIGURAVES EM PARNAMIRIM


Por iniciativa do professor Francisco Martins, O Livro dos Afiguraves [Editora Feedback, Natal, 2.015] está sendo lido e difundido por professores da rede municipal de ensino de Parnamirim. Escrito por Franklin Jorge, a obra, já esgotada, é o registro do relacionamento do autor com a cidade de Luís Gomes e sua população nos últimos 30 anos.
Na fotografia abaixo, os professores Rosimery, Aracy, Deneide, Geraldo, Jarlene, Vera, Lúcia e Maria José.
.Acervo do Instituto Franklin Jorge [em organização]

DESVELANDO MEMÓRIAS

Por Geraldo S. Queiroz

Retiro dos arquivos um exemplar do jornal O VALE, presenteado pelo amigo JOSÉ LUIZ DA SILVA, já perto de completar 40 anos.
Neste número, de agosto de 1979, chama a atenção uma matéria sobre o poeta assuense RENATO CALDAS – O POETA BOÊMIO, assinada pela escritora MARIA EUGÊNIA MONTENEGRO, vinda das Minas Gerais e que prestou grandes serviços à região do Vale do Açu e ao Rio Grande do Norte.
Partilho com os amigos o achado, desvelando memórias que considero significativas para conhecimento de todos aqueles que se interessam pela cultura popular.Certamente, outros achados virão embalados nesta rede de comunicação.
RENATO CALDAS - O POETA BOÊMIO
Renato Caldas está para o Assu assim como D. Pedro I está na tela de Pedro Américo, a marcar uma época.
Renato Caldas, como autêntico poeta-boêmio, emoldura de folclore as ruas do Assu.
Seu livro FULÔ DO MATO é folclore. Seus poemas são vivência, gente, costume, sentimento, vida. Seus versos são ricos em imagens as mais belas e do gosto popular, encantando a leigos e eruditos, pela espontaneidade, humor e malícia. Vejamos a abertura do seu livro:
“Sá dona vossa mecê
é a fulô mais cheirosa
a fulô mais prefumosa
qui o meu sertão já botô!
Podem fazê um cardume
de tudo qui fô prefume
de tudo qui fô fulo
qui nem um, nem uma só
Tem o cheiro do suó
qui seu corpinho suô.
Tem cheiro de madrugada,
fartura de areia muiada
qui uruvaio inxambriô.
É cheiro bom, deferente,
qui a gente sintindo, sente
de outra coisa o fedô”.
É figura imprescindível nas reuniões sociais, com seus repentes e graça matuta, conhecido em todo o Brasil. Amigo de Sílvio Caldas, Noel Rosa e dos grandes artistas da velha guarda. Muitas vezes fez versos para grandes músicos, não dando valor ao dinheiro, ficando assim na obscuridade. Longe da terra, não podia esquecer o Assu, voltando mais rico em vivências, em rimas, em humor.
Certa vez, estando há longo tempo no Rio de Janeiro, sua esposa enciumada, sentindo a falta do marido boêmio, passou-lhe, de Assu, o telegrama: “Renato, se estiveres na Casa de Noca lembra-te que ainda existo”. Recebeu a resposta: “Renato segue dia 20. Abraços. Noca”.
Passando pelas ruas do Assu, Renato Caldas faz folclore, no andar compassado, no trajar simples de sertanejo, a fumar o seu imprescindível cigarro de palha ou cachimbo, que nunca trocou pelos modernos Minister ou Hollywood.
Senta-se à calçada dos amigos, sempre com repertório novo de irreverentes anedotas e dá um show de humorismo. Gosta de umas e outras, fase em que entra num período perigoso de malícia, com muita pimenta nos casos que conta, nos versos que diz.
É um grande repentista. Certa vez foi a um baile “dançar umas valsas”, na expressão popular. Animado, alto, abraçava efusivamente a dama, apertando-a cada vez mais, a ponto da jovem reclamar: “Olha, seu Renato, eu sou uma moça”. Malicioso, respondeu: “Porque quer”.
De uma de suas idas a Natal levava, certa vez, umas nambus e avoetes, já torradinhas e cheirosas, para comer, quando chegasse numa pensão à margem da estrada, sua pensão preferida. Ali chegando, pediu a copeira – a Chiquinha – que lhe trouxesse arroz, farinha, pratos e talheres. Depois de saborear o gostoso petisco, fechou a lata que trazia as avoetes e seguiu viagem. Ao chegar em Natal, viu que, no meio da farofa, ficara uma colher. De volta ao Assu, passando pela pensão, cheio de mesuras, entrega a Chiquinha um bilhete, que dizia:
Estou de volta, Chiquinha
Pra trazer sua colher
De coisa que não é minha
Eu só aceito mulher.
É também grande trovador.
Apreciando a trova do poeta Falcão, da Paraíba, como autêntico boêmio, fez o plágio. São elas respectivamente:
a trova de Américo Falcão:
Não há tristeza no mundo
que se compare à tristeza
do olhar do moribundo
fitando uma vela acesa.
o plágio de Renato Caldas:
Não há tristeza no mundo
que se compare à agonia
do olhar do vagabundo
vendo a garrafa vazia.

Maria Eugênia Montenegro.
O VALE.
Agosto/1979.

Referência:
Disponível em:  https://www.facebook.com/geraldo.s.queiroz/posts/1850041771930878. Visualizada em 13 fev 2017.

CANTO DE DUPLO LOUVOR





Para Angélica e Aracy

Sempre haverá poeta que louvará seus amigos.
Por isso cantarei:
Quem ama é capaz de grandes coisas, tais quais como estender a colcha dos seus sentimentos e sobre ela deixar que se sentem as amigas.
Tê-las na luz de um olhar matinal e convidá-las a um banquete de poemas que irá nutrir a alma.
Distribuir risos e abraços, falar do amor ágape, o mais sublime de todos.
Desejar que a elas, sempre, todos os dias, o Único, o Verbo, a Palavra acalente alma e espírito
E que na estação da vida possamos outra vez compartilhar o  pão da amizade, da cultura  e do saber.
Por quê? 
Porque há um rio de vida e leitura dentro de nós!
Porque "há amigos mais chegados do que um irmão" (Pr. 18:24b)
 
Francisco Martins
Parnamirim-RN – 13 de fevereiro de 2017

sábado, 11 de fevereiro de 2017

JUVENAL ANTUNES SERÁ TEMA DE CORDEL NA OBRA DE MANÉ BERADEIRO

Juvenal Antunes
Aquele que foi chamado de boêmio inolvidável, pelo poeta Esmeraldo Siqueira, terá brevemente sua homenagem em forma de cordel, com a assinatura de Mané Beradeiro. "Juvenal Antunes: o feio de belos poemas" é o título do folheto que ora trabalha o poeta cordelista Mané Beradeiro e que em março estará disponível para o público. O folheto propõe instruir o leitor sobre a vida e a obra daquele que se consagrou na literatura e ficou bem conhecido nos estados do Rio Grande do Norte e principalmente no Acre.  O poema está sendo escrito  em estrofes  de septilhas  e vem repleto de anotações sobre curiosidades da vida do homenageado.

Havia um quê qualquer
Na alma do bacharel
Um nome de mulher
Deu-lhe fel e também mel
Enrugou seu coração
Houve grande retração
Na vida do menestrel 
.
.
.
O Promotor Juvenal
Bebia e muito fumava
Vivia fazendo artes
Lembrando de quem amava
Construía versos dolentes
Com palavras tão carentes
Por quem tanto pranteava

 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

PROPAGANDA ANTIGA

1960

TRANSFORMAÇÃO



Eu já tive cabelos bem pretos,
Tão escuros quanto a cor do  negro.
Eu era forte, incansável, ágil.
Nada me assustava, nem a tesoura,
Nem os pelourinhos da vida.
Hoje meus cabelos estão grisalhos.
Aparentam charme de Casa Grande,
Fios prateados, pintados com o esforço da vida.
Amanhã, quando atravessar o portal que me leva
Ao campo da terceira idade, eles estarão brancos,
Como flocos de algodão, como a polpa do coco,
Dirão a mim: chegamos até aqui!

Francisco Martins
Parnamirim-RN
23 abril 2016

FOI UMA VEZ



Eu sei que quando acabar vão dizer:
-Era bonito, bom, gostoso!
Eu tenho certeza absoluta que vai ter aquela que exclamará:
-Ah! Se eu soubesse que ia terminar logo. Tinha comido mais e mais.
E, àquelas que não foram audaciosas, hão de  espalhar pelas redes sociais:
-Acabou.  Comeram todo......................................................... o queijo gorgonzola.

Francisco Martins