Ontem, 30 de janeiro de 2021, logo cedo, recebi a notícia do
encantamento de Nevinha, minha primeira professora. Faleceu aos 77 anos, em
casa, morte morrida como diziam os antigos. Nevinha partiu como um anjo que
cumpriu sua missão. Volta aos braços do Pai na certeza de que Nele sua vida
continuará.
Aos nossos olhos, somente aos nossos, as lágrimas descem
como gotas de saudades. Sentiremos sua falta, assim como o leito seco do rio
aguarda as chegadas das chuvas torrenciais. Ficaremos pensando em seu sorriso,
na tonalidade daquela voz suave e meiga, que chegava aos nossos ouvidos como
música de excelente qualidade.
Escrevo esta crônica, algumas horas após deixar a necrópole
onde seu corpo obedecerá a máxima divina: “lembra-te de que és pó e ao pó
tornarás”. A morte, esta senhora que vem tragando nossas vidas por muitos
milhões de anos, continua insaciável, mas seus dias não são infinitos, haverá
um tempo em que ela será domada para sempre e sabemos que o vencedor tem nome e
reino: Jesus!
É com essa fé que eu assino a minha crença de que ressuscitaremos
Nele. Até a chegada deste dia eu quero lembrar sempre de Nevinha e com elas
todos os meus antepassados que dormem aguardando a Voz do Cordeiro de Deus, a
Estrela da Manhã, o Rei dos reis.
Descansa Nevinha, hoje não terei aula, na lousa, o menino
que foi teu aluno escreve:
Obrigado meu Deus por me teres dado a professora mais linda
do mundo!
Netinho, era assim que ela me chamava.
Ceará-Mirim
31 de janeiro de 2021