segunda-feira, 1 de julho de 2024

MANÉ BERADEIRO E ANANIAS EM PROGRAMA DA TV FUTURO

Ontem, domingo, dia 30 de junho, o poeta Mané Beradeiro e o seu inseparável jumento Ananias estiveram participando do programa "O Forró já começou", no Canal Futuro (14.1). O programa de ontem foi especial e contou com a presença de vários músicos e artistas diversos. Breve Mané Beradeiro voltará ao programa. 

"O Forró já começou" é levado ao ar semanalmente, sempre aos domingos, das 18h às 20 h, ao vivo, tendo como apresentadores Kanelinha e Fernando Lucena, sendo esse último o criador do programa.

Um espaço aberto ao que há de melhor e genuíno na cultura nordestina, "O Forró já começou" tem pauta voltada para o forró  tradicional, o cordel brasileiro e outros segmentos da cultura desta região tão rica que é o Nordeste.

quinta-feira, 27 de junho de 2024

MEU ÚLTIMO ENCONTRO COM DOM HELDER

 

Padre José Freitas Campos

Quem não conhece o profeta da paz? Um cearense nascido em Fortaleza, Foi bispo auxiliar no Rio e Arcebispo de Olinda e Recife, a partir de 12 de março de 1964. Como bispo auxiliar do Rio de Janeiro, promoveu a Cruzada de S. Sebastião para a construção de casas para as famílias pobres e criou o Banco da Providência para a manutenção das obras de caridade. Sonhando com a união de todos os bispos brasileiros, surgiu a CNBB da qual foi o seu primeiro secretário geral por dois mandatos. Como pastor de Olinda e Recife (1964-1985), foi um dos bispos mais atuantes do Concílio Vaticano II. Este baixinho, frágil, sorria feliz por ver os novos caminhos pastorais que a lgreja ia assumindo.



Vestindo uma batina creme e usando uma cruz peitoral de madeira se apresentava como pastor de todos. Deixou o Palácio dos Manguinhos, e foi morar na sacristia da Igreja das Fronteiras. Ergueu uma parede para fazer um quarto, onde tinha a cama e uma mesa para estudar e escrever. Durante o Concilio, com um grupo de bispos assumiu o compromisso de ser lgreja dos pobres e para os pobres, decisão esta denominada "Pacto das Catacumbas".

            Sofreu purificando-se na noite escura. Até meados dos anos 80, seu nome não podia ser mais publicado ou pronunciado. Participou do movimento internacional com os pobres ‘’mãos estendidas" e lançou o grande projeto de "um ano 2000 sem fome’’. Não lhe foi poupado o sofrimento, a incompreensão, a dúvida sutil sobre suas intenções. Contudo, aceitou as piores perseguições contra a sua pessoa e o seu pastoreio no silêncio que santifica.

Após se tornar  emérito, D. Helder recolheu-se no silêncio: nem uma palavra ou declaração. Como sempre fez  continuou a se levantar de madrugada, abrir a janela, e orar por sua amada Olinda e Recife. Suas vigílias deram-lhe forças espirituais ao longo da vida. Faleceu, santamente, no dia 27 de agosto de 1999, aos 90 anos. Uma vida entregue totalmente a Deus, à Igreja e aos pobres mais pobres. Conheci-o amiúde. Era muito ligado à Igreja de Natal. Esteve aqui presente em grandes momentos da nossa caminhada pastoral: pregando o retiro do clero, como homileta da ordenação episcopal de D. Costa, em 1972, recebendo o titulo de cidadão norteriograndense e em tantos outros acontecimentos eclesiais. Por estar presente nas assembleias regionais, nos cursos de canto pastoral e em tantos outros eventos, ele me chamava pelo nome. Tinha-o em grande estima. A cada ano, por ocasião do encerramento do curso de canto pastoral no Auditório do Colégio São José em Recife, estava sempre dando a sua palavra profética de ânimo e de esperança. De quando em vez ia visitá-lo na sua pequena casa ao lado da Igreja das Fronteiras. Ele fazia questão de abrir a portaria e acolhia a quem o procurava.

 Combinei com o Pe. Baronto de irmos visitá-lo. Atendeu-nos bem, mas já estava um tanto quanto fragilizado pelo rigor dos anos. Não me reconheceu mais. O Pe. Baronto me apresentou dizendo-lhe que era um compositor nordestino e começou a entoar cantos de minha autoria. Ele sentado regia como se fosse uma grande orquestra composta de gente cheia de esperança. Foi a última vez que pude contemplar o rosto inconfundível e sereno deste profeta da Igreja do Nordeste e do Mundo. Anos depois por ocasião do seu centenário do nascimento  tive a grande graça de compor  um hino em sua homenagem cujo refrão assim rezava: Um nordestino, um profeta audaz, D. Helder Câmara, pastor da paz.

Pe.José Freitas Campos - do Presbitério de Natal

UM BATE-PAPO PRA LÁ DA PALAVRA


 O imortal Manoel Onofre Jr e a palestrante  Margarida Seabra de Moura irão se encontrar na noite de hoje, 27 de junho, das 19 às 22h,  na sede da livraria PALAVRARIA, que fica no Shopping Natal-Sul, Avenida Prudente de Morais, 3857, em Natal.


Na oportunidade, além da boa conversa, a livraria estará também prestando uma homenagem a Nei Leandro de Castro, lançando mais uma edição do seu livro "Diário  Íntimo da Palavra".

quarta-feira, 26 de junho de 2024

QUANDO A HISTÓRIA É ESCRITA EM FERRO E IMAGEM

 Sempre que posso eu gosto de sair fotografando meu espaço. Registro com a câmera do celular coisas que aparentemente podem não ter muito significado ou não interessar a quase ninguém, mas a mim, sim. Tenho interesse por coisas da História, as pequenas, que falam dos grandes. Foi assim, que em 2008, 16 anos passados, eu resolvi andar pelas ruas do bairro da Ribeira, em Natal. Fotografei  o local onde outrora foi uma casa que serviu de berço à Câmara Cascudo. No antigo ponto comercial, que hoje não mais funciona, existia uma placa sinalizando que ali nasceu nosso gênio cultural.



A placa era de metal, um presente dos amigos do escritor, que a fixaram naquela parede em dezembro de 1955. Tempos depois da minha visita, a placa foi extraída pelos vândalos, deve ter servido de moeda para compra de drogas.

O teor da placa:  "Nesta casa, em 30 de dezembro de 1898, nasceu o insigne escritor, Dr. Luis da Câmara Cascudo historiador da Cidade do Natal, Mestre do Folclore e glória definitiva da cultura brasileira. Homenagem dos seus amigos. Natal, 30 de dezembro de 1955".

Francisco Martins - 26 de junho de 2024.

terça-feira, 25 de junho de 2024

TRANSFORMANDO GARRAFAS COM A ARTE QUILLING

Em julho do ano passado eu comecei a  praticar a arte de quilling, que consiste em usar papel e com ele fazer pequenas peças que juntas dão formas às mais variadas imagens que a criatividade possa fazer nascer.

Trabalhar com quilling é muito bom, primeiro porque é uma terapia maravilhosa, segundo, o material não é caro. Pretendo  dentro de algum tempo, quem sabe, mostrar minha produção numa exposição.

Agora tenho me dedicado não somente a quadros, mas também a dar vida em garrafas  que tinham como destino o lixo.


Francisco Martins - 25 junho 2024

REVISTA Nº 79 DA ACADEMIA NORTE RIO-GRANDENSE DE LETRAS COMEÇA A CIRCULAR SEGUNDA-FEIRA


 Segunda-feira próxima, dia 1 de julho, a Academia Norte-rio-grandense de Letras estará entregando à comunidade leitora, a sua tradicional revista, que circula desde o ano de 1951 e em 2014, passou a ter periodicidade trimestral, sob o comando do Acadêmico e Diretor da Revista - Manoel Onofre Jr e o Editor Thiago Gonzaga. A edição nº 79, referente ao meses de abril a junho de 2024 traz, como sempre, a participação dos imortais, e também de convidados. Contos, crônicas, ensaios, artigos, poemas, discursos, entrevistas, são elementos constantes na transmissão da história que é feita aqui no estado, no âmbito da literatura.  Agende-se para pegar seu exemplar. Entrega gratuita, na sede da Academia, situada à rua Mipibu, 443, em Petrópolis, Natal.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

UM CLÁSSICO DE VICTOR HUGO GANHA RELEITURA EM CORDEL



Escrito por Victor Hugo, e publicado em 1862, na França, o livro "Os Miseráveis" registra o grito dos pobres na sociedade francesa do século XIX.  Não demorou para se tornar um clássico da literatura mundial.

Li "Os Miseráveis" nos anos 90 e confesso que ainda não assisti o filme. Gosto mais de criar as próprias cenas na leitura, embora saiba que a sétima arte é formidável.

Hoje eu quero focar meu olhar de crítico para um recente trabalho, do autor Gilberto Cardoso, "Os Miseráveis - em cordel".

Vinte e quatro capítulos formam o livro, todo escrito em estrofes com sete pés (ABCBDDB). Um trabalho construído no tempo da Pandemia do Corona Vírus, que exigiu muito do autor, mas o resultado foi digno de aplausos.

Convido os professores da língua portuguesa, e principalmente os que trabalham com Literatura no RN, a tomarem conhecimento dessa obra escrita por Gilberto Cardoso.

Apresentá-la aos alunos do Ensino Médio é atingir o alvo com várias setas, de forma simultânea. Vejamos:

1º) O professor estará cumprindo o que determina a Lei nº 11.231, de 4 de agosto de 2022, que inclui a Literatura Potiguar nas Escolas da rede estadual de ensino e particular.

2º) A escola incentiva o fomento à literatura de cordel (Lei nº 10.950, de 13 de julho de 2021).

3º) Incentiva a Cultura da Leitura e da Escrita ( Lei nº 10.690, de 11 de fevereiro de 2020).

4º) O leitor tem a oportunidade de conhecer a releitura de um clássico francês, no gênero de cordel.

Esse é o tipo de cordelivro que nasceu para somar e fazer parte de um conjunto de obras congêneres, que contam histórias clássicas, nesse gênero de poesia, o cordel.

Gilberto Cardoso construiu 539 estrofes, totalizando 3.773 versos. Tendo a capacidade de escrever e recontar "Os Miseráveis", sem levar ao leitor a sensação de cansaço.  Breve irei assistir o filme e então poderei dizer: li o livro, o cordel e vi o filme. Louvo o autor e poeta cordelista, Gilberto Cardoso.Parabéns!

Mané Beradeiro - 24 de junho de 2024



 


15 ANOS DO BLOG

 15 anos de vida completou este mês esse blog.

Muitas histórias são contadas aqui. É possível com elas adquirir conhecimento, ampliar a cultura.

Agradeço aqueles que estão comigo ao longo desse tempo. Na carta que o apóstolo Paulo escreveu aos gálatas, 4:10, lemos: "Vocês guardam dias, meses, tempos e anos".

Sim, guardamos! Eles ainda são precisos do lado de cá. Que venham outros anos e possamos celebrar um vintênio.


Francisco Martins.

terça-feira, 18 de junho de 2024

ANRL E O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA HOMENAGEIAM MANOEL DANTAS NO CENTENÁRIO DO SEU FALECIMENTO

 A  Academia Norte-rio-grandense de Letras-ANRL e o Conselho Estadual de Cultura-CEC fazem na tarde de hoje uma homenagem a Manoel Dantas. A cerimônia terá palestras que serão feitas pelo Presidente da ANRL - Diogenes da Cunha Lima, do jornalista Alex Medeiros e do neto de Manoel Dantas, Edgar Dantas.

O Evento é aberto ao público e começa às 16 h, na sede da ANRL, situada a Rua Mipibu, 443, bairro Petrópolis, em Natal.




RETORNANDO ÀS POSTAGENS


 Quase seis meses sem nada publicar aqui no blog, eu volto às atividades das postagens. Precisava de um tempo para descansar, principalmente depois do meu segundo infarto, ocorrido em novembro do ano passado. Chego com vontade de manter meus seguidores atualizados sobre minhas produções textuais.

Em dezembro 2023 lancei a segunda edição do livro Doutor Buti, livro infantil, e ainda tenho disponível para venda R$ 25,00


Em maio passado comecei a vender o livro infantil "Um novo Rei", que tem texto em cordel e é uma fábula sobre direitos e deveres sociais, ensinando a criança a ser cidadã. O livro pode ser adquirido ao preço de R$ 20,00 (quem pedir para enviar pelos Correios paga o valor da despesa postal).

Quinzenalmente eu atualizo o catálogo com as minhas produções, nele tem todos os livros e folhetos de cordéis disponíveis à venda,  e posso enviar àqueles que desejarem receber, sem nenhum custo, basta pedir pelo whatsApp (84)9.8719-4534. 

A agenda está aberta para o segundo semestre de 2024. Lembrando que só posso atender uma escola por semana, por causa do meu estado de saúde, Nada de correria, nem estresse!  Para agendar entre em contato pelo whatsApp.

Por enquanto é isso.

Abraços

Francisco Martins/Mané Beradeiro

18 de junho de 2024

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

SAPELECO E A NOIVA DO SOL - COLEÇÃO SAPOTERATURA - CORDEL INFANTIL

 

A Cidade do Natal aniversaria em dezembro. Ela é também conhecida como "A Noiva do Sol", para homenagear a metrópole, o poeta Mané Beradeiro escreveu o cordel infantil: "Sapeleco e a Noiva do Sol", o volume II da Coleção Sapoteratura.

Sapeleco já foi apresentado ao público e narrou sua história que está presente no volume I, "Um Sonho com Sapeleco".


O folheto tem 32 estrofes, todas em sextilhas e termina dizendo que Sapeleco chegou em Natal

Viajou para Natal
Segue dentro de avião
Acompanhe esta jornada
Toda cheia de emoção
O cordel não para agora
Outro tem em edição.

E a edição é exatamente o volume II, onde Sapeleco é recepcionado pelo lagarto "Folhiço", que vai servir de cicerone e mostrar a Cidade do Natal.  História, ecologia, monumentos, símbolos da cidade e muito mais, o leitor vai aprender nesta estada de Sapeleco em Natal.

Quem conhece  a história
Do lugar onde se mora
Quem a cultura defende
E ela não ignora
É povo fortalecido,
Todo dia, qualquer hora.

Breve o folheto estará disponível.

UM NATAL DIFERENTE NO CORAÇÃO DE MUITA GENTE: JENNY AIRES PARTIU

 

Jenny Aires da Cunha, professora da rede municipal de Parnamirim-RN, trabalhava  na Escola Jussier Santos, bairro de Santa Tereza, exercendo a função de Mediadora de Leitura.  Era uma profissional  dedicada. Cuidava da biblioteca escolar com tanto zelo que eu muitas vezes dizia para mim mesmo: "são poucas as que se entregam dessa forma".

Incontáveis vezes atendi os seus convites. Estive lá como Mané Beradeiro, Palhaço Leiturino e o escritor. Divulgava meus trabalhos, e também dos colegas. Vinha lutando contra um câncer e faleceu no dia 24 de dezembro. Dia seguinte seria seu aniversário, e hoje, 26, a escola tinha programado uma celebração. Tudo mudou! Tristeza, sentimentos de perda, saudades, etc. Eu fiquei com  angústia por não ter podido ir ao velório e sepultamento, estava longe.

Ontem, quando regressava para casa escrevi este texto abaixo, uma singela homenagem àquela que tem lugar guardado na minha memória. Obrigado por tudo Jenny Aires.

Jenny está no céu.

Chegou ontem, anjos a receberam com festividade.   Honrarias foram feitas. Paulo Apóstolo, o maior Mediador de Leitura do primeiro século cristão, foi o cicerone de Jenny.

Ela não sentia dores, não havia trevas. Tudo luz!

Ela agradeceu a recepção e presenteou anjos e santos com os cordeis de Mané Beradeiro, Acaci, Geraldo Tavares, Antonio Francisco. Distribuiu também livros de Paula Belmino, José de Castro, Salizete Freire.

O seu olhar foi longe e atravessou o terceiro Céu, aí então,  alguém tocou em seu ombro e falou:

- Bem que eu disse:  "Tudo vira outra história".


Francisco Martins
25 de dezembro de 2023

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

LIVRO ORGANIZADO POR EVA POTIGUARA GANHA PRIMEIRO LUGAR NO EIXO INOVAÇÃO - PRÊMIO JABUTI 2023


O Prêmio Jabuti 2023 é distribuído em quatro eixos, que subdividem em vinte e uma categorias. Os eixos são: 1) Literatura ( 8 categorias); 2) Não Ficção ( 6 categorias); 3) Produção Editorial (4 categorias) e o 4º) Inovação (3 categorias).

Foi no Eixo INOVAÇÃO,  na categoria Fomento à Leitura, que a escritora EVA POTIGUARA( Evanir de Oliveira Pinheiro) foi premiada em primeiro lugar, com o seu livro: Album  Biográfico Guerreiras da Ancestralidade do Mulherio das Letras Indígenas.

"O projeto visa a inclusão das escritoras indígenas na literatura, já que muitas são estigmatizadas como mulheres de tradição oral, sem qualidade em sua escrita. Criou a oportunidade de 80% publicarem pela 1ª vez e de parte das escritoras saírem das aldeias e terem contato direto com os leitores. A obra tem distribuição gratuita física e em e-book. Circula em bibliotecas públicas  e particulares de instituições de ensino". (


O trabalho organizado por Eva Potiguara concorreu com mais quatro participantes. Quem desejar conhecer a obra premiada pode baixar o livro, versão digital,  clicando aqui Guerreiras da Ancestralidade.

Parabenizamos a Eva Potiguara pelo sucesso.


Francisco Martins

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

PARNAMIRIM: UMA CIDADE QUE PASSA O ANO INTEIRO COM INUNDAÇÕES DE LIVROS E AUTORES

 A cidade de Parnamirim tem um diferencial quando se trata de livros e leitura. É que ao longo do ano, nas escolas municipais, o projeto "Rio de Leitura" cumpre com maestria e dedicação, o objetivo de formar leitores. Todas as bibliotecas escolares desenvolvem ações voltadas à esse  alvo. O resultado é que os Mediadores de Leitura, professores que trabalham no front, não cessam de realizar eventos que celebram a culminância das ações.


Toda semana há presença de livros e seus autores no piso da escola. O calendário abrange escritores e escritoras que já partiram, mas também abraçam os vivos. Paulo Belmino, Geraldo Tavares, José Acaci, Anchella Monte,  Antonio Francisco, José de Castro, Drika Duarte e Francisco Martins são alguns dos autores (vivos) que frequentemente recebem o carinho do "Rio de Leitura".

Parabéns aos que fazem esse projeto tão belo e importante. Que possamos tê-lo em 2024 e anos seguintes, sempre vivo e atuante.


Francisco Martins

HENRIQUE DIAS - UM HERÓI OU ANTI HERÓI?

 Foi no dia 23 de novembro de 1647, portanto, passados já 376 anos, que aconteceu uma matança cruel nas terras do que seria mais tarde o município de Arez-RN. A Lagoa de Guaíra estava domina pelos flamengos. Dela eles tiravam peixes e das suas margens,  graças a mandioca, farinha.  Alimentos que ajudavam a abastecer a tropa.


De Pernambuco partiu Henrique Dias, negro, juntamente com outros homens, para lutar contra os Holandeses.  Deixo Câmara Cascudo contar: "Henrique Dias chegou ao escurecer, atravessando a lagoa com água pela cintura e atacando imediatamente...Henrique Dias passou a noite matando. Pela manhã não existia gente com vida na fortificação. Soldados flamengos, negros, escravos, mulheres, crianças".


Fonte: O FORTIM DE GUARAÍRAS, em História do Rio Grande do Norte -  Luis da Câmara Cascudo - 2a edição  Achiamé/FJA, páginas 79 e 80.



quarta-feira, 22 de novembro de 2023

UM NOVO LIVRO DE CONSTÂNCIA LIMA DUARTE


Neste mês de novembro, o @mulherionisiafloresta traz o livro "MEMORIAL DO MEMORICÍDIO", organizado pela por Constância Lima Duarte, contando com a participação de 18 pesquisadoras, com o objetivo de dar visibilidade às antigas escritoras. Alguns dos 40 nomes nunca foram mencionados nas histórias literárias; outros, apesar da calorosa recepção que tiveram de leitores ilustres, como Machado de Assis e Olavo Bilac, também foram excluídos do cânone por uma historiografia e uma crítica de perspectiva masculina. A exemplo, estão neste primeiro volume alguns nomes como Antonieta de Barros, Bárbara Heliodora, Delfina Begnina, Júlia Lopes de Almeida, Joana Manso, Maria Firmina, Maura Lopes Cançado, entre outras.________

Natural de Januária/MG, Constância Lima Duarte é pesquisadora do CNPq, doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo e mestre em Literatura Portuguesa pela PUC-RJ. Em 1996, aposentou-se pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, em 1998, assumiu a Cadeira de Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, através de concurso público. No pós-doutorado, realizado em 2002 e 2003 na UFSC e na UFRJ, desenvolveu o projeto “Literatura e Feminismo no Brasil: trajetória e diálogo”. Pesquisadora do Centro de Estudos Literários da UFMG, coordena os grupos de pesquisa Letras de Minas e Mulheres em Letras.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

DUAS PONTES E ALGO MAIS

 Os  doutores construiram
Duas pontes no meu peito
Usaram  massa mamária
Deixando coração  perfeito.
Implantaram por precaução
De couro um matolão
Pendurado na porteira
Toda feita de aroeira
Em caminho bem dourado
Projetado e ornamentado
Pra  quem tem o meu respeito.

Mané Beradeiro

ALBERTO PERDIGÃO VEM LANÇAR SEU LIVRO EM NATAL

 

O livro Pretas e Pretos na Literatura de Cordel é uma coleção inédita de dez artigos sobre folhetos que abordam temas relacionados à negritude como identidade e como movimento social.


Os artigos analisam o conteúdo de folhetos que abordam temas como racismo, escravidão e abolição, que apresentam o protagonismo relativamente apagado de princesas e rainhas pretas, de guerreiros e de heróis pretos na luta por liberdade e direitos, e que trazem versões diferenciadas de pautas contemporâneas como o descumprimento da Lei 10.639 e o assassinato da vereadora Marielle Franco.


A obra é resultado de uma pesquisa inovadora e de fôlego que acolhe o folheto de cordel como mídia informativa alternativa, popular e contra-hegemônica.


O texto é leve, surpreendente e, em muitas passagens, emocionante.

Uma leitura urgente e necessária para uma nação que não reconhece a força da negritude e que desconhece a potência da literatura de cordel.


Alberto Perdigão é jornalista, escritor, professor, mestre em políticas públicas e sociedade.

Pesquisador na área de folkcomunicação, com ênfase no folheto de política da literatura de cordel.

É autor dos livros Comunicação Pública e TV Digital (dissertação de mestrado, EdUECE,

2010), Comunicação Pública e Inclusão Política (coletânea de artigos jornalísticos, RDS,

2014), Únicos (coletânea de poemas, Radiadora, 2021) e Política e Literatura de Cordel

(coletânea de artigos científicos, RDS, 2022).

Coautor em livros e revistas científicas relacionados à política, ao jornalismo e à folkcomunicação.

Atua no jornalismo popular e como professor de comunicação alternativa e comunitária. Atua no movimento social pelo direito à comunicação e à cultura.


Fonte:https://abacashi.com/p/pretos-e-pretas-na-literatura-de-cordel?utm_campaign=conversao__livro_pretas_e_pretos_na_literatura_de_cordel&utm_medium=email&utm_source=RD%20Station



segunda-feira, 6 de novembro de 2023

CARTA ABERTA ÀQUELES QUE VÃO ME OPERAR


 Natal-RN, 06 de novembro de 2023.

Senhores médicos,

Amanhã, vocês têm a oportunidade de verem  e tocarem em meu coração. Ele é diferente, embora tenha a mesma estrutura dos outros humanos. O diferencial só é notado por aqueles que gostam de arte, Há nele quatro cavidades pelas quais passam  a poesia, a prosa e os meus personagens: Leiturino e Mané Beradeiro.

Com certeza vocês não sabem do que estou falando,  não conhecem a dimensão das minhas atividades culturais. Quero alertá-los!

Muito cuidado para não cortar a veia do cordel, ela fica bem pertinho da veia cardíaca anterior.  Não muito longe da artéria coronária esquerda passa  a veia da prosa. Dentro da aorta tem um HD de pesquisas, por favor não toquem nele, exceto se realmente for preciso. Parecido com o pericárdio é o que dá vida a Leiturino, não vão se confundir. E, finalmente, agarrada a válvula mitral tem o bisaco de Mané Beradeiro, cheio de causos e poesia.

Pois bem, venho pedir que façam tudo que estiver ao alcance de suas mãos, para que ele volte a funcionar de maneira saudável. Acredito e confio piamente em cada um dessa equipe, tenham sucesso na missão cirúrgica.

Um batalhão de crianças lhe será imensamente grato. Jovens e adultos também ficarão felizes ao saber que vocês fizeram um excelente trabalho.

Que Jesus, o médico maior, oriente e guie as suas decisões e dê sabedoria a todos da equipe.

Francisco Martins
Mané Beradeiro
Leiturino


domingo, 5 de novembro de 2023

ESCRITORES LANÇAM LIVRO NESTA SEGUNDA-FEIRA

 

ALFABETO ECOLÓGICO:
A FAUNA em FORMA de CANÇÃO

Declaração de amor à fauna brasileira, o livro “Alfabeto Ecológico”, de Diogenes da Cunha Lima e Roberto Lima, são pequenos poemas musicados, ilustrados e acompanhados da partitura, além de QR Code que possibilita ouvir as canções. Dedicado ao público infantil e aos educadores que lidam com o ensino da música, será lançado no próximo dia 06 de novembro, às 17h, no auditório da Escola de Música da UFRN, no Campus Universitário. No evento, o coral “Os Serafins” interpretará músicas do livro sob a regência da professora Catarina Shin.
Esse livro é para todos que entendem a importância e a urgência de cantar para o futuro. Como disse o poeta Lívio Oliveira, “Aqui, as letras do alfabeto, de A a Z, cantam belezas naturais, lembrando-nos da necessidade de resgatar, em palavras e gestos, o humanismo, essa energia capaz de alcançar a verdadeira saúde do Planeta.” Editado pela Artêra Editorial, do Paraná, tem ilustrações da artista plástica Amanda Carreras e um glossário de enfoque ecológico com curiosidades e informações.