Não há nada
lá no Livro
Sagrado aos
Cristãos
Que diga ter
sido o galo
Um cantor de
multidão.
Não existe
naquelas páginas
Inerrantes de
inspiração
Prova que
foram três os Reis Magos
Da visitação.
Então, como
poeta, que tem completa permissão,
Convido o
nobre leitor a viajar na ficção,
Pensar no
nascimento de quem trouxe Salvação
Misturar Bíblia
e Poesia, Anjos, José e Maria
Arrancar da
tradição ibérica, a agonia, de que
No Presépio havia neve em demasia.
De tudo que
nós sabemos, vai ficar neste poema,
Um jumento
cansado, uma virgem escolhida e
Um José
cheio de fé.
É verdade
que o casal não encontrou nenhum local
Pra arriar
seus apetrechos.
A noite foi
chegando, temperatura caindo,
A mulher de
José, gemendo da gestação,
Disse ao
marido: “-Se aveche meu José, encontre
Qualquer lugar,
do jeito que a coisa tá, não demora Jesus chegar”
O jumento
entendeu aquela situação e cansado da viagem deu rumo
A condição, fez frecheira na rodagem, invadiu uma fazenda, rompeu cancela
Fechada,
adentrou numa cocheira.
José entendeu o fato, deu um trato no recinto
Palha serviu
de cama, boi dividiu ambiente
Estrelas
deram a Maria:brilho, coragem e força.
Corais de
Anjos estavam com o glória entalado
E quando
Jesus nasceu, ouviu-se choro sagrado
Do Céu
desceu legião de seres celestiais,
Cantando
glórias ao menino, esperado por demais!
Fuxicaram aos pastores,
daquela região:
“-Corram
agora, vão ver o Verbo Criança, o Deus
que se fez Homem,
A Estrela da
Manhã, o Leão de Judá, aquele que veio
ao mundo
Para o céu escancarar”
E foi assim
meu leitor, que o poeta lembrou
O nascimento
daquele que só plantou o amor.
Mané
Beradeiro – 19 dezembro 2016