domingo, 7 de junho de 2009

O GRANDE ATAQUE TERRORISTA






Depois do histórico ataque de Onze de Setembro, aos Estados Unidos, os terroristas mudaram de tática. Não dava mais para sair por aí derrubando aviões contra edifícios, era preciso ser criativo e ferir o inimigo de outra forma. Mas qual? Reunidos numa grande conferência internacional, que aconteceu em lugar totalmente desconhecido da mídia, por razões óbvias de segurança, eles deliberaram que iriam ferir a sociedade, tendo como alvo, um símbolo que hoje já não é propriedade americana, mas sim da sociedade capitalista e se faz presente em todos os continentes.
Desde o dia em que as Torres Gêmeas caíram que eles se dedicaram ao desenvolvimento e criação de uma máquina capaz de destruir as roupas das pessoas. Deram-lhe o nome de Adão I ao primeiro protótipo, depois veio Adão II, Adão III e finalmente Adão IV, este super potente, uma máquina que emite ondas magnéticas, num raio de quarenta quilômetros. Dentro deste espaço ele consegue deixar em fibras todos os tecidos, quer já estejam costurados ou não. Ela não mata as pessoas, sua missão é simplesmente acabar com o vestuário. Esteja ele sendo usado pelas pessoas, e ou ainda, nas vitrines e prateleiras de lojas, nos galpões das fábricas aguardando expedição, ou mesmo em grandes rolos nas indústrias de tecidos.
Adão IV é uma revolução tecnológica usada para ferir o capital, uma vez que, seu alvo é o Jeans. Isto mesmo, o velho e surrado Jeans, símbolo dos Estados Unidos que se espalhou pelos cinco continentes, atravessou fronteiras, vestiu e veste gerações. Olhe ao seu redor. Olhe......Olhe mesmo...eu espero, vou ficar até assobiando: fi fi fi fi fi fi fi ... Viu? Quantas pessoas usam jeans. Ele está presente no tênis, nas calças, bermudas, camisas, jaquetas, bolsas, etc.

Eis a razão pela qual os terroristas resolveram exterminar do planeta o jeans: Todo mundo gosta. Para testar as máquinas protótipos eles realizaram missões em território cubano. Aparentemente tudo correu bem, mas agora eles precisavam fazer esta operação numa escala maior. Vieram para o Brasil, ficaram em São Paulo, capital, e do alto do apartamento onde eles estavam podiam ver a multidão indo e vindo com o jeans.
Os terroristas foram tão bem treinados pela corporação, que entre uma foto do presidente Busch e um retângulo do jeans, eles preferiam o último. Tamanha era o ódio que eles guardavam dentro de si. Foram escolhidos a dedo. Passaram vários meses se preparando, sabiam a história dos jeans.
Este tecido tem cento e cinqüenta e sete anos de moda. Nenhum outro passou tanto tempo em evidência. Surgiu nos Estados Unidos, em mil oitocentos e cinquenta, tendo sido as primeiras roupas confeccionadas por Levi Strauss que as fez para os mineradores da Califôrnia, posto que, as roupas que eles tinham não eram tão resistentes. À priori foram primeiro usados lonas, mas logo em seguida, Levi Strauss visitou os fabricantes de lonas e pediu que o tecido fosse mais maleável, surgindo os jeans. Para amaciá-lo lavava-se com pedras, técnica que ainda é usada hoje, nas grandes lavanderias industriais.
Na década de cinqüenta os atores James Dean e Marlon do cinema americano adotaram o jeans e daí em diante ele passou a ser símbolo de uma geração que contestava tudo e todos. Espalhou-se pelo mundo tal qual rastro de pólvora e este sucesso provocou ódio entre os terroristas que hoje, através da Adão IV tentam destruir esta história.
De São Paulo eles foram em pequenos grupos para várias metrópoles brasileiras: Rio Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Manaus, etc. Tudo foi metricamente planejado. E quando acionaram as máquinas, houve um caos apocalíptico em todo o Brasil.
Em São Paulo, incontáveis pessoas ficaram só de cuecas e calcinhas em plena rua. Vendo suas calças, saias, jaquetas serem desfibradas e caírem aos seus pés, sem nenhuma explicação. No Parque Ibirapuera, onde acontecia um grande show de rock também homens e mulheres tiveram suas roupas evaporadas, só que eles achavam que faziam parte da programação e acharam aquilo maravilhoso.
Em Belo Horizonte, no Parque da Pampulha, então, foi uma loucura! Cenas semelhantes a de São Paulo foram visíveis. Naquelas imediações havia um grupo de evangélicos e quando sentiram suas roupas sumindo, gritaram em uníssono: aleluia! O arrebatamento vai começar e está acontecendo pelas nossa roupas.
No Rio de Janeiro, em pleno clássico no Maracanã, templo do futebol, as torcidas estavam desprovidas de suas calças. Foi um Deus –nos –acuda. Gente nas torcidas pulava só de camisetas e comemoravam gol de forma nunca vista.
Na BR 101, em Fortaleza, vinha um grupo de motoqueiros, os Gangaceiros do Asfalto, em suas motos potentes, quando de repente, vupt! Estavam eles sem calças e jaquetas. As mocinhas que presenciavam o desfile ficaram boquiabertas diante daquela cena.
E nas indústrias, o prejuízo foi enorme. Nenhum metro quadrado do jeans estava salvo. A mesma situação nos estoques das fábricas e nas lojas. Adão IV tinha sido um sucesso, os terroristas comemoravam. Faziam as malas e agora, resolutos e obstinados seguiriam viajem para outros países. Na cabeça de cada um deles a máxima: Um mundo sem Jeans.

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