quarta-feira, 15 de outubro de 2025

MANÉ BERADEIRO PARTICIPARÁ DO 9º CÍRCULO DO CORDEL EM NATAL

 

A Comissão Organizadora do 9º  Círculo Natalense do Cordel fez convite especial a Mané Beradeiro, para  falar sobre o tema: "O Cordel na Trilha Potiguar: caminhos de memórias, cultura e resistência". O evento vai acontecer de 13 a 15 de novembro desse ano. A mesa com a participação de Mané Beradeiro será na tarde de 14 de novembro, às 14 h, na Estação do Cordel,  contando com a presença de Nando Poeta (presidente da  Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel-ANLiC) e a mediação da poeta Geralda Efigênia. Breve daremos maiores detalhes.

QUINTA CULTURAL NO IHGRN

 


terça-feira, 14 de outubro de 2025

DE QUANDO OTTO GUERRA DISPUTOU ELEIÇÃO DE SENADOR

Poucos sabem que Otto Guerra foi candidato a um cargo político. Aquele homem, tão dedicado às causas sociais e às atividades religiosas da Igreja Católica um dia resolveu disputar a vaga de Senador da República.

Vou transcrever a história contada pelo neto, José Leonardo Guerra Maranhão Bezerra. Ei-la:

"Em 1954, Otto de Brito Guerra tenta uma vaga no Senado da República após insistentes pedidos dos amigos, dentre eles operários, professores, membros da igreja católica e de alguns empresários, especialmente o Sr. João Motta. Havia um anseio de alguns setores para que um novo nome viesse a compor o cenário político e - após muita insistência - conseguiram convencer o professor Otto a aceitar tal indicação e assim candidatar-se.

Na sua incursão pelo interior do Rio Grande do Norte, em plena campanha, o carro seguia o destino planejado e nele estavam Otto Guerra, seu amigo João Motta, Pedro Cunha Lima (casado com a sua irmã Bertilde) e o condutor do veículo, contratado para tal desígnio. Em determinado momento, Otto Guerra solicitou ao motorista que parasse o carro, no intuito de saber in loco a aceitabilidade do seu nome perante o eleitorado. Então, Pedro Cunha Lima, de forms direta, indaga o transeunte e diz:

-Bom dia amigo, o senhor vai votar em quem para o Senado?

-Homem, sabe de uma coisa? Vou votar no doido do Otto Guerra.

-Doido por quê? Indagou Pedro.

-Para se candidatar ao Senado e ir contra a dodradinha da UDN, Dinarte Mariz e Georgino Avelino, só sendo doido mesmo!

Vovô Otto sorriu e preferiu não se identificar.

(...) Venceram a disputa os srs. Dinarte de Medeiros  Mariz, com 103.711 votos (19,4%) e Georgino Avelino, este com 81.958 votos (15,4%), ambos pela coligação UDN-PSD-PSP. Otto de Brito Guerra obteve 46.957  votos (8,8%) e a sua coligação era PTB-PRP."


Fonte: Otto Guerra no nome, paz no coração. Organizadores: Ana Maria Guerra, Felipe Neri de C.Guerra, Marta Guerra e Maria Salete Guerra. In: Páginas de um caminhante feliz. José Leonardo Guerra M. Bezerra. Páginas 91 a 101. Natal/RN. Gráfica Santa Marta,2012. 

  

CURSO DE CORDEL A DISTÂNCIA

 

ATENÇÃO, EDUCADORES E AMANTES DO CORDEL! Não percam tempo e se inscrevam GRATUITAMENTE no melhor curso sobre Literatura de Cordel do país.

O curso de extensão LITERATURA DE CORDEL: PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL BRASILEIRO (160h/100%EaD) se propõe a discutir sobre as mais diversas facetas deste gênero que a cada dia consegue mais espaço em todas as regiões brasileiras.

A história, as temáticas, as características e estilos, o emprego em sala de aula, as adaptações, a estética, a função social e muito mais.

As inscrições estão abertas, mas o curso começa no dia 20 de outubro de 2025, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem da FDR, a sua “sala de aula virtual”.

O curso, que conta com a participação de cordelistas, pesquisadores e estudiosos especialistas do cordel, é uma iniciativa da Fundação Demócrito Rocha, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com apoio da Aestrofe, da Academia Cearense de Literatura de Cordel, Universidade Estadual do Ceará (Uece) e patrocínio da Enel.

Inscrito(a), você terá acesso a 12 fascículos digitais (se for de Fortaleza-CE, poderá adquiri-los impressos, encartados no jornal O POVO), 12 videoaulas, 12 podcasts, conteúdos extras (Biblioteca Virtual), tutoria de suporte on-line, exercícios, avaliação e certificação.

Inscreva-se e compartilhe nosso curso, divulgando e promovendo a arte do Cordel como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para todo o Brasil.

Todos(as) que amam o cordel têm que estar conosco.

https://fdr.org.br/literaturadecordel/

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

DOM HEITOR RECEBE HOJE O TÍTULO DE SÓCIO DE HONRA DA ANRL

 


A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras-ANRL  vai entregar na tarde de hoje, às 17 h, o título de Sócio de Honra a Dom Heitor de Araújo Sales. Esse é o título mais importante , outorgado pela instituição, que em 2025 celebra 89 anos. Outras personalidades já foram agraciadas, e até o momento, apenas homem. Está na hora da ANRL abrir espaço para que haja nesta galeria, a presença feminina, como já ocorre na lista dos patronos e dos imortais. Abaixo, a lista dos nomes que consegui encontrar, e que receberam essa honraria:

Raimundo Soares de Brito - 1 de junho 2000

Joacil de Brito Pereira - 21 março 2017

Ives Gandra  da Silva Martins -  Jurista - Não encontrei a data da posse

Ivan Junqueira - Presidente da ABL - 16 setembro 2005

Gaudêncio Torquato  - 21 outubro 2017

Álvaro Dias - Prefeito de Natal  -  16 novembro 2022

José Roberto Tadros - Presidente da CNC - 10 de agosto 2023

Alberto Rostand Lanverly - Presidente da Academia Alagoana de Letras - 15 setembro 2025


Francisco Martins, 13 de outubro 2025


 Fontes:

Presidente da CNC recebe título de sócio de honra da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras - Portal do Comércio

A Academia Norte-rio-grandense de letras homenageia Alberto Rostand Lanverly como Sócio de Honra – Ponto de Vista com Nelson Freire

Blog DO MIRANDA GOMES – Natal/RN: ANRL - H O J E

Câmara. Leide. "Mémoria Acadêmica". Natal: Editoraifrn, 2017. página 618.



sexta-feira, 10 de outubro de 2025

LANÇADO O CORDEL LIVRO "RAIMUNDO NONATO, O FILHO DA VITÓRIA" NO IHGRN

A Quinta Cultural de ontem, no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte-IHGRN foi com a participação dos sócios Francisco Martins (Mané Beradeiro) e José Gaudêncio Torquato, que falaram sobre a vida e obra do escritor Raimundo Nonato.

A razão desse tema se deve ao fato de que no próximo dia 25 de novembro do corrente ano,  será aniversário do centenário de formação de Raimundo Nonato, como professor primário. Francisco Martins pesquisou e escreveu o cordel " Raimundo Nonato, o filho da vitória", tendo o lançamento na tarde de ontem no IHGRN.

O escritor, que é também contador de histórias, levou à plateia a trajetória da vida do homenageado, falando sobre a sua infância, (se ele teve), a luta pela sobrevivência e as batalhas vencidas. Após a fala de Francisco Martins, a tribuna foi ocupada por José Gaudêncio Torquato, ocupante da cadeira 117, que tem como patrono Raimundo Nonato.

Gaudêncio enfocou a importância de Raimundo Nonato na pequena cidade de São Miguel, Oeste potiguar, como professor, em 1926 e falou do importante trabalho que ele escreveu sobre a presença da Coluna Prestes que entrou no estado do Rio Grande do Norte por aquela região, e que Raimundo Nonato registrou em livro "Os Revoltosos de São Miguel"

Quem desejar adquirir o livro, pode comprar diretamente na sede do IHGRN, de segunda a sexta, pela manhã, ou diretamente com o autor. O preço do livro é R$ 20,00 (vinte reais).

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

RAIMUNDO NONATO: UMA HISTÓRIA QUE PRECISAMOS CONHECER



É com grande alegria que anunciamos: o mais novo cordel de Mané Beradeiro.

Amanhã,  9 de outubro, a partir das 16 h na sede do IHGRN, em Natal/RN, o autor já estará disponível, autografando o livro e, depois, às 17 horas, contará a história de Raimundo Nonato.

O cordel "Raimundo Nonato, o filho da vitória", é uma obra que narra a inspiradora trajetória de Raimundo Nonato, resgatando a essência da nossa literatura de cordel, com rimas que encantam e uma história que inspira. ✨

Não perca essa oportunidade de ter em suas mãos essa joia literária. Garanta o seu e embarque nessa leitura!


terça-feira, 7 de outubro de 2025

CURSO PRESENCIAL COM ELVIRA DRUMMOND EM CURITIBA


Docente na Universidade Federal do Ceará e do Conservatório de Música Alberto Nepomuceno. Mestre em Literatura, Licenciada em Artes e bacharel em Piano. Sua trajetória une a música e a palavra, conduzindo alunos e ouvintes por caminhos de sensibilidade, imaginação e conhecimento.

Ao longo de sua carreira, percorreu diversas cidades brasileiras ministrando cursos, oficinas e conferências que celebram a educação musical e a literatura infantil, transformando espaços de aprendizagem em verdadeiros encontros com a arte.

Sua produção artística é vasta e diversa, com obras publicadas e participações em antologias internacionais. O seu trabalho inspira estudos, registros e pesquisas no meio acadêmico, bem como iniciativas de escolas e instituições públicas e privadas, no Brasil e além de suas fronteiras.

Reconhecida com prêmios nacionais e internacionais, é membro da União Brasileira de Trovadores (UBT), da Academia Brasileira de Sonetistas Clássicos e da Academia Internacional de União Cultural, consolidando-se como uma voz de referência no universo da música e da literatura.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

DOM HEITOR SERÁ AGRACIADO COM O TÍTULO DE HONRA DA ANRL

 


DIA 9 DE OUTUBRO LIVRO CORDEL SOBRE RAIMUNDO NONATO SERÁ LANÇADO



🎉 Lançamento imperdível! 📚✨ Chegou o novo livro de cordel de Mané Beradeiro: "Raimundo Nonato, o filho da vitória"! 🖋️❤️

Dia 9 de outubro, a partir das 16 h na sede do IHGRN,em Natal/RN.

Prepare-se para mergulhar em uma narrativa emocionante, que homenageia a trajetória de Raimundo Nonato com a maestria e a beleza única da literatura de cordel. Uma história de superação e força que vai tocar seu coração! 🌟

Adquira já o seu exemplar e celebre essa vitória em cada verso!





quinta-feira, 2 de outubro de 2025

AVENTURAS DE UM SONETO CASAMENTEIRO


    Alberto de Oliveira, ao tempo de seu curso de Farmácia na Faculdade de Medicina, foi instado por um colega a escrever um soneto de amor:

    — É um presente que desejo oferecer à minha namorada — esclareceu o estudante.
    O jovem poeta, sentando-se à mesa, passou para o papel, correntemente, como se os improvisasse, os quatorze versos de uma de suas últimas composições do gênero:

        Amar, viver de amor, ambos na idade
        Em que o prado floreja e o sol fulgura,
        Tu vendo em mim tua felicidade,
        Eu vendo em ti minha maior ventura.

        Moços ambos, no ardor da mocidade,
        Amar, viver de amor que sempre dura,
        E nem ter medo à própria sepultura,
        Porque o amor vai além da eternidade.

        Duas vidas unirmos numa vida,
        Num só, dois corações se entrelaçando,
        A alma de um gozo único vencida;

        Eis o meu ideal, meu sonho brando,
        Eis o nosso destino, alma querida,
        Destino que há de vir... que vai tardando.

    Tão fundamente há de ter tocado esse soneto o coração um tanto esquivo da namorada do estudante, que os dois, daí a tempos, terminaram casando.
    Um dia, outro amigo do poeta formula-lhe idêntico pedido. Está noivo. E quer oferecer uns versos de amor à sua eleita. Louvado na boa fortuna do seu antigo soneto, Alberto de Oliveira volta a passá-lo ao papel. E outro casamento se realiza, ao embalo dos quatorze versos nupciais.
    Mais tarde, outro amigo — e este colega, porque era também farmacêutico, — bate à porta de Alberto de Oliveira, a suplicar-lhe uns versos. Também está noivo. A moça é romântica. E deseja que o noivo lhe faça um soneto.
    O poeta, sem relutância, volta a fazer nova cópia do velho soneto, o qual, para sossego de seus falsos autores, continuava inédito, por medida de prudência de seu verdadeiro autor.
    Desta vez, entretanto, o ineditismo se rompe. O noivo farmacêutico, de posse dos versos admiráveis, publica-os num dos jornais do Rio. E eis que surge uma estralada dos diabos entre o primeiro falso autor do soneto e sua mulher. Não fora ela que inspirara os versos! O poeta verdadeiro era aquele que assinava o soneto!
    A aventura do soneto não estava ainda terminada. Por enquanto, os versos de Alberto de Oliveira tinham circulado em área brasileira, entre o Rio e Niterói. Em breve, sairiam de nossas fronteiras, para uma aventura internacional.
    Um dia, estava o poeta a fazer as unhas, numa barbearia do centro do Rio de Janeiro, quando a manicura, argentina de nascimento, pediu ao freguês, de quem era admiradora, que lhe desse um soneto de amor.
    Alberto de Oliveira, ali mesmo, na sua letra tremida, volveu a passar ao papel os versos antigos:

        Amar, viver de amor, ambos na idade
        Em que o prado floreja e o sol fulgura...

    A manicura, logo depois, mandou o soneto ao noivo, residente em Buenos Aires. Resultado: eis os versos de Alberto de Oliveira traduzidos para o espanhol e publicados na Argentina com o nome da moça.
    No Rio Grande do Sul, o soneto foi lido, na sua versão castelhana. E logo um erudito de província, desses que têm a memória alerta para os encontros de ideias e de forma, denunciou de público o plágio, pondo em confronto o soneto da “poetisa” argentina com o soneto do noivo-farmacêutico...

FONTE:  Anedotário Geral da Academia Brasileira. Josué Montello, 3ª Ed. Editora Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1980. Páginas 24 a 26.

O DEUS QUE SONHA EM MIM


Se eu fosse Deus,
ressuscitaria os pais de todos os órfãos.
E se eles fossem maus,
se ao menos fossem ásperos,
ou mesmo indiferentes,
incendiaria os seus corações de ternura,
para que todas as crianças do mundo
fossem amadas e felizes.


Se um dia eu fosse Deus,
brincaria de roda com os meninos,
encheria os seus bolsos de confeitos
e suas bocas pequenas de sorrisos.
E velaria.
(oh! como eu velaria!)
dia e noite eu velaria,
para que nada lhes acontecesse.


Se eu fosse Deus,
passaria pelas estradas
com os despreocupados vagabundos
e beberia com eles
a primeira luz
das alvoradas entre rosas orvalhadas
e clarinadas de galos.

Se eu fosse Deus,
me sentaria um dia à tarde,
despreocupadamente, num cais
a ver os barcos que partiam
para as sonhadas ilhas.

Deífilo Gurgel (1926 -2012)

FONTE: Jornal A Ordem, edição de 17 de outubro de 1964