Considerando os dados acumulados do ano, o varejo do estado
perdeu em setembro de 2015 cerca de R$ 1,12 bilhão em faturamento.
As vendas do comércio varejista potiguar
(Varejo Ampliado) tiveram queda recorde no mês de setembro, segundo dados
divulgados na manhã desta quinta-feira, 12, pelo IBGE. Foram 11,1% menos de
vendas na comparação com setembro de 2014, a maior retração para um único mês
da série histórica, iniciada em 2009. Com isso, o acumulado do ano já aponta
para retração de 3,6%. Considerando-se que em setembro de 2014 o varejo do
estado havia registrado aumento de 3,1%, a queda nas vendas entre setembro de
2014 e setembro deste ano é de 6,7%. Isso quer dizer que o comércio varejista
potiguar deixou de faturar na mesma comparação nada menos que R$ 1,12 bilhão em
setembro deste ano.
“Foram números surpreendentes,
negativamente, mesmo para o atual cenário econômico que vivemos. Tínhamos uma
esperança de que o movimento do setor turístico já começasse a influenciar um
pouco as vendas em setembro e, por isso, esperávamos uma queda de 2% ou 3%, no
máximo. Estes números nos fazem rever, drasticamente, as estimativas para o
fechamento do ano. Se antes esperávamos uma estagnação (crescimento zero),
agora não há como falarmos em nada diferente de uma queda próxima dos 4%. Nos
preocupa, bastante, os impactos desse cenário em toda a economia potiguar, que
tem no Comércio e nos Serviços a sua base”, explica o presidente da Federação
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN, Marcelo Queiroz.
De acordo com os dados do IBGE, em setembro, na comparação com setembro de 2014, todas as oito
atividades do varejo registraram variações negativas. O principal destaque foi
para Móveis e eletrodomésticos (-17,9%); seguido por Hipermercados,
Supermercados, Produtos alimentícios, Bebidas e fumo (-2,2%); Combustíveis e
lubrificantes (-8,7%); e Tecidos, vestuário e calçados (-12,9%). Estes
segmentos responderam por mais de 80% da taxa global. Nos demais setores, os
resultados foram: Livros, jornais, revistas e papelaria (-14,9%); Equipamentos
e material para escritório, informática e comunicação (-9,7%); Outros artigos
de uso pessoal e doméstico (-7,0%); e Artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%), este último com a primeira
queda da série histórica para o mês.
FOMENTAR
O presidente da
Fecomércio fez um apelo para que se possa discutir o setor de Comércio e
Serviços do estado. “Está
mais do que na hora de discutirmos com profundidade uma estratégia para o
fomento do nosso setor, e isso passa obrigatoriamente pelo Poder Público. Por
que não discutirmos e pensar em um esforço conjunto para estimular o setor que
gera o maior número de empregos formais do estado e é o maior arrecadador de
ICMS?”, questiona ele. O setor de Comércio e
Serviços emprega hoje, diretamente e formalmente, no RN, cerca de 293 mil
pessoas e responde por 48% do PIB potiguar, além de arrecadar 69% do ICMS.
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