quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
O HUMOR DE MANÉ BERADEIRO
-Oremos! Sim, oremos, porque o causo que vou contar diz respeito a um homem santo, seu nome: Dom Manoel Tavares de Araújo, natural de São José de Mipibu, foi vigário em Angicos e Bispo da Diocese de Caicó (1959-1978). Dom Manoel infelizmente já não está no nosso meio, mas dele se sabe de muitas histórias hilárias, que o diga o Cônego José Mário.
O causo que vou contar hoje aconteceu durante um retiro espiritual, que Dom Tavares estava pregando para as freiras da Congregação do Amor Divino, em Emaús (Parnamirim-RN). Dom Manoel passou dois dias inteiro falando sobre a extrema necessidade de que a fé fosse vivida sobre uma realidade social concreta e não abstrata, que as orações deviam ser feitas pelas pessoas que passavam fome, estavam desempregadas, sem paz, sem saúde, marginalizadas, etc.
E para que isto entrasse no juízo das freiras, Dom Tavares não mediu esforços. Naquela época estava no auge a famosa Teologia da Libertação. Finalmente chega o último dia do retiro, Dom Tavares estava celebrando a missa de encerramento, dentro da liturgia, quando chega o momento das orações dos fiéis, ele deixa que cada freira faça em voz alta suas próprias petições e agradecimentos. Seria o momento de testar se verdadeiramente elas haviam absorvido seus ensinamentos. Uma das freiras reza:
-Quero agradecer a Deus pelo sol que hoje iluminou minha janela. Oremos ao Senhor!
Todos responderam: - Obrigado Senhor!
Outra freira:
-Eu quero pedir pelas margaridas que brevemente vão se abrir e tornar lindo nosso jardim.
E uma terceira freira assim se expressou:
- Senhor, olhai por todos os rios, bosques, campos...
Nesta hora, Dom Tavares já estava mais cheio que um baiacú, não suportou tamanha indiferença com o que havia ensinado e concluiu a oração dos fiéis, deste modo:
-Oremos por Lampião e Maria Bonita, que foram dois lascados e ninguém se lembra deles!
Não é preciso dizer que as freiras ficaram boquiabertas com esta petição.
***
Causos da nossa terra. Garimpado por Mané Beradeiro.
Fonte: Ouvido pelo próprio Dom Tavares, no Seminário de São Pedro, em Natal, em 1982.
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